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História O Garoto da Máscara Vermelha - Capítulo 2 - Somos um


Escrita por: K-Popcornyah

Notas do Autor


Por favor, leiam as notas finais.Link da música do capítulo está lá, junto com o link da playlist! Mas também preciso conversar com vocês coisas sérias.
Deixo avisado que muita coisa mudou, pra evitar sustos rs mas espero que gostem. Boa leitura!

Capítulo 4 - Capítulo 2 - Somos um


Fanfic / Fanfiction O Garoto da Máscara Vermelha - Capítulo 2 - Somos um

Primeiro, a audição. Os sons abafados, um apito agudo ecoando dentro da cabeça. A agonia, o silêncio que não traz paz. O silêncio que traz desespero. A força em vão para ouvir com clareza e a desordem dos sentidos na surdez incontrolável.

Segundo, a visão. Vultos embaçados, cores variadas em borrões pelo ambiente. A escuridão misturada com as cores. A tentativa lenta de focar o que vejo e a realização de que há sangue. Pode ser meu, mas não é meu. Muito sangue. Muitas pessoas.

E de bônus, a dor. Dilacerando com todo o resto, não dando espaço para mais nenhuma preocupação além das citadas. Mais forte no abdômen, mas presente em todo canto. Dói em sua totalidade, sem piedade. Tinge, não só meu corpo, mas minha mente de vermelho rubro.

A visão se estabiliza e tento me orientar, estou no chão. Me sento com dificuldade e, apesar do som abafado, identifico gritos. A audição começa a voltar e ouço o mais alarmante: tiros.

Sinto um braço me puxar para me levantar e não consigo identificar se é conhecido, há tumulto e dor demais. Não consigo raciocinar, só me deixo ser ajudado. Dou passos dificultosos, pendendo a cabeça e observando o chão. Forço o pescoço e vejo as luzes coloridas pintarem um quadro de horrores. Volto a observar o chão com o borrão das lágrimas.

A confusão mental é intensa demais. Os corpos amontoados, formando um tapete tenebroso. Me pego com ânsia tentando não pisar em braços, pernas, rostos. Pessoas, no total. A ânsia não é o nojo pela visão do sangue e dos ferimentos, nem pelo odor forte de morte. A ânsia é o desespero de ver corpos que antes esbanjavam vida. Alguns ainda com copos coloridos nas mãos e pinturas faciais em neon.

Era a desesperadora mistura da vida que todos viviam ao máximo encontrando-se com o fim mais injusto de todos. A serotonina interrompida para seu fim no completo nada. Apenas olhares sem vida e sem brilho.

E então, como se não fosse o suficiente, o tiro. Aquele tiro. O corpo que me carregava cai mole no chão e quase me carrega junto. Forço os pés e mantenho o equilíbrio, assustado. Olho para baixo e encaro com horror o corpo. Eu o conhecia. Ele estava morto, de olhos arregalados. Mais um integrante daquele show de horrores. Mas... eu o conhecia. Era detestável o meu pavor com uma morte diante de todas as outras.

Mas eu o conhecia.

Diabos, eu o conhecia.

Imagens perturbam minhas memórias. Lembranças, não tão distantes. Na realidade, próximas até demais considerando a situação. A morte me confrontando sem aviso prévio. Não esperava, não cogitava. Mas quem espera por algo do tipo? Nossos conhecidos são imortais para nós. Nunca alvos da morte. Próximos, mas nunca definitivamente mortos.

Mas então como explicar que... estava morto? Em questão de segundos. Sem uma pausa, uma despedida, uma reação. Apenas morto, da forma mais rápida possível. Talvez fosse o melhor, poupar a dor, ser rápido e indolor. Mas isso eu só iria pensar depois. Naquele momento era só eu e o corpo morto que uma vez conhecera. Não era mais vida, deixara de ser. Em um simples piscar de olhos.

Não suporto o peso do corpo em combinação com o peso da situação e desabo. Os tiros parecem cada vez mais próximos. A morte é cada vez mais próxima. Solto o ar sôfrego, junto com uma última lágrima antes de contemplar o puro breu.

Como explicar para o universo que, cara, eu o conhecia...

 

 

Eu poderia dizer que uma noite só definiu toda minha vida. Mas não. Nunca funcionou dessa forma. Não entenda assim, não foi assim que minha vida se resumiu.

A nossa vida é definida por tudo, por todos. Não há um momento. Há vários momentos, em várias etapas. Não há uma escolha. Há diversas escolhas, de diversas situações. Não há um de nós no mundo. Há vários. E somos todos humanos, não importam as circunstâncias. As dores são de todos, as alegrias são de todos e a liberdade também é de todos. Somos um, mas não somos um. Somos todos um.

O que acontece é: alguns não se dão conta disso. Alguns querem ser só um. Alguns querem as alegrias para si, a liberdade para si, as dores não. E pra onde vão as dores¿ Bom, espero que goste de histórias longas, porque agora eu vou lhe contar a histórias das dores. A minha história e a sua história. Sim, a sua. Um humano como eu ― não importam as circunstâncias, lembre-se.

 A nossa história.

 

 

Alguns meses atrás.

 

Sentia-me cercado. Como se tivesse um alvo cravado em  minhas costas, e todos com flechas apontadas para mim. Como uma presa prestes a virar uma vítima diante de seus predadores.

Era assim que me sentia sentado no banco da praça central de Seoul, com prédios se erguendo por todos os lados. Prédios com telas de anúncios dos mais variados, mas especialmente de Institutos de Pesquisa, de números de emergência e outras baboseiras que só possuíam um objetivo: exterminar os lupus. No caso, incluindo a mim.

Desejava apenas encarar o chão até que Taekwon fosse deixado na praça pela condução das crianças, mas precisava ficar alerta. Querendo ou não, era uma situação de risco apenas o fato de estar ali.

Alguns guardas passavam de carro vez ou outra, o que me fazia instintivamente tensionar o corpo e observá-los de soslaio até que sumissem. Nunca encarar.

Chequei o relógio no prédio da frente.  Estava na hora, Taekwon devia estar chegando. Todos os dias eu ia buscar meu irmão após o trabalho. O garotinho tinha cinco anos e vivia sob meus cuidados e de Hyunhee.

Hyunhee... aquela mulher era a nossa heroína. Quando tudo pareceu perdido ela apareceu e nos ajudou sem ao menos saber quem éramos. Era como uma segunda mãe, por mais desmiolada que fosse.

A condução chegou, desembarcando algumas crianças e Taekwon no meio delas. Ele estava com sua mochilinha padronizada da escola e seu uniforme. O garotinho correu até mim quando me viu, como sempre fazia.

― Hyung! ― Abraçou minhas pernas.

― Ei, Taekwonnie. Tudo bem? ― Ele respondeu acenando que sim. ― Venha, vamos andando. Me conte como foi seu dia.

Seguimos caminhando pela calçada. Eu continuava atento a cada canto suspeito, enquanto prestava atenção no garotinho. Havia desenvolvido essa habilidade de prestar atenção em várias coisas com o tempo.

― Hyung... a professora disse coisas estranhas ― disse meio atônito. Olhei compreensivo pro menor. Taekwon convivia com pessoas que discriminavam aquilo que ele era. Logicamente ninguém sabia do nosso segredo, do contrário estaríamos a sete palmos do chão ou... pior. ― Disse que deveríamos contar pros nossos pais se víssemos pessoas suspeitas. E nos ensinou como saber. Mas hyung, eu era um dos suspeitos... ela disse que tinham olhos brilhantes, cheiros diferentes, essas coisas que nós temos.

― Taekwon... ― falei mantendo o tom baixo, ainda observando as ruas com cautela. ― Eu sei que é difícil entender... mas você é grandinho já. O hyung já te disse o que acontece caso nos descubram, não é?

― Os homens maus nos pegam. O governo.

― Isso, e as pessoas confiam nos homens maus, entendeu¿ Elas chamam os homens maus se souberem demais. Mas nunca acredite neles, só finja. Finja que acredita neles e que é um deles. Nunca se esqueça de quem você é, entendido?

O garotinho concordou e deu um sorriso me confortando. Ele tinha cinco anos e me confortava mais do que o contrário. Sorri de volta. Ao menos tínhamos um ao outro.

Passávamos por uma loja quando vimos um guarda abordar uma mulher. Congelei ao ver os olhos azuis dela. Era uma lupus sendo abordada por um dos “homens maus”. Puxei Taekwon para mais perto e vi o guarda desferir um golpe nela, que pedia piedade.

― Taekwon, não olhe ― cobri os olhos do garotinho e segui guiando ele. ― Vamos, ande depressa.

― Hyung, ele estava batendo nela! ― Ele caminhava aos tropeços. Descobri seus olhos. ― Hyung, temos que ajudar ela... ela é uma de nós.

Parei e encarei o garotinho. Eu queria, eu queria muito voltar e ajudar a mulher. Ter super poderes e acabar com aquele guarda, salvar ela. Mas Taekwon estava ali e precisava de mim. Tínhamos de ficar seguros. Para o bem dele. Ele precisava ter uma identidade para viver normalmente. Seríamos descobertos, ou então mortos.

― Taekwon, escute ― falei com pesar. ― Eu também quero ajudar. Mas não podemos. Seríamos pegos junto com ela. Desculpe, mas temos que ir. Por favor, nunca interfira num caso desses, entendeu? E não diga em voz alta que ela é uma de nós. Ela é, ok? Mas não pode dizer isso. Prometa.

Ele concordou com lágrimas nos olhos. Meu coração doeu em pedir para ele não ajudar. Que tipo de irmão eu era de mandar ele ignorar o sofrimento alheio? Me sentia um covarde. Mas no final, eu precisava protegê-lo. Não poderia deixá-lo acreditar que era um super-herói que salvava os outros. A realidade não era assim e a cabecinha de Taekwon não estava preparada pra isso.

Chegamos em casa após alguns quarteirões. Morávamos em uma construção bem simples com vários apartamentos pequenos, com portões de ferro já desgastados. Subimos as escadas até o segundo andar e destranquei o nosso apartamento, o qual era dividido com Hyunhee.

Abri a porta e me deparei com a mais velha jogada no sofá comendo pipoca. Já estava de pijama, denunciando que havia chegado cedo do trabalho.

― Dongsaeng! Taekwon! Chegaram em boa hora, estava escolhendo um filme para ver.

Me aproximei encarando a tela da TV. Hyunhee passava a lista de filmes com o controle. Notei um cheiro forte e amadeirado e olhei assustado para a mais velha.

― Hyunhee! ― Arranquei o controle de sua mão. ― Está com o dispositivo desligado?

Ela fez um bico e me olhou apreensiva. Ela odiava usar o dispositivo que inibia nossas características lupinas e sempre o desconectava quando estava em casa sozinha. Eu sempre brigava com a mais velha, a alertando de como era arriscado fazer isso. Qualquer deslize e pronto, tudo poderia ir por água abaixo.

― Taehyung, pare com isso. Eu fiquei com dor de cabeça o dia todo, eu mereço me sentir confortável dentro da minha própria casa! Já me sinto melhor só nesses poucos minutos. Usar isso assim não é saudável.

Era realmente desconfortável usar o inibidor algumas vezes. Haviam efeitos colaterais chatos, ainda mais com alfas e ômegas que possuíam características mais acentuadas, e Hyunhee era uma alfa. Eu queria poder julgá-la, mas sendo um beta eu não sofria tanto. Se para mim era ruim, imagine para ela.

Suspirei derrotado e lhe entreguei o controle.

― Eu só fico preocupado. Não é como se eu gostasse disso também.

Ela assentiu. Era uma pessoa compreensiva apesar de teimosa. Entregou o controle para Taekwon, que já se encontrava sentado no sofá. Ainda exibia um semblante perdido por conta do ocorrido na loja.

― Pode escolher um filme, Kwon.

O rosto do garotinho se iluminou com um agradecimento. Foi direto para a lista de filmes infantis. Hyunhee se levantou e se aproximou. Ela sempre adivinhava o que sentíamos.

― Taehyung, desligue o dispositivo pelo menos um pouco, você está muito estressado esses dias. ― Lhe repreendi com o olhar, soltando um “não” seco. ― Yah! Se fosse para sermos pegos, tanto faz que você está com o seu ligado, eu não estou. Seríamos pegos de qualquer jeito. Relaxa pelo menos um pouco, vai.

Fiquei a encarando, ponderando. Ela estava certa, não adiantava naquela circunstância. Fazia tanto tempo que eu não sentia meus instintos, nem lembrava como era meu cheiro mais.

― Tudo bem ― me rendi, fazendo Hyunhee sorrir. ― Mas daqui a pouco. Eu preciso ir comprar umas coisas que estão faltando na cozinha.

― Taehyung, se você estiver enrolando...

― Eu já pretendia ir ― interrompi. Ela me olhou ainda incrédula. ―Mesmo.

Por fim, deu de ombros suspirando e me mandou ir logo. Jogou-se no sofá, iniciando uma conversa com Taekwon sobre qual filme iriam ver.

Peguei o dinheiro e saí de casa, indo para a loja de conveniência mais perto. Realmente havia planejado passar lá após buscar meu irmão, porém também serviu para fugir da situação. Me sentia desconfortável sem o dispositivo. Vigiado, para ser mais preciso.

Já estava escuro devido ao horário, então não facilitei na precaução. Apressei o caminho e cheguei à loja, pegando logo o que precisava. Ramen, Kimchi, refrigerante e remédio para dor de cabeça ― talvez Hyunhee estivesse certa afinal... estava sentindo dores frequentes. Não eram comidas saudáveis também, mas pelo menos matava a fome na pressa.

Paguei pelos produtos e saí da loja carregando as sacolas. As ruas estavam desertas devido ao frio. Senti um incômodo pela situação, não gostava de noites frias.

Ouvi um barulho vindo de um beco. Eu realmente odiava noites frias. E becos. Engoli em seco e cedi a curiosidade, virando para ver o que era quando passei.

Um rapaz estava espancando um garoto mais jovem. O garoto não devia ser nem maior de idade. Ignorei todos os alertas que dera a Taekwon naquele dia e intervi.

― Ei, pare com isso! ― O rapaz virou para me ver, não parecendo muito feliz. ― Ele mal pode se defender, não seja covarde.

― Quem acha que é para me dizer o que fazer? Vá arrumar o que fazer, cuida da sua própria vida.

Senti o sangue ferver. Odiava aquele tipo de gente.

― Só deixa de ser babaca e larga o garoto.

Ele levantou uma sobrancelha e largou o mesmo.

― Quer tanto assim defender ele? Então venha, defenda ele. Me bata, já que sou um covarde. Ou é fraco demais pra isso também?

Recuei. Não por medo de entrar na luta, mas medo da atenção que poderia chamar. Não devia ter feito aquilo.

O garoto levantou do chão com dificuldade e viu a situação. Quando viu que o rapaz estava distraído meteu o pé. Mal parecia estar machucado com a velocidade que correu. O agressor ficou mais nervoso, pronto para correr atrás do outro, mas algo o impediu. Alguém.

Uma pessoa pulou em sua frente, vindo de cima. Provavelmente do alto do muro. Usava uma máscara vermelha no rosto e sua fisionomia denunciava ser um corpo masculino. Encarei assustado. Era um rebelde.

Em nossa sociedade, havia uma divisão entre Homo sapiens sapiens e Homo sapiens lupus. O primeiro era o ser humano "comum", para ser mais claro. O segundo era resultado de um experimento realizado a fim de evoluir a capacidade humana em resistir a doenças, utilizando genes de lobos — por isso, lupus. Esses pertencentes ao experimento passaram a formar um sistema denominado ABO (alfa, beta e ômega), com diferenças físicas, hormonais e até mesmo comportamentais entre estes. Assim, acabou que uma parcela da população lupus se reproduziu, porém, ainda haviam os sapiens. Esses que não estavam incluídos na nova geração se sentiram ameaçados por não possuírem a capacidade que os lupus possuíam, se sentindo mais fracos fisicamente. Como os sapiens eram a maioria da população, não tardou para que esses fizessem algo contra a sua ameaça. Um grupo de pessoas poderosas subiram ao poder através de um golpe, e instituíram uma caça aos lupus. Ao capturarem eles, ou estes eram mortos por resistirem, ou então eram levados a mando do governo. Arrisco dizer que quem era levado preferia ter sido morto na maioria das vezes. Ninguém queria admitir, mas algo pior ocorria as escuras sem que a população tivesse real conhecimento.

Porém, havia, claro, o outro lado da moeda. Se denominavam Lupus. Eram um grupo de alfas, betas e ômegas que defendiam os direitos dos mesmos, em anonimato. Andavam com máscaras de lobos e deixavam pichações com sua marca por onde passavam, como uma mensagem para o governo. Eram rebeldes, e escondiam sua identidade a todo custo, o que poderia fazer com que qualquer um trombasse com um deles na rua e nunca sequer imaginaria que aquele era um integrante do grupo. Extremamente conhecidos pelo país e vistos como heróis pelos pertencentes ao sistema ABO, mas temidos por todos que não pertenciam à ele.

E ali estava um deles mascarado logo a minha frente.

― Yah, já está indo? ― O mascarado se aproximou do rapaz, que parecia amedrontado. Sua voz parecia de alguém jovem. ― Eu acabei de chegar, também quero me divertir.

― Não tenho medo de você ― o outro disse com a voz trêmula, nem um pouco convencível. ― Saia da minha frente sua aberração.

― Eu não diria isso, se fosse você ― o mascarado disse, iluminando seus olhos vermelhos pro outro.

Me arrepiei com a cena. Era sempre assustador ver os olhos vermelhos de um alfa.

Cada classe do sistema ABO possuía uma cor de olho lupina. Alfas eram vermelhos, betas amarelos e ômegas azuis. Alfas eram conhecidos por terem características dominantes, com tendência a liderar e com personalidades fortes. Alguns chegavam a ser explosivos e, nos piores casos, agressivos. Além dos olhos brilhantes possuíam a famosa “voz de alfa”, capaz de intimidar outros que não fossem da mesma classe e o cheiro forte e amadeirado, como o de Hyunhee. Era preocupante estar do lado oposto de um desse.

Se eu já estava assustado com a cena, o rapaz então quase borrou as calças.

Por sorte, ou nem tanta, fomos interrompidos.

― Ei, quem são vocês?

A voz viera de onde o garoto havia fugido anteriormente. Eu e os outros dois presentes apertamos os olhos e vimos um guarda com seu uniforme branco parado. Arregalei os olhos. Aquilo não podia estar acontecendo.

― Guarda! ― O rapaz berrou, desesperado. ― Me ajude, é um rebelde! Ele está me atacando!

O mascarado grunhiu de raiva e me fitou. Fiquei estático com a situação. Por que raios ele estava me olhando?

― Venha ― pegou meu braço e saiu correndo me puxando, não me dando tempo para processar. ― Não sei quem é você, mas não vai querer estar do lado da “aberração” quando o guarda chegar aqui.

Apertei a sacola nas mãos e assenti para mim mesmo. Realmente, apesar dele não saber que eu era um deles, seria alvo do guarda por estar “do lado” dele. Segui correndo com o outro, sem saber para onde estava me levando. Qualquer lugar era melhor que aquele.

― Parados! ― A voz do guarda viera de trás. Ouvi um estouro vir de uma lixeira ao nosso lado. Ele estava atirando?! ― Eu vou estourar os miolos de vocês!

― Droga! ― O mascarado seguia. Entrou em uma rua escura e me puxou para subir uma escada de emergência. ― Suba, rápido! Ele está vindo.

Subi rapidamente, com cuidado para não errar e acabar caindo. Cheguei ao terraço e o mascarado chegou logo atrás. Nos aproximamos da beirada e vimos o guarda seguir correndo pela rua, sem cogitar que havíamos subido pela escada. Tomei ar aliviado. Quase.

― Hyunhee vai me matar ― soltei, esquecendo que estava acompanhado. O outro me olhou curioso. ― Esqueça. Obrigado por me ajudar, poderia ter fugido sozinho.

Ele deu de ombros. Agora de perto conseguia ver que parecia bem novo. Não que fosse um adolescente, mas definitivamente mais novo do que eu, mesmo que a máscara não me deixasse averiguar muito. Tinha o corpo atlético também, com um pouco de músculo visível com sua roupa preta. Justo, já que rebeldes viviam constantemente entrando em situações de risco, como aquela.

― Só fiz o que deveria ser feito... mas de nada ― disse dando um sorriso educado no final da fala. Quase desejei vê-lo sem a máscara. ― Acho melhor descer logo, ele vai voltar depois de um tempo. Vá para casa. Eu sigo por aqui.

Assenti, ainda ofegante. Me aproximei da beirada e não vi nada suspeito. Olhei para trás a tempo de ver o mascarado me lançar um sorriso, pulando para o próximo telhado. Parecia aqueles praticantes de parkour.

Desci as escadas, decidido a voltar para casa o mais rápido possível. Hyunhee definitivamente iria me matar.


Notas Finais


Música do capítulo (AURORA - Murder Song): https://www.youtube.com/watch?v=jTwdGRHl5Mw
Playlist: https://www.youtube.com/playlist?list=PL-RcPyUsG2V8YTDR3VioHQ9g2Y1oSQXOP

Pessoal, preciso alertar vocês que a fanfic corre risco de cair aqui no Spirit. Como muitos já sabem, algumas restrições polêmicas foram criadas no site e isso afetou diretamente a minha história. Tem coisas (ainda não postadas) que estão contra as regras novas e eu não vou desistir de postar. São coisas essenciais pro desenvolvimento, simplesmente não dá. Peço a compreensão e apoio de vocês, porque se o pior acontecer eu vou continuar somente no Wattpad. Não quero que ocorra, amo a plataforma, mas caso aconteça... é o jeito.
Vou deixar por aqui a minha conta do Wattpad e o link da fanfic. Apenas precaução, ok? Continuarei por aqui enquanto não for barrada kkkkkk
Perfil: https://www.wattpad.com/user/K-Popcornyah
História: https://www.wattpad.com/story/125579936-o-garoto-da-m%C3%A1scara-vermelha


Anyways, postei uma nova fanfic, Alien Like Me, é yoonseok bem clichê colegialzinha (amo), deêm uma olhadinha caso gostem: https://www.spiritfanfiction.com/historia/alien-like-me-15003010

TA AGORA CHEGA KKK Fiquem bem! Até o próximo capítulo!


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