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História O lago dos anjos - XVII


Escrita por: isalemes

Notas do Autor


Olá! Sei que demorei mas tentei recompensar isso com o capítulo, espero que gostem!

Boa leitura! ^^

Capítulo 17 - XVII


Fanfic / Fanfiction O lago dos anjos - XVII

POINT OF VIEW ALEXIA


Eu não queria desviar do foco dessa missão, mas era meio difícil quando tudo à minha volta é algo novo. O Inferno é surpreendente, eu tinha que admitir. Quando saímos da floresta, Barakiel nos deu capas pretas, que cobriam todo nosso corpo e rosto, nos deixando irreconhecíveis. Ou perto disso, porque nossa energia é diferente da daqui, mas nada que não possamos disfarçar com feitiços. Feitiços que, na verdade, apenas eu conseguia fazer.


Durante o trajeto, os três me encheram de perguntas sobre o meu disfarce das energias, porque eles não sabiam como fazer isso. Cada vez mais surpresa. Também perguntaram diversas vezes sobre o preço da bruxa, mas eu me recusava a dizer.


Andávamos em silêncio agora, e outras pessoas - demônios - cruzavam caminho conosco e nem percebiam. Parecia ser um tipo de avenida, apenas uma cercada por árvores em sua volta, mas muita gente passava por aqui. Era como aquela festa que fomos aquele dia, a variedade de estilos fazia-me sentir desconfortável. Eu via algumas pessoas sendo arrastadas e outras com algum tipo de coleira que os deixavam presos pelo pescoço, e pareciam escravos muitas estavam sangrando de modo assustador. Em certo momento cheguei mais perto de Marcos, com medo daquelas pessoas, mas então uma lembrança me veio em mente. “E não deixe ninguém fugir. Sabe como os criados ficam quando eu estou longe.”. Há pouco tempo, Marcos pode ter sido um desses, um dos que maltrata os inocentes. Eu tento me convencer de que ele não foi assim, mas depois de ouvir aquela ligação (que eu já tinha quase esquecido pelos ocorridos das últimas semanas) fica muito difícil.


Afastei-me novamente e respirei fundo, continuei andando na multidão e, enquanto olhava para baixo, senti alguém esbarrar em mim. Virei-me e esqueci momentaneamente que alguém poderia me reconhecer. A pessoa que tinha esbarrado em mim também virou-se e eu pude ver seu rosto, parando alguns segundos para encarar ela, que sorria para mim. É ela. Antes que eu pudesse fazer alguma coisa senti um forte aperto no antebraço e fui puxada para frente. Puxei meu braço de volta e corri para trás tentando alcançá-la, mas eu não conseguia vê-la. Novamente as vozes ficaram para trás e eu só conseguia pensar “corre, Alexia, pega ela”.


Eu corria entre as pessoas, algumas apenas gritavam coisas obscenas e continuavam andando, outras me empurravam também, ação que me fez perder ela. Não conseguia mais enxergá-la. Droga!


– Alexia! – Barakiel me repreendeu baixinho quando parei de correr – O que foi isso?


– Era ela, era ela! – respondia trêmula e ofegante


– Quem? Isabel? – Lucas perguntou


– Não – olhei para eles, vendo a confusão em seus olhos. – Natália.



××××××××


É aqui. Estamos na frente da “casa” de Douglas. E boto aspas nisso porque não é uma casa. Isso é uma mansão, quase um castelo! Haviam janelas, diversas delas, mas nada se via através. O quintal era grande e a grama bem cortada, mas nada se via ou ouvia de dentro. Era toda branca, mas o aspecto do lugar é assustador.


Estava anoitecendo, fato que nos deixava mais confiantes para entrar lá e sair antes que ninguém percebesse.


– Imagino que não tenha um plano – Marcos disse enquanto os outros dois faziam armas ao nosso lado.


– Na verdade, – disse tendo a atenção de todos – tenho.


– E qual é? – perguntou surpreso .


– Em um dos livros que li sobre feitiços, – comecei, vendo-os vidrados no que falava – achei um que irá nos ajudar muito.


– Bom, faça, então. – Lucas disse dando de ombros


– E se não der certo? – perguntei insegura.


– Então nós tentamos outra coisa. – respondeu, sorrindo.


Eles confiam em mim. Respirei fundo e nós fizemos um círculo, todos de mãos dadas. Comecei a recitar as palavras em latim, sentindo uma estranha vibração em minhas mãos. Eles também falavam o texto junto comigo, e em poucos segundos um brilho ofuscante tomou conta do lugar, e logo desapareceu. Olhei em volta e percebi que tinha dado certo; nossos corpos pareciam estar com menos “cor”. Estamos invisíveis. Ou, pelo menos, para aqueles com energia mais fraca, Douglas ainda poderia nos ver por ser mais poderoso. Mas isso nos dará uma boa cobertura, e poderíamos passar pelos corredores mais sossegados.


– Vamos entrar. - Lucas sussurrou e nós começamos a andar.


Marcos, sem nenhuma palavra, me entregou uma espada e deu um sorriso pequeno, que eu não retribuí. Apenas segurei firme no cabo da espada e segui eles, vendo o que eles estavam fazendo. Sem perceber ou não, eles formaram um pequeno círculo em minha volta, fazendo-me ficar no meio deles. Não sabia se ria pelo carinho e preocupação ou ficava com raiva - pelos mesmos motivos. Ainda em silêncio, chegamos em uma das janelas, que eram pouca coisa menor que nosso corpo, mas estava fechada. Lucas, que estava na frente, fez alguma coisa que não pude ver e a janela deu um baixo “clique” e abriu.


Lucas entrou primeiro, depois Barakiel. Eles seguraram a cortina, deixando-a aberta para mim. Marcos segurou minha mão e apoiou-me para entrar, e cheguei ao chão de dentro sem me machucar. Logo o outro entrou, e a janela foi fechada novamente. Parei para olhar em volta, ficando muito surpresa ao ver que estávamos dentro de uma grande biblioteca, em que as prateleiras de livros amarronzados estavam até o teto. Não consegui parar para ler os nomes dos livros e ouvi alguém sussurrar baixinho, mas não era para mim. Lucas falava alguma coisa para Marcos, e isso, sinceramente, me deixou mais surpresa do que o Inferno inteiro. Tomara que tenham se acertado durante as minhas buscas. Marcos assentiu e eles fizeram um aceno de cabeça, chamando-me para perto. Fizeram gestos dizendo que iríamos nos separar. Lucas e Marcos foram até a porta primeiro, e a abriram lentamente, sendo ouvido apenas poucos ruídos.


Os dois saíram e olharam para os lado e depois sinalizaram que estava tudo “limpo”. Os dois foram para a esquerda e eu e Barakiel à direita. Os corredores eram todos brancos, e as portas eram em tons pastéis. Andávamos silenciosamente, e eu o seguia sem saber se ele realmente sabia aonde Isabel estava.


Até que ouvi um barulho. Passos abafados vinham de uma sala do meu lado, e eu rapidamente puxei o braço de Barakiel, e ficamos ambos escorados na parede contrária ao barulho. A porta de um dos cômodos se abriu, e de lá saía uma mulher de meia idade, com alguns dos fios dourados ficando visivelmente grisalho. Ela tinha algumas rugas e sua feição era um pouco mórbida, mas não pude julgá-la. Ela vestia uma roupa de faxineira e carregava um cesto de roupas pretas.


A mulher passou por nós e não se ouvia uma única respiração. Eu fiquei completamente imóvel, vendo-a passar reto por nós dois. Porém, quando ela chegou no final do corredor (e eu e Barakiel ainda estávamos parados) ela virou-se para nossa direção e eu senti, eu senti que ela me olhava. Quando encarei de volta, achei ter visto um pequeno sorriso em seu rosto, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa ela virou no corredor e sumiu, e senti Barakiel puxando meu braço, e seguimos para o mesmo corredor, mas ela não estava mais lá.


××××××××


Eu não sabia mais dizer se isso era uma casa ou um labirinto, mas Barakiel parecia saber o caminho então o seguia sem pestanejar. Algumas vezes nós entramos em alguns cômodos, mas nada era muito animador. Erram apenas mais bibliotecas ou salas com sofás e lareiras, nada que nos ajudasse. Alguns criados passavam por nós, mas não ocorreu nenhum episódio parecido com o da outra mulher.


Até que Barakiel entrou em mais uma sala e pediu para que eu ficasse fora, cuidando o corredor, e eu assenti. Comecei a ouvir alguns ruídos na porta da frente e olhei para a sala em que Barakiel estava. Ele estava olhando as prateleiras, gavetas, procurando algo que pudesse nos ajudar. Ele não se importaria se eu saísse um pouco, não? Em passos silenciosos, fui até a porta da frente e me escorei. Senti-me, novamente, uma intrusa. Mas nada que fizesse eu sair dali, apenas continuei ouvindo as duas vozes discutirem.


Não faça isso. - ouvi Douglas dizer.


Não é como se eu tivesse muitas escolhas, irmão. – ouvi Marcos responder, e levei um sobressalto.


Isso já foi longe demais, Marcos. Apenas entregue a garota e isso será muito mais fáciltrilhaa  te digo o mesmo. – Marcos respondeu determinado – Devolva Isabel.


Antes que eu entrasse lá para ajudar Marcos e matar aquele desgraçado (que era o que eu estava preparada para fazer), senti um puxão em meu braço e vi Barakiel puxar-me para dentro da sala que ele revistava antes. Eu ia reclamar e xingá-lo, até que vi uma parede aberta. Antes havia uma prateleira de livros ali, e agora há uma escada? Eu realmente não teria pensado nisso, passagens secretas parecem tão bregas. Barakiel fechou a porta e me puxou com ele, comigo tropeçando milhares de vezes na descida apertada. Chegamos no final da escada e a nova sala em que estávamos era muito mais escura e difícil de respirar do que todos o cômodos da casa que eu entrei até agora.


Eu queria protestar e subir lá novamente, Marcos estava em uma situação caótica e em alguns minutos estaria em uma batalha, mas não consegui pensar em mais nada quando vi, no meio da escuridão, uma cadeira.


Andando mais devagar do que deveria, soltei minha espada com um pequeno estrondo no chão e fui até lá e virei para o rosto da pessoa, já sentindo as lágrimas escapando de meus olhos. Ela estava desacordada, pálida e sangrando, com diversos cortes em seu rosto e braços - ou, pelo menos, eram esses que eu conseguia ver. Eu segurei seu rosto com minhas mãos e chamei seu nome baixinho, tentando não soluçar por ver minha amiga naquela situação. Ela abriu seus olhos só um pouquinho, e sobressaltou-se quando me viu.


– N-Não, Alexia! – me repreendeu, ainda desnorteada – Vá emb-bora!


Sorri pequeno com sua preocupação, e Barakiel veio até mim para me ajudar. Nós soltamos seu corpo e eu a segurei para não cair para os lados, e quase deixei-a cair quando levei um susto por ouvir passos, mas tranquilizei-me quando vi que era Lucas, que veio correndo até ela e a abraçou forte. Pude soltá-la quando vi que seu abraço era o suficiente para ela ficar de pé, e fiquei surpreendida ao notar que ele chorava um pouco. Ele realmente gosta dela. Segurei-me para não começar a chorar de novo, mas aproveitei a distração para sair dali sem que eles me notassem. Peguei minha espada sem fazer barulho e segui para a saída.


Bel está bem e está com Lucas e Barakiel, então está segura. Mas eu ainda tenho mais uma missão.


××××××××


Botei o ouvido na porta em que Marcos e Douglas estavam antes, mas não consegui ouvir nada, e quando entrei não tinha ninguém. Inconformada, saí dali e comecei a andar pelos corredores. Pelo menos dessa vez eu sei o caminho. Ficava em silêncio total quando alguém passava por mim, mas logo que virava o corredor eu seguia o caminho.


Até que cheguei.


– Senhora Elisa? – chamei, ouvindo um ruído baixo.


– Espere, menina! – chamou quando eu estava pronta para sair e procurá-la em outro lugar.


– Claro. – respondi.


Ela estava com o mesmo avental de quando nos encontramos no corredor, mas enrolava uma túnica preta em volta de seu corpo. Seus cabelos estavam presos e seu rosto parecia mais jovial, mais alegre, bem diferente do mórbido que vi antes.


– Vamos. – ela chamou-me e nós começamos a caminhar pelo caminho em que vim.


Quando estávamos sozinhas, porém, não resisti.


– Senhora? - chamei, ouvindo seu risinho baixo.


– Quer saber como eu a enxerguei no corredor aquela hora, não é? – sorria, parecendo ainda mais jovem. Assenti e ela apenas respondeu: – Tenho meus truques, querida. E, por favor, não me chame de senhora, apenas Elisa.


Eu não pude evitar e sorri também, contentando-me com aquela resposta. Tão diferente da filha.


Chegamos na sala em que Bel estava, e vi que os quatro estavam lá, e conversavam em tom baixo, mas aflito. Eles me olharam e não se decidiam entre ficarem aliviados e saírem dali ou apenas me xingar por ter desaparecido. Depois de algum tempo, perceberam a mulher encapuzada na porta, e antes que pudessem atacá-la, eu intervi.


– Ela irá conosco. – disse séria e sem gaguejar, vendo as reações de raiva dos três. Bel apenas ficou em silêncio.


– Não irá, não! – Lucas respondeu, falando alto demais.


– Eu não irei discutir sobre isso com vocês agora. Ela irá conosco, vocês gostando ou não. Agora vamos, antes que alguém chegue.


Concordaram (apesar de ainda quererem me matar) e saímos dali. Lucas segurava Bel, que apesar de conseguir caminhar melhor ainda estava muito fraca. Chegamos - finalmente! - na saída mas fomos surpreendidos por Douglas. Antes que ele pudesse fazer alguma ameaça, ou que atacasse um de nós, Marcos avançou sobre ele com sua espada, e ambos começaram uma batalha árdua. Eu não pude ir ajudá-lo porque comecei a sentir Elisa puxando-me para fora da casa, e eu me sentia tonta demais para qualquer coisa.


Quando percebi nós já estávamos sendo puxados pelo portal, e a única coisa que consegui fazer antes de desmaiar foi gritar o nome de Marcos o mais alto de pude, vendo-o sumir.


××××××××


Acordei e tentei me levantar, sentindo uma típica dor de cabeça excruciante de alguém que levou uma surra. Deitei-me novamente gemendo de dor, tentando enxergar o lugar que estava.


– Como assim…? – perguntei para mim mesma ao ver que estava no sofá da casa da bruxa, com todos ali.


Bel, Lucas, Barakiel, Elisa e a bruxa me encaravam. Meus amigos (e até mesmo Elisa) pareciam aliviados ao me ver acordada, mas a outra apenas revirou os olhos e saiu, coisa que me lembrou muito uma atitude de Natália, há um tempo atrás. Natália.


– Nós precisamos voltar! – praticamente gritei e me levantei rapidamente, sentindo a tontura novamente, e quase caí no chão, se não fosse Elisa me segurar.


– Marcos dará um jeito, com certeza. – Barakiel disse – Não se preocupe.


– Preocupo, sim! Não é apenas Douglas que representa ameaça agora, vocês esqueceram da Natália?


–Natália? – Bel perguntou confusa, enquanto Lucas colocava algumas ataduras em seus ferimentos.


– Eu esbarrei com ela quando estávamos indo para a casa de Douglas. – expliquei suspirando – A desgraçada até sorriu para mim, Bel. Agora que ela está com Douglas, ela com certeza vai fazer de tudo para me atingir, e acho que você é a que melhor sabe disso.


Sentei-me no sofá e suspirei, esperei alguns segundos e logo a bruxa veio até mim e trouxe uma bandeja de comida, recebendo um olhar confuso de mim. Olhei para Elisa que sorria carinhosamente para mim, como se dissesse que tudo ficaria bem. Com essa confirmação, aceitei de bom grado e comi tudo, todos pareciam já ter comido porque recusaram e pareciam sinceros quando diziam não estar com fome; exceto, é claro, Bel, que todos nós insistimos (obrigamos) a comer mais. Depois de alguns minutos, Elisa e a bruxa se retiraram, e quando fui na cozinha vi as duas se abraçando. Pode ter sido meio assustador quando ela deu seu preço, mas assim que eu soube que era uma pessoa, podia imaginar que fosse alguém importante. Larguei a bandeja na mesa mesmo e voltei para a sala, respirando fundo.


– Nós precisamos ir. – disse e todos se levantaram - Precisamos ajudar o pessoal com o acampamento e tenho certeza que meus pais estão enlouquecendo por agora.


– Tem razão. – Lucas concordou


– Eu faço um portal para vocês. – a voz da bruxa veio se aproximando, e dessa vez ela parecia realmente disposta. Estamos indo embora, afinal.


Não pude negar um abraço bem forte em Elisa. Eu a conheci hoje, mas sinto algo diferente com ela. Talvez seja sua simpatia ou o carinho que teve comigo, ou apenas seu jeito. Mas eu sinto que essa senhora de meia idade é muito importante para mim. Dei um breve aceno para a bruxa, que respondeu com pouca vontade, mas respondeu. O portal foi aberto e, finalmente, eu caí de pé e sem me machucar.



××××××××


Saímos no meio do acampamento e, assim que os outros à nossa volta perceberam que voltamos são e salvos, uma gritaria e aplausos encheram todo o lugar. Não pude evitar um sorriso, mas trate logo de explicar para todos que um de nós havia ficado para trás e a comemoração deveria ser feita apenas depois que todos, todos estivéssemos bem.


Meus pais estavam ali também e não queriam mais nada me xingando e repreendendo, dizendo que eu ficaria de castigo minha vida inteira se fugisse novamente. Ri e os abracei, dizendo que amava-os muito.


Conversei um pouco com Amitiel sobre como as coisas estavam quando eu estava fora, e ele disse que nenhum incidente ocorreu. Sorrindo travesso, ele disse que estava muito preocupado comigo, mas que também transbordava de orgulho, pois isso apenas mostrava o que ele já sabia. Sem mais explicações sobre o que ele já sabia, ele apenas sorriu e saiu.


Voltei para a rocha perto do lago. É inevitável, eu acho. Esse se transformou no meu lugar, em que todos sabem que enquanto estou aqui, é porque preciso refletir. E foi isso que fiz. Repeti todos os momentos em minha cabeça, tentando lembrar o momento em que errei e ele foi pego.


– Se culpar não vai trazê-lo de volta. – ouvi Bel do meu lado. Nem tinha percebido sua presença.


Minha amiga vestia uma calça moletom mais solto, uma camisa preta bem grande e chinelos. Muitos machucados eram visíveis em seu corpo, e ela percebeu meu olhar. Moveu-se e se sentou do meu lado.


– Se culpar não vai trazê-lo de volta, Alexia. – repetiu.


– Eu simplesmente não entendo, Bel! – exclamei baixinho, apoiando-me em seu ombro – Ele surgiu do nada! Nós estávamos quase chegando ao portal, e ele simplesmente apareceu! – chorava baixo, sentindo sua mão fazendo carinho em meu braço.


– Você está preocupada com ele? – perguntou como se realmente não soubesse a resposta


– Ah, Bel, eu sempre gostei dele. Nos últimos meses, desde que os esbarramos na trilha e eu não sabia de nada, desde que eu realmente conversei com ele… – confessava ainda chorando – Desde que eu conheci o verdadeiro Marcos, eu passei a gostar dele mais ainda.


– Eu sei. – ela assentiu ainda abraçando-me de modo desajeitado.


– E agora, justo agora ela voltou. Parece que sempre que está tudo bem ela volta.


– Ela é um demônio agora. – dizia calmamente


– Eu sei, eu sei. Mas é tão estranho! Eu não consigo imaginar que ela chegaria a esse ponto, Bel. E eu morro de medo do que ela pode fazer com Marcos se ele não conseguir voltar, apenas para se vingar de mim.


Ela apenas ficou em silêncio, esperando que eu continuasse a falar.


– E pouco me importa se os outros entendem ou não. – continuei – Se ele não voltar, eu irei lá de novo, Bel. Eu só vou descansar até que todos nós estejamos bem


Notas Finais


É isso! Praticamente o capítulo inteiro foi feito hoje, eu estava sem inspiração novamente mas deu aquele "click" e eu consegui escrever três mil palavras que me deixaram muito feliz.

Muito obrigada por ter lido até aqui!

(Críticas construtivas são sempre bem vindas ;) )


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