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História O Inconveniente da Porta ao Lado - (O clichê da) cor do amor


Escrita por: PjKiribaku e YooDae

Notas do Autor


Chegamos na reta final, não vou me prolongar muito nas notas inicias, prefiro deixar para "falar" mais nas finais.
Mas uma cosia eu preciso deixar registrada aqui, que foi o trampo que esse lemon me deu. Dos três já postados nesse site de histórias minhas para esse pj, esse foi, de longe, até o momento, o mais difícil e longo que eu já escrevi.
Apesar do acréscimo do aviso de "BDSM", o máximo que vamos ter aqui são: palavra de segurança e uma breve punição com tapas.
Boa leitura!

Capítulo 5 - (O clichê da) cor do amor


Kirishima estava achando graça de como Bakugou estava impaciente para irem embora. Por conta disso, o loiro simplesmente se recusava a sair de perto do ruivo. Katsuki segurou na mão de Eijirou na hora dos agradecimentos, e andou atrás do mais novo quando foram assinar a lista de presença que Yaoyorozu estava cuidando. No caminho até o estúdio improvisado, do grupo que estava cuidando de fotografar os grupos, Bakugou fez questão de passar o braço pelo pescoço de Kirishima, mantendo a expressão fechada, para deixar claro que não queria estar ali.

Katsuki só se afastou de Eijirou, porque queriam uma foto apenas com os integrantes da banda, antes de tirarem do grupo inteiro. Ashido aproveitou o momento para se aproximar e Kirishima ergueu uma sobrancelha ao ver o sorrisinho cínico da amiga.

— Vou deixar ‘pra zoar você e o Bakugou depois. Mas acabei de criar uma teoria, sobre quem é a pessoa que o Sero ‘tá saindo desde o início do semestre. — Hanta sempre foi o que menos expôs a sua vida amorosa e sexual, só falando quando lhe perguntavam sobre. Mas o problema era que, desde que Sero começou a sair com essa pessoa, ele se recusava até mesmo a dizer se era homem ou mulher, alegando que queria preservá-la até ambos terem certeza de qual era a relação deles. O que levava os melhores amigos a teorizar que deveria ser um cara, muito provavelmente estava dentro do armário. — Ultimamente ele e o Iida estão sempre juntos. O que me fez perceber alguns olhares diferentes.

— Mas o Iida não namora a Hatsume?

— Namoravam, a Mei me contou, depois que você fugiu aquele dia do festival, que eles terminaram na metade do semestre, sendo a mesma época em que o Hanta começou a sair mais de noite.

— Sério, não tem uma pessoa hétero no nosso ciclo?

— Melhor do que conviver com aquele bando de gente dentro do armário, que acabavam sendo homofóbicas por causa dessa vida reprimida. — Mina deu de ombros, estava prestes a continuar falando, mas Kaminari os chamou para aparecerem nas últimas fotos.

Foi ao serem liberados que Katsuki quase ajoelhou no chão, ergueu as mãos e berrou um “finalmente, caralho”. O loiro preferiu se limitar a agarrar a mão de Eijirou.

Eles estavam cansados, por causa dos ensaios recentes e dos empregos de meio período, mas só agora os corpos estavam pesando, em especial Ashido, que ficou semanas trancada no ateliê, sentada de mau jeito na cadeira, para conseguir finalizar as roupas. Não existiam palavras o suficiente para agradecer a rosada por tanto esforço, por isso, eles se juntaram, cada um deu uma quantia razoável de dinheiro para Ochaco, e a garota entregou para Mina o envelope, ao pisarem do lado de fora da sala.

Como o esperado, Ashido chorou e disse que não poderia aceitar. Mas, depois de tanto insistirem, Mina pegou o envelope, guardou em sua mochila e, mesmo com lágrimas molhando as suas bochechas, a rosada sorriu. Ela teria feito um discurso de agradecimento, mas foi abordada pelos seus pais.

O senhor e a senhora Ashido cumprimentaram Mina assim que eles chegaram na universidade, mas foi uma conversa tão rápida, que a certeza de que eles não iam ficar até a apresentação só sumiu quando ela viu os dois na plateia, esperando os integrantes do seu grupo começarem.

A rosada pediu licença aos amigos e se afastou com os pais. Uraraka mordeu o lábio inferior, seu corpo estava agitado, como se ela estivesse no lugar de Ashido.

— Então, o que vocês pretendem fazer agora? — Todoroki perguntou, interrompendo o silêncio. — Eu vou esperar o festival acabar. — Shoto nem precisava explicar o motivo, estava claro que ele ficaria até o final por causa do Midoriya. Jirou disse o mesmo, isso não surpreendeu ninguém. Mas quando o Hanta falou a mesma coisa, a teoria de Ashido começou a fazer ainda mais sentido para Kirishima.

— Vou esperar a Mina, ela quer ver o restante das apresentações e depois nós vamos ‘pra casa da Yamomo e da Jirou. — Kyoka assentiu, isso foi conversado mais cedo, enquanto Ashido estava maquiando as meninas e Jirou ofereceu que elas passassem a noite na casa que vivia com Momo. Nem era necessário explicar o motivo.

— Como o ‘Toshi ainda ‘tá meio doente, nós vamos ‘pra casa depois da próxima apresentação. — Kaminari respondeu por ele e Shinsou, levando em consideração que o arroxeado estava um pouco febril e sonolento. — Espero que quando chegarmos em casa, o barulho de vocês tenha acabado já. — Denki apontou de forma acusatória para Bakugou e Kirishima.

— Denki, pelo amor de Deus. — Eijirou cobriu as bochechas, ter amigos ainda mais bocudos do que si, às vezes era um grande problema.

— Aposto que vocês vão estar ocupados demais para prestarem atenção se o apartamento vizinho ‘tá barulhento ou não. — Katsuki mostrou a língua, como uma criança birrenta. Shinsou soprou uma risada. Kaminari revirou os olhos e cruzou os braços.

Bakugou e Kirishima se despediram dos amigos, porque seriam os únicos que iriam embora agora. Era óbvio o motivo, mas eles esperariam até a próxima vez que se vissem, para soltarem alguma piada de cunho sexual.

Ainda era relativamente cedo, muitas apresentações estavam para acontecer e, por conta disso, o estacionamento subterrâneo da U.A. estava completamente vazio. Katsuki havia estacionado longe das portas de acesso, porque era uma das únicas vagas que encontrou algumas horas atrás. Ironicamente, o enorme pilar que sustentava o teto e separava uma vaga da outra, cobria uma boa parte do veículo, tornando, assim, um ponto cego das câmeras que ficavam vinte e quatro horas ligadas.

Eijirou estranhou quando parou na frente da porta do carro, e não viu o loiro do outro lado. O ruivo não precisou virar o corpo, Bakugou fez esse favor e o som das costas de Kirishima batendo na lataria ecoou por todo o subterrâneo durante alguns segundos. Eijirou fechou os olhos por causa do impacto, mas quando os abriu, preparado para xingar Katsuki, sentiu os lábios do maior roçando nos seus e se calou.

Bakugou sorriu, mentiria se dissesse que não usava os quinze centímetros de diferença na altura deles ao seu favor, e continuaria mentindo, se negasse como gostava de ver Kirishima encurralado.

— Eu devia ter imaginado que você não ia ficar quieto até chegarmos no seu apartamento.

— Eu ainda não fiz nada, porque antes quero te perguntar se você está ciente sobre o que vai acontecer. — Eijirou ergueu uma sobrancelha, Katsuki não estava sorrindo mais. A seriedade nas feições do mais velho deixavam o menor um pouco desconfortável.

— O que você quer dizer? Acha que por não termos a mesma experiência, eu sou idiota? — Bakugou não conseguiu segurar, acabou permitindo o canto dos lábios subirem levemente. — Sim, eu sei que nós vamos transar.

— Kirishima, eu não disse isso. — Katsuki esfregou o polegar com delicadeza nos lábios de Eijirou. — Você está bem com isso? Sabe que eu não vou te forçar a transar comigo, se não estiver preparado ou não quiser agora, seja lá por qual motivo. Nós podemos fazer outra coisa, quero que se sinta confortável comigo e não obrigado, apenas porque sabe o quanto eu te quero.

— ‘Pra começo de conversa, eu nem estaria aqui se eu não me sentisse confortável perto de você. — Kirishima desencostou o corpo da porta e levou os braços até a cintura de Bakugou. O corpo maior foi puxado para perto. — Estou um pouco nervoso, mas eu quero...

— Caralho. — Katsuki forçou Eijirou contra a porta do carro, a mão do loiro agarrou o rosto do ruivo pelas bochechas, fazendo-o erguer a cabeça. Kirishima sentia os dedos esmagando levemente a carne, o toque bruto o fez ofegar. — Você não disse nada de mais, mas eu queria te foder agora. — Bakugou fechou os olhos quando as mãos do mais novo arranharam a sua cintura, por cima do tecido telado da camisa. Katsuki só abriu os olhos, porque sentiu o rosto de Eijirou virar e ele acomodar o seu polegar na boca. O loiro ergueu uma sobrancelha, experimentou girar e esfregar o dedo na parte interna da bochecha do ruivo. Kirishima sugou o dígito, olhando no fundo dos olhos vermelhos.

Ignorando completamente o fato de estarem no estacionamento da faculdade e de ter câmeras de segurança espalhadas por todo o subterrâneo, Bakugou puxou o polegar e aproveitou os lábios entreabertos, para enfiar a língua na boca de Eijirou. O ruivo tem o reflexo de agarrar os fios curtos na altura da nuca do loiro — como nas duas vezes em que se beijaram anteriormente —, a vaga memória das palavras do mais velho, no dia em que ficaram ilhados no carro de Katsuki, passou pela mente do menor, fazendo o seu corpo agir mais rápido do que o normal. Era como se fosse a resposta de Kirishima, a forma dele dizer para Bakugou sem precisar usar palavras de que sim, ele também o queria na mesma intensidade.

— Eu... — Eijirou sussurrou contra os lábios de Katsuki, puxando a cabeça dele para trás com certa força. Era notável que Bakugou gostava tanto de toques brutos, quanto de ser a pessoa que os proporciona e Kirishima sabia que finalmente encontrou alguém que, tendo o seu total consentimento, não ia se segurar como os seus ex-parceiros. — Tenho uma condição.

— Qual é? — Katsuki fez questão de passar a língua de forma demorada nos lábios, para deixar o máximo de tempo possível o piercing à mostra. Eijirou estreitou os olhos e empurrou o maior pelos ombros, afastando apenas um pouco os corpos.

— Você não pode me tocar até estarmos dentro do seu apartamento, com a porta trancada.

— Essa condição não serve para você, né? — Kirishima assentiu devagar, o canto esquerdo da boca subiu levemente. Bakugou mordeu com força o lábio inferior, aproveitou que o corpo do menor ainda estava encostado na lataria para apoiar a mão na janela, próxima da cabeça do ruivo. Eijirou entendeu bem o que Katsuki estava fazendo, mesmo que estivessem próximos, o loiro ainda estava cumprindo a condição de não encostar em si. — Não me importo em jogar o seu joguinho, Kirishima. — Eijirou tremeu ao ouvir a voz grossa de Katsuki sendo sussurrada diretamente em sua orelha. — Mas eu espero que você esteja preparado para lidar com as consequências de me provocar.

— Vamos ‘pra casa, Bakugou. — O mais velho afastou-se devagar, mas antes de contornar o carro, Katsuki deu uma boa olhada no menor. Se não soubesse se controlar e não fosse tão orgulhoso, ia estar pouco se fodendo para essa condição, ainda a veria como uma afronta e os dois transariam ali mesmo, dentro do carro. Mas como Bakugou estava gostando de ver esse lado de Kirishima, algo completamente novo para si, levaria adiante essa brincadeira.

Eijirou ficou encarando o carro na vaga vizinha quando Katsuki saiu da sua frente. O mais novo não queria que o outro notasse como o seu corpo estava tremendo, reagindo de forma positiva ao que o maior acabara de dizer. Kirishima sabia que não ia conseguir manter a condição que ele mesmo impôs, caso Bakugou falasse de novo tão perto do seu ouvido.

A buzina o fez desencostar do carro e virar rapidamente para trás. Eijirou viu o sorriso presunçoso de Katsuki e revirou os olhos, entrando no carro e batendo a porta, para poder trancá-la e, por fim, ajustar o cinto de segurança. Bakugou ligou o rádio e Kirishima esperou, de forma paciente, o carro ser manobrado para fora da vaga e guiado em espiral para fora do estacionamento, saindo na rua de trás da universidade.

Como as janelas estavam fechadas e o ar ligado, ninguém conseguia ver o que acontecia dentro do carro e, por estarem na rua, não era como se algum estranho fosse parar na frente do carro para ficar olhando o que acontecia dentro. Eijirou aproveitou esse fato, para mover sua mão e repousa-lá, como se estivesse distraído, na parte exposta, pelo rasgo do jeans, da coxa de Katsuki.

Bakugou estava genuinamente distraído, ele acabou engasgando com a própria saliva e, em meio a tosses, arregalou os olhos ao sentir os dedos de Kirishima fechando na carne. O loiro tentou se concentrar na estrada, achando uma benção que ela estivesse pouco movimentada por não ser o horário comum em que as ruas ficavam cheias de carros, em que trabalhadores só queriam chegar em casa.

Não estava dando muito certo. Katsuki vacilava muitas vezes, ao ponto de quase deixar o veículo morrer e acabar fazendo um zigue-zague com o carro, quando Eijirou aumentava o aperto, ou subia os dígitos de forma lenta, chegando perto da virilha e arrastando as unhas com força na aérea, trilhando um caminho para baixo, até a metade da coxa e voltando a apertar.

O loiro não era ingênuo, sabia que o ruivo ia acabar aprontando e estava preparado para o que viesse. Bom, Bakugou achava que estava, mas levando em consideração os anos de desejos reprimidos e as memórias das duas vezes em que beijou Kirishima, o mais velho sentia-se como no início da puberdade. Katsuki passou a língua nos lábios e fechou as pernas, consequentemente, esmagando a mão de Eijirou entre as suas coxas.

Kirishima puxou a mão devagar, fazendo questão de raspar as unhas curtas na coxa. Bakugou respirou fundo, aliviado de certa forma, mas quando a mão do ruivo acomodou o volume que estava começando a se formar na calça, Katsuki quase bateu o carro no da frente. Por muito pouco, ele conseguiu frear. Kirishima usou a mão livre para cobrir a boca.

— Eijirou, seu filho da puta. — Bakugou grunhiu ao sentir o aperto ficando mais forte, a mão do mais novo pesava em seu ventre. Katsuki queria pegar a mão de Kirishima e enfiar dentro das suas calças, mas se conteve. A respiração do loiro ficou mais forte, e ele virou a cabeça para o lado, querendo muito socar o rostinho com feições beirando a inocência de Eijirou. Era como se ele não estivesse apertando o seu pau por cima dos tecidos, olhando o mais velho como se perguntasse “alguma coisa aconteceu?”. E o estopim veio quando, como se Kirishima quisesse que Bakugou provasse do próprio veneno, o ruivo passou a língua de forma lenta pelos lábios. Diferente do loiro, não existia um piercing ali, mas foi tão satisfatório quanto era para o menor. Katsuki fez questão de virar na primeira rua que encontrou, estacionar de qualquer jeito e ligar o pisca-alerta, para caso algum policial passasse por ali, achasse que existia um motivo além da enorme tensão sexual pesando dentro do carro.

— Por que você parou, hum? — Eijirou questionou, forçando o tom de dúvida e olhando de forma aleatória ao redor, como se não soubesse o motivo da parada brusca. Bakugou riu, tirou o cinto de segurança com força e inclinou o corpo para o lado, apoiando o antebraço no banco vizinho. Kirishima sorriu de forma cínica e esfregou a palma em cima do jeans. Katsuki fechou os olhos com força e abriu as pernas, deixando um convite implícito de que as carícias eram bem-vindas.

— Palavra de segurança. Nós precisamos de uma.

— Por acaso você pretende me punir? — Os olhos vermelhos de Katsuki vagaram entre os lábios entreabertos de Eijirou e as íris. A cor era a mesma, mas as pupilas dilatadas do ruivo deixavam quase invisível.

Talvez, e porque eu preciso saber até onde posso ir para não te assustar. — Kirishima soprou uma risada.

— Eu não sou nenhuma boneca de porcelana. — Bakugou apertou com força o estofado, ao sentir os dedos quentes do mais novo dedilhando a sua nuca. Eijirou aproveitou para esfregar a língua nos lábios de Katsuki, e acomodar o inferior em sua boca, para ter liberdade de brincar com a argola que enfeitava a carne. — Você não precisa se conter. — Kirishima disse ao se afastar. Bakugou passou a língua na boca molhada por causa da saliva do mais novo e sorriu. — Mas pode ser vermelho.

— É a cor que eu vou deixar a sua bunda, se você continuar me provocando desse jeito. — Eijirou segurou o rosto de Katsuki pelas bochechas, a outra mão subiu pelo tecido telado da camisa e rodeou o pescoço. Kirishima sentiu o pomo de Adão de Bakugou subindo e descendo devagar. — Eijirou, você ‘tá fodido na minha mão quando chegarmos em casa.

— Mas é isso o que eu quero. Que você me foda, com força. — A cada silaba proferida, formando uma palavra, os lábios dos dois roçavam levemente. Kirishima empurrou o loiro para trás e recolheu as próprias mãos, deixando-as paradas em seu colo. — Não precisa se conter, temos a palavra de segurança exatamente ‘pra isso. — Katsuki estava certo de que a sua sanidade ia embora por causa de Eijirou até o fim do dia.

 

— ♡ ♡ —

 

Kirishima ficou surpreso em como Bakugou era bom em cumprir condições, o loiro não o tocou uma única vez. Eijirou só sabia que Katsuki não estava o ignorando, porque sentia o olhar dele queimando em si desde que saíram do carro e começaram a subir a escada. O ruivo sabia, era óbvio demais que o mais velho o deixou subir na frente, para poder observar a bunda do menor bem marcada pelo jeans. Kirishima estava começando a se arrepender do que propôs, os dois provavelmente parariam em cada andar para se beijarem até perder o fôlego. Bakugou, por outro lado, em todas as vezes que o mais novo olhou para ele por cima do ombro, parecia calmo, mesmo tendo um puta volume marcando a calça.

Eijirou empurrou a enorme e vermelha porta de ferro, entrando no corredor do décimo andar. O sensor detectou a presença de alguém, e a luz fraca acendeu. Katsuki passou pelo menor, e o ruivo ficou alguns passos atrás, vendo uma luz vazando da porta onde vivia com os amigos.

Aparentemente, eles demoraram tempo o suficiente na rua, para dar tempo de Shinsou e Kaminari chegarem. Kirishima riu, mas a voz de Bakugou o chamando fez ele olhar para o loiro. Katsuki estava escorado no batente, com as mãos nos bolsos fronteiros da calça e uma das sobrancelhas claras arqueadas. Eijirou deu alguns passos na direção do mais velho, mas parou, com as pontas do all-star tocando a elevação do piso.

— Está com medo? — Bakugou perguntou, o tom de afronta foi proposital. Kirishima passou por ele e, enquanto o mais velho fechava a porta, o menor estava se livrando dos tênis.

Antes de Katsuki trancar o apartamento, ele desamarrou os coturnos e chutou os calçados pesados para fora dos pés, se livrando também das meias e as enfiando dentro de cada par. Eijirou estava começando a ficar irritado com toda a enrolação do maior, a forma como ele se movia lentamente para girar a chave na maçaneta fazia o ruivo repensar sobre as suas palavras ditas anteriormente.

— Vou perguntar de novo, você tem certeza disso? — Bakugou ainda estava de costas quando questionou Kirishima.

Eijirou estava um pouco perdido, a camisa telada de Katsuki permitia, mesmo com a pouca luz que entrava pelas frestas da cortina da varanda, ver todas as tatuagens do loiro. Eram desenhos variados, todos criados por Bakugou e que Jirou fez o trabalho de eternizar na pele clara. Kirishima gostava de cada mínimo detalhe, amava cada curva bem pensada pelo lado artista do mais velho e a forma como todas essas tatuagens o deixavam ainda mais atraente. Explicava o motivo de Eijirou sempre sentir as pernas bambas quando via Katsuki sem camisa.

— Você é um cavaleiro assim com todas as pessoas que leva ‘pra cama? — Kirishima não queria soar amargurado, passou tanto tempo evitando Bakugou que não estava no direito de ter ciúmes. Mas saber que era, pelo menos, um pouco especial para o mais velho conseguia acalmar todas as inseguranças que o menor carregava.

Katsuki riu e finalmente virou para trás. Como estavam dentro do apartamento e a porta devidamente trancada, Eijirou sentiu as mãos grandes do mais velho em sua cintura.

— Eu sou educado, não quero ir além do limite das outras pessoas. Mas não sou tão insistente assim, como estou sendo com você. — Foi carinhoso o toque nas laterais do rosto de Kirishima. Bakugou subiu os dedos, afastou os fios vermelhos da testa, e desceu com o nó do indicador pela bochecha até agarrá-lo pela mandíbula. — O amor é vermelho e preto, para mim, porque essas são as cores que você já teve de cabelo. Por isso, eu quero que seja especial. — Eijirou segurou a cabeça de Katsuki, as palmas pressionaram as orelhas enfeitadas com piercings e os braços tatuados de Bakugou envolveram com força a cintura nua de Kirishima. — Sobe. — Bastou apenas essa palavra para o ruivo entender o que o loiro queria. Kirishima estava ciente do quanto Bakugou era forte, mas a forma como ele foi erguido tão facilmente, fez Eijirou pensar que talvez tenha subestimado um pouco Katsuki.

Entretanto, não teve muito tempo para pensar. Suas costas chocaram na parede e Bakugou tomou os seus lábios para si com força. Kirishima apertou as coxas ao redor da cintura do mais velho, e gemeu ao senti-lo esfregando a ereção contra a sua. A língua de Katsuki deixava Eijirou sem fôlego, em especial quando conseguia sentir a bolinha do piercing. Era satisfatório, sanando a saudade que ambos estavam sentindo dos corpos alheios e apenas deixando claro que era insuportável para eles ficarem separados, desde o primeiro beijo.

Kirishima enfiou as mãos pela gola da camisa, ele apertou os ombros de Bakugou com força e desceu os dedos, traçando caminhos com as unhas nos músculos do início das costas, quase rasgando o tecido ao sentir um aperto forte em sua bunda. Katsuki sugou a língua de Eijirou e, mantendo as mãos firmes nas nádegas do mais novo, desencostou o corpo menor da parede e começou a andar, de forma cega, pelo apartamento até o seu quarto. As paredes pareciam finas demais em alguns momentos e, se os dois não estivessem tão entretidos em sua bolha de prazer, teriam escutado sons suspeitos vindos do apartamento vizinho.

Bakugou teve dificuldade para abrir a porta, porque preferia se concentrar na língua de Kirishima em contato com a sua, explorando cada cantinho da boca do mais velho, como se fosse o primeiro e último beijo que eles poderiam trocar na vida. E, quando finalmente conseguiu, ela foi fechada com força, pois Katsuki só fez questão de empurrar a madeira com o calcanhar. Estavam sozinhos, não teria ninguém para reclamar do som estridente que ecoou durante alguns segundos pelo apartamento.

Eijirou tomou um puta susto com o som de dezenas de coisas caindo no chão. O ruivo abriu os olhos, sem saber dizer quando os fechou, e acabou levando as palmas para cobrir o rosto, a claridade do cômodo foi extremamente desconfortável para a sua visão, acostumada com o escuro. Katsuki riu e sentou o outro na escrivaninha com cuidado. Kirishima afastou as mãos, largando-as espalmadas no espaço atrás de si e olhou para baixo, vendo o chão repleto de canetas, lápis, cadernos, a luminária que não quebrou por algum milagre e outras coisinhas que não lembrava o nome agora. Bakugou ergueu o seu rosto pelo queixo, e os dois pares de olhos vermelhos se encontraram.

— Tem uma cama na nossa frente. — Eijirou constatou o óbvio. Katsuki deu de ombros, afastou minimamente o corpo e se livrou da camisa telada, jogando-a para o lado. Sem o tecido, os desenhos ficavam ainda mais bonitos. — Gosto dos seus piercings novos. — Kirishima aproveitou as pernas ao redor do quadril de Bakugou, para empurrá-lo em sua direção e pôde, enfim, dedilhar os dedos curiosos pelos piercings desconhecidos. Com a mão livre tocou a argola que enfeitava o lábio inferior do loiro. Eram todos pratas, por ser a joia mais indicada em uma perfuração recente, deixando um contraste bonito com os piercings pretos nas orelhas do maior. Ao menos, combinavam com o da língua.

— Não foi totalmente por sua causa que eu resolvi furar, mas você foi o impulso que eu precisava. — Katsuki arfou baixinho quando Eijirou esfregou o polegar no seu mamilo direito. Kirishima balançou a cabeça, posicionou uma das mãos nas costas de Bakugou e empurrou o tronco dele para ficar mais próximo da sua boca, para poder abrigar o mamilo esquerdo em seus lábios. Estava querendo chupá-los desde que os viu, algumas horas atrás. — Você gosta tanto deles... hum. — O loiro sentiu um aperto no baixo ventre e a sua barriga tencionou. Eijirou abraçou a cintura de Katsuki, enquanto a sua língua serpenteava pelo piercing, alternando a força com a qual chupava a aérea. — Por que não põe alguns? — Bakugou não era tão sensível assim, era a primeira vez que sentia vontade de simplesmente abaixar as calças, ficar de quatro e implorar para alguém fodê-lo, apenas por estar tendo o mamilo sugado. Estava travando uma luta interna consigo mesmo para não gemer muito alto, mas assim que Kirishima mordeu uma das bolinhas que ficava na extremidade do piercing e puxou, para causar uma dorzinha prazerosa, e em seguida lambeu, Katsuki chutou o balde e gemeu da forma mais manhosa que o tom grosso da sua voz permitiu. Eijirou afastou a cabeça do peito do mais velho e ergueu os olhos.

— Eu vou, mas por enquanto quero aproveitar os seus. — Bakugou fechou os olhos com a imagem de Kirishima lotado de piercings, mas se obrigou a abri-los ao sentir a boca do mais novo envolver o mamilo direito e afundar a destra na parte esquerda do seu peitoral, afundando os dedos no músculo e deixando Katsuki à beira de um colapso. O ruivo aproveitou a distração do loiro para ondular o quadril, esfregando as ereções cobertas por duas camadas de tecidos. Era, ao mesmo tempo, extremamente prazeroso e incômodo, pela falta de contato direto. Eijirou afastou a boca, apenas para observar como os mamilos do mais velho estavam inchados e a pele mais escura. Subitamente, Kirishima teve os fios agarrados e a cabeça erguida. Bakugou estava com a respiração irregular, mas pouco se importou ao bater as bocas, em um beijo desajeitado. Os dentes bateram algumas vezes, mandando correntes elétricas de dor pelos corpos que eram supridas pelo prazer de quando as línguas se enroscavam e os membros pressionavam o outro.

Katsuki se afastou de forma abrupta e puxou Eijirou pelos braços para descer da escrivaninha. Os pés do ruivo tocaram o chão, e as mãos do loiro fizeram o bom e rápido trabalho de tirar cada botão da calça de sua casa. O tecido foi empurrado para baixo, e Bakugou ajoelhou por um momento para ajudar Kirishima a se livrar do jeans, que foi largado em algum lugar do chão quando o mais velho ficou em pé.

— Pode ficar com as meias e a choker? — Eijirou ergueu uma sobrancelha, Mina acertou em cheio ao acrescentar os dois objetos no seu figurino.

— Você quer me foder enquanto eu uso essas coisas?

— Não falamos sobre posições. — Katsuki não sorriu, e sim se preocupou em encher a mão direita com o pênis do mais novo, por cima do tecido fino da boxer branca.

— Bakugou, você esteve o tempo todo insinuando que ia me foder.

— Mas não seria má ideia se fosse o contrário. — Kirishima se engasgou com um gemido ao sentir a palma do loiro subindo e descendo na sua ereção, o tecido roçava na glande sensível e isso estava deixando-o agoniado, ao ponto de precisar descontar o prazer esquisito que estava sentindo, em apertos nos braços do maior. A outra mão de Katsuki segurou a parte externa da coxa de Eijirou, percorreu os dedos para a parte de trás, aproveitando a textura da meia arrastão, e encheu a mão com a carne, erguendo-a até que a perna do menor estivesse acomodada na sua cintura. Isso facilitou o acesso de Bakugou ao membro de Kirishima, que foi puxado para fora da cueca, deixando metade descoberto.

Se não fosse pelo apoio da escrivaninha, Eijirou teria caído no momento em que o polegar de Katsuki esfregou a fenda em sua glande, espalhando o líquido, brincando com a ponta ao perceber que os toques arrancavam gemidinhos arrastados do ruivo. Kirishima afundou o rosto no pescoço de Bakugou, e por instinto, abriu a boca para gemer mais alto, próximo do lóbulo da orelha enfeitada do loiro. Acomodou os dentes na carne, mas não mordeu e sim arrastou-os pela pele, livre das tatuagens tão características do mais velho.

Katsuki não era fã de marcas, no geral, sempre deixava claro que o máximo que os seus parceiros e parceiras poderiam fazer era deixar arranhões em suas costas, e Bakugou até mesmo, quando eles estavam aéreos demais para notar, conseguia evitar isso ao segurar as mãos acima de suas cabeças. Mas era Eijirou ali, e se tinha uma coisa que o mais velho queria, era ser marcado por Kirishima, para poder se lembrar depois ao olhar-se no espelho. Não dava para negar, o mais novo sempre seria a sua exceção.

Bakugou também não gostava de marcar os outros, via isso como um símbolo de possessividade, para deixar perceptível a quem olhasse, que aquela pessoa “pertencia” a alguém. O loiro nunca sentiu necessidade, nem mesmo com as duas únicas namoradas que teve durante os seus vinte e um anos de vida. Contudo, era Eijirou, nos seus braços, mordendo e sugando a pele do seu pescoço, para descontar e tentar proporcionar o prazer que estava sentindo.

Katsuki brincava com o pau do ruivo, fazia questão de massageá-lo lentamente, sentindo o deleite de ver o líquido escorrendo e melando os seus dedos, deixando a extensão do membro mais escorregadia.

O maior não podia perder a oportunidade de marcar nos lugares que fosse possível de ser visto, e até mesmo nas partes mais escondidas.

A perna de Kirishima suspensa foi largada e, reunindo toda a sua força de vontade, Bakugou se afastou do corpo menor. Estava sendo forte, porque depois de ouvir o gemido manhoso e necessitado de Eijirou, Katsuki quase voltou a grudar os corpos.

Os joelhos do maior encontraram o chão, a calça apertou a sua ereção e Bakugou murmurou um palavrão ao desabotoar os botões, mas se limitou a apenas isso, porque o seu foco agora era Kirishima. As mãos do mais velho seguraram o quadril do menor, os dedos alcançaram a barra da boxer e torceu para baixo, expondo mais da ereção do ruivo. Eijirou afundou os dedos nos fios claros, e todo o seu corpo tremeu em antecipação quando Katsuki pôs a língua para fora, a bolinha prata e gelada do piercing tocou a glande sensível junto ao calor do órgão. O corpo de Kirishima curvou para a frente e ele puxou com força o cabelo de Bakugou. Foi o incentivo que Katsuki precisava para abocanhar metade do pênis de Eijirou, descendo lentamente, raspando propositalmente a ponta no céu da boca e a língua, somada à bolinha prata, contornava as veias. Bakugou ergueu o olhar, vendo a boca entreaberta de Kirishima e os olhos fechados, fez as mãos descerem para as coxas grossas de Eijirou, sendo o lugar em que Katsuki estava descontando o prazer de vê-lo tão submisso. O quarto estava preenchido pelos sons de sucção e os gemidos arrastados do ruivo.

Ao encostar o nariz abaixo do umbigo, sentindo os pelos aparados e escuros por conta da cor natural, Bakugou se obrigou a fechar os olhos e aguentar a ânsia, porque estava valendo muito a pena ouvir o gemido alto e engasgado de Kirishima. Subiu a cabeça devagar e acomodou apenas a glande em seus lábios, sugando-a levemente e aumentando a intensidade conforme os grunhidos desconexos de Eijirou saiam mais altos. Desceu rápido, apertando os lábios ao redor de cada centímetro que era acometido em sua boca, ganhando um aperto ainda mais forte no couro cabeludo. Se Katsuki tivesse perdido alguns fios de cabelo, não poderia se importar menos.

Bakugou... se afa-afasta. — Como o loiro estava mantendo o olhar fixo no rosto de Kirishima, viu a dificuldade que o mais novo estava tendo para abrir os olhos. As bochechas dele estavam da mesma cor dos fios vermelhos e baixos, grudando em seu rosto por causa do suor, deixando Katsuki com ainda mais vontade de chupá-lo. — É sério... eu ‘tô... — Eijirou trincou o maxilar, sugando o ar com força. — Se você não pa-parar, eu vou gozar na sua boca. — Kirishima se arrependeu ao proferir a última palavra, o olhar afiado de Bakugou era como se ele fosse lhe devorar. E, bem, Katsuki ia mesmo. Eijirou não aguentou, e sequer conseguiu fazer algo além de gemer o nome do mais velho.

Katsuki afastou a cabeça, a porra de Eijirou veio em abundância, ao ponto de o maior não conseguir engolir tudo e um pouco do gozo escorrer pelo seu queixo. Era doce e apenas um pouquinho ácido, Bakugou achava a textura estranha, não chegava a ser gelatinoso, era algo espumoso e cremoso. Kirishima ergueu as mãos e cobriu o rosto. Katsuki riu, esfregou as costas da mão no queixo para limpar os resquícios da porra de Eijirou e lambeu.

Se fosse qualquer outro cara ali, Bakugou normalmente não o deixaria gozar na sua boca e, nos poucos casos em que permitiu, cuspia tudo no chão. Era mais agradável limpar porra seca de um ficante qualquer do que engolir.

Não era brincadeira quando as pessoas insistiam que Kirishima era a exceção, porque Katsuki estava cogitando a possibilidade de fazer outro boquete no mais novo, apenas para ele esporrar na sua boca mais uma vez e poder sentir o gosto de novo.

Devagar, Bakugou ficou em pé. Com cuidado e de forma carinhosa, segurou o rosto de Eijirou pelo queixo e o fez erguer a cabeça, com a mão livre, afastou as de Kirishima e depositou um beijo demorado nos lábios entreabertos.

— Você engoliu mesmo?

— Sim. — O ruivo soprou uma risada ao espalmar as mãos nos quadris do loiro. — Aliás, o seu gosto é muito bom e isso não é uma reclamação, mas como veio muito, suponho que faz tempo que você não se masturba. — Eijirou abriu e fechou a boca várias vezes, incrédulo e extremamente envergonhado com o que Katsuki disse.

— Isso é coisa que se fala, depois de ter ficado um par de minutos com o meu pau na sua boca?

— É exatamente por ter enfiado o seu pau na minha boca, que eu estou falando isso.

— Você é ridículo. Porém, tem razão. — Kirishima apertou as palmas no quadril de Bakugou. — Por causa do meu emprego, e do festival, eu estava cansado demais para... bem, você sabe. — Eijirou aproximou a testa do ombro de Katsuki e a encostou ali, afastou as mãos e segurou os ombros do mais velho. Uma ideia rondou a mente do menor, fazendo-o morder o lábio inferior e, ignorando a estranheza que as suas ações poderiam gerar, Kirishima empurrou Bakugou para trás.

A escrivaninha estava extremamente próxima da cama e sem a cadeira no meio, Katsuki, que estava com a guarda baixa, acabou cambaleando para trás e caiu sentado na ponta do colchão. Eijirou soltou uma risadinha, aproveitou a distância entre eles para segurar as laterais da boxer e abaixar para retirá-la. Bakugou ergueu uma das sobrancelhas, apoiou as mãos atrás do corpo e pressionou os lábios, evitando perguntar o motivo de Kirishima tê-lo afastado de forma tão repentina. Como o pedido de Katsuki ainda estava fresco na memória de Eijirou, ele manteve as meias, apesar de estar incomodado pela forma como a barra preta apertava o início das suas coxas e a choker no pescoço, as mãos fizeram apenas o trabalho de se livrar do cropped grudando em seu corpo por causa do suor.

Bakugou pensou seriamente em tirar uma foto, porque a imagem que estava tendo de Kirishima precisava ser eternizada de alguma forma. Mas não, um registro por foto poderia ser perigoso e Katsuki queria ser o único a ver Eijirou dessa forma. A ideia foi jogada fora tão rápido quanto veio, sendo substituída por uma ainda melhor. O problema seria convencer Jirou, mas o loiro pensaria nisso mais tarde.

— Você ‘tá pensando em besteira, né? — Kirishima passou pela pequena bagunça no chão e chutou as pernas de Bakugou, o pedido implícito do ruivo foi atendido e o mais novo se meteu entre as coxas do maior. — Essa sua expressão concentrada, com esse sorriso pervertido, te denuncia. — Ele explicou, recebendo uma risada falsamente tímida como resposta do outro.

— Como eu não vou pensar em besteira, com você praticamente pelado na minha frente? — Eijirou bufou, mas acabou soltando um arzinho pelo nariz, de quem achou graça, e ajoelhou no chão. Katsuki enrolou algumas mechas vermelhas nos dedos, e a outra mão acariciava a bochecha do mais novo. — Sabe que não precisa fazer isso, né? Podemos parar agora, inclusive, se você quiser. — O corpo de Bakugou estava quente, Kirishima achou agradável o contato da sua bochecha com o peito ofegante do mais velho, onde deixou alguns beijos demorados, poderia até ser capaz de dormir, com o cafuné que estava recebendo.

— O que eu quero, hum... — Katsuki se engasgou com um gemido, ao sentir a mão de Eijirou apalpando o seu membro pela abertura da calça jeans e por cima do tecido da cueca. — Chupar você, é isso o que eu quero. — Bakugou estaria mentindo se dissesse que não queria, porque ele desejava. Por ter tido todo tipo de sonho erótico envolvendo Kirishima, queria fazer muitas coisas com o mais novo, mas precisava ir com calma, não queria assustá-lo. — Estabelecemos uma palavra de segurança, se for necessário eu vou dizê-la, não precisa se preocupar. — O ruivo apoiou as mãos nas coxas do loiro e ergueu a cabeça. — Mas me diz, Katsuki, por que você está se contendo tanto, hum? Quanto mais eu preciso te provocar, para você me punir e deixar a minha bunda vermelha, como a palavra que eu escolhi? — Eijirou enfiou a destra pelo buraco da calça, na coxa esquerda do maior. Kirishima encheu os dedos com a carne, e tocou a virilha de Bakugou de forma superficial com a ponta dos dígitos. — Eu estou esperando, ou você não é homem o suficiente para cumprir o que diz? — O sorriso de Eijirou aumentou com os dedos de Katsuki fechando ao redor do seu pescoço, pressionando as laterais.

— Você quer tanto assim ficar com a bunda marcada? — Kirishima assentiu com certa dificuldade pela mão de Bakugou limitar os seus movimentos. — Me chupa, e aí eu penso no seu caso. — Katsuki forçou Eijirou para baixo, até que ele estivesse sentado nas próprias pernas e com o rosto próximo da sua pélvis. O loiro largou o pescoço do ruivo e juntou um amontado dos fios vermelhos com a canhota, mas deixou a mão parada, ainda estava são o suficiente para ter o mínimo de cuidado com relação às suas ações. Mas se Kirishima continuasse, Bakugou com certeza deixaria um pouco todo o cuidado que tinha pelo mais novo de lado.

Eijirou segurou a barra da calça e boxer, os olhos vermelhos encontraram os semelhantes de Katsuki mais acima e não foi necessária uma troca de palavras, para o maior entender o que o mais novo queria. Bakugou ergueu o quadril, e Kirishima puxou as peças para baixo, deixando-as amontoadas nos pés do mais velho.

Se já não bastasse os piercings visíveis de Katsuki, ele também possuía dois no pau. Um era como o da língua, reto e com uma bolinha de metal em cada extremidade, enfeitando a glande de forma vertical. Já o outro era uma argola entre o fim do pênis, e o início das bolas. Eijirou ergueu uma sobrancelha, os olhos demoraram para se desgrudar das joias e encarar o mais velho.

— Sério? — A conotação do momento foi deixada de lado por enquanto. Bakugou riu, como se Kirishima tivesse contado uma piada. Papos furados como esse não interessavam Katsuki na hora do sexo, mas com Eijirou parecia natural e necessário. O ruivo segurou o pau do loiro e esfregou o polegar na argola, Bakugou grunhiu baixinho. — Eu prefiro não fazer perguntas. — Kirishima tocou a glande com o indicador, os olhos vermelhos fixos no piercing. Eijirou culpava Katsuki pelo novo fetiche que acabou adquirindo, mas só se deu conta agora. O ruivo estalou a língua no céu da boca e, cansado da própria enrolação, envolveu toda a ponta do pênis do loiro com a língua, perdendo algum tempo ao brincar com a joia, que parecia tornar a glande ainda mais sensível, levando em consideração a dificuldade do maior em conter os gemidos.

Bakugou apertou com força os fios vermelhos e empurrou a cabeça de Kirishima para baixo. O mais novo se deixou levar, fechou os olhos, abriu um pouco mais a boca e relaxou a garganta. O desconforto de sentir a ponta tão fundo, parecia ser ainda maior por causa do piercing, mas escutar os gemidos altos e com timbre rouco de Katsuki, valia completamente a pena o incômodo que Eijirou estava sentindo. Contudo, também era prazeroso, obrigando Kirishima a fechar suas pernas com força, sentindo a típica queimação em seu baixo ventre. Estava ficando duro de novo, apenas por estar com um pau enfiado até o fundo da sua boca.

Bakugou cortou a sua linha de raciocínio no momento em que puxou sua cabeça para cima, obrigando o mais novo a afastar a boca do seu membro. Eijirou ofegou, os olhos ardiam por causa das lágrimas não derramadas e a língua parecia pesada fora da boca. A imagem era algo extremamente sensual para Katsuki, que estava o observando de cima.

Kirishima subiu os olhos, encontrando o vermelho intenso dos de Bakugou, deixando-o completamente arrepiado ao ponto de gemer.

— Relaxa a garganta. — Eijirou puxou com força o ar ao sentir um forte aperto no seu couro cabeludo. Katsuki sorriu, abaixou até conseguir estar com os lábios próximos do lóbulo da orelha do outro. — Eu vou foder a sua boca. — Bakugou abaixou um pouco mais e mordeu a curva do pescoço e ombro de Kirishima com força, chupando o local em sequência, deixando a pele vermelha para se tornar roxa mais tarde. Katsuki segurou o próprio pau com a mão livre pela base, Eijirou observou o loiro se masturbando e mesmo querendo enfiá-lo em sua boca, até sentir a porra do mais velho inundando a sua garganta, não conseguia se mexer, Bakugou o estava mantendo parado. Kirishima segurou as coxas do mais velho com força, descontando a frustração e excitação que estava sentindo, além de ser uma forma de evitar tocar em si mesmo. Katsuki empurrou a cabeça de Eijirou em direção a sua virilha, porém, ao invés de enfiar a ereção na boca aberta do ruivo, ele esfregou a glande na bochecha, espalhando o líquido seminal na pele quente e vermelha. O menor gemeu, algo entre manha e chateação, e na sua posição a única coisa que pode fazer foi deixar a língua para fora, onde, vez ou outra, o mais velho esfregava a ponta do pênis no órgão molhado e quente, mas a afastava rapidamente, para voltar a roça-la em uma das bochechas, deixando essas partes específicas do rosto de Kirishima meladas com os seus fluidos.

Bakugou riu, e cansado de brincar, enfiou a ereção nos lábios entreabertos. Eijirou gemeu, mas o som saiu abafado por estar com a boca cheia. Katsuki usou a mão livre para tentar conter os sons que saiam do fundo da sua garganta, as cordas vocais eram insistentes em produzir barulhos que, normalmente, eram muito fáceis para Bakugou conter. Estava achando injusto a forma como Kirishima o estava tendo na palma da sua mão, trazendo à tona comportamentos que o loiro estava sempre evitando deixar aparentes. Acabou aproveitando a situação para estocar de forma rápida a boca do ruivo, deixando-o atordoado, com a respiração completamente desregulada e lágrimas acumuladas no canto dos olhos.

Foi rápido, mas Eijirou soube que o seu limite chegou quando o seu lábio inferior tocou de forma demorada na argola próxima dos testículos de Katsuki, o ruivo se viu obrigado a fincar as unhas nas coxas do mais velho. Bakugou riu, o som soou de forma sádica e deixou Kirishima ainda mais excitado, ao ponto da sua ereção latejar. O loiro puxou a cabeça do mais novo para cima, entretanto, não deu trégua, empurrou os quadris e observou com deleite as lágrimas molhando as bochechas vermelhas de Eijirou. Para Katsuki, era uma das cenas mais bonitas que já teve o prazer de ver, por isso, sabia que não aguentaria muito tempo. Bakugou voltou a firmar os dedos nos fios vermelhos, murmurou um “pare” de forma rouca e trêmula e puxou a cabeça de Kirishima. Não surtiu efeito, Eijirou teve a audácia de empurrar a mão de Katsuki para longe e afundar o pau do mais velho ainda mais em sua boca.

Estava se acostumando com a sensação, conseguia controlar melhor a ânsia e chupar com afinco, como se estivesse com um picolé, ansiando terminar o doce. Bakugou não teve tempo para ficar incrédulo, o gemido que rompeu pelos seus lábios ao sentir a língua quente de Kirishima brincando com o piercing, deixou a sua mente completamente aérea, ao ponto de ele deixar para se preocupar depois em como iria punir o mais novo.

Eijirou respirou fundo, agarrou com os dentes a bolinha do piercing e puxou levemente, não o suficiente para causar dor em Katsuki, e sim um incomodo prazeroso, daqueles que o seu corpo não sabe se rejeita ou aceita. Se não fosse pelas mãos firmes nas coxas de Bakugou, o corpo teria se afastado, ao mesmo tempo em que procurava pela sensação de novo. Kirishima sorriu, pôs a língua para fora, e segurou o restante do membro com a canhota, masturbando o comprimento e dando uma atenção especial a glande, ao esfregá-la no órgão quente que saía pelos lábios inchados, contornando de forma demorada a fenda.

Eijirou, se você não afastar a porra da sua boca do meu pau... — Por uma questão de orgulho, Katsuki se obrigou a não gaguejar, mas acabou perdendo a linha de raciocínio e gemeu alto, com um certo ódio de estar sendo contrariado. — Filho da puta, eu vou te punir, até você chorar e pedir para eu parar. — Kirishima estava descobrindo que amava o lado sádico de Bakugou, admitindo internamente o quão masoquista esse pensamento era.

E Katsuki veio, com menos abundância que Eijirou, mas ainda era muito para quem não estava acostumado, obrigando o mais novo a se afastar. Kirishima cobriu a boca, engoliu o que conseguiu, mas como não era do seu feitio engolir porra alheia, uma boa parte escorreu pelo seu queixo. O gosto era ácido, porém doce, a consistência deixou o ruivo um pouco enjoado, mas acabou sendo uma experiência mais agradável do que ouvia por aí dos colegas.

Bakugou respirava rápido, os olhos se fecharam sem notar e foram abertos, um sorriso ladino tomou conta dos seus lábios ao ver como Kirishima parecia um caos. De forma delicada, segurou o mais novo pelos braços e o puxou para cima. Katsuki se obrigou a não comentar sobre a ereção de Eijirou, e sentou o menor do seu lado, segurou o rosto dele pelo maxilar e lambeu a porra que escorria, traçando o mesmo caminho do gozo e foi agraciado pelos gemidinhos baixos do ruivo.

Kirishima sentiu a língua de Bakugou em seus lábios, abriu a boca devagar e um beijo iniciou, com o gosto forte do loiro e apenas resquícios do sabor mais doce do mais novo. Katsuki agarrou o pescoço de Eijirou e o empurrou para trás, afastando as bocas, e um riso cheio de escárnio preencheu o quarto ao ver como o ruivo parecia necessitado pelos seus toques mais brutos, fazendo o mais velho intensificar o aperto. Kirishima fechou os olhos, constrangido demais para continuar sustentando o olhar de Bakugou. Se obrigou a apertar as pernas e morder o lábio inferior com força, sentia-se estranho por estar ficando ainda mais excitado por causa do aperto em seu pescoço e estava com medo do maior julgá-lo por isso.

Eijirou, fica de quatro ‘pra mim. — Katsuki sussurrou e afastou a mão devagar. Kirishima abriu os olhos, e de forma metafórica pegou toda a sua vergonha, enfiou-a em um saco e deixou largado em algum lugar da sua mente, porque ele não queria sucumbir a ela. Bakugou ficou em pé, do lado da cama, deixando espaço o suficiente para o outro poder se mexer. Aproveitou o momento para chutar as peças amontoadas em seus pés, deixando-as largadas de qualquer jeito no chão. Lidaria com o caos da sua metade do quarto mais tarde, porque agora, queria prestar atenção em todos os movimentos sutis de Eijirou.

Lá estava Kirishima, com o rosto quente, ao ponto de parecer febre, as bochechas coradas denunciavam a timidez do mais novo, por estar em uma posição tão submissa, comprometedora e exposta. Seu corpo acabou tendo um sobressalto no momento em que as mãos de Bakugou espalmaram na parte interna das suas coxas, e o loiro empurrou-as em direções opostas. Katsuki sorriu, subiu as mãos para a bunda do ruivo e apertou com força. Vendo-o tenso, o mais velho deslizou as mãos pelas costas, em uma breve massagem. Eijirou suspirou, sabia que podia confiar de olhos fechados no outro, por isso tentou se acalmar.

Não que tenha se arrependido, mas assim que sentiu o tapa dolorido na nádega direita, recebendo um seguido na esquerda, Kirishima tentou abaixar os quadris, contudo, a risada beirando ao sadismo de Bakugou paralisou seu corpo.

— Você mesmo disse que queria ficar com a bunda vermelha, como a nossa palavra de segurança. — Outro tapa, dessa vez mais fraco. A pele estava formigando, e Eijirou sentiu a necessidade de morder o travesseiro. — Sinta-se à vontade para usá-la. — Katsuki foi sincero, estava sim, gostando da situação, mas ainda prezava pela segurança do mais novo. Kirishima ofegou ao assentir de forma rápida com a cabeça, recebendo um tapa mais forte do que o anterior. — Sabe, Eijirou, você foi um garoto mau. — Bakugou fechou os dedos na banda esquerda com força, na intenção de deixar a marca dos seus cinco dedos na pele de Kirishima. — Propôs aquela droga de condição, e ficou me provocando na porra do meu carro. — Espalmou a mão na nádega direta, acariciando a pele de forma lenta. — Ainda me desobedeceu. Estava tão sedento assim para engolir a minha porra? — O impacto da mão do loiro, na área que ele antes estava esfregando de forma calma, foi forte. Eijirou viu estrelas e não aguentou, gemeu alto e de forma arrastada. — Eu sei, você não me engana. Queria tanto ser punido, então eu estou te dando o que você quer dessa vez.

As mãos de Katsuki estavam formigando por causa da quantidade de tapas que desferiu de forma seguida na bunda do menor. Ele amava a sensação de bater na pele quente e avermelhada, o seu ego inflava a cada novo gemido que Kirishima não conseguia conter. Bakugou até poderia sentir pena em outro momento, mas não agora, quando estava com o ruivo à sua mercê. Eijirou, por outro lado, estava extremamente envergonhado em como o seu corpo reagia de forma carente ao receber tapas fortes em suas nádegas, o ruivo nem conseguia controlar o rebolar insistente do seu quadril. Sim, ele queria mais, desejava ficar com a bunda roxa de tanto apanhar, Kirishima não se importava nem um pouco com a forma como estava se sufocando no próprio choro, era prazeroso, Eijirou precisava de mais, contudo, o menor sabia que se continuasse, acabaria gozando.

Um último tapa foi desferido, Bakugou estava erguendo a mão para acertar Kirishima novamente, quando a voz trêmula do ruivo prendeu sua atenção. Katsuki parou imediatamente e segurou de forma delicada o quadril de Eijirou.

Vermelho. — Bakugou ajudou Kirishima a deitar na cama e virar para cima. — Não faz essa cara de culpa. — Eijirou sussurrou enquanto tentava limpar o rosto molhado pelo choro. Katsuki apoiou uma mão de cada lado da cabeça de fios vermelhos, e encheu o rosto quente do mais novo com beijinhos demorados. — Eu só pedi ‘pra parar, porque... bem, hum. — Bakugou ergueu uma sobrancelha, afastou levemente a cabeça e olhou para baixo. A ereção de Kirishima parecia maior e extremamente dolorida.

— Por que você ia gozar? — O loiro abaixou uma das mãos e agarrou o pênis do ruivo, este gemeu alto. Katsuki ficou impressionado, o membro de Eijirou estava pesado e muito do pré-gozo saia. Soltou, porque sabia que o mínimo toque mais forte poderia fazê-lo gozar pela segunda vez. — Não tem problema, sabe disso, né? — Voltou a erguer o olhar, encontrando o vermelho dos olhos do outro quase todo tomado pelas pupilas.

— Mas eu só quero gozar com o seu pau dentro de mim.

— Você não aprende mesmo, né? — Kirishima sorriu e os braços rodearam o pescoço de Bakugou.

— Definitivamente não, por que você não me ensina como eu devo me comportar? — Katsuki riu. Um riso rouco, com uma linha tênue entre ódio e amor, porque era assim que Eijirou fazia ele se sentir. Ficou em pé, a cama livre de um dos pesos. Kirishima respirou fundo, tentando acalmar o seu corpo, mas a ardência na sua bunda era um lembrete constante do momento anterior e o seu pênis latejava ao lembrar das pancadas. Mais tarde, quando o seu corpo estivesse mais desperto e fora da bolha de prazer, ele teria dificuldade para sentar. Entretanto, não se importava e quando viu Bakugou retornar para a cama, com uma camisinha na canhota e um tubo de lubrificante na destra, isso era a única coisa que merecia a atenção do mais novo.

— Você sabe que vai ser um pouco desconfortável e até dolorido no início, né? — Eijirou maneou a cabeça. — Abre bem as pernas. — Katsuki ordenou, e o corpo do menor agiu como de acordo com o pedido. Depois da cena que Kirishima protagonizou alguns minutos atrás, a timidez era quase inexistente agora, mas ela perpetuava, mesmo que pouco, porque o olhar de Bakugou atingia o outro de formas inimagináveis. — Não faça essa cara de quem não aguenta mais esperar para ter um pau te fodendo. — Os dedos de Katsuki estavam melados com o lubrificante, ele esfregava-os para esquentar o produto e não ser tão desconfortável no primeiro contato com Eijirou, a camisinha foi largada por hora no colchão. — Eu vou cuidar de você, mas precisa ter um pouco de paciência. — A ponta do indicador de Bakugou pressionou o períneo de Kirishima e traçou um caminho gosmento até a entrada. A borda foi incitada, contornada com uma calma que Katsuki tirou do fundo de seu ser, apenas para provocar Eijirou e ver o mais novo tentando conseguir mais toques, ao mexer levemente o quadril na direção da mão do maior.

Foram necessários alguns segundos para Kirishima processar a sensação incômoda e ardida, que o fez fechar os olhos e virar o rosto para o lado, afundando metade da cabeça no travesseiro de Bakugou.

Caso Eijirou não estivesse tão excitado, teria chutado o balde, no momento em que o segundo dedo entrou. A dor aumentou e Katsuki inclinou o corpo para baixo, mantendo parte do peso no antebraço livre apoiando ao lado do travesseiro. Kirishima abriu o único olho exposto, viu pela visão periférica o sorriso de Bakugou e gemeu de contentamento ao sentir beijos sendo distribuídos no seu pescoço, nas partes em que a choker não cobria.

Demorou algum tempo para o ruivo se acostumar e, querendo apressar as coisas, mexeu o quadril, pedindo de forma silenciosa para o loiro continuar. As primeiras estocadas foram lentas, Katsuki parecia se divertir ao explorar o interior de Eijirou com os dígitos. Era gostoso ouvir os grunhidos de satisfação próximos da sua orelha, sentir as mãos de Kirishima apertando e arranhando os seus ombros deixava Bakugou ainda mais excitado, mas ele precisava ter paciência.

Porque era Eijirou ali, se entregando para Katsuki, deixando um lado vulnerável que o ruivo nunca permitiu ninguém ver antes.

— Vai. — Kirishima sussurrou, as pontas dos dedos roçaram nas omoplatas de Bakugou. Foi rápido, mas ele lembrou dos desenhos tatuados nessa parte: dragões, um laranja e outro vermelho, ambos entrelaçados. Era uma arte linda, e lembrava um pouco a essência deles, que desde a tenra infância, gostavam muito desses animais fictícios. Uma das poucas coisas que chegou a aproximar e dar profundidade para o relacionamento deles. — Chega de enrolar, só... me fode logo. — Claro, Katsuki estava ansioso, mas sabia que o corpo de Eijirou ainda precisava de um tempo. Porém, o mais velho ofegou, demorando alguns segundos para reagir após sentir as pernas do menor em sua cintura, enrolando-se em si e as coxas apertando suas laterais. Bakugou ergueu o corpo e as mãos de Kirishima desceram para os braços, onde desenhos de granadas estavam gravados na pele, apertando os músculos.

Foi lento, o loiro fez questão do ruivo sentir toda a extensão dos seus dedos saindo. Eijirou mordeu o lábio inferior, virou a cabeça completamente para cima e encontrou o olhar sério, quase como se Katsuki estivesse irritado. Kirishima se apoiou nos antebraços, as pernas abertas com os pés apoiados no colchão, espalhadas de forma preguiçosa e onde Bakugou estava bem acomodado. Foi breve o sorriso, apenas durou o tempo em que o mais velho esticou o braço para pegar o preservativo, abrindo a embalagem com calma e a jogando no chão. Eijirou observou a calma na qual Katsuki desenrolava a camisinha em seu pênis, fazendo questão de gemer baixinho para atiçar a ansiedade do mais novo.

O transe de Kirishima passou de forma abrupta ao ter as mãos grandes de Bakugou segurando suas pernas pela dobra dos joelhos. Eijirou voltou a deitar sua cabeça no travesseiro, esperando pela dor inicial que a penetração traria, entretanto, ao ver Katsuki abaixando na direção da sua bunda, o ruivo tentou impedir ao agarrar os cabelos do loiro, porém, foi devidamente ignorado ao sentir uma mordida forte na parte interna da coxa.

— Acredito que você não se importe. — Kirishima não entendeu no primeiro momento, mas ver Bakugou rasgando parte da meia e sentir a língua do outro lambendo lentamente, fez o ruivo tremer. Katsuki fez questão de rasgar na mesma área da outra, e dedicou alguns bons minutos em marcar com mordidas e chupões a parte interna das coxas de Eijirou. Queria deixá-lo com algumas lembranças, e se dar ao luxo de maltratar essas partes tão chamativas do corpo do menor, que pareciam ficar ainda mais atraentes por causa das malditas meias arrastão.

Era agradável, para Bakugou, ver e sentir Kirishima se contorcendo abaixo de si. Mas ele precisava apressar um pouco as coisas, por hora, realizou o último desejo que rondava a sua mente desde o beijo no estacionamento subterrâneo da universidade, antes de enfim se enterrar no menor. Katsuki passou a línguas nas bolas de Eijirou, desceu para o períneo e pressionou durante alguns segundos, exatamente onde a próstata podia ser encontrada pelo lado de fora. Kirishima foi pego de surpresa, acabou se engasgando com um gemido. Bakugou riu e a língua desceu lentamente até a entrada, rodeando-a como se estivesse com preguiça de o fazer, quando a intenção era exatamente tornar um prazer beirando ao torturante para Eijirou, que estava tentando se controlar mais acima, mas os soluços demonstravam como o seu corpo estava necessitado por mais. Katsuki levou as mãos até o quadril do ruivo, segurou com força e enfiou a ponta da língua, repetindo algumas vezes, chegando a aproximar os lábios e chupar a aérea prolongadamente. Kirishima voltou a chorar, estava se afogando em lágrimas e baba, deixando todo o travesseiro de Bakugou uma completa bagunça de fluidos.

Um soluço rompeu pela boca inchada do mais novo, que arregalou os olhos ao sentir a língua de Katsuki funda dentro de si. Eijirou ficou estático, sentindo o músculo quente e molhado incitando o seu interior, esfregando aquele bendito piercing em cada cantinho que Bakugou conseguia alcançar dentro de Kirishima. O ruivo acabou apertando as coxas com força nas orelhas do loiro.

Apenas quando Katsuki cansou, foi que ele largou os quadris de Eijirou e o mais novo grunhiu, sensível, frustrado e irritado. Os olhos vermelhos encontraram os seus semelhantes, Bakugou estava de novo com o tubo transparente do lubrificante nas mãos e ajoelhado entre as pernas de Kirishima. Olhar afiado, sorriso ladino e a língua passando de forma progressiva nos lábios vermelhos e inchados, como se estivesse aproveitando todo o gosto do mais novo que tinha ficado impregnado ali.

— Você foi um garoto mau, e não merece ter os seus desejos atendidos tão prontamente assim. — Katsuki esfregou os dedos melados no próprio pau, espalhando o líquido viscoso pelo látex da camisinha. A outra mão voltou a esfregar entre as nádegas de Eijirou, espalhando uma quantidade absurda de lubrificante. — Mas agora eu vou te foder. — Kirishima teve uma das pernas depositadas no ombro de Bakugou, a outra estava sendo segurada pela parte de trás das coxas, com os dedos afundando com força na carne. A excitação no corpo do menor era tanta, que ele mal sentiu dor. Mas uma coisa parecia errada, não, essa não era a palavra apropriada. Estranha se encaixava melhor. Tinha algo a mais e Eijirou só se deu conta do que era ao ter os lábios tomados pela boca quente e faminta de Katsuki.

O piercing foi o lembrete. Kirishima estava sentindo a maldita joia se esfregando contra a sua língua, em um beijo repleto de tesão e saudade pelo tempo das bocas separadas.

O que estava estranho, era a porra do piercing no pau de Bakugou. Eijirou estava puto, sem saber como diabos ele estava conseguindo sentir a droga da joia cutucando o seu interior. Talvez, a culpa fosse do preservativo ser daqueles mais finos, feitos para simularem sexo sem camisinha, somado a fixação do ruivo com os piercings de Katsuki.

A irritação fez Kirishima afundar as unhas nas costas de Bakugou e descer, em uma trilha meio torta de vergões vermelhos. O loiro riu, mas isso só o fez sentir ainda mais tesão pelo garoto abaixo de si, sendo acometido lentamente pelo seu membro, em estocadas sem muito ritmo, mas que iam fundo. Eijirou afastou as bocas, ofegante e com uma necessidade surreal de gemer, entretanto, mesmo com todo esse torpor, ele ainda estava irritado e fez questão de prender o lábio inferior de Katsuki com os dentes, puxando o piercing, causando um comichão no lugar e recebendo um gemido sôfrego como resposta do seu ato. Este sendo o gatilho para o mais velho aumentar a força na qual chocava o seu quadril com a bunda do menor.

Bakugou soltou a perna que estava segurando, esta foi enrolada na cintura marcada com tatuagens. Aproveitou a mão livre para segurar o pênis esquecido de Kirishima, bombeando de forma lenta, causando um contraste torturante.

Katsuki. — O chamado olhou para baixo. Eijirou estava com os lábios entreabertos, gemendo de forma contínua o nome do maior, como se fosse um mantra para ele não perder a sanidade. Bakugou sorriu, mas durante apenas meio segundo, porque acabou se lembrando, ao esbarrar o olhar, da choker ao redor do pescoço de Kirishima. Por causa do acessório, não chegou a marcar essa parte do corpo do mais novo, mas faria questão de tocá-la em algum outro momento. Momentaneamente, limitou-se a deixar alguns beijos molhados e mordidas carinhosas onde o couro sintético da gargantilha não pegava. — Hum, Katsuki, mais forte. Por favor. Por favor. — Eijirou arfou, alto, de forma sofrida. — Me fode até eu perder a consciência e não conseguir andar depois. — Bakugou desceu a boca, apenas para morder com força o ombro de Kirishima, acelerando o ritmo dos seus quadris.

Mas Katsuki hesitou, foi necessário Eijirou recobrar um pouco dos sentidos para poder empurrá-lo para o lado. Bakugou estava um pouco atordoado, o aperto ao redor do seu pau sumiu e ele acabou deitado na cama, ao lado de Kirishima que, tomando impulso e ignorando a moleza do corpo, agarrou o membro do mais velho, apoiou um joelho de cada lado do quadril do loiro e sentou lentamente na ereção, sentindo o seu interior acomodá-la aos poucos, necessitado de tal atenção ao ponto de se alargar com facilidade. Katsuki ofegou com força, fincou os calcanhares no colchão e afundou os dedos nas coxas cobertas pela meia e ergueu os quadris, batendo-os contra a bunda de Eijirou.

Kirishima apoiou uma das mãos no peito de Bakugou, a outra foi até o pescoço e os dedos fecharam nas laterais. Apertou, assim contraiu o interior e rebolou, alternando os movimentos do quadril para a frente, e para trás, de um lado ao outro.

As estocadas estavam fortes, o som das peles ecoavam por todo o quarto e quem passasse no corredor, conseguiria ouvir com clareza o barulho do cômodo. Mas eles não se importavam, porque sequer conseguiam pensar em outra coisa que não fosse gozar. A cabeceira batia com força na parede, e Eijirou acabou rindo, feliz por não estar em seu quarto escutando o barulho. Satisfeito por estar causando todo esse alvoroço, ao ponto de notar marcas da madeira manchando a tinta branca.

Katsuki engasgou, o aperto estava na medida certa para fazê-lo revirar os olhos e enfiar os dedos pelos buracos da meia, arranhando as coxas grossas do mais novo e abrindo buracos ainda maiores na peça. Kirishima fechou os olhos, o corpo trêmulo, sentindo o formigamento característico de quem iria gozar a qualquer momento, sem ter sido tocado. Bakugou notou e, fazendo esforço, conseguiu impulsionar o corpo para acima. Os braços tatuados abraçaram a cintura do menor, Eijirou rodeou o pescoço de Katsuki com os braços, e as bocas bateram, em um beijo desajeitado e sem rumo algum, sendo apenas uma forma deles descontarem como estavam se sentindo.

Kirishima estava ao ponto de explodir, não queria, mas não conseguia evitar sentir o maldito piercing que atravessava a glande de Bakugou, acertando e roçando em sua próstata. Era fodidamente bom, em um ponto que o fez ficar sentado, completamente parado, para sentir a joia massageando a elevação em seu interior. Katsuki aproveitou a perdição de Eijirou, para voltar a fechar os dedos em torno do pênis negligenciado do menor, masturbando-o com rapidez, podendo se empenhar em tocar no ruivo por estarem parados. Kirishima gozou, a contração em seu interior foi tão forte que Bakugou percebeu que estava no limite como o outro, e a porra do loiro encheu toda a camisinha.

Estavam ofegantes, dois orgasmos era para tirar qualquer um do sério e botá-los para dormir durante horas, sem previsão para acordar. Eijirou esfregou o nariz na bochecha de Katsuki, enquanto ambos curtiam a sensação gostosa de terem outro orgasmo, depois de tanto tempo segurando e almejando chegar ao ápice.

Amarelo. — Kirishima sussurrou, com o corpo largado em cima de Bakugou. O mais velho ergueu uma sobrancelha, porém, antes de questioná-lo, puxou o seu membro para fora, ganhando um gemido manhoso e dolorido do menor.

— O que significa “amarelo”?

— Levando em consideração que pessoas loiras são representadas pela cor amarela. — Eijirou sussurrou, a voz baixa e relaxada. Katsuki amarrou a camisinha, jogou o látex usado no chão e deitou na cama, puxando o corpo molinho do mais novo para se acomodar em cima do seu. Os dedos de Kirishima se afundaram nos fios claros, e os olhares se encontraram, próximos demais por estarem dividindo o mesmo travesseiro, mas ainda distantes para conseguirem se beijar. — Para mim, se o amor fosse uma cor, seria amarelo.


Notas Finais


Aqui eu deixo a minha dedicação para @MarsKnight, que além de vir betando todos os capítulos, volto a repetir que ela foi a responsável por ter me feito estender o enredo. Ah e claro, não posso deixar de citar como ela me encheu até que eu cedesse e aceitasse escrever um hot. Ela pediu 10k, eu disse que não ia fazer, mas acabei cumprimento por livre e espontânea vontade/pressão. De qualquer forma, sem ela, essa história não teria o lemon, e apesar de ter me dado um trabalhinho escrever tudo isso, me sinto orgulhosa.
Então, deixo meu orgulho de lado por um momento e agradeço a Mars pela insistência.

Eu esqueci de deixar nas notas do capítulo passado, mas aqui está o link da música cover que eles tocaram no festival, para quem quiser escutar! Eu amo essa versão, e escutei sem parar enquanto escrevia essa história, além da tradução ser bem a cara dos KiriBaku nesse unvierso.
https://www.youtube.com/watch?v=_WmADJ2aOVc

Enfim! Obrigada a quem leu, e nos vemos na próxima semana, pela última em "O Inconveniente da Porta ao Lado" ♡~


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