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História O ilustre pianista - Apreensão.


Escrita por: coldweather

Capítulo 9 - Apreensão.


Não conseguia acreditar.

Eu não queria acreditar.

Meu coração batia tão forte que doía.

A chuva lá fora começava a aumentar com uma ira assustadora enquanto meus olhos se marejavam sem que eu pudesse controlar. Cliquei no link da notícia com os dedos trêmulos, mal conseguindo sustentar o celular. Nervoso, as palavras pareciam se atrapalhar em minha mente.

Acidente de carro. Hospital. Estado grave. 

Puxei o ar com força para o interior dos meus pulmões. Franzi o cenho. A chuva molhava a minha mesa, assim como os relatórios. Não tive forças o suficiente para mexer-me e fechar a janela, nem ao menos conseguia raciocinar. Pela primeira vez experimentei a amarga sensação de estar em estado de choque. A sensação era... Terrível. Não havia sentido... Não... Não podia ser verdade. Não me lembro por quanto tempo fiquei parado, sem saber o que fazer, até que senti uma mão familiar tocar em meu ombro e com a visão turva, vi Namjoon com o semblante preocupado.

— Hoseok, eu sinto muito... – Então, a notícia do acidente estava se espalhando rápido demais.

Era verdade.

Por algum motivo, busquei por respostas em seu olhar. Queria entender o motivo daquele acidente ter acontecido justamente com o pianista que estava conquistando o mundo, no auge de sua carreira. Fechei os olhos e nas minhas lembranças, vi Yoongi sorrir. Os dedos correndo rapidamente pelas teclas do piano de um jeito natural, os cabelos esverdeados dançando conforme o vento soprava de um lado para o outro, os olhos pequenos focados em mim. Apenas em mim. Solucei. Não era justo. Não com Min Yoongi. Segundos depois, a janela do escritório fora fechada, abafando o som da chuva imediatamente, enquanto eu estava sentado na cadeira, tão trêmulo que chegava a assustar o meu amigo.

— Não acredito... – Foi apenas o que consegui dizer, as palavras saindo afoitas, desacreditadas, quebradas. — Mas... Ele vai ficar bem, não é? – olhei para Namjoon mais uma vez querendo que ele me dissesse que sim, porque Yoongi precisava ficar bem. Ele... Era forte. Eu tinha a legítima impressão de que nada no mundo poderia o atingir, e de repente eu estava com aquela sensação horrível maltratando meu peito com uma força tão grande, mas tão grande que eu não conseguia suportar. Dizem que são nesses momentos de desespero que realmente temos noção de como alguém é importante para nós, e eu jamais conseguiria viver em um mundo onde Yoongi não estivesse ao meu lado. Me apeguei a ele, me apeguei de um jeito que não existia explicação. E o silêncio cortante de Namjoon machucou-me de todas as formas imagináveis. Geralmente eu era a favor do silêncio, da calmaria suave feito brisa, mas naquele momento o sigilo tomou a forma de um canivete afiado que rasgava impiedosamente cada parte de minha epiderme. — Namjoon? – perguntei depois de recusar um copo de água que ele me ofereceu.

— Sim, cara. Tudo vai ficar bem, vamos pensar positivo porque por enquanto é o que podemos fazer. – Sua voz estava mais mansa do que de costume, e eu entendia que ele queria me acalmar. Mas no fundo, o Kim sabia que nada teria efeito sobre mim, a não ser ver Yoongi realmente bem.

— Eu não vou ficar aqui, Namjoon.

— Mas...

— Vou até Londres.

 Percebi que ele entreabriu os lábios para dizer alguma coisa, visivelmente contrariado, mas antes mesmo de sua voz ecoar, eu já estava deixando a minha sala para conversar com Kim Seokjin, o meu chefe. Eu não queria ter que explicar todos os mil motivos que me direcionavam a Londres. Ele não havia conhecimento do meu relacionamento com Yoongi, mas quando revelei que estávamos juntos, ele arregalou os olhos como se estivesse desacreditado. Não culpava sua reação, até porque qualquer pessoa ficaria chocada em saber que eu – que sempre passei a impressão de que ficaria sozinho pelo resto da vida –, estava me relacionando com um homem, e mais, que se tratava do pianista famoso no mundo inteiro.

Seokjin notou o meu desespero, a forma como meus olhos lacrimejavam-se a cada minuto enquanto eu explicava com o coração aberto que simplesmente precisava viajar com urgência para estar ao lado da pessoa que eu era completamente apaixonado. Seus olhos me examinaram quando eu respirei fundo e fitei-o sério tentando não me descontrolar mais do que já estava descontrolado. Eu era um excelente profissional, nunca havia o decepcionado, Seokjin sempre deixara claro que eu era muito competente. Nunca havia pedido nada durante toda a minha carreira, e de repente eu estava praticamente implorando para que me deixasse ir para outro país, porém eu precisava estar junto de Yoongi, meu coração demandava por isso.

— Vá.  – percebi um brilho preocupado atravessar seu olhar. — Você precisa estar perto dele. – Eu achava que seria um desafio convencê-lo, que precisaria fazer alguns acordos ou algo relacionado porque apesar de sermos relativamente próximos, ele ainda era o meu chefe e havia muita seriedade em nosso trabalho, minha carreira estava em suas mãos. Porém, ele viu o receio que tomava conta de mim durante aquela manhã recheada de apreensão. — Não se preocupe com as futuras reportagens, daremos um jeito e você não será substituído quando resolver voltar. Me ligue caso precise de qualquer coisa, Hoseok. Tudo ficará bem! – falou com firmeza. Seokjin não era de abrir-se tanto, mas naquela sala que recendia a café e bala de menta, vi que ele realmente ocultava o seu lado mais sentimental. Havia um coração enorme ali.

Agradeci com um abraço sincero e olhei-o nos olhos antes de entrar em minha sala outra vez. A passos largos, peguei minha pasta e meu celular. Namjoon estava sentado na cadeira confortável e assim que me aproximei, ele levantou-se em um claro sinal de respeito e preocupação.  

— Você sabe, pensamento positivo... Sempre, cara. – falou para que eu não me esquecesse daquele detalhe especial que poderia de fato fazer uma diferença enorme na situação, até porque tínhamos noção do quanto a mente é poderosa e poderíamos tentar usá-la a nosso favor nesses momentos delicados. Antes que eu dissesse qualquer coisa em resposta, fui puxado para um abraço quente e confortável. Fechei os olhos, senti que ele se importava de verdade comigo e valorizava o laço de amizade que apenas se firmava com o tempo. Era bom saber que eu tinha um ombro amigo, alguém que não me julgaria por ser quem eu era, assim como também não julgaria minhas ações. Eu estava afobado, desesperado, abalado, mas sabia que Namjoon continuaria ao meu lado.

— Tome conta de tudo aqui. – pedi antes de sair. — Jeongguk ainda não tem a sala dele, caso Seokjin permita, ele poderá usar a minha sala para fazer seus projetos sem problema algum. – mordi o lábio, depois de olhar tudo em perfeita ordem. — Logo estarei de volta. – falei com uma esperança quase gigante.

— Sim, você estará.

E saí da sala torcendo com todas as minhas forças para que meus pensamentos positivos surtissem algum efeito.  

 

-

 

Meus olhos estavam pesados durante o voo. Com os dedos impacientes que apertavam o estofado da poltrona, eu encarava a paisagem ao meu lado, as nuvens passando e passando e passando... Meu coração encontrava-se comprimido. Olhei para o monitor, localizando um cronômetro indicando que faltavam poucas horas para chegarmos a Londres. Provavelmente, muitos passageiros aproveitariam o resto da viagem com calma, ao contrário de mim que não aguentava mais ficar sentado sabendo que Yoongi estava gravemente ferido. Nada era capaz de distrair-me. Ofereceram-me bebidas e petiscos, mas realizei apenas uma refeição e foi o suficiente para que me sentisse bem – na medida do possível – durante todas as horas no interior daquela aeronave.

Depois de incontáveis suspiros impacientes e lembranças de quando vi o pianista pela primeira vez, o avião pousou em um dos maiores centros financeiros do mundo. Com rapidez, fiz uma pesquisa rápida em meu celular para descobrir o hospital em que Min Yoongi se encontrava e em instantes, eu já estava no interior de um táxi com o estômago embrulhado, esperava não enlouquecer diante de tanto nervosismo e apreensão. Os arranha-céus londrinos sempre chamariam minha atenção, assim como as cabines vermelhas espalhadas em cada canto, os ônibus de dois andares e o clima. Estava frio, frio o bastante para que, mesmo de luvas resistentes, precisasse colocar as mãos no interior dos bolsos do casaco.

Se eu estivesse visitando o local para realizar uma entrevista ou quem sabe, uma viagem de férias, com certeza estaria exultante porque existia algum tipo de mágica em Londres, não sabia explicar com exatidão, mas sentia. No entanto, precisei fechar os olhos quando avistei um pôster de Min Yoongi em um grande outdoor avisando sobre seus espetáculos impressionantes. A tristeza era algo que estava tomando proporções gigantes. Podem acreditar em mim, não ter certeza de nada era uma das piores realidades que eu precisava enfrentar.

Quando o táxi parou em frente ao maior hospital de Londres, tive a legítima impressão de que meu coração também parou.

O taxista me perguntou se estava tudo bem já que passei tempo demais apenas encarando a entrada. Eu não disse nada, apenas paguei a quantia necessária e me vi caminhando a passos largos para o interior do hospital. Nunca estive em um lugar como aquele antes porque, por algum motivo desconhecido, jamais havia passado tão mal assim a ponto de precisar de ajuda de enfermeiros. O cheiro era estranho, o ambiente era estranho, tudo, me deixava com uma sensação esquisita dentro do peito.

 Quando indaguei sobre Yoongi na recepção com o meu inglês que não era usado há um tempo considerável, tentaram me impedir. Eu não estava ali como um repórter tentando arrancar qualquer tipo de informação, mas como... Alguém extremamente próximo. O problema era que eu não poderia dizer absolutamente nada sobre o nosso relacionamento. Quando se trata de um artista mundialmente famoso, revelar qualquer mínimo detalhe pessoal pode prejudicar, e eu não poderia atrapalhar sua carreira. Se fechasse os olhos, podia ver com clareza as reportagens sobre Min Yoongi manter um relacionamento secreto com um homem. Dessa forma, eu disse apenas que era um amigo e que gostaria de algumas informações, mas não foi uma justificativa aceitável, visto que me impediram outra vez.

Eu estava tão desesperado com a situação que não me dei conta de que isso aconteceria, era claro que não deixariam qualquer pessoa vê-lo. Ambicionava pagar a alguém para que me permitissem ter um conhecimento melhor sobre o estado de Yoongi, não nego que a ideia passou pela minha cabeça, mas dar voz aos meus pensamentos colocaria tudo a perder. Como provaria que eu era alguém de confiança e que realmente conhecia Yoongi? Olhei ao redor, impaciente e frustrado. A mulher baixinha da recepção de lábios franzidos e sobrancelhas estranhas, me encarava como se eu estivesse errado por tentar desafiá-la. Era imaginável que ela estivesse enfrentando um péssimo dia, assim como eu. Insatisfeito, afastei-me da recepção e sentei-me em uma das cadeiras de espera. Estava trêmulo, nervoso e olhava para várias direções diferentes tentando ter alguma ideia de como poderia ver Yoongi o mais rápido possível. Querer não era sinônimo de poder, infelizmente.

Eu não era ingênuo, sabia que estavam tentando proteger o pianista, mas eu não precisava ser prejudicado por isso, só não sabia muito bem como faria para comprovar. Bufei e me movi na cadeira sabendo que ficaria cada vez mais apreensivo. Só não sabia que ao levantar a cabeça e olhar para a direita, veria um dos seguranças de Yoongi, um que apareceu no quarto do hotel para escoltá-lo justamente no dia da nossa despedida. Meu coração quase parou na boca quando me levantei com agilidade e me aproximei, tendo certeza absoluta de que fui reconhecido porque ele arregalou os olhos, basicamente não acreditando que eu realmente estava ali.

— Por favor... – comecei a falar afoito, nervoso e ao mesmo tempo aliviado por encontrar alguém conhecido. — Eu não consigo autorização para ver Yoongi de jeito nenhum. Será que você pode me ajudar? Eu... Realmente preciso.

O segurança apenas assentiu positivamente com a cabeça, deixando-me muito mais calmo. Direcionamo-nos para a recepção e a mulher que antes me provocou simplesmente liberou minha visita quando viu que eu estava acompanhado pelo segurança de Yoongi. Não fiz menção alguma de implicância, na verdade, nem pensei nisso. Todos os meus pensamentos se direcionavam a Yoongi e ao seu verdadeiro estado.

— Hoseok, certo? – O segurança questionou. Fiz que sim com a cabeça. — Meu nome é Sungho. – Ele comentou enquanto atravessávamos um longo corredor branco. Podia ver médicos e enfermeiros caminhando apressados, algumas macas vazias e um cheiro ainda mais forte invadia meu nariz, fazendo minha cabeça doer de leve. Logo após avistei várias portas fechadas. Era um lugar que me deixava automaticamente apreensivo, pois no mínimo era assustador saber que muitas pessoas estavam ali entre a vida e a morte.

— Sungho... Como... Ele está?

Ele crispou os lábios e permaneceu com o olhar fixo em algum ponto à sua frente, o que acabou me deixando mais nervoso. Senti uma adrenalina repentina, como se estivesse no ponto mais alto de uma montanha-russa, prestes a descer numa velocidade recorde. Enfiei as mãos nos bolsos outra vez, levando ar aos pulmões.

— Devo ser realista, não é? Eu não o conheço, Hoseok. Mas, pelo o que vi, Yoongi se importa muito com você. – ditou pausadamente. — Nós, da equipe dele, não podemos revelar absolutamente nada para a imprensa por enquanto... E eu sei que você é jornalista. – Dessa vez Sungho olhou para mim, talvez para tentar buscar um pouco de confiança. — Você deve estar aqui para saber o estado de Yoongi como amigo, combinado? Posso contar com você e ter certeza absoluta de que ainda não espalhará a notícia por aí? Estamos analisando como vamos lidar com a mídia diante do acidente. Sei que já estão espalhando muitas notícias por aí, mas pouquíssimas pessoas possuem conhecimento do verdadeiro estado de Yoongi e queremos proteger sua privacidade.

— Não vou falar absolutamente nada, Sungho. Eu me importo com Yoongi, me importo de verdade. – falar aquilo em voz alta diante da situação em que estávamos me deixou emocionado e quebrado ao mesmo tempo... Se eu pudesse, faria de tudo para impedir o acidente. — Jamais faria algo que pudesse o prejudicar. – Talvez fora o tom da minha voz ou o modo como o encarei que o deixou convencido.

Eu não estava preparado para receber as notícias porque temia de verdade que fossem terríveis, mas ao mesmo tempo, alimentava esperanças de que tudo ficaria bem. Continuamos andando até pararmos em frente a uma porta onde também havia um segurança fazendo o seu trabalho. Aquilo doeu. Doeu constatar que Yoongi estava naquele quarto. Anteriormente eu estava enfrentando um frio um tanto perturbador, mas diante daquela situação desesperadora, só conseguia sentir calor e medo. Medo do desconhecido. Medo do que a vida estava preparando para mim. Só queria acordar daquele pesadelo de uma vez, encontrar com Min Yoongi no hotel, enchê-lo de beijos e carinhos, deixando em evidência o quanto ele era importante para mim. Muitas vezes a realidade pode ser cruel.

— Você precisa ser forte, tudo bem? Todos nós estamos passando por uma situação muito delicada porque Yoongi é especial para nós. Sua família já veio visitá-lo mais cedo, a senhora Min ainda está aqui no hospital e estamos oferecendo todo apoio possível.

— Sim... – A cada nova informação, mais desesperado eu ficava.

— Esse quarto é reservado já que prezamos pela privacidade, mas funciona como uma UTI. – virou-se para mim, atento na conversa. — O acidente que Yoongi sofreu foi sério. O carro dele foi fechado, e tudo aconteceu muito rápido, já que o motorista acabou perdendo o controle. Ele bateu com a cabeça forte demais e infelizmente está em coma. Ele está passando por muitos exames, agora há pouco realizou uma tomografia e precisamos esperar pelo resultado. Sei que agora é difícil, mas precisamos manter a paciência. – Sungho era cuidadoso o suficiente para não transmitir nervosismo em sua voz, mas o seu olhar não era capaz de me enganar. Ele também estava receoso, afinal, não tinha como não estar. Ao compreender a situação, não soube muito bem o que dizer e nem mesmo o que pensar. Denominar o que eu estava sentindo pareceu algo meio impossível no momento.

— Posso vê-lo?

— Dez minutos por enquanto, tudo bem?

Não entendi aquele limite, mas não indaguei e nem mesmo me opus. Cada mínimo segundo ao lado de Yoongi era precioso demais para ser desperdiçado. Então, ele abriu a porta para mim, dizendo algo para o segurança que permanecia vigiando o corredor. O quarto era branco demais e o cheiro forte prosseguia me incomodando, mas não prestei atenção em nada mais porque meus olhos localizaram Yoongi deitado na cama, as pálpebras fechadas, os cabelos esverdeados em um tom mais claro, lábios tão pálidos de um jeito que eu nunca tinha visto antes. Conseguia enxergar algumas marcas de agulha em seus braços, um tubo conectado em seu nariz me fez compreender de imediato como a situação era séria. Havia um arranhão feio em seu queixo e um curativo do lado direito da testa. Apesar de tudo, ele parecia estar descansando. Seu semblante evidenciava calmaria, não era como se ele sentisse dor. Observei uma pequena tela acima da cama e escutei os sinais vitais que ecoavam pelo quarto inteiro. Um enfermeiro o observava, fazendo algumas anotações em uma prancheta. Geralmente eu não julgava as pessoas de acordo com a primeira impressão, mas ele me passou certa confiança, parecia saber muito bem o que estava fazendo com o seu cenho franzido e concentração invejável. Nossos olhares se encontraram e eu sibilei que não iria atrapalhá-lo de forma alguma. Ele nada disse e no momento seguinte, nos deixou a sós com um leve aceno de cabeça.

Aproximei-me um pouco mais da pessoa que sempre fizera meu coração bater muito mais rápido e senti meus olhos marejarem no mesmo momento, eu estava um poço de sentimentalismo e era difícil manter-me calmo. Já havia perdido a conta das vezes que tinha sentido vontade de chorar depois que fiquei sabendo do acidente. Mais uma vez, respirei fundo. Sabia que ele não gostaria de ver lágrimas em meu rosto. Meu pianista deveria ser recheado de vibrações positivas, deveria sentir que as pessoas estavam o apoiando, que o amavam e que esperavam ansiosamente pela sua melhora. Estiquei a mão de leve, até que meus dedos tocaram em seu rosto. A pele estava quente, macia. Fiz uma leve carícia e alguma parte de mim me dizia que ele estava sentindo o meu carinho.

— Eu sei que você vai ficar bem. – comecei a vê-lo desfocado por conta das lágrimas. — Eu sei que vai. Também sei que você consegue me escutar, meu coração diz que sim. Então... – fechei os olhos momentaneamente, tentando não perder-me em meus pensamentos. — Quero te dizer que a minha vida mudou depois que eu te encontrei. Você divinamente incrível tocando aquele piano, também tocou o meu coração. Sei que as coisas estão complicadas agora, mas é só uma fase, Yoongi. Estarei te esperando o tempo que for necessário, tudo bem? Só não... Me deixe. – precisei fazer uma pausa enquanto meus dedos percorriam sua bochecha com leveza. Inclinei meu corpo de leve para frente e depositei um beijo demorado em sua testa, onde senti seu aroma familiar. Olhei-o tão de perto que tive a impressão de que a qualquer momento suas pálpebras iriam se abrir e eu seria presenteado pelos seus orbes brilhantes me analisando. Fui atingido por uma pontada no peito quando me dei conta de que isso não aconteceu. — Sempre estarei esperando você acordar, Yoongi.

Escutei a porta se abrir atrás de mim e me afastei de Yoongi, mesmo não querendo.

— Dez minutos, Hoseok.

— Já vou. – olhei para trás e Sungho assentiu positivamente, deixando a porta entreaberta. Eu conseguia ver a sua sombra aguardando-me do lado de fora, como se quisesse me apressar sutilmente. Tornei a olhar para Yoongi e deixei meu último carinho, as pontas dos meus dedos tocando os fios esverdeados. — Eu te amo.

E antes que eu começasse a chorar, deixei o quarto com a certeza de que eu precisaria mesmo ser forte para lidar com a realidade.


Notas Finais


Vocês são os melhores leitores do mundo <3


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