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História O Legado dos Shinigamis - Uma conversa sobre orgulho


Escrita por: Dani_M_2004

Notas do Autor


Que vocês tenham um boa semana, pessoal! Desculpa pelo final do último capítulo kkkk

Capítulo 18 - Uma conversa sobre orgulho


Fanfic / Fanfiction O Legado dos Shinigamis - Uma conversa sobre orgulho

Meu corpo todo parecia ter sido atropelado por um carro quando acordei. Só piorou quando me sentei rápido demais, até meus ossos pareciam tremer. Havia um curativo em volta da minha barriga, com uma mancha de sangue, mas quando eu toquei não senti nada. Eu estava na minha cama, no meu quarto na casa de Fiona. Minha visão ainda estava embaçada quando a porta abriu e o homem entrou como uma bala. Demorei ainda para perceber quem estava à minha frente. Aiko e Tatsuo estavam atrás dele.

— Pai...

Ele não disse uma palavra, apenas correu até mim e me abraçou.

— Pai, — comecei a chorar. — como... você sentiu minha pressão espiritual?

Ele me encarou nos olhos e eu pude ver suas olheiras horríveis. Aparentemente, não dormia há dias. Fiona deu um passo a frente e negou.

— Eu liguei para ele, querida — disse, e pelo olhar que os dois trocaram, já haviam discutido muito sobre a situação. — Sinto muito, mas com você nesse estado, não podia esconder isso de um pai.

— Tudo bem, Fiona — assenti. — Obrigada!

— Que bom que você está bem — ela me deu um beijo na testa antes de levar Aiko e Tatsuo para fora. — Vamos, deixem os dois conversarem. Depois vocês podem vê-la.

No momento que ela fechou a porta foi quando meu pai falou pela primeira vez.

— Droga, Sakura. Tem ideia de quanto eu te procurei? — ele tremia e começou a chorar, suas mãos estavam em meu rosto. — Eu fiquei tão preocupado, fiquei morrendo de medo de algo ter acontecido com você, de você... — sua voz falhou. — Tive tanto medo de ter te perdido. Em todos os sentidos. Eu não suportaria...

— Me desculpa, eu não queria te fazer passar por isso, mas...

— Eu sei, Fiona me contou sobre porquê você fugiu — ele assentiu. — Sou eu quem preciso me desculpar, Sakura. Eu não deveria ter deixado as coisas chegarem no ponto que chegaram, eu deveria ter enxergado o quão mal você estava. Deveria ter conversado com você... — balançou a cabeça. — Eu não ligo para o que o clã Kuchiki pensa ou deixa de pensar. Tudo que me importa é o seu bem estar.

— Então por que você não quer que eu me torne capitã? — franzi as sobrancelhas. — Porque parece que eu sou uma vergonha para você?

— Sakura, isso não é verdade! É muito pelo contrário — suspirou. — Você é meu maior orgulho — suas palavras me atingiram bem no peito. — Eu sempre soube que você estava destinada à grandeza, desde que você era pequena. O problema é que com a grandeza vêm as responsabilidades e os perigos. Achei que travando seu crescimento, eu poderia te proteger. Mas a verdade é que as minhas ações foram a única coisa que te machucaram.

— Pai... eu...

— Eu só quero que você seja feliz, porque eu te amo mais do que qualquer coisa nesse mundo — disse acariciando minha bochecha com seu polegar. — Só espero que você possa me perdoar, meu amor.

Não pude mais me conter, eu o abracei e enterrei meu rosto em seu ombro soluçando. Minhas mãos agarravam o tecido de seu kimono.

— Senti tanta a sua falta, pai.

— E eu a sua, meu brotinho.

— Pai — afastei-me e tentei fazer uma expressão séria. — eu não quero voltar para a Soul Society. Eu quero ficar aqui com a Fiona.

— Eu sei.

— Sabe?

— Bom, eu imaginei. Te conheço bem.

— E por que você parece que quer ficar também?

— O que está querendo insinuar, Sakura?

— Que você é apaixonado pela Fiona — joguei na lata.

Ele forçou uma risada seca.

— Apaixonado por ela? Você bateu a cabeça na luta?

— Pai, assim como você me conhece, eu te conheço — ele me encarou. — Eu disse que quero ficar aqui com ela, e você não surtou.

— É porque ela cuidou de você até agora, então eu confio nela.

— Certo, mas ela é a única pessoa que tira sarro da sua cara e você deixa. Eu vi o jeito que você olha para ela, notei essa mudança nos últimos anos. E mesmo forçando essa carranca, sei que gosta dela por perto — segurei a mão dele. — E eu aposto que, mesmo Fiona me escondendo na casa dela, você não explodiu com ela quando recebeu a ligação.

O silêncio dele já me deu a confirmação que eu precisava. Houve uma batida na porta e nós dois no viramos para ver Kota parado na porta. Ele estava desconfortável, mudando o peso do corpo de um pé para o outro. Lancei um olhar para meu pai dizendo "conversamos sobre isso depois". Meu pai assentiu antes de olhar para o garoto. É, ele estava fazendo aquela cara de novo. A cara de pai superprotetor misturada com a de capitão.

Suspirei e dei um soco no braço dele.

— Sakura!

— Não encara ele desse jeito! — fiz um bico mas continuei com a cara séria. — Ele é meu amigo.

O mais velho me encarou surpreso. Rindo, ele me deu um pequeno sorriso de um ângulo que só eu podia ver.

— Você mudou mesmo — não era uma crítica. Ele parecia orgulhoso.

Afastou-se para que Kota pudesse vir até mim mas continuou na sala. Pelo visto, não conseguiria convencê-lo a sair. Kota se aproximou e sentou na beira da cama, embora seu olhar fosse baixo, ele não conseguia me encarar.

— Kota...?

— Sinto muito — ele segurou um soluço. — Eu não queria, eu juro. Mas mesmo assim eu te machuquei e...

— Você não precisa se desculpar.

Agora ele olhou para mim, um olhar dolorido.

— Como assim? Sakura, eu...

— Você perdeu o controle, mas não foi sua culpa. Não era você. Kota, eu sei que você nunca me machucaria.

— Sakura...

— O importante é que estamos todos bem. E eu prometo, nós vamos te ajudar a controlar esse hollow — passei a mão no cabelo dele. — Você é meu amigo e isso nunca vai mudar.

— Você é realmente uma idiota — disse encostando a cabeça no meu ombro. Eu o abracei, e embora não pudesse ouvir, podia sentir que ele estava chorando.

Meu pai olhou para Kota com um olhar mortal. Acho que não estava acostumado com pessoas da minha idade tão próximas de mim. Logo, Aiko e Tatsuo entraram no quarto correndo.

— Desculpa, a gente não conseguiu esperar mais — disse Tatsuo choroso. Os dois se juntaram ao abraço.

Eu ri, aproveitando o conforto que o calor deles trazia. De canto de olho, pude ver Fiona conversando com meu pai. Mas ainda faltava alguém.

— Pessoal... cadê a Asami? — meu coração apertou. — Onde ela está? Aconteceu alguma coisa com ela?

— Sakura, a Asami... — disse Kota se afastando, achei que meu coração ia sair pela boca. — A Hiyori soube da luta e a levou de volta para a casa dos Vaizards.

— Mas ela...?

— Ela está bem! — apressou-se para me tranquilizar. — Não se preocupe. Ela nem queria sair do seu lado, mas a Hiyori a obrigou.

Levantei-me num pulo, de repente o cansaço não era mais um empecilho para mim. Antes que eu pudesse dar mais um passo, meu pai já estava do meu lado.

— Onde você pensa que vai, mocinha?

— Eu preciso ir atrás dela. Preciso ver ela!

— Nesse estado?

— Eu estou bem, não sinto mais nada!

— Graças à um dos oficiais do quarto esquadrão. Mas você ainda precisa descansar.

— Pai, por favor — minha voz quase falhava. — preciso ver ela, e dizer que eu estou bem, e que...

— Por que ela é tão importante assim? — ele franziu as sobrancelhas.

— Porque... eu amo ela — a ficha tinha caído para mim. Eu a amava e precisava dizer à Asami com todas as letras.

Esperei qualquer reação dele, um olhar confuso, um protesto ou ainda mais perguntas. Mas ele apenas assentiu.

— Vá — ele sorriu. — Não a deixe escapar.

— Muito pelo contrário — suspirei aliviada. — Quero mostrar que eu não vou escapar.

Dei um abraço carinhoso em Fiona antes de sair correndo. Ainda consegui escutar Kota sussurrar.

— Espera... ele tá sorrindo ou aquela é a cara de psicopata dele?



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