POV Autora
- A empresa corre risco – Matt admitiu.
- Como assim?
- Meu pai fez negocio com outra empresa, mas na verdade são apenas ladrões, estão roubando.
- Isso é péssimo! E agora? Pensa em fazer algo? Eu posso ajudar.
- Evanna, você não pode, eu não posso e nem meu pai pode.
- Que? Não te entendo.
- Esses caras são perigosos – Matt suspirou – Eva, eles podem tirar a minha vida.
- Não, Matt, não, por favor, diga que é mentira, por favor! – a menina ficou desesperada.
- Desculpa, mas é verdade, ou é a minha, sua, da minha mãe, do meu pai, quatro vidas em jogo.
- Minha?
- Você é próxima a mim.
- Matt diz que vamos sair dessa.
- Nós vamos sair dessa! – ele falou com uma voz meio vacilante
- Eu te amo.
- Também te amo – ele falou – Tenho que ir! – terminou a ligação.
- Matt! Matt! Droga! – Evanna estava surpreendida com a noticia que acabou de receber.
Ela tentou retornar a ligação, mas só caia caixa postal. Evanna saiu do quarto, bebeu agua para tentar se acalmar e nada, nada a deixava calma agora, foi para a sala e se sentou no sofá pensando sobre tudo isso e vendo a hora passar, dormir ficou uma tarefa difícil.
Passado umas duas horas e meia, Emma e Rupert aparecem na sala.
- Ei, oque está fazendo aqui? – Emma perguntou se sentando ao lado da amiga.
- Pensando – Evanna olhou para baixo.
- Você parece triste – Rupert comentou preocupado.
- É que... Eu corro perigo e Matt também
- Como assim? – Emma perguntou.
- Sr. Lewis fechou negocio com uma empresa falsa que está roubando dinheiro da empresa Lewis e não pode fazer nada, se não eles matam a mãe ou o pai do Matt, ou ele, ou eu.
- Meu Deus! – Emma disse boquiaberta.
Passaram o resto da noite acolhendo Evanna e mais tarde Rupert ia se encontrar com Matt para falar sobre isso.
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06h30min
Daniel corria pelas ruas de Manhattan com o objetivo de manter o corpo em boa forma, era quase um ritual, encontrava com as mesmas pessoas e as cumprimentavam. Enquanto Dan corria na esquina da casa do Sr. Lewis percebeu uma coisa estanha, o Sr. Lewis conversava baixo com um cara estranho, Dan ficou escondido atrás da parede observando essa conversa suspeita, até que um ato fez Daniel ficar surpreso, o Sr. Lewis tirou um bolo de dinheiro do paletó e o cara lhe deu um saquinho com um conteúdo branco... Sr. Lewis é dependente químico?
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- Evanna, você precisa comer. – Emma oferecia uma torrada a ela.
- Não consigo!
- Nem um café? – Rupert perguntou, neste momento o celular dele vibrou. Era mensagem de Dan.
“Encontre-me na cafeteria agora! Tem algo suspeito acontecendo”.
- Tenho que ir, Daniel, um amigo, me chamou urgente – ele se despediu da duas e pegou um táxi até lá.
Cafeteria
- Ok, estou aqui, o que houve? – Rupert se sentou na mesma mesa que Daniel.
- Eu acabei de ver o pai de Matt com um cara estranho, e de repente ele tirou um bolo de dinheiro e em troca o cara deu um saquinho com uma espécie de pó branco, só pode ser cocaína, o Sr. Lewis é dependente.
- Que? Você viu isso mesmo?
- Sim, tenho certeza!
- Essa história esta estranha, até demais. A empresa dele está quase falindo.
- Sério?
- Uhum – Rupert contou a história – Precisamos fazer algo.
- Vamos contar para o Matthew, ele precisa saber.
- Tem razão.
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Apartamento de Matthew
A companhia tocava fazendo um tom irritante.
- Já? O esperava te encontrar mais tarde – Matt se referiu a Rupert.
- Eu sei, trouxe Daniel, a gente tem algo muito importante pra te dizer.
Daniel contou a situação que ocorreu mais cedo.
- Meu pai? Um drogado?
- Não temos certeza – Rupert disse.
- A empresa está falindo e ele gastando dinheiro com drogas? Não consigo entender.
- Matt, não seria bom tentar abrir o jogo com seu pai? – Dan questionou
- Ele parece precisar de ajuda – Rupert avisou
- Verdade, tenho que tirar essa história a limpo.
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Casa do Sr. Lewis
- Senhor Matthew, não espera te ver por aqui hoje! – a empregada, Dora, disse alegre – Entre! – ele entrou – Quer alguma coisa? Café, água?
- Não, obrigado! Vim falar com meu pai.
- Está bem vou avisa-lo.
Em uma espera de dois minutos, o pai de Matt aparece.
- Em que posso ajuda-lo?
- Melhor irmos para seu escritório, é um assunto delicado.
- Claro – o Sr. Lewis concordou.
Adentrando ao escritório rustico, Sr. Lewis fecha as portas grandes e pesadas.
- O que tem a me dizer? – o pai dele tinha um rosto sério.
- Não, a pergunta é se você tem algo a me dizer.
- Não entendo essa sua petulância.
- Ah, não? Então, o que o senhor estava fazendo de manhã bem cedo comprando drogas?
- De onde tirou isso?
- Vamos me responda! – Matt subiu a voz – Não me diga é um viciado comprou para alguém?
- Comprei para alguém – o Senhor riu – É para o meu uso mesmo.
- Desde quando?
- Faz uns bons meses.
- Tem que parar com isso, com a empresa afundando e...
- Você não percebe? É tão estupido para perceber?
- O que?
- Ah, que filho ingênuo que tenho! Eu me envolvi com o trafico, consumo drogas, uma atrás da outra, a história da empresa é mentira, sou eu que estou falindo com ela.
- E você diz assim?
- Assim como? O que foi? Espantado com a realidade? – ele riu.
- Você é repugnante.
- Suas palavras não me afetam. – ele falou firme – Bem, é um ciclo, dinheiro, drogas e prazer e sobre a morte de alguém, é isso é verdade.
- Como teve coragem?
- Me envolvi com o trafico e agora tenho que alimentar meu vicio, você não pode acabar com isso, a não ser que prefira a morte.
- Você não tem medo de morrer?
- Eles não vão me matar, idiota! A sua vida, de sua namoradinha e da sua mãe estão em jogo a minha não – riu ainda mais.
- SEU DESGRAÇADO! – Matt partiu para cima dele conseguindo golpeá-lo com um soco na barriga.
- NÃO VAI FICAR ASSIM! – Sr. Lewis lhe dá um forte soco no rosto, fazendo um corte no canto do lábio de Matt.
As portas se abriram pelos seguranças, se depararam com o Matt no chão e logo o levantaram.
- O que está acontecendo aqui Senhor? – um dos seguranças perguntaram a Sr. Lewis
- Nada, nada demais.
- Pode me soltar, estou bem – Matt falou exaltado.
- Ah, querido filho, hoje a noite no seu apartamento, apareço por lá, isso ainda não acabou!
Matthew apenas o olhou com repudio e foi embora.
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Apartamento dos irmãos Grint
- Aqui – Rupert deu um saco com gelo para Matt
Matthew tinha contado o que aconteceu na casa do seu pai.
- Tenho algo em mente – Daniel disse.
- E qual é? – Rupert perguntou curioso.
- Para o seu bem e o bem de todos, você precisa denunciar seu pai.
- Não posso, há caras por trás disso tudo – Matt falou com certa dificuldade por causa do gelo no ferimento.
- Eu quis dizer que você precisa armar para o seu pai, se denunciarmos para a policia ficaria difícil se resolver, porém se seu você pregar uma peça no seu pai será mais fácil, ele é a peça mais fácil do jogo, primeiro o atacamos e através dele a policia encontra os outros.
- Como vou fazer isso? – Matt se interessou pela proposta.
- Cerque seu pai, hoje a noite – Daniel concluiu seu plano.
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21h00min, Apartamento do Matthew.
De: Eva <3
“Responde-me! Tá tudo bem? Ficou o dia inteiro sem falar comigo.”
Respondeu:
“Sim, está! Eu te amo”.
Guardou o celular.
A companhia tocou e encontrou Daniel e Rupert ali.
- Preparado? – Rupert estava preocupado.
- Estou.
- Ótimo, eu e Daniel vamos estar aqui por perto.
- Certo, valeu, manos – fizemos nossos cumprimentos.
- Seu pai já deve estar chegando, boa sorte – Daniel desejou e foi embora com Rupert.
Matthew fechou a porta e ficou esperando seu pai ansiosamente.
20, 30, 40 minutos...
Um homem de cabelo preto com alguns fios brancos e barba rala entra no apartamento de Matt utilizando sua chave reserva. Os olhares dos dois se cruzaram .
- Finalmente – Matthew disse friamente.
- Filho... – Matt interrompeu
- Filho? Eu não sou seu filho! Isso é uma vergonha.
- Hoje de manhã, eu já estava sobre efeito das drogas, esse não é o verdadeiro eu, minha vida andava tão tediosa, até encontrar a cocaína, uso dia e noite, ela me transforma, me deixa um homem autoritário.
- Te deixa um homem babaca, isso sim.
- Desculpa, eu sou um deles agora, já pensei em como sair desse crime, eu sei, eu nunca fui um bom pai, mas isso é a gota d’água, não sei pra onde ir, não quero que você morra.
- Você não só colocou a minha vida, como a da Evanna e da minha mãe, você é uma vergonha.
- O que eu posso fazer para me readmitir? Entreguei-me as drogas de corpo e alma, eles sabem praticamente tudo sobre minha vida.
- Você começou tudo isso porque sua vida estava tediosa?
- Sim, queria uma nova vida, mas só arruinei mais com ela.
- Tem uma coisa que pode fazer.
- O que?
- Se entregue.
- Matt, não, não tenho coragem.
- Você pode prender os outros da gangue. Quantos são e onde vivem?
- São mais quatro e moram no Brooklyn.
- Ótimo agora saia daqui, você está cercado, policiais estão em toda parte, já pedi para que investigassem sua casa, abra a porta e se entregue, faça uma atitude digna de um homem.
Sr. Lewis vai até a porta, derramando lágrimas, ele se vira para Matt e lhe dá um abraço.
- Filho... – ele dizia com nó na garganta – eu te amo, tenho orgulho de você. – Matt sentiu uma lágrima descer, mas foi firme não retribuiu o abraço.
- Devolva a chave – Matthew disse com a voz grossa.
O pai de Matt entregou a chave, abriu a porta e ainda falou um adeus com a voz embargada com o choro.
Assim que Sr. Lewis saiu do apartamento, dois policiais pegaram pelos braços brutalmente, Matt fechou a porta se entregando as lágrimas que cismavam a descer e imagens veio a tona, como idas a praia, brincadeiras, risadas, horas vendo desenhos animados, o primeiro carrinho de corrida que ganhou do pai , quando tinha 7 anos , uma Ferrari vermelha , aos 9 anos ganhou um gameboy azul , aos 10 contou para seu pai sobre sua primeira paixão na escola : “Papai , ela parece um anjo’’ , aos 12 falou vergonhosamente sobre seu primeiro beijo que aconteceu no cinema , aos 14 os pais se separaram , tristeza , amargura , aos 15 namorou e seu pai odiou essa relação , aos 16 Sr. Lewis passou a ter mais interesse com a empresa , deixando de lado seu próprio filho e assim se perpetuou até os 23 anos .
Matthew tremendo e chorando, foi até a janela assistindo seu pai , que era para ser seu melhor amigo , companheiro de aventuras , seu herói que agora estava sendo preso .
Dan e Rupert bateram na porta , Matthew tentou se recuperar e abriu a porta .
- Sinto muito , cara – Rupert lhe deu um abraço que foi suficiente para que Matt voltasse a chorar .
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Parece que esse inverno trouxe mais desastres que o outono . Estações mudam , pessoas mudam , na maioria das vezes é para o bem , porém , quando as coisas não dão certo é o mesmo que ter um vaso quebrado e usar uma fita para esconder . Para mudar é preciso dar a volta por cima , ter coragem , não pode continuar caindo folhas no inverno ,como se fosse outono . Pessoas mudam a todo o momento e a melhor maneira de enfrentar um inverno interno é se proteger das chuvas, até virarem garoa .
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