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  3. 7.05.1105 - 23:00h

História O Herdeiro de Eileen - 7.05.1105 - 23:00h


Escrita por: Melloishy

Notas do Autor


Eu tô chorando.

Capítulo 10 - 7.05.1105 - 23:00h


Às vezes, estamos tão focados em nossos afazeres diários, em bobagens como o que comer no jantar ou qual roupa vestir pela manhã, que acabamos esquecendo que, o que merece tanta atenção assim são as pessoas a nossa volta. Nos sentimos invencíveis, como se fôssemos viver para sempre e que as pessoas que você ama ficarão ao seu lado no mesmo tempo. Mas, posso dizer com certeza que isso não acontece. Há um mês, senti o medo da morte pela primeira vez, e vi que nem eu ou as pessoas à minha volta podem ficar neste mundo para sempre.

Há algum tempo, conheci uma pessoa chamada Damai. Logo percebi que ele era atormentado pela morte de seu irmão. Eu nunca soube exatamente o motivo, além de ele querer a verdade sobre o que houve, e que obviamente sentia muito a falta dele. Muitas vezes eu disse que o entendia, mas, agora peço internamente que ele me perdoe. Eu nunca o entendi de verdade, não até o momento. Perder alguém assim é tão doloroso, que mal posso colocar em palavras. Quando aconteceu comigo, não havia nada que pudesse me consolar, doía demais — ainda dói.

Após alguns dias de tanto sofrimento, senti-me entorpecido. Era como se estivesse em um sonho. Eu ia para o meu treino todos os dias, completava as minhas tarefas corretamente, mas não conseguia sentir mais nada dentro de mim. Fiquei assim por vários dias, e ele ficou ao meu lado, me resgatando mais uma vez.

Para deixar mais claro, preciso contar o que houve há um mês. Mesmo que isso ainda me entristeça, finalmente me sinto pronto para voltar a escrever, e relatar tais fatos talvez me ajude a seguir em frente — foi o que a minha mãe sugeriu.

Me lembro que naquele dia, Luca encerrou o nosso treino um pouco mais cedo, e me vi a caminho de casa no meio da tarde. Depois que Damai se foi e não deu mais notícias, evitei Rajul Hurr durante a semana por muitos dias. Obrigatoriamente frequentava O Lobo Rastejante aos finais de semana, mas, em outras ocasiões, não passava por aquela rua sem ser extremamente necessário. Porém, logo passei a conseguir passar por ali sem sentir medo de encontrá-lo ou de mergulhar em lembranças. Eu não temia mais esse tipo de coisa.

Eu havia seguido em frente e o esquecido? Não mesmo. Acredito que isso nunca acontecerá. Eu voltei a andar por Rajul Hurr sozinho porque queria e precisava desesperadamente ter tudo aquilo que eu temi e evitei por um tempo. Queria todas as lembranças, e vê-lo novamente era o que eu mais desejava. Damai nunca saiu da minha mente e admito que, quando tentei apagá-lo, foi com o mínimo esforço.

Aquele dia não estava sendo diferente dos outros. Eu andava por Rajul Hurr juntamente com Damai em meus pensamentos. Mas, foi quando cheguei ao final da rua, que tudo mudou.

Eu avistei Kazuo em um beco ao lado. Estava cercado por quatro homens altos e ele não parecia estar gostando da conversa que estavam tendo. Pretendia ignorá-los, mas meus pés se prenderam no chão quando vi que Saru e sua mãe estavam junto a eles. Eu os observei com curiosidade e em determinado momento ouvi a senhora Sarutobi gritar:

— Não! Por favor, tenha piedade! Ele os pagará!

Ao ouvir o final da frase, entendi parcialmente o que estava acontecendo. Nos últimos anos, o pai de Saru havia viciado em jogos, e recentemente passou a dever uma grande quantia a alguém. Aquilo só podia ser coisa da tal pessoa, então fui até eles. Não permitiria que machucassem a senhora Sarutobi. Kazuo se defenderia e Saru, apesar de menos experiente que nós, sabia se virar. Foi o pensamento inocente que tive naquela tarde.

Quando me aproximei, um dos homens havia acabado de segurar a senhora Sarutobi pelos braços; ela gritou por ajuda e dois deles impediram que Kazuo fosse até ela. Quando um deles tentou atacar Saru, que foi socorrer a mãe, eu o impedi, atacando sua mão com o cabo da minha espada. O homem se afastou e me olhou surpreso, assim como Saru, que logo se mostrou aliviado.

A senhora Sarutobi ainda gritava, e em um momento de distração, o homem segurou Saru por trás. Um deles fez o mesmo com Kazuo, o imobilizando, e o outro veio até mim. Eu agi rápido e o rendi, colocando-o de joelhos no chão e encostei minha espada em seu pescoço.

— Largue-os e eu o pouparei! — Gritei com fúria e a respiração pesada me atrapalhando um pouco.

Nunca havia estado em uma situação como aquela. Segurar uma espada e ameaçar a vida de alguém era completamente diferente dos treinos no campo. O homem arfava à minha frente e podia sentir o medo dele. Eu nunca o machucaria, mas o desespero de ver Saru e sua família daquele jeito me fez reagir de uma maneira que nunca pensei que seria capaz.

Os homens ao meu redor pareceram ponderar por um momento, mas eles riram alto quando olharam uns para os outros, me deixando completamente confuso.

— Garoto, não importa o que faça, nós vamos fazer o nosso trabalho. Que é dar uma pequena demonstração ao Sarutobi sobre o que acontece quando você tenta enganar o nosso chefe.

O homem sorriu, mostrando seus dentes amarelos ao terminar de falar e fez sinal positivo para o que estava ao lado dele, o que segurava Saru. Ele o apertou ainda mais, o fazendo gemer em tom baixo. Kazuo gritou para que parassem e me olhou com desespero. Eu, sem saber o que fazer, permaneci onde estava. Minhas mãos suavam e sentia a espada escorregar. O homem levantou uma faca pequena próximo ao rosto de Saru, e a senhora Sarutobi gritou enquanto chorava.

Eu os ameacei mais uma vez, mas fui ignorado. Saru olhou em meus olhos e vi uma lágrima descer por seu rosto.

— Está tudo bem — ele me disse com a voz trêmula. Saru fechou os olhos e em seguida gritou: — Não é sua culpa, Kazuo! Não se culpe!

Ainda consigo ouvir a voz de Saru em minha mente, seguido pelo grunhido de dor que saiu por seus lábios quando o homem cravou a faca na curva de seu pescoço. Os gritos de Kazuo e sua mãe ainda me atormentam todas as noites, mas não mais que os meus próprios.

Agora mesmo, enquanto escrevo, consigo sentir os meus dedos encharcados com o sangue do homem que estava ajoelhado à minha frente. A minha fúria foi tão grande, que cortei a garganta daquele homem com minha espada. Eu corri até Saru, que havia sido jogado ao chão, e perfurei o coração do homem que o havia atacado.

Eu matei dois homens naquele dia, e me vi ajoelhado e abraçado ao corpo sem vida de uma das poucas pessoas da qual eu tinha certeza de que nunca sairia do meu lado.

Saru se foi naquela tarde, e uma parte do meu coração morreu com ele.

O homem que antes segurava a senhora Sarutobi veio até mim e tentou me apunhalar pelas costas enquanto eu tinha Saru em meus braços, e por um momento achei que também morreria, e não fiz nada para impedi-lo. Eu provavelmente estaria morto, se Kazuo não tivesse o atacado, me salvando.

Há um mês, perdi o meu melhor amigo; meu irmão Saru. E isso é uma coisa que eu nunca esquecerei. Tanto a dor quanto a sensação de impotência. Ainda me pergunto se poderia tê-lo salvo, se não estivesse tão nervoso, ou se ele estaria vivo se eu tivesse ignorado os homens em volta de Kazuo e voltado para casa. Eu nunca saberei o que teria acontecido, mas, o que sei com certeza é que mudei depois daquele dia. Eu não consigo mais sorrir ou me animar com poucas coisas como antes, e quando bons sentimentos surgem, me sinto imediatamente culpado. Tudo o que eu quero é que essa dor passe completamente. Porém, ela ainda está aqui; menos intensa do que naquele dia, mas agarrada ao meu coração.

Ainda naquela tarde, eu segui o meu caminho para casa com passos lentos. Eles levaram Saru dali, e os soldados me liberaram rápido, por saberem quem eram os homens mortos no chão. E não vi outra opção além de voltar para a minha família e continuar a chorar pelo resto da minha vida. Mas, antes que eu deixasse Rajul Hurr, eu o vi.

O tempo parecia lento e a imagem à frente era levemente embaçada, mas conseguia vê-lo com clareza. Como em meus sonhos, ele havia retornado, e por um momento fechei os olhos e desejei que aquele dia realmente fosse fruto de minha imaginação, e que quando os abrisse novamente, pudesse estar em minha cama e que Saru estivesse fazendo o mesmo na casa ao lado; dormindo e a salvo. Mas, quando retornei a enxergar, ainda estava no mesmo lugar e um grunhido estranho saiu por meus lábios.

A figura à minha frente se moveu e correu em minha direção quando me olhou de cima abaixo e notou as minhas roupas encharcadas com sangue. Quando a expressão preocupada ficou próxima, vi que seu rosto estava tão belo quanto me lembrava, mas eu não consegui sentir nada além de um desespero ainda maior ao vê-lo.

Me lembro de ouvi-lo chamar o meu nome com desespero e perguntar se eu estava muito ferido e o que havia acontecido, mas não consegui respondê-lo. Quando abri os meus lábios, foi para dar mais intensidade ao meu choro. Eu estava desesperado. A imagem de Saru morto em meus braços era a única coisa que eu via.

Ele ficou claramente aflito e me recebeu em seus braços, mesmo sabendo que eu o sujaria. Ele não pareceu se importar com aquilo, pois me apertou forte em um abraço e ficou ali até que eu não tivesse mais forças para chorar.

Não me lembro muito bem o que houve em seguida, mas sei que fui levado para casa. Não sei quem me limpou ou me colocou na cama, mas lembro do toque da mão de Damai sobre meus cabelos, antes de eu pegar no sono.

No dia seguinte, Piers, Mira e Jan vieram até a minha casa. Eles souberam de Saru e estavam vestidos para o funeral que seria naquela manhã. Piers me ajudou a escolher as roupas para vestir. Eu não conseguia nem me mexer direito, tamanho era meu choque.

“Saru morreu e matei dois homens”, era o que se repetia em minha mente sem parar.

O funeral de Saru é uma das coisas das quais eu prefiro não me lembrar com detalhes. Kazuo não compareceu, e todos ali estavam inconsoláveis, inclusive a mim. Não consegui desviar os meus olhos do caixão em momento algum, e só notei que era hora de ir, quando senti a mão da minha mãe em minhas costas.

Eu passei o resto da manhã sentado sobre o largo parapeito da janela do meu quarto. Aquela vista era uma das coisas que Saru também adorava. Ele dizia que era olhando para o mar que ele conseguia se sentir em paz, mas eu não conseguia tal sentimento, mesmo estando ali há horas.

Pulei o almoço naquele dia. O cheiro do sangue ainda estava impregnado em minhas narinas, e qualquer coisa que não fosse água fazia o meu estômago dar voltas.

Quando ouvi dois toques na porta, eu desviei a minha atenção da janela para ela. Já pronto para recusar qualquer tentativa de minha mãe para me fazer comer, eu abri os meus lábios, mas as palavras ficaram presas em minha garganta, quando vi Damai entrar.

Ele estava vestido com roupas pretas, que faziam sua pele extremamente clara parecer ainda mais branca. Subi o meu olhar até o seu rosto que parecia triste. Damai se aproximou, ficando em pé ao meu lado e não consegui segurar mais lágrimas.

Eu havia sentido a falta dele. Era o que eu queria dizer, mas só conseguia pensar em quão sujo de sangue eu parecia estar, mesmo tendo me banhado muitas vezes durante a manhã.

— Saru está morto — minha voz saiu baixa e rouca enquanto eu chorava.

Damai suspirou de modo triste, se sentou ao meu lado, e passou o braço por meus ombros, me trazendo para mais perto.

— Eu sei — ele sussurrou e me apertou um pouco mais. Eu o abracei pela cintura e apoiei a minha cabeça em seu ombro enquanto chorava ainda mais. — Eu estava no funeral, mas resolvi não me aproximar muito.

Ele explicou com sussurros, e eu nada disse em resposta. Não conseguia falar e só queria que ele me apertasse mais forte em seus braços e continuasse a dizer qualquer coisa próximo ao meu ouvido. E foi o que ele fez. Nós ficamos naquela posição por boa parte do dia. Ele ás vezes falava em algo trivial, a fim de me distrair, e depois de algum tempo, começou a funcionar.

— Está tudo bem ficar por tanto tempo fora de casa? — Perguntei para que ele continuasse a falar. Havia sentido falta do timbre grave de sua voz.

— Sim — ele respondeu enquanto acariciava minhas costas. — Eu avisei que só voltaria no fim da tarde.

— Mesmo? — Perguntei, enquanto me afastava um pouco e apoiava a cabeça na parede. — Você tem outras coisas para fazer? — Minha pergunta saiu em tom um pouco desconfiado.

Ele balançou a cabeça negativamente e virou o corpo para ficar de frente para mim. Damai subiu a mão até meu braço e o acariciou levemente.

— Eu só queria ficar com você — confessou em tom baixo. — Se não se importar.

Eu fiz um sinal negativo e ele soltou um suspiro. Ficamos nos olhando por alguns minutos sem nada dizer, e aos poucos senti-me menos recluso, mas com aquele peso em meu peito ainda presente.

Ele continuou a acariciar o meu braço e meu corpo reagiu ao seu toque mais uma vez, lembrando-me de cada caricia que eu já havia recebido antes.

Eu queria ouvi-lo mais uma vez, então resolvi perguntar o que martelava em minha mente há tempos:

— Você encontrou Yaromir?

— Eu não os procurei, depois do último dia em que nos vimos — ele confessou no mesmo tom que eu usava — e ainda não pretendo procurar.

— Então, o que estava fazendo em Rajul Hurr ontem? — Perguntei com curiosidade. Se ele não tinha mais assuntos por ali, então para que voltar?

— Estava procurando por você — Damai abaixou ainda mais seu tom, enquanto se movia, ficando com o rosto próximo ao meu. — Ainda não desisti da verdade, mas você estava certo. Meu irmão não vai voltar, e não quero perder mais do que já perdi. Você é importante demais para mim, e mesmo se me rejeitar agora, continuarei cuidando de você — ele suspirou de modo sofrido e percebi seus olhos brilharem com lágrimas. — Como me senti nessas semanas longe de você... eu não quero me sentir assim nunca mais.

Senti o meu peito e rosto se esquentarem ao ouvi-lo e vê-lo tão próximo. Eu estava frágil e sentia-me entorpecido pelo que havia acontecido no dia anterior, mas Damai me fez sentir vivo naquele momento, mesmo que por poucos minutos.

— Eu senti a sua falta — confessei em tom choroso.

Damai sorriu minimamente e se aproximou ainda mais ao tocar a minha bochecha, cobrindo meus lábios com os seus em seguida. Foi um rápido selar de lábios e ele logo os afastou e voltou a me abraçar. Eu o segurei em meus braços com força e fechei os olhos, sentindo meus lábios formigarem levemente e meu coração voltar a bater forte depois de um bom tempo.

Ficamos na mesma posição, até o fim da tarde chegar, avisando Damai que era hora de ir. Ele se afastou sem vontade, deu um beijo na minha testa e se foi.

Depois daquele dia, ele voltou em todos os outros. Ele vinha muito cedo, quando eu estava saindo para ir ao campo, e me acompanhava até uma parte do caminho. Era a única hora do dia em que nos víamos.

Após o delicado beijo que havia me dado naquela tarde, ele não voltou a me tocar. Nem mesmo um abraço ele cedeu, o que me deixou um pouco mais desanimado. E o motivo para isso eu soube na manhã de hoje, quando mais uma vez ele me acompanhou até certa parte do caminho. A cada dia ele se despedia em um lugar diferente, e desta vez ele parou muito antes do que costumava me deixar seguir sozinho.

Quando ele estava pronto para se despedir, eu o impedi.

— Daqui alguns dias você só vai me ver na porta de casa e ir embora sozinho.

Ele riu baixo do meu tom debochado e se aproximou, ficando na minha frente.

— Tem dias que não posso ficar por tanto tempo — ele confessou um pouco sem jeito.

— Não precisa vir todos os dias, se for te atrapalhar — disse sério, mesmo querendo que ele continuasse a vir todos os dias.

— Mesmo? — Ele perguntou em tom de brincadeira e senti as minhas bochechas se esquentarem.

— Apenas se for te atrapalhar. Se não, você pode vir — eu gaguejei enquanto falava, o que fez ele rir.

Eu me aproximei um pouco mais e pousei minha mão sobre seu peito enquanto olhava sua feição. Não o via rir daquela maneira há tanto tempo que fiquei hipnotizado com a beleza daquele rosto.

Uma senhora passou ao lado, e me afastei com vergonha enquanto abaixava o olhar. E Damai esperou que ficássemos sozinhos novamente para perguntar:

— O que foi?

Eu balancei a cabeça de um lado para o outro, negando ter algo errado, mas com o desejo que ele me tocasse gritando em minha mente. Estávamos naquilo há um mês, agindo como amigos normais, e eu queria mais. Muito mais. Mas, não sabia se era sábio dizer isso, visto que Damai talvez tivesse voltado apenas para isso; para ser o meu amigo. Tal pensamento fez o meu peito se apertar, mas eu resolvi ignorar isso. Tê-lo ao meu lado já era o suficiente, foi o que pensei, mas a minha mente e coração me traíram no momento em que ele tocou o meu rosto e o levantou para encará-lo. Sentir o calor de seu toque depois de tanto tempo foi mais do que eu pude suportar. Fechei os olhos rapidamente, e soltei um tolo suspiro.

— Isso. Eu quero isso, Damai — abri os meus olhos e vi os dele me observando com intensidade. — Eu quero que você me toque. Como na última vez em meu quarto — me aproximei mais uma vez e pude sentir seu peito contra o meu. — Eu ainda sinto a sua falta.

Damai suspirou fundo e sorriu de canto.

— Eu também sinto a sua falta, pequeno — ele sussurrou enquanto segurava o meu rosto com as duas mãos. — Eu só... achei que você precisava de um tempo. Não só por causa de Saru, mas pelo jeito que agimos antes.

— Eu acho que já tive bastante tempo — brinquei, mas não sorri. Ainda é difícil fazer tal coisa sabendo que Saru não está mais comigo.

Damai riu em tom baixo e em seguida beijou os meus lábios como da outra vez, mas os sugando levemente antes de se afastar. Senti meu corpo ficar amolecido e se aquecer imediatamente com o contado. Ele sorriu largamente enquanto me observava, e me beijou mais uma vez, só que muito mais rápido, me deixando um pouco decepcionado. Mesmo aquilo ainda sendo uma novidade entre nós, e que me fez sentir absurdamente bem, eu precisava de muito mais.

— Agora não temos muito tempo, mas — ele dizia sem tirar o sorriso dos lábios — quer conversar sobre nós na próxima vez?

Eu balancei a cabeça positivamente. Ele se afastou em seguida, pronto para se despedir, mas eu o chamei mais uma vez.

— Você deveria aparecer no Lobo Rastejante um dia desses — ao me ouvir, ele me olhou um pouco hesitante, e o entendi. — Eles também sentem a sua falta.

— Eu não acho que Piers e Jan sintam a minha falta — ele disse um pouco cabisbaixo.

— Eles são idiotas, mas quando querem são bem amáveis — eu brinquei e ele riu outra vez. — Eles sempre falam de você. Qualquer coisa é motivo para lembrarmos de você e Yaromir.

Ele relaxou os ombros ao me ouvir e se aproximou mais uma vez.

— Vocês ainda estudam na taverna aos finais de semana?

— Sim.

— Então, tentarei ir no sábado, mas não posso prometer que conseguirei — Damai disse seriamente, e com tal visão, consegui sorrir fracamente.

Ele pareceu se animar ao me ver sorrindo, e se aproximou, roubando mais um rápido beijo. Damai logo voltou a se afastar e piscou com um dos olhos antes de enfim tomar o seu próprio caminho.

Após perder Saru, eu achei que nunca conseguiria me curar da tristeza, e confesso que ás vezes ainda penso isso, mas, sempre que estou com Damai, consigo amenizar a dor em meu peito, e sinto que algum dia ainda poderei sorrir com sinceridade novamente.


Notas Finais


Quem vai sentir falta do Saru? Eu vou, porque amava esse menino, ai.

E não é que o Damai voltou? Quero saber se vocês continuam odiando ele, me contem haudhsudaskd

Semana que vem tem feriado. Será que eu posto dois capítulos? Hehe


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