1. Spirit Fanfics >
  2. O Herdeiro do Tigre >
  3. Desembarque na Índia

História O Herdeiro do Tigre - Desembarque na Índia


Escrita por: PS_Jay

Notas do Autor


Olá amores! Mais um capítulo?? Sim!! (É claro né Bia, se não eles não estariam aqui!)
Enfim, eu tenho uma proposta pra vcs *olha por cima dos óculos* então olhem lá embaixo, sim??
Boa leitura! ^.^'

Capítulo 8 - Desembarque na Índia


 Aquele avião tinha mesmo um chuveiro. Em comparação, o banheiro era minúsculo. Mas dava para se virar.

   Anik encontrou uma muda de roupas do seu tamanho _ que depois ele descobriu já serem suas _ em cima do vaso sanitário. Possivelmente, Phet, além de sequestrá-lo, também havia pego alguns de seus pertences.

   Encontrou um sabonete, um shampoo pela metade e uma toalha em um armário do tamanho da sua mochila. Depois ligou o chuveiro e deixou a água escorrer pelo seu corpo.

   Apesar de ter dormido praticamente um dia inteiro, Anik se sentia exausto, como se sua força tivesse sido retirada do seu corpo, largada dentro de uma caixa e esquecida no Oregon. Seu estômago implorava por comida, como um buraco negro dentro de seu corpo. Se ele não o alimentasse, talvez acabasse por engoli-lo.

   Anik terminou seu banho mais rápido do que gostaria. Queria ficar ali. Talvez afogasse suas dúvidas naquela água morna e a correnteza a levasse pelo ralo _ para aonde quer que este fosse. Porém ele desligou o chuveiro e se secou, batendo o cotovelo na parede por conta do pouco espaço.

   Saiu dali massageando o braço. Suas pernas moviam-se sem seu corpo ordenar, como se tivessem vida própria. As palavras de Phet reverberavam em sua cabeça, tropeçando umas nas outras e batendo nas paredes.

   Tigres. Príncipes. Deusas. Era demais para assimilar, e ele não havia visto nenhuma prova. Pelo menos, não ainda.

   Tinha receio só de pensar no que Phet iria fazer. Porém, uma parte ínfima de Anik ansiava por explicações e desejava, mesmo que ele nunca admitisse para si mesmo, que toda aquela loucura fosse verdade. Talvez seus pais estivessem...

   Ele afastou os pensamentos com um tapa imaginário. Não era hora de perder o foco e pender para os sentimentos. Ele precisava de respostas, embora seu estômago precisasse de comida.

   Ele cambaleou pelo corredor, um pouco tonto, apoiando-se nos bancos e tateando até passar pela cortina. Olhou em volta, mas não viu Phet em lugar nenhum.

   Sua cabeça doía. Os objetos embarçaram. Anik empalideceu, jogando o corpo numa poltrona antes que desmaiasse. Ele enterrou o rosto nas mãos, esperando que a dor passasse enquanto ela só aumentava. Perdeu o senso de profundidade, sentiu o mundo girar. Com certeza desmaiaria.

   _ Ani-que?

   Então tudo parou. A dor na cabeça passou, o mundo entrou em foco. A cor voltou ao seu rosto. Ele ergueu a face.

   _ O que...

   _ Está bem? _ Phet perguntou, parado a sua frente com as sobrancelhas franzidas.

   _ Hã... estou _ Anik titubeou.

   _ Ani-que tem certeza?

   _ Sim, só... fiquei tonto _ mentiu.

   Phet não acreditou nele, mas não insistiu no assunto, o que Anik agradeceu mentalmente. O que ele diria? Fiquei com tanta dor que senti que iria desmaiar, e não sei de onde vem. Mais essa agora?

   _ Coma _ o monge ordenou, apontando para um daqueles carrinhos de avião que só agora Anik percebera que estava ali. Seu estômago roncou e ele viu a chance de não responder outra pergunta.

   Tinha sanduíches com recheios variados, queijo derretido, curry e patê de frango com tomate. Assim que provou, Anik teve certeza de que não gostava de curry. Também experimentou alguns bolinhos recheados com frutas cristalizadas e tomou metade da jarra com suco de laranja antes de parar para respirar. Quase se esqueceu da dor repentina que sentira minutos atrás.

   Quase.

   Aquilo tinha sido muito estranho. Ele sentiu como se sua cabeça fosse explodir. Como se algo o estivesse rasgando de dentro para fora.

   Phet encarou o nada enquanto Anik comia, depois se levantou e deu alguns passos, murmurando frases incoerentes. Seus olhos estavam fora de foco, como se ele não estivesse enxergando o ambiente ao seu redor, mas além.

   _ Phet? _ ele chamou, contudo o monge não respondeu. Em vez disso murmurou:

   _ Tigres... ruim...

   _ O que os tigres tem a ver com isso? _ Anik se levantou, ainda fraco e cambaleante, mas mesmo assim segurou Phet pelos ombros. _ O que é ruim?

   Mas Phet não parecia enxergá-lo. E Anik se desesperou.

   _ Phet! _ gritou e o sacudiu. Nada. Será que ele estava tendo um ataque? Não. O monge mal se mexia. _ Phet!

   O homem encarou o adolescente. Ele fixou as brilhantes órbes douradas e pareceu cair por terra.

   _ O tigre só aparece quando o homem mais precisa dele.

   Anik arqueou uma sobrancelha, a cabeça ainda latejando consideravelmente.

   _ Hã? O que isso significa?

   Phet o encarou em uma mistura de pena e admiração.

   _ A maldição do tigre não acabou.

   Anik podia ter dito qualquer coisa. Desde "Está de brincadeira" até "Ótimo! Agora enlouqueceu de vez", mas murmurou um ofegante:

   _ Oi?

   Seu cérebro parecia ter virado gelatina.

   _ Estamos chegando, Ani-que _ Phet disse, desvencilhando-se do aperto do outro e seguindo pelo corredor. Anik continuou parado onde estava, encarando o mar de nuvens brancas que se estendia em um vasto céu azul.

   _ Em que eu fui me meter? _ perguntou-se ele. A cena vivida minutos atrás estava nítida em sua mente. Enquanto as perguntas se reproduziam como coelhos, as respostas pareciam estar cada vez mais escassas.

   Anik sentiu um leve solavanco, as figuras de pequenos cintos nos painéis acima das poltronas se acendeu.

   Eles estavam descendo.

 

                   ...

 

   A Índia era quente. Quente e bagunçada. Tinha árvores, prédios, galpões. Um clima seco e úmido ao mesmo tempo.

   Quando Anik saiu do avião, apesar da paisagem ser muito bonita, não se interessou pelo que se passava ao seu redor. Seu corpo tinha apenas um comando: frente. Ele se virou para a aeronave, tapou o sol para proteger os olhos e leu o que estava escrito no dorso do avião, em grandes letras pretas.

   _ Tigre Voador? _ Anik perguntou. _ Sério?

   _ Foi um trocadilho acidental _ disse o monge.

   Ele seguiu Phet pelas escadas e pelo aeroporto, não focando por muito tempo nos rostos das pessoas por que passavam.

   Anik despiu-se de seu casaco ao chegarem no carro. Phet ainda vestia aquelas roupas de monge, atraindo olhares indesejados. As pessoas os encaravam como se fossem loucos, e o adolescente começava a acreditar nelas.

   Venha buscá-los. As palavras se misturavam na cabeça de Anik, e não pareciam fazer nenhum sentido. Buscá-los? Onde? O garoto estava desesperado. E o fato de Phet estar dirigindo não ajudava em nada com seu nervosismo.

   As ruas da Índia se pareciam com sua gaveta de meias. Não havia faixas, calçadas, sinaleiras. Os carros simplesmente passavam por onde tinha espaço, e Phet era um péssimo motorista. Anik achou que ia morrer mais ou menos umas vinte vezes.

   _ Cuidado! _ exclamou, quando Phet atravessou um cruzamento a toda velocidade. O outro carro freiou e o motorista buzinou, xingando-os em hindi. O garoto podia não entender nada do que o homem dizia, mas tinha certeza de que não foi muito bonito.

   Anik apertou o banco com tanta força que seus dedos ficaram brancos. Seu coração estava disparado.

   _ Para onde vamos? _ ele indagou.

   _ Para a casa do seu pai _ o monge respondeu, esticando o pescoço para enxergar a estrada. Anik perguntou-se como aquele homem alcançava o acelerador. Mexeu a cabeça.

   _ E quanto isso vai demorar?

   _ Estamos quase lá, Ani-que _ Phet informou, apesar de Anik ter o sério pressentimento de que o "quase lá" ainda fosse bem longe. Ele encostou a testa no vidro, cansado.

   _ Ok. Mas da próxima vez, eu dirijo.


Notas Finais


E aí?? Bem, minha proposta: tem uma coisa muito importante neste capítulo, e se alguém acertar qual é e o que significa, vou postar o próximo mais cedo, ok??
Até!!! Beijos, Bia <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...