Jaebum suspirou, cansado, exausto. Passou as mãos pelo rosto, secando lágrimas que não existiam de verdade (não havia nada dentro de si). Jackson estava, sim, ali, ao seu lado, mas não é como se realmente estivesse, mas preferia ele ali, dormindo, do que acordado e alheio à tudo, bebendo seu chá e preso em sua nevoa impenetrável de pensamentos; Jaebum não tinha espaço ali, nunca teve.
Jaebum não amava Jackson, Jackson não amava Jaebum. Talvez, algum dia eles realmente tenham se amado, mas aqueles dias, os de palavras românticas e beijos ternos pareciam tão distantes, como se os lábios nunca haviam tocado o chinês.
Repousou a xícara de chá tão vazia quanto si sobre o criado mudo, ajeitando os fios, puídos e sem vida, uma mistura de cores fechadas. Íris apagada, sem refletir alguma luz (a lua se escondia atrás de nuvens, iria chover). Ali, em meio a cobertas, escondido de seus medos, sem crises de ansiedade ou pânico, ele (Jackson) continuava sendo a pessoa mais linda que já botou os olhos.
Porque, realmente jurou que conseguia lidar com todos os problemas e fantasmas de Wang, mas, após alguns anos juntos, sabia que não conseguia lidar, que aquilo era demais para si, para eles. A solidão era cômoda, presente, como se fosse parte vital daquele vazio que chamavam de namoro.
Passando os dedos por sua garganta (o nó se apertando mais e mais como se fosse se sufocar a qualquer momento) tentando aliviar aquela sensação terrível. Mas, oras, Jaebum ainda sentia algo? O amor de ambos era apenas uma doença, uma doença que ambos eram imunes à qualquer tratamento.
O fim já havia chegado, mas eles continuavam ali. Feridos e em pedaços.
Quando Jackson acordou, aspirou o cheiro de chuva e passou os dedos na cama, o algodão acariciando sua pele; o lado vazio e frio.
Eram 04:00 da tarde e Jackson não sabia dizer onde chovia mais,
lá fora ou lá dentro.
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