História O Governador - Fillie - Capítulo 26

                            Narradora

Todos os seus colegas de trabalho a aguardavam com uma grande surpresa e uma faixa de boas vindas que enchia seus olhos de lágrimas de emoção. A morena se sentia extremamente amada, e assim que sai do elevador todos avançam em sua direção lhe enchendo de abraços. Millie sempre havia sido uma pessoa boa, e naquele exato momento podia ver os frutos que sua bondade havia lhe trazido. Todos ali haviam ficado abalados ao saber da notícia da queda do avião, e após tantos dias de aflição haviam preparado uma surpresa para a morena. Brown era como um raio de sol dentro daquele prédio sem graça, e para seus colegas, tê-la por perto era algo incrível.

- E-eu não sei nem o que dizer! Muito obrigada, obrigada mesmo por todo esse carinho! 

A jovem agradece a homenagem complemente emocionada, não demorando a observar com alegria todos os sorrisos que havia causado ali.

- Você merece, amiga, só queríamos fazer uma pequena surpresa para mostrarmos o quanto você fez falta aqui! 

Sadie volta a abraçar a amiga, sorrindo com a expressão emocionada da morena diante da última surpresa que haviam preparado.

- Oh meu Deus, vocês fizeram até um bolo, isso é incrível! 

Brown declara ao ver mais um de seus colegas se aproximar com um pequeno bolo em mãos.

- Depois daquele acidente, acho que nós podemos dizer que você nasceu de novo, então não podíamos deixar isso passar em branco.

- Com certeza, agora assopra as velinhas e faz um pedido! 

Ainda emocionada Millie balança a cabeça negativamente e se aproxima do bolo, não demorando a sobrar as velas. Brown tinha um sincero sorriso no rosto, mas assim que volta a erguer sua cabeça tudo o que encontra é um clima sério e pesado. A morena não entendia o que estava acontecendo, e decidida a matar sua curiosidade Millie vira na direção em todos olhavam, não demorando a encontrar os olhos do homem que não havia deixado sua mente nem por um segundo. Haviam passado uma semana sem se ver, mas o coração magoado e irado de Brown continuava a corresponder a um único olhar de Finn. Em passos lentos o governador sai do elevador sentindo o olhar temeroso de todos o acompanhar, até que o seu próprio parasse por um momento sobre Millie. Como se houvesse sido completamente imobilizado o moreno sente seu corpo paralisar enquanto seu coração parecia bater mais rápido do que o normal. Ela estava tão linda, e...

Droga...

Como havia sentido sua falta!

 Durante aquela semana de descanso os pensamentos de Finn não haviam se apartado de Millie nem por um segundo, e por mais que no fundo quisesse abrir mão do seu orgulho e ir até ela, uma forte corrente parecia o prender. Wolfhard havia ensaiado diversas vezes o que faria quando a visse depois de tudo o que aconteceu, mas agora, diante de tanta beleza, o cacheado era capaz de esquecer até seu próprio nome. Parecendo despertar para o mundo real o governador volta a olhar ao redor se deparando com os olhares temerosos de todos, e por um breve momento o moreno sentiu ciúme. Bem no fundo queria que as pessoas o olhassem como olhavam para Millie, que se sentissem bem em sua presença como sentiam com ela, queria ser respeitado...mas não temido. Naquele exato momento Finn pareceu entender o que Millie tanto lhe falava, e por mais que fosse difícil, agora o moreno via que a culpa não era das pessoas ao seu redor...

A culpa era dele! 

Seu jeito indiferente e superior havia lhe dado poder e temor, mas como seria se fosse...

Amado? 

Rapidamente o governador volta a se recompor e com sua máscara de volta ao rosto Finn coloca as mãos nos bolsos, ergue a cabeça e continua a andar em direção ao seu escritório sentindo o olhar de todos ainda sobre si.

- Ele pode ser um babaca, mas que é sexy, isso eu não posso negar! 

Sadie sussurra para Millie no exato momento em que a porta do escritório de Finn se fecha, a fazendo lhe lançar um olhar assassino.

- O que foi? É verdade! Você bem deve saber disso, hein?! 

Millie sente suas bochechas corarem e um leve sorriso se formar em seus lábios diante da ousadia da amiga, e como em um piscar de olhos o clima que havia sido roubado volta a preencher todo o ambiente. O tempo parecia voar para longe, e após aproveitar mais um pouco da surpresa que havia respondido Brown para em frente a porta do escritório do governador e respira fundo tentando manter a calma. Ainda estava magoada, porém, por mais que sua raiva lhe dissesse para ignora-lo pelo resto da vida, sua razão lhe lembrava que querendo ou não ainda trabalhava para ele. O olhar de Wolfhard ainda era capaz de queimar sua pele, e apesar de toda a decepção, dor e raiva que o cacheado havia lhe causado, seu tolo coração apaixonado permanecia aos pés do moreno. Despertando de seus pensamentos Millie respiro fundo mais uma vez e finalmente abre a porta à sua frente, não demorando a vestir sua melhor máscara de indiferença. Finn Wolfhard havia pisado em seu coração, e mesmo sendo o governador de Nova York, Brown o faria se arrepender daquilo.

- Bom dia, Sr.governador! No que poderia ajudá-lo hoje?                          

A jovem declara profissionalmente tentando ao máximo não vacilar diante do olhar do moreno à sua frente.

- Millie, precisamos conversar! Sobre o que aconteceu naquele dia, e-eu...

                       Millie interrompe

- Perdoe-me, Sr.governador, mas não sei ao que está se referindo, e se não for incômodo gostaria muito que me chamasse de Srta.Brown. Agora irei lhe perguntar mais uma vez. No.que. posso.ajudar.hoje? 

O moreno sente seus olhos se arregalarem e um gosto amargo tomar conta de sua boca diante da fala da jovem. Podia ver toda a mágoa nítida nos olhos de Millie, e uma dor insuportável apertar seu coração ao saber que era o culpado por tudo aquilo.

- H-hum, certo! Creio que no momento, nada. Qualquer coisa a chamarei novamente! 

Wolfhard murmura tentando voltar a si e não demora a ver Millie afirmar com a cabeça antes de sair dali a passos largos. Se sentindo totalmente frustado o cacheado pega a primeira peça de vidro que vê pela frente e joga na parede vendo o mesmo se desfazer em cacos da mesma forma que todas as chances que poderia chegar a ter com Millie. As horas voltam a se passar rapidamente e para o alívio de Brown aquele péssimo dia de trabalho chega ao fim. Pronta para ir embora a morena veste seu casaco e sai do prédio sentindo o vento frio das noites de Nova York acariciarem seu rosto. A jovem andava distraidamente até sentir que estava sendo seguida por alguém. Em um movimento rápido Millie se vira para trás tentando apagar qualquer paranóia de sua mente ao ver a rua vazia. Ignorando aquela sensação a jovem volta a andar, parando somente em um conhecido estabelecimento e saindo de lá minutos depois com duas sacolas na mão. Brown continua a andar por algum tempo até parar sozinha em rua escura e cheia de moradores de rua. Ao perceber a presença dela um dos mendigos se levanta da calçada iniciando uma corrida rápida até a morena. O homem estava há poucos passos de distância para alcança-la, mas antes que o pudesse fazer, uma mão grande puxa Millie para trás, a fazendo arregalar os olhos em surpresa ao ver quem estava ali.