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História O Legado - Capítulo 43


Escrita por: LunaSelene

Notas do Autor


Olá, pessoas lindas e maravilhosas.
Obrigada pelos comentários. Irei tentar respondê-los agora :)
Espero que gostem desse capítulo e não fiquem com tando ódio no coraçãozinho puro de vocês.
ATENÇÃO: vão para as notas finais, tem uma pequena surpresa lá.
Beijoos!!
Me digam o que acharam. Estarei esperando ansiosa :)

Capítulo 43 - Capítulo 43


“Em algum lugar, em toda aquela neve, ela via seu coração partido em dois pedaços.”.

Markus Suzak - A menina que roubava livros

 

Ela andava pela casa como um fantasma. “Essa é minha casa agora” era o que Amélia pensava, ainda sentia resquícios da magia que parecia impregnar sua pele. Aos poucos Eliza estava transformado aquele lugar vazio em um lar, às vezes a menina via a mãe olhando ao redor e imaginava se Eliza divagava que aquela era para ter sido sua moradia desde o começo.

A primeira sala já estava bem ao gosto das duas, mas Amélia nunca morou em um lugar tão grande, isso que você não contar com Hogwarts. Ela não sabia como preencher os corredores que eram sem graça. Lembrava-se da Mansão Malfoy, com suas paredes repletas de quadros dos antepassados de Scorpius, pinturas que a menina sabia que deveriam valer uma fortuna. Mas ela e Eliza não tinham pinturas de antepassados, todas suas fotos trouxas já enfeitavam a sala.

Ela nem mesmo chegou a ir aos outros quartos da casa. As duas decidiram ocupar o segundo andar, Amélia ficou com o terceiro quarto, Eliza ficou com o primeiro e havia mais dois vagos.

Já fazia uma semana que elas estavam lá, e aos poucos o quarto da menina ia ficando ao seu gosto. Pintou as paredes de azul que lembrava a cor da sua casa em Hogwarts, trouxe todos os seus livros e os colocou em uma estante junto a parede. Blaise tinha prometido transformar um dos cômodos vazios em uma pequena biblioteca para ela, assim que as coisas se normalizassem. Ela tentou não ficar tão animada por vê-lo tão disposto a manter uma relação próxima, fazia três dias que eles não se viam, mas em todos ele mandou cartas explicando o motivo da sua ausência e fazendo perguntas, ele queria conhecê-la, saber mais sobre a vida da menina que até então só escutou em conversas de seus outros filhos.

Colocaram uma mesa em seu quarto, onde ela poderia fazer seus deveres da escola. A parede no fundo do quarto era quase toda ocupada pelo guarda-roupa de mogno negro. Havia fotos espalhadas pela parede próxima a cama, dispostas sem organização, sempre ficava feliz quando via seus amigos sorrindo para ela.

Freya tinha tomado a tarefa de enviar cartas para os mais próximos dizendo que Amélia agora era oficialmente uma Zabine. Isso ainda lhe dava arrepios. Há dois dias Blaise e Eliza tinham terminado de fazer os últimos arranjos e agora Amélia tinha o nome da família do pai e ao que parecia junto a isso vinha uma grande soma de dinheiro, pelo que pode ver quando foi ao Gringotes e viu as moedas de ouro empilhadas.

Houve uma grande movimentação para que os procedimentos fossem agilizados, suspeitava que Hermione e Harry tinham dado um empurrão no Ministério. E visto que só tinha saído uma pequena nota no Profeta Diário, algo indigno de atenção, graças a Merlin, sabia que Blaise deveria ter disposto de uma grande soma de galeões e pela carta que recebeu de Scorpius os Malfoys também tinham usado de sua influência para silenciar o jornal.

O que mais lhe preocupava no momento era a pequena nota que tinha recebido aquela manhã de Arwen.

[...]

– Não, não! A mesa vai ficar para o outro lado, próximo à janela. – Freya dava ordens aos homens que mobiliavam o quarto. – Lembrem que a parede de fundo será na cor fúcsia, só ela e as outras brancas.

Anthony e Amélia escutavam os comandos do corredor, eles não seriam loucos de se meter no caminho da sonserina.

– Ela ainda está decorando o quarto? – Eliza surgiu no fim do corredor.

– Sim. – Amélia respondeu.

– Já arrumou o seu, Anthony?

– Ele tem uma cama, armário e mesa. É o suficiente, Eliza. – Ele olhou para a mulher e deu um sorriso pequeno. – Freya é espaçosa, desculpe.

– Mi casa, su casa. – Ela disse e foi em direção as escadas, provavelmente de volta a cozinha.

– Ela não se importa mesmo de que fiquemos aqui? – Anthony perguntou à Amélia.

Era estranho ter os irmãos ali na sua nova casa, era diferente levantar para tomar café da manhã e ter Freya parada encostada esperando Eliza fazer panquecas e fritar bacon, ter Anthony lendo o jornal sentado à mesa. Eles falavam com Eliza como se já a conhecessem há muito tempo, como se aquela situação não fosse esquisita.

– Ela sempre falou que nossa casa era muito silenciosa. Acho que ela gosta de todo esse movimento.

– Vamos ver se ela vai gostar quando Freya passar para decorar os outros cômodos da casa.

Como se tivesse ouvido o seu nome a cabeça de Freya apareceu na porta e ela sorriu para os irmãos.

– Meu novo quarto está ficando lindo. – A alegria dela era contagiante e os outros dois não se impediram de sorrir. Esperavam que ela continuasse feliz assim quando contassem as últimas novidades.

[...]

– O que ela diz? – A ruiva perguntou.

– Eles estão na casa de Amélia e ficarão lá por mais uma semana. Freya tomou como tarefa pessoal dar uma vida a casa sem graça, palavras da Amy. – Albus falou jogado na cama. Jogou a carta ao seu lado e se virou de bruços para encarar Rose. – Você não quer ir com a gente? Teddy prometeu comprar todas as besteiras que mamãe nunca nos deixa comer.

Rose tirou os olhos do livro que lia, parecia ponderar a proposta.

– Obrigada. Mas prometi a vovó que passaria por lá e levaria o Hugo, ele irá ajudá-la no pomar.

Albus não voltou a insistir, deixou que Rose continuasse a ler seu livro enquanto ia se arrumar para sair com o irmão e Teddy. Sabia que ela nem tinha o ouvido se despedir, a menina parecia entrar na leitura e esquecer tudo ao redor.

Teddy tinha conseguido ótimos ingressos para ver um jogo de quadribol. Com relutância e intervenção de Gina Harry permitiu que os três fossem, Albus só entendeu a extensão do olhar que tinha visto os pais trocarem quando chegou ao estádio. A chave de portal os levou até um campo, tiveram que caminhar um percurso curto para chegar ao seu destino.

Era estranho caminhar com o medo presente em cada passo. Ele olhava por cima do ombro e ficava desconfiado caso alguém se aproximasse demais. Foi quando ele os percebeu, vestiam casacos pesados e mantinham a mão no bolso, fingiam que não estavam observando a ele e aos outros dois, suas expressões eram sérias e concentradas.

Uma mulher notou que ele os tinha percebido. Ela não parecia tão mais velha que Teddy, mas sabia que não poderia confiar em seus olhos. Ela o encarou sem desviar o olhar nenhuma vez, deu um sorriso de canto e ergueu a mão esquerda para tirar uma mecha de cabelo que tinha desprendido de seu rabo de cavalo, então ele viu o anel e conseguiu respirar novamente.

Ela fez sinais com a mão que diziam para ele ficar atento e fez 3 com os dedos, o que, para ele, significou que tinha três aurores ali para garantir a segurança deles. Ele tentou ficar irritado com Harry por mandar babás para vigiá-los, mas só conseguiu se sentir aliviado por saber que caso algo acontecesse não estaria a mercê de seu conhecimento limitado de feitiços.

Mas nem por isso conseguiu relaxar o suficiente para aproveitar o jogo. James, ao seu lado, apertou sua mão e disse que estava tudo bem. Ele também tinha percebido os aurores espalhados. Achava que James percebia muitas coisas, mas que raramente compartilhava com eles, com o tempo o irmão parecia ter desenvolvido um senso de observação muito bom e sempre estava atento.

Eles ainda comentavam sobre o jogo quando entraram na casa, iriam chamar por Gina para ver se ela já havia chegado quando escutaram as vozes alteradas vindas do escritório.

– Deveria ter me deixado azará-lo. – A mulher falava. – Eu teria ensinado aquele pedaço de bosta de dragão a nunca mais ousar insinuar aquilo sobre meu filho.

– Gina, por favor. – Harry tentou acalmá-la.

– Como você pôde simplesmente ficar lá escutando aquele homem dizer que por ele mandaria um auror para casa de cada sonserino e que era uma sorte Albus já ter um em casa, para o caso se desviasse do caminho? Como pôde só sorrir?

– Meu amor...

– Você acha que Albus precisa de vigilância para não virar um bruxo das trevas? É isso?

– O que? – Harry falou alterando a voz. – Você está sendo absurda agora.

Harry abriu a porta do escritório, mas estancou assim que notou as três pessoas paradas na entrada. Seus olhos se fixaram na figura menor, aquela que era sua cópia. Ele viu os olhos brilhantes do filho e a expressão de dura mágoa.

– Albus, me deixe explicar.

Harry falou baixo, mas nunca teve chance de se aproximar. O menino se virou e saiu correndo pela porta.

– O que infernos você acha que está fazendo? – James perguntou com raiva antes de sair pelo mesmo caminho do irmão, porém voltou minutos depois. – Eu não o encontrei. Eu não encontrei Albus.

Pelo que deu para perceber Gina já tinha tomado conhecimento que eles tinham escutado a conversa deles e que Albus tinha saído correndo.

- Vou falar com a vó Molly e vó Andy, ele pode ter ido para a casa delas. – Teddy tomou a frente quando Gina caiu sentada no sofá e Harry ficou encarando o tapete.

Batidas na porta soaram e James foi atender com esperança que fosse o irmão, mas era um homem vestindo o roxo dos aurores. Ele deixou que o homem entrasse e falasse com o Harry.

– Nós não sabíamos o que tinha acontecido, Senhor. – O homem se explicava. – Fomos informados quando os jovens deixaram o estádio e ficamos de prontidão para recebê-los quando chegassem, os vimos entrar em casa e momentos depois o jovem Potter saiu em disparada pela porta. Nós o seguimos até o final da rua, mas o Noitibus apareceu e o pegou. Arthur tentou segui-lo, mas é impossível conseguir atingir a velocidade do transporte, senhor. – Ele parecia se desculpar, não entendia a inércia do chefe. – Está tudo bem, senhor? Devo mover as outras vigílias? Devo fazer algum anúncio e chamar o esquadrão de busca?

– Pai! – James gritou tendo a atenção do homem. – Albus está lá fora, em algum lugar. Faça seu maldito trabalho e traga meu irmão de volta para casa.

A reação de James despertou Harry e ele começou a dar os comandos que deveriam ser seguidos.

 

Scorpius estava ajudando Astória a mover mandrágoras para novos vasos. Ela estava envolvida em um novo projeto com Neville, o que fazia o professor ir bastante à Mansão naquelas férias. Ele estava em uma conversa alegre com a mulher, que envolvia os dois tentarem fazer leitura labial para conseguirem se entender.

Astória olhou para a porta como se tivesse sentido a presença de alguém parado ali e fez sinal para que Scorpius fosse ver o que era. Quando o menino abriu a porta notou que um dos elfos parados olhando desconfiado para trás.

– Elbe, tudo bem com Adhara?

– Sim, senhor. Hã... O jovem senhor Potter está na porta, senhor e pede para vê-lo. – A elfa falou insegura.

Astória veio ver o motivo da demora e perguntou o que tinha acontecido.

– Albus aqui? – Ela se virou para o filho. – Ele lhe escreveu avisando de algo?

– Senhora, o senhor Potter não parece bem.

A elfa mal terminou de falar e Scorpius partiu rápido para dentro da casa. Ele encontrou Albus encolhido, se abraçando, todo molhado e tremendo de frio.

– Al, o que aconteceu?

Os olhos dele estavam vermelhos, o que significava que ele tinha chorado. Seu rosto já estava molhado por conta do torrencial que estava caindo naquele momento, mas poderia supor que parte da umidade vinha de lágrimas recém-derramadas.

– Scorp, querido, porque você não leva o Albus para o quarto e cede uma de suas roupas para que ele possa trocar essas. – Astória surgiu e falava amavelmente.

Albus olhou para baixo envergonhado de se mostrar daquela maneira na frente da mulher, mas sua vergonha não durou muito e ele logo era puxado pela mão por Scorpius que o guiava pelos corredores da Mansão.

Ele já tinha estado ali antes, mas não se imaginava conseguindo achar um quarto sem ajuda. Eles passaram por uma porta que achava que seria a do quarto do amigo, mas nunca teria certeza, todas as portas pareciam iguais para ele.

Ele sempre se surpreendia com o tamanho dos quartos ali, ele ficaria encarando a parede cinza por mais tempo se Scorpius não tivesse chamado sua atenção. Agora que estava ali não sabia bem o que fazer. Quando estendeu a mão e o noitibus parou ele falou o primeiro endereço que lhe veio à mente e no que pareceu segundos depois estava parado na frente dos portões da Mansão.

Nunca tinha estado ali antes, sempre tinha chegado até o local pela lareira e o portão negro era intimidante. Poderia ter sido impressão sua, mas o portão pareceu vibrar e sem saber o que fazer disse seu nome na esperança de que algo acontecesse. Com sorte o portão se abriu e ele adentrou na propriedade.

Uma forte chuva caia e ele já estava encharcado. O caminho de pedra até a casa era razoavelmente longo e ele não conseguiu impedir as lágrimas de vir, sua mente traiçoeira perpassava toda a conversa que ouvira, ela gritava as acusações de Gina.

– Al. – Albus se virou na direção do som. – Seu banho já está preparado, a água morna vai aliviar o frio. Elbe já vai trazer um chá, vou pegar roupas quentes para você.

O moreno assentiu e entrou no banheiro.

– Ele falou alguma coisa? – Astória perguntou à Scorpius.

O menino vasculhava seu guada-roupa em busca de algo que seria do gosto de Albus. Pegou uma camisa de mangas verde, apenas porque adorava ver o moreno com aquela cor.

– Não, ele não falou nada.

– Você sabe...

– Não, mãe. – Scorpius a cortou. – Eu vou ver como ele está, tudo bem?

Ele não esperou que a mulher respondesse. Pegou todas as peças de roupa que tinha separado e foi até o quarto. Bateu na porta do banheiro e falou que deixaria as roupas na pia. Esperou sentado na ponta da cama, ficou preocupado com a demora do amigo, mas esperou pacientemente.

Albus saiu com os cabelos pingando. As roupas ficavam mais apertadas nele, mas não tanto para ficar desconfortável. Ele se sentou ao lado de Scorpius e ficou encarando a lareira apagada.

– Você quer conversar? – Scorpius perguntou.

Albus moveu a mão e segurou a de Scorpius a apertando. Eles ficaram lá parados até Elbe voltar com a bandeja com chá e biscoitos. Albus levava a xícara até a boca de forma mecânica, seus olhos nunca desviando da lareira. O loiro não sabia o que falar, ele nunca tinha se comportado daquela maneira, nunca tinha se fechado daquela forma.

- Al, me deixe ajudar. Me deixe entrar, diga o que aconteceu. – Scorpius pediu, tirando a xícara das mãos dele.

O moreno se deixou cair na cama e ficou encarando o teto. Naquele momento queria estar olhando para o teto do quarto de Scorpius, onde poderia se distrair tentando achar as constelações e estrelas importantes. Ali não havia qualquer estrela.

Ele começou a falar o que tinha acontecido. As palavras saiam pesadas e deixavam um gosto amargo, lágrimas escorriam e se depositavam na cama. Scorpius encarava o teto sem saber o que falar, não tinha palavras no momento, aquilo tudo soava tão errado. Não tinha como alguém achar algo assim de Albus. Não de Albus que era sempre gentil e amável.

Albus sabia que em algum momento teria que voltar para casa, encarar os pais… encarar Harry. Sabia também que Astória já deveria ter mandado uma coruja até sua casa avisando que ele estava ali. Gina conseguiria segurar Harry em casa para dar um tempo a Albus.

– Não acho que ele pense em você como um terrível possível bruxo das trevas, Al. – Scorpius falou, mas Albus o olhou com descrença. – Olha para você, quando você faria mal a alguém? Você não faz mal a um lufano.

Scorpius se sentiu mais leve quando Albus sorriu e mesmo que o próprio Albus também acreditasse que jamais faria mal a alguém não diminuía a dor de saber que Harry não acreditava nisso. Que talvez toda aquela frieza de seu primeiro ano era porque o pai achava que ele estava destinado a seguir o caminho que ele próprio tinha escolhido combater.

– Só não posso voltar agora, entende?

– Pode ficar o quanto quiser. – Scorpius falou o puxando para que deitasse em seu peito.

– E se isso for até o final das férias? E se eu quiser ficar para sempre?

– Que seja para sempre então.

Albus sabia que não poderia passar o resto de seus dias ali, Scorpius também sabia que não poderia mantê-lo seguro próximo a si para sempre, mas a promessa de alguma forma era real. Talvez a promessa estava ligada mais a pessoa do que a propriedade. Talvez Scorpius quisesse dizer que estaria para sempre ali para Albus.


Notas Finais


"Ele foi se aproximando com calma, colocou sua outra mão na cintura dele e o beijou. Foi calmo e para Albus foi como respirar depois de muito tempo com o ar preso. Scorpius sentiu algo crescer dentro dele, algo que fazia com que seu coração batesse mais rápido e seu estômago se revirasse.
Eles pararam quando respirar se tornou necessário, mas não se separaram. Então se beijaram novamente e a mesma sensação se repetiu."

Só para dar um gostinho ;)


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