História O garoto (nem tão) errado - O garoto que Aubrey nunca namoraria

Quem lê apenas as letras grandes sem se preocupar com os detalhes até imagina Aubrey como uma garota durona sem coração, que não tem olhos para o afeto das pessoas ou carinho humano. Mas, quando você presta atenção nas letras miúdas, percebe um doce e sensível coração, o coração de alguém que gostaria de ser amado.

Aubrey já teve inúmeros namorados durante sua adolescência, dos mais variados tipos de meninos de todas as regiões do hemisfério. E é óbvio que em sua lista inacabável de ex-namorados, haveria também a lista dos piores relacionamentos.

Era como uma praga; só em fantasiar um namoro saudável já lhe criava a chave para abrir a porta para um outro relacionamento falho.

Mesmo entre traições e relacionamentos tóxicos, Aubrey nunca se deixava abalar, pois sabia que teria sempre Kel ao seu lado.

Kel era como um pai coruja mega-protetor, tinha um caderno de esporros preparados para dedicar à Aubrey sempre que ela terminava um relacionamento. Era irritante e repetitivo, mas engraçado também, nunca vira um amigo tão preocupado como Kel, nem mesmo Hero agia de tal forma.

Quem não fazia parte do ciclo de amizades até cogitava a ideia de Aubrey e Kel serem namorados, boatos de longas datas que cercam os conhecidos. Cômico é a palavra correta para descrever a situação, Kel nunca seria o garoto ideal de Aubrey. Onde já se viu? Mesmo se quisesse, Aubrey nunca ficaria com Kel. Nunca, nunca mesmo, nunquinha!

Um trágico engano. Quem dera ter o poder de controlar os próprios sentimentos. Em dias calmos de verão, ocorria sua rotina de averiguar seus sentimentos nas folhas de anotações secretas guardadas no fundo de seus entulhos, um erro foi detectado ao diagnosticar suas emoções do dia.

Foi ao encontrar Kel, ao arriscar levar seus olhos para o delirante sorriso do garoto (totalmente errado cujo nunca se apaixonaria), assim sentiu seu estômago revirar e seu rosto inteiro cair em chamas pecaminosas, talvez fosse um resfriado repentino?

O resfriado seguiu seus dias em uma caminhada interminável. Não haviam remédios que curavam as reviravoltas teimosas em seu estômago, nem gelo para acabar com a insuportável febre, pensou até em consultar um profissional para fazer um check-up.

Era Kel o culpado, foi ele quem lhe passou esse resfriado. Não haveria motivos para ter os sintomas apenas próximo a Kel, logo, era ele o agente da doença.

Talvez fossem as estações mudando, mas a cada dia que passava, o rosto infantil e bobo de Kel se tornava mais atraente sempre que se encontravam, e a cada dia que passava, o rótulo de "garoto errado" ficava menos cabível a Kel.

Assim, um dia, Aubrey teve a conclusão que, talvez, Kel seja uma boa opção.

E talvez, Kel pensasse a mesma coisa sobre Aubrey.