História O guerreiro e o Herói - O herói e o número um

Naquela manhã, Midoriya tinha uma entrevista com o herói número um, Hawks. A agência dele ficava mais longe do distrito que sua mãe morava, mas isso não parecia ser um problema para o herói. Keigo dizia que se ele escolhesse trabalhar em sua agência, teria um quarto individual com uma boa vista para a cidade. O prédio de trinta andares havia sido reformado após toda a publicidade que Hawks conseguiu. Ele não parecia ser o tipo de pessoa que se importava com dinheiro, mas Midoirya não podia deixar de ignorar a lanchonete favorita do herói logo no saguão, o mapa do prédio próximo dos elevadores mostrava a localidade de cada área ao qual os heróis e até mesmo civis poderiam utilizar como recreação. Academia, saunas, aulas de defesa pessoal, cinema e quadra de basquete.

Nos últimos andares ficavam os dormitórios e abaixo disso os escritórios dos heróis. E não precisou nem descobrir qual era o escritório de Hawks, já que ele estava se aproximando de Midoriya naquele momento.

— Eu estava ansioso para ver você. — Disse o herói ao cumprimentá-lo.

— Desculpe por ter desmarcado ontem, estava ocupado com uns probleminhas.

— Oh! Sim, sim, eu fiquei sabendo do que aconteceu com seus colegas na U.A. — Hawks levou a mão ao ombro de Midoriya. — Vamos conversar em outro lugar.

Quando o herói número um disse isso, Izuku achou que eles iriam conversar em seu escritório, mas acabaram chegando à quadra de basquete. O piso era novinho e bem lustrado, havia cestos com bolas e Hawks pegou uma, voando até o aro, fazendo um ponto.

— Assim não vale. — Izuku disse, levando as mãos à cintura, rindo em seguida.

— Aqui vale.

Eles iniciaram uma partida onde os poderes poderiam ser usados. Midoriya saiu na frente com algumas cestas arremessadas com precissão, mas não era páreo para o homem de asas.

— Me dá cinco minutos. — Izuku solicitou e bebeu um longo gole de água da garrafa.

— Então, o novo visitante de outro universo, como ele é?

— Você sabe?

— É, coisas que o número um tem vantagens. — Ele piscou e sobrevoou o herói mais jovem. —Se tiver algo que quiser compartilhar comigo. Eu sei que você era muito próximo do Katsuki Bakugo, e deve estar se sentindo mal por ele ter desaparecido.

Izuku suspirou.

— As coisas estão complicadas.

— Ótimo, adoro coisas complicadas, vamos ao meu escritório, tenho uma máquina de milkshake.

Midoriya sorriu, ele nunca precisou dizer muitas coisas para que Hawks compreendesse seus sentimentos. Era até assustador em como aquele super-herói era muito habilidoso em ler as pessoas. Precisaria mesmo de um tempo com alguém que o ajudasse a se entender, talvez retornaria mais leve para a escola.

Hawks preparou o milkshake e eles conversaram sobre vários assuntos, quando Midoriya se sentiu a vontade, comentou sobre o beijo que o guerreiro lhe deu. O herói não ficou surpreso pelo beijo, mas pela recusa de Midoriya. Talvez ele fosse muito mais a vontade com relacionamentos sem ligação, mas Izuku não conseguia ser tão desprendido.

— Talvez se você der uma chance para conhecer ele, quem sabe pode descobrir coisas maravilhosas.

— Mas, mas e quando ele for embora? — Izuku crispou os lábios.

— Ora, a vida não é eterna, os momentos que vivemos que se tornam eternos nos nossos corações. —Hawks falou, depois virou-se para pegar seu celular. — Cara, essa frase ficou ótima, posso compartilhar nas redes sociais?

— Claro. — Midoriya sugou o milkshake pelo canudo, talvez o herói número um tivesse um pouco de razão.