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História O Jardineiro - Cicatrizes do passado


Escrita por: JillianJill e Rose_Quartz

Notas do Autor


Fiquei sabendo que muitos andaram revivendo essa fanfic do mundo dos mortos, por isso decidi revivê-la! Ela está passando por revisões, mas já está completa e não demoraremos a postá-la, ok?

Essa conta, de início, será destinada apenas a essa fanfic em especial por conta das regras contra a repostagem. Agora os deixo nas mãos de Rose_Quartz. A história está passando pela revisão minuciosa dela. Um abraço grande e obrigada pelo carinho de todos que me fizeram reaver essa fanfic!

Capítulo 1 - Cicatrizes do passado


Fanfic / Fanfiction O Jardineiro - Cicatrizes do passado

Dentro de um pequeno barraco feito de madeira, em uma favela dentro de uma cidade chamada Konoha, habitava uma curiosa garota. Era tão meiga e doce que destoava daquele lugar.

Banhava-se em um tonel de água bem gelada. Gelada até demais para um tempo tão frio, mas jamais reclamaria. Já estava acostumada e agradecia todos os dias por ter um tonel só seu para se banhar e por poder viver naquele barraco. Muitos nem mesmo aquilo podiam ter.

Esfregava-se com um pequeno sabonete já gasto. As mãos passavam por suas costas nuas onde horríveis cicatrizes se destacavam. Não gostava de passar os dedos por ali, a única parte de seu corpo que abominava, mas precisava lavar com cuidado. Terminou o banho e se enrolou em uma toalha velha e encardida. Colocou-se diante de um pequeno espelho pendurado na parede. Era uma moça bonita, apesar da aparência descuidada. Os olhos verde-jade, apesar de belos, escondiam uma tristeza e dor terríveis. O nariz pequeno e arredondado lhe dava um ar de boneca e os cabelos rosados eram cortados curtos. Tudo para ajudar em seu disfarce.

Foi até uma pequena cômoda onde guardava suas roupas — não tinha espaço o suficiente para um guarda-roupa ou outros móveis maiores — e abriu a primeira gaveta, pegando algumas faixas. Logo começou a amarrá-las ao redor dos seios, apertando-os para que eles não aparecessem. Foi com rapidez e precisão que ela completou a tarefa. Já estava acostumada com aquele ritual que fazia todos os dias.

Uma vez que aqueles inconvenientes seios já estavam escondidos, pegou sua escova de cabelo e começou a penteá-lo para cima, prendendo a parte maior com um grampo e completando com uma boina marrom que escondia todo ele, não deixando uma mecha sequer para fora. Aquela boina era uma das poucas coisas que havia herdado de seu avô. Já estava velha, mas ela não abria mão de usá-la. Completou o traje colocando calças marrons surradas, uma camisa social que já fora branca um dia e um imenso casaco marrom.

Sakura ainda se lembrava de quando começara a se vestir de homem. Fora pouco depois de ter perdido sua família. O lugar onde ela vivia era bastante perigoso. Naquela época, ela ainda era uma aluna de terceiro ano do colegial. Voltava pra casa em uma noite fria e usava uma saia pregueada como toda estudante, camisa de botão e um casaco por cima das roupas. Caminhava tranquilamente quando um homem começou a segui-la. Começou a apertar o passo e o homem também. Ia em seu encalço. Desesperada, desatou a correr o mais rápido que pôde, mas o sujeito era ainda mais rápido e a alcançou, derrubando-a no chão e colocando um canivete em sua garganta.

— Fica quietinha. Agora você vai fazer tudo que eu quiser, senão enfio esse canivete no seu pescocinho lindo, putinha — dizia o asqueroso homem enquanto levantava a saia e rasgava a calcinha sem cuidado algum.

Sakura não era virgem. Naquela época tinha um namorado da escola, Sai, com quem perdera a virgindade poucos meses antes. Porém, era inegável que sabia como aquilo que estava por vir doeria. O pior de tudo era o medo. Ela não sabia o que ele lhe faria depois que terminasse. Ouvira histórias de garotas que eram violentadas e esquartejadas. Sentia que desmaiaria.

O medo e o nojo daquele sujeito forte e de cabelo castanho fazia com que seu corpo tremesse e o coração disparasse. Seu tormento só chegou ao fim quando um grupo de pessoas de uma caravana religiosa local estava chegando e o maldito, com medo, saiu de cima dela e correu dali suspendendo as calças. As pessoas a encontraram naquele estado e a ajudaram a se levantar.

Sakura não quis registrar queixa. Sentia muita vergonha do que acontecera e não queria que ninguém soubesse. Naquele dia, foi pra casa e não quis mais voltar para a escola. Estava apavorada e com medo de encontrar aquele homem de novo e ele terminar o serviço.

Durante muito tempo ficou reclusa em casa e sua única janela para o mundo exterior era a vizinha chamada Chiyo. Uma velha senhora e amiga que lhe trazia comida todos os dias. Depois de um ano traumatizada e presa dentro daquele barraco, tomou coragem para seguir os conselhos de Chiyo, voltando a sair daquela casa. Porém, para que aquilo nunca mais lhe acontecesse, resolveu voltar de um jeito diferente.

Sakura entendeu o perigo que era ser mulher em um mundo tão violento e cruel, então passou a se vestir como homem até para ir ao mercado e acabou conseguindo emprego em uma feirinha, carregando bolsas para velhinhas.

Pouco tempo depois, soube que Sai havia se formado e engravidado sua melhor amiga de escola, Ino Yamanaka. Aquilo a deixou sem chão. Costumava confiar cegamente em Ino e a amiga sequer fora em sua casa quando desaparecera. Contudo, não se surpreendera. Ino era uma moça classe média e jamais a visitaria na favela onde morava, assim como Sai. As pessoas tinham medo de ir até um lugar como aqueles. Sabiam como era um lugar marginalizado e como estava recheado de criminosos e bandidos de toda espécie.

Há uns meses que trabalhar na feira já não era o suficiente para Sakura continuar a se sustentar. Não se ela quisesse ter um futuro e mais conforto. Não que a garota se importasse com o futuro. Depois de tudo o que lhe acontecera, Sakura se sentia oca e vazia por dentro. Não só pela tentativa de estupro, mas também pelo incêndio em sua antiga casa que a fizera perder toda a sua família de uma vez só e ainda lhe rendera as horríveis cicatrizes que tinha nas costas.

Não tinha orgulho de admitir, mas chegara a tentar suicídio uma vez, preparando uma comida com alta doses de veneno. Felizmente, Chiyo conseguiu chegar a tempo de fazê-la vomitar até que todo o veneno saísse de seu corpo.

A mesma Chiyo, que sempre esteve ali para ajudá-la, lhe arrumara um emprego de jardineira numa mansão a poucos minutos dali de ônibus.

Sakura havia aprendido o ofício da jardinagem com seu avô, que fora um simples jardineiro e que trabalhara em sua escola cuidando das flores até o fim de sua vida. Ele também fora a pessoa que Sakura mais amara em toda sua vida, depois de sua irmãzinha, que também morrera naquele incêndio.

Ainda guardava a foto deles no fundo da gaveta.

Sakura caminhou até o local onde guardava aquela foto, tirou-a de lá e colocou na pequena bolsa que levaria. Chiyo havia sido muito específica sobre as exigências do tal Sr. Uchiha, que fazia questão de acomodar todos os seus empregados na mansão. Ao menos durante os dias de semana.

Sabia pouco sobre o futuro patrão. Diziam que ele era um empresário do ramo dos automóveis de muita riqueza, além de ser jovem, bonito e solteiro, mas amargo e ruim feito o cão – Chiyo sempre escolhia palavras engraçadas para descrever as pessoas. Mais um motivo pra Sakura vestir-se como um homem. Talvez ele a respeitasse mais se pensasse estar lidando com um funcionário do sexo masculino.

Sakura colocou a bolsa nas costas, suspirou e foi em direção ao ponto de ônibus.

Teria uma longa jornada pela frente.


Notas Finais


Como foi dito, a fanfic já está finalizada. Então, não se preocupem! As atualizações serão constantes (talvez até diárias!).

Vejo vocês no próximo! Mil beijos e até logo.


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