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História O jardim inglês. - Inesperado parte 02.


Escrita por: akirasam946

Notas do Autor


Gostaram da capa, é como imagino Lucas...
Bom, essa fanfic será recheada em mistério, não tenham pressa em desvenda-los, um leva a outro...

Capítulo 2 - Inesperado parte 02.


Fanfic / Fanfiction O jardim inglês. - Inesperado parte 02.

   Com um suspiro resignado o homem resolveu voltar a cama, ainda estava cedo e chovia muito, infelizmente quando deu dois passos seus celular tocou, ele praguejou minimamente e atendeu, ouviu a voz grossa do outro lado e sentiu um calafrio percorrer sua espinha, só havia um motivo para o chefe estar ligando pessoalmente em pleno domingo.

-Peter, já acordado?

-Bom dia senhor Richard, sim estou acordado, ouve algum problema?

-Eu não diria que é um problema, certamente não para mim, te contarei pessoalmente daqui...Digamos uma hora? Hotel Palace, suíte 202, e venha muito bem vestido, se bem que eu nem preciso dizer isso não é Peter? Até mais.

O homem desligou e Peter olhou o aparelho em sua mão de modo patético, odiava o chefe, sempre odiou, sua suposta superioridade, intrigante e irritado e notavelmente bonito, o homem mais bonito que ele já vira na realidade, mas que nunca na vida gostaria de ter na cama, soube que era um sádico perfeito, suspirou ao lembrar da conversa pouco agradável de um dos sócios, sorte sua que o homem estava bem interessado em um dos rapazes do RH, pobrezinho...Mesmo assim ainda tinha receio toda vez que era obrigado a ir ao encontro dele em algum hotel, não que tivesse medo real do homem, era forte o suficiente para supera-lo, mas ele era o homem mais poderoso da cidade, desafia-lo seria sua ruína, seria preciso se submeter, e isso ele não queria mesmo. Olhou o relógio antigo na parede do quarto e foi até o banheiro, tomou uma ducha rápida, desejando na verdade ficar na banheira por uma hora inteira, com velas aromáticas ao redor e ouvindo música clássica, talvez as quatro estações...No entanto saiu do chuveiro, se enrolou em uma toalha e foi até o closet, escolheu uma camisa clara, gravata cinza chumbo, um terno cinza mais claro, tudo da mais alta alfaiataria, todos os seus ternos eram feitos sob medida, calçou sapatos novos, e se olhou no espelho, ajeitando os fios negros, passou sua colônia amadeirada e suspirou, olhando novamente, o conjunto todo era muito bom, tinha que admitir, mas preferia estar se arrumando assim para um encontro, não que ultimamente isso fizesse alguma diferença, não se interessava por alguém há muito tempo, ninguém prendia sua atenção, nem mulheres e nem homens.

Saiu do apartamento e se dirigiu ao subsolo, entrou em seu carro, uma Ferrari vermelha, nada discreta e dirigiu ainda preocupado até o hotel, deixou seu carro com o manobrista, não sem antes lançar um olhar significativo ao mesmo e lhe oferecer uma gorjeta gorda, indicando que tomasse máximo cuidado com o carro, e só então entrou, o saguão do hotel era suntuoso, e naquele horário estava praticamente vazio, se dirigiu ao balcão e foi recebido por um atendente que sorriu discreto.

-Bom dia, estou sendo aguardado na suíte 202 pelo senhor Richard, da Company Club.

-Senhor Peter, fui informado, me siga por favor, eu mesmo o levarei até lá.

Peter o acompanhou impaciente, entraram no elevador e o homem notou com um nota ainda mais preocupada que o andar em questão era privativo, ou seja a suíte 202 tomava todo o andar, e era muito provavelmente particular.

-Chegamos senhor. Anunciou o homem discretamente.

Peter novamente sacou algumas notas e deu uma gorjeta ao atendente e se voltou ao corredor, o seguindo e tocando a campainha da porta 202, rapidamente ela se abriu e um mordomo vestido como antigamente e todo pomposo abriu a porta, o deixando passar e observar o luxo que o aguardava, realmente conhecia lugares sempre muito ricos, ambientes vistos pela elite, mas aquele superava todos, era simplesmente magnífico.

-Peter, como vai? Realmente está lindo hoje, se superou meu rapaz, venha e entre, esse é meu humilde apartamento, aliás o hotel é meu, resolvi fazer um cantinho para mim aqui, gostou?

-Senhor é lindo, realmente magnífico, mas eu não sabia disso...Quer dizer achei que morava na rua Hudson...

-Realmente tenho uma casa lá, mas não é minha favorita, embora seja útil, adoro viver aqui, com mordomos e empregadas a todo instante, é uma dádiva, mas vamos, sente-se, logo chegará o nosso cliente mais especial.

-Cliente?

-Sim, estou expandindo, e comprei um prédio em Londres, faremos uma filial lá, com certeza será tão grande quanto a que tenho aqui, mas quero você lá, meu melhor vendedor, minha mina de ouro, e o homem que verá agora será seu encarregado lá, ele é frio e calculista, mas um ótimo negociador, e como o conheço a muitos anos achei a escolha perfeita.

Novamente a campainha toca e o mordomo que estava ali como uma sombra vai atender a porta, e um homem alto, de seus cinquenta anos entra, ele é alto e forte, tem a pele morena, cabelos negros levemente grisalhos nas tempôras, olhos ainda mais escuros, provavelmente tem descendência indiana, e tem uma aura de poder ao seu redor.

-Bom dia senhor Richard, esse é Peter?

O homem se aproxima e estende a mão que Peter aceita, o aperto é firme, e o homem exala um aroma quase doce, enjoativo, como se fosse uma especiaria do mercado em Cabul.

-Eu sou Ali, e agora você trabalha para mim, conte-me mais de sua vida, pois tenho interesse em cada um dos meus empregados e quero saber tudo de sua vida, absolutamente tudo.

Peter engoliu em seco e se sentou, e respondeu todas as perguntas do homem, sem pestanejar, já tinha lidado com pessoas estranhas, isso era quase normal em Nova York, mas aquele era mesmo muito estranho, se focou em assuntos pessoais, pessoais de mais para o gosto dele.

-Então não é casado, por acaso é gay senhor Peter?

-Isso é relevante senhor?

-Não, mas quero saber assim mesmo e tenho certeza que me contará.

-Não sei se essa denominação caberia em mim, mas sim, já dormi com homens, e gostei, assim como me deitei com mulheres e muitas vezes gostei, talvez eu não me atente a gêneros senhor...

O homem sorriu satisfeito e se levantou caminhando até Richard.

-Acho que nos daremos bem, negócio fechado meu velho amigo...A propósito, ainda gosta de vinhos raros?

-Sabe que sim...

-Ótimo, virei hoje a noite então, trarei uma safra especialmente boa, se quiser vir também senhor Peter, está convidado, eu acharia bem...Interessante provar um vinho em sua companhia.

Ok, isso foi muito direto, mas é claro que a não ser que sua vida dependesse disso ele não viria, gostava de comandar e claramente aqueles dois adoravam mandar, eles que achassem outro cachorrinho.

Muito bem, o senhor Ali seria seu novo chefe em Londres, uma cidade bela, realmente, mas que ele não queria ver tão cedo ainda, quando se mudou de lá queria deixar seu passado enterrado, esquecer a polícia, a violência, e principalmente o fato de ter tido um pai um dia, mas ainda sentia falta de sua mãe, a mulher que o salvou contra todas as possibilidades, e que o libertou de um destino pior que a morte, infelizmente teria que voltar, uma ordem de Richard, o presidente da maior imobiliária de Nova York e de um dos homens mais ricos e influentes do mundo, que fazia negócios com todo tipo de gente, e isso incluía a alta sociedade, mafiosos e pessoas do governo, o que em sua opinião é ainda pior, bom...Uma ordem de um homem desses era impossível de desrespeitar, ele tinha que voltar a terra natal, e ficaria na casa de sua mãe, em sua antiga casa.

Suspirou enquanto descia e pegava a chave das mãos do manobrista, lhe dando outra gorjeta, assim que entrou no carro sentiu uma leve dor de cabeça, coisa que não sentia a muito tempo, passou as mãos na testa irritado, será que o detetive Farrel ainda mantinha seu caso aberto depois de tantos anos? Mas o caso não era ele, era bem maior que isso...E pelo que soube o detetive agora era do FBI, e tinha mais autonomia, bom para ele. Dirigiu até em casa e quando entrou notou o telefone piscando, uma mensagem em seu telefone fixo, só podia ser Richard, droga! 

Apertou o botão e ouviu, enquanto se dirigia a geladeira e tirava uma cerveja gelada de lá, a abrindo e tomando um gole generoso.

"Peter, a passagem está comprada, arrume suas malas, avise sua mãe, ou fique em uma das minhas propriedades, te mandarei a lista, existem duas que gosto particularmente ou pode ficar no K + K Hotel George, é um dos prédios que me pertencem, fique na suíte 103, é uma das melhores...Enfim, espero que goste de voltar para a casa, sei que isso não estava em seus planos, e não gosto de manda-lo para lá, dada as suas lembranças, mas como eu já disse você é minha mina de ouro, e depois dinheiro é sempre bem vindo não é meu caro Peter? Enfim, boa viagem, quando chegar tire um dia de folga antes de ir ao escritório."

Peter apertou a garrafa nas mãos, ouvindo a campainha tocar, e foi atender o entregador, suas passagens é claro, praguejou baixinho e atendeu a porta, guardando as mesmas em cima da bancada da cozinha, olhou em volta, amava aquele apartamento verdadeiramente, era seu lar, e não aquela fria e distante casa em Londres, mas pelo menos veria sua mãe mais cedo, ela era sua única amiga, e de qualquer modo teria que ir ao casamento, parece que  seu tempo de exílio tinha acabado, estava fadado a voltar para Londres, a rever seus jardins, e suas memórias doloridas.

"Nunca te perdoarei meu pai...Nunca...Mas agora isso não importa não é? Espero que a cadeia esteja agradável." Pensou irritado, imaginar seu pai preso não era algo que o desagradasse, pelo contrário, uma vez que ele estivesse lá muitos meninos estariam a salvo não é? Não ouve mais sequestros daquele tipo desde de...Desde de que o prenderam, então tudo estava bem, tirando o fato de que ele nunca confessou o que ouve com os outros cinco meninos raptados.

Ele ainda lembrava vagamento do medo, mas não do lugar, isso não, tudo isso porque aplicaram nele um inibidor de uma proteína chamada de PKMzeta com uma mistura insana de propranolol e outras drogas que o fizeram esquecer completamente do que lhe aconteceu, mas não aplacaram o medo do que passou, ou seja sem lembrar do trauma e com o medo intacto ainda na mente, e pensar que foi vítima do próprio pai, um neurocirurgião famoso e louco que trabalhava com um neurotransmissor ou coisa assim, o fato é que ele usou o próprio filho e outras seis crianças em seus experimentos, e somente ele e outro menino, que não sobreviveu aos testes foram encontrados, os outros meninos desapareceram.

Resolveu jogar o resto da cerveja na pia, e procurar um remédio para dor de cabeça, lembrar ou não lembrar de algo lhe fazia muito mal...Pois os rostos assustados deles ainda lhe assombravam muito, e várias vezes acordava no meio da noite ouvindo o choro baixo ainda em seus ouvidos...

 


Notas Finais


É isso, está ficando assustador, mas vai piorar bastante, e no meio disso ainda teremos romance acredita?


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