História O gato da Yakuza - Surpresas

Charles POV

O avião aterrissou depois de uma longa viagem. Estava na minha terra natal. Cheguei na casa de meu tio e comecei a desfazer as malas.

Depois de dois dias de descanso eu fui para aula. Cheguei na minha escola e sentei numa das primeiras cadeiras. Não demorou muito e as pessoas começaram a se aproximarem de mim.

Comecei a fazer amizades novas. Em pouco tempo eu esqueci do meu passado. Eu estava feliz.

Minha vida estava se ajeitando e não poderia estar melhor.

Matt POV

Saí da escola direto para a delegacia e comecei a pesquisar sobre a história da Yakuza. Peguei desde os primórdios para entender sua estrutura e sua evolução.

Meu pai entrou na sala e me viu pesquisando.

- Porque está fazendo tudo isso? - ele me perguntou olhando para todas as folhas que estavam espalhadas pela mesa-

Larguei as folhas e me virei para meu pai.

- Porque vou entender como ela funciona. Vou entender sua defesa e seu ataque. Quando menos esperarem eu vou atacar e acabar com essa organização pela raiz.

- Porque quer acabar com ela? - ele me perguntou com um sorriso no rosto -

- Porque quero fazer justiça. Quero um mundo mais justo para que as pessoas não sofram.

- Agora eu estou orgulhoso de você, filho - ele me disse colocando a mão no meu ombro -

Eu tirei a mão dele do meu ombro e olhei ele nos olhos.

- Eu não preciso do seu orgulho. Você é pior do que qualquer mafioso da Yakuza.

Ele estendeu a mão no ar como se fosse me bater.

- Me espanque - eu disse virando o rosto - Faça o que quiser. A justiça vai chegar para você cedo ou tarde.

Meu pai ficou parado onde estava. Eu, simplesmente, me virei e me sentei na cadeira voltando a pesquisar. Ele saiu da sala e voltou com um copo de café para mim. Deixou o ao meu lado e saiu de sala.

Por incrível que pareça, ele começou a me tratar melhor depois daquele dia. Não sei se por medo ou por respeito.

Depois de uns dias eu cheguei em casa cansado e tive uma surpresa, Lilian estava me esperando na porta de casa. Sem hesitar eu fui abraça-la para matar as saudades.

-Como você está? - ela me perguntou me olhando de cima a baixo-

- Estou bem - disse convidando ela para entrar -

- Mesmo depois da morte de Takashi? - ela me perguntou sentando no sofá -

- Estou levando - sentei ao lado dela - Sinto uma falta imensa dele.

Ela pegou o cordão de cavalo marinho que estava dentro da minha blusa.

- Você não tirou o cordão que ele te deu. - ela disse segurando o -

- Eu gosto de usar. Sabe, eu não quero outro homem. Quero ficar sozinho e me dedicar a destruir a Yakuza.

- Então você é um novo homem com um objetivo? - ela perguntou sorrindo -

- Sim

- Então eu tenho uma notícia ótima para você - ela disse se esparramando no meu sofá -

- O que? - perguntei curioso -

- Você sabe que eu sempre quis trabalhar como legista.

- Sim - interrompi ela ansioso -

- Eu consegui um estágio pelas minhas notas e o estágio é justamente na delegacia.

Eu explodi de felicidade. Minha melhor amiga vai trabalhar comigo, eu não estaria mais tão sozinho. Eu a abracei e ficamos juntos o resto do dia.

No dia seguinte ela me encontrou para irmos na delegacia e desde então sempre foi assim.

Hiroshi POV

Quando todos souberam que Takashi Ikeda tinha sido morto, recebi inúmeras congratulações. Estava feliz e sentia que tinha cumprido meu objetivo.

Havia passado uma semana da morte dele. Era nove horas da noite, estava no meu quarto, na casa de Yamamoto. O cômodo era grande, mas eu não tinha tanta coisa para por lá.

Hoje seria o dia em que eu assumiria o comando da Yamaguchi. Estava vestindo um quimono tradicional japonês e estava sentando em minha cama olhando uma foto de Carrasco.

Quando me mudei para lá, vi várias fotos diferentes dele. Vi fotos dele jovem e ainda iniciante na Yakuza. Queria que ele estivesse lá comigo.

- Já está na hora, Hiroshi - Yamamoto me chamou no quarto-

- Estou indo - me levantei da cama e coloquei o porta retrato na mesinha -

Fui andando atrás dele. Chegamos em um salão cheio de irmãos, chefes e até mesmo de iniciantes.

Eu teria que fazer um discurso para todos eles. Até agora eles só tinham ouvido falar de mim como o assassino de Takashi Ikeda. Eu tinha que mostrar meu outro lado para eles, tinha que mostrar que eu sei negociar e que possuo um bom poder de persuasão.

Subi num lugar bem alto e peguei um microfone, queria ter a certeza de que todos iriam me ouvir.

- Boa noite a todos que estão aqui. Provavelmente já ouviram falar de mim. Hiroshi Shimizu, o menino que matou o herdeiro dos Ikeda. Para quem não sabe eu fui criado por Carrasco, o homem que tinha matado Sora Ikeda, ou o irmão mais velho de Takashi Ikeda.

Todos me olhavam sem pronunciar uma palavra.

- Por meio de minhas ações eu provei para o senhor Yamamoto que sou digno de ter a liderança. Eu vinguei a morte de Carrasco e acabei com nosso principal concorrente. Meus objetivos seguintes serão: melhorar nossa arrecadação, rede de contatos e ampliar nossos territórios. Não lhes dou mais nada além de minha palavra. Se eu não cumprir esses objetivos dentro de cinco anos, vocês podem me executar.

Eles me olharam com espanto. Não esperavam que alguém fosse oferecer a própria vida como garantia.

- Sim, eu ofereço minha vida em troca. Eu vou cumprir todos esses objetivos para beneficiar nosso grupo.

Todos se levantaram e me aplaudiram. A verdade é que se eu morresse eu não tinha nada a perder. No dia seguinte eu já estava chefiando a escolha de novos soldados e estudando territórios para invadir.

Takashi POV

Como sempre eu devo destacar uma coisa, Shimizu é um idiota. Ele tinha dois espiões no meu grupo. Eu tinha mais de 20 na operação para tirar minha vida.

Quando os espiões dele nos deixaram na cabine, Shura e eu ficamos um tempo lá e depois saímos. Pegamos um bote do navio e saímos um pouco antes da explosão do navio. Os soldados dele que estavam esperando os corpos aparecerem na água eram meus espiões e eles me ajudaram a sair de lá. Shura e eu pegamos um carro e fomos até minha casa.

Meu pai estava na sala e se surpreendeu ao me ver.

- Por que voltaram?? - ele estava quase se levantando da cadeira -

- Shimizu organizou um ataque ao navio. Aproveitamos e saindo de lá.

Meu pai entendeu. Ficamos acordados até a manhã para ver como isso iria ficar. Não demorou muito e os jornais começaram a noticiar a minha morte.

- Você deveria ir nos jornais para quebrar a credibilidade deles - meu pai dizia lendo um jornal -

- Estava pensando sobre isso. - disse me sentando ao lado dele - Eu queria que você agisse como se eu tivesse morrido.

- Porque? - ele me perguntou sem entender -

- Se eles souberem que eu estou vivo, não vão parar de nós atacar, agora eles acham que estamos mais fracos. Nós temos que fazer alianças e apenas para eles, nos mostraremos que estou vivo.

- Estou muito orgulhoso de você - ele disse colocando a mão no meu ombro - Vou fazer uma reunião amanhã.

- Está ótimo - disse sorrindo -

No dia seguinte eu me encontrei com os outros chefes. Todos ficaram estupefatos e vieram ao meu lado. A família Ikeda estava ganhando de volta a força que perdeu.