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História O Lobo mau - Capítulo XXIV


Escrita por: 0ALPHA

Notas do Autor


OIIIIE OLHA EU AQUI!! GENTE DESCULPA A DEMORA EU REALMENTE ESTOU FAZENDO CAPS GRANDES, PRINCIPALMENTE PELA DEMORA.

ENFIM EU ESPERO QUE GOSTEM E ESPERO MUITOOOOOO O COMENTÁRIO DE VOCÊS EM RELACAO A ESSE CAP. EU ACHEI QUE ELE FICOU MEIO SEM GRAÇA COMPARADO AOS OUTROS CAPS, RSRS NÃO SEI VOCÊS QUEM ME DIZ ISSO.

BJSS E BOA LEITURA

Capítulo 24 - Capítulo XXIV


 


"Você está fazendo ficar impossível permanecer aqui
Baby, eu devo dizer que sua aura é incrível
Se você não tem que ir, não vá"!


 (Rihanna) 

 

O tempo era uma droga, pelo menos era o que Stiles dizia. Naquele momento o tempo se arrastou como uma lesma. Era como se o interrogatório tivesse durado dias ou semanas, ou ate mesmo séculos.  No entanto, o que mais incomodava Stiles era o olhar de seu pai, um olhar avaliador, mas Stiles sabia que por trás daquela expressão fechada, o xerife suspirava aliviado pelas respostas do filho.

Stiles teve uma briga com Billy, mas não guardava rancor, mesmo que o garoto e sua patrulha o perturbassem. Stiles sabia da morte de Billy e diferente dos policias o viu falecer e mesmo sendo quem fosse ninguém merecia morrer daquela forma. Não conhecia a história do garoto ou o motivo para odiar tanto a Stiles, mas mesmo assim Stiles não guardava rancor de Billy e não sentia raiva do garoto.

— Você o odiava? — Perguntou um dos policiais.

Stiles o conhecia. Jordan Parrish, um dos policiais que trabalhava em parceria com seu pai. É um bom policial e em todos os aspectos, principalmente o seu físico impecável, típico dos modelos de cueca da Calvin Klein. Claro! Stiles era ser humano e o físico atrativo de Parrish chamava atenção (mesmo por baixo do uniforme da polícia de B.H, ainda podia ver alguns músculos marcados pelo tecido da camisa). E isso não era o mais importa, principalmente porque o atrativo de Parrish não era apenas o físico impecável, mas o seu passado. O que soubera por uma conversa aleia do xerife com outro oficial era que Parrish serviu as tropas militares, aos fuzileiros e alguns anos atrás trabalhava em um esquadrão antibombas. Talvez por isso o homem parecesse mais um coronel das forças armadas em um interrogatório do que um policial de uma cidade pacata.

— Odiar é uma palavra muito forte —  Disse Stiles em um meio sorriso sarcástico.

Parrish tinha um olhar calculista e Stiles percebeu isso, na verdade, Stiles sabia quando uma pessoa era esperta o suficiente para tentar tapeá-lo. Jordan parecia calcular cada movimento de Stiles, a respiração, o olhar, o movimento dos lábios para cada suspiro, era como se ele procurasse uma pequena falha que pudesse usar ao seu favor. No entanto, Stiles não era fácil de decifrar, sempre fora confuso por causa da sua mente hiperativa. Ainda assim, não poderia abaixar a guarda, porque Parrish era esperto e não precisaria de tortura para arrancar uma verdade de alguém. Stiles percebeu pelo o modo como ele se expressava e como seu olhar era assustadoramente devastador.  

— Não precisa de uma palavra forte para se odiar alguém — Comentou Parrish. — Se você odeia você apenas odeia e mata.

Stiles engoliu a seco. Parrish era assustador quando queria.

— Mas eu não matei ninguém!

Merda!   

Stiles se repreendeu mentalmente pelo o que disse. E ele sabia que se continuasse a falar como se fosse um culpado tentando parecer inocente, vai parecer tão culpado quanto Parrish queria fazer transparecer.

— Como poderia ter certeza?

E está ai! Abra mais uma vez a boca para falar de mais e será um rato enjaulado.

O olhar que Parrish lançou a Stiles fez com que todo o sistema nervoso do menino entrasse em um alerta vermelho, com direito a luzes vermelhas piscando e uma voz computadorizada gritando “perigo". Stiles conhecia um pouco do histórico de Jordan e do pouco que conhecia já sabia o quanto aquele homem poderia ser assustador.

O silêncio de Parrish parecia uma tortura psicológica e Stiles sabia que Parrish era considerado o policial que arrancava verdade dos suspeitos de forma que não precisasse demorar uma hora. Naquele momento, Stiles era considerado um suspeito e ele sentia na pele a sensação devastadora do olhar que Parrish o lançava.

Será que era assim que todos os suspeitos que Parrish interrogava se sentiam? Stiles tinha total certeza que sim. Jordan era um homem misterioso e ao mesmo tempo assustador. Uma das coisas que seu pai fizera e Stiles nunca conseguiu compreender foi o motivo de ele ter aceitado Parrish na polícia.

O menino abriu a boca, mas nenhum som surgiu dela. Depois de tantos anos com sua hiperatividade e suas falações sem limites, aquela era a primeira vez que Stiles se via sem palavras. Se esse fato era impressionante? De certa forma seria, se Stiles não precisasse ter de abrir a boca para falar alguma coisa.

Novamente o seu sistema nervoso gritou e parecia mais alto o alarme de perigo. As luzes piscavam em um vermelho vibrante e Stiles sabia o que isso significava. Estava perto de ter um ataque de pânico.  Aquilo não era bom, na verdade, era péssimo.  Seria ainda mais suspeito por ter um ataque de pânico. Certamente, enquanto Stiles se sufocaria e entrava em pânico, Parrish continuaria a lançar seu olhar amedrontador, enquanto o declarava culpado.

Foco! Stiles foco! Gritava em sua própria mente, tentando acalmar seu subconsciente.

Aquilo não era um ataque de pânico.  Stiles sabia o que fazer. Tinha de usar sua segunda arma, a que mais usa em casos como esses. Seu sarcasmo.

— A certeza? —Certo o sarcasmo não estava funcionando.

Stiles mordeu os lábios tão forte que um gosto metálico preencheu sua boca. A bile em seu estômago parecia ferver como água em caldeirão.

Se aquele plano falhasse, Stiles sabia que Theo o mataria e o cortaria em pedaços e depois alimentaria seu lobo interior. Espera! Theo! É isso o Theo era a solução.

— Tem uma pessoa... É um... Namorado meu — Merda! Péssima ideia. — Ele estava comigo o tempo todo. É a única certeza que posso dar.   

Stiles percebeu que o olhar de Parrish havia mudado e não parecia tão intenso como antes. No entanto, o Xerife parecia perplexo e encarava Stiles com misto de incredulidade, misturada com irritação.

John Stilinski sabia que seu filho era gay e não via problema nisso e sempre o apoiou, mas daquela vez era diferente. Stiles tinha um namorado e John não sabia, Stiles estava com um cara e John não o conhecia. Os instintos de pai e xerife soavam em alarmantes. Naquele momento John queria gritar a Stiles o porquê de não ter sido informado, mas ele sabia que aquele assunto não poderia ser tratado, pelo menos não ali e não agora.

— Quem é esse rapaz? — John tomou a iniciativa. Sua voz era mais grossa que o normal e Stiles pôde notar a irritação do Xerife.

— Uma pessoa — A resposta de Stiles soara mais como uma pergunta.

—O telefone dele — Disse Parrish — Nos de o telefone dele e vamos entrar em contato com ele e com você.

Stiles buscou em sua mochila um papel e uma caneta e desajeitadamente, anotou em um pedaço de papel o telefone de Theo.

— O nome dele é Theo.

 — Theo de que? — Perguntou John ainda mantendo o tom irritado.

— Hale. Theo Hale

— Hale! – John gritou.

O grito do Xerife fez tanto Parrish quanto Stiles sobressaltarem e naquele momento, Stiles descobriu que o nome Hale não parecia ter somente a reputação de uma família de negócios. A outra reputação que a família Hale tinha parecia não ser uma das melhores para o Xerife — talvez péssimo o bastante para a reputação de família de negócios não compensar uma má reputação — Stiles começava a suspeitar que talvez o plano que tivera poderá gerar consequências.  Quando Stiles pronunciou o sobrenome Hale o Xerife pareceu uma bomba relógio pronto para explodir e aquilo soou como um alarme em sua mente pedindo para recuar com aquele assunto.

— Posso ir? — Stiles perguntou, mas sua pergunta estava mais voltada ao seu pai que o lançava olhares raivosos do que para Parrish que parecia alheio ao que acontecia.

O xerife estava pronto para dizer um não quando Parrish o interrompeu.

— Sim, mas vamos entrar em contato assim que falarmos com esse outro garoto — Parrish comprimiu os lábios e Stiles não sabia se ele estava tentando evitar falar o nome de Theo ou se havia esquecido, mas apostava na primeira opção.

Stiles não se despediu, não falou mais nada, apenas pegou seu Jeep e dirigiu o mais longe dos policiais. Pegou a estrada principal de Beacon Hills que era coberta por uma extensa floresta. Aquele caminho era considerado perigoso e muitos que passavam por ali eram mortos por ataque de animais (E Stiles sabia bem que tipos de animais eram esses). Animais que uivavam para lua em dias de lua cheia. Também conhecidos como lobisomens.

 Ignorou se a estrada era perigosa, dirigia como se o perigo que pudesse existir ao redor jamais o afetaria. Dirigir era umas das terapias que Stiles mais adorava (pena que os psicólogos não receitavam essa terapia a ele).

Stiles estacionou o carro em um encostamento. A estrada ainda se mantinha longa com sua extensa reserva coberta por enormes árvores. Nenhum carro passava por aquela estrada e Stiles era o único que parava por lá. O som da natureza ao redor era a única coisa que Stiles podia captar. Não havia som de motor, não havia cheiro de fumaça era apenas a natureza seguindo seu dia.

Stiles apoiou-se no capô do Jeep e soltou um longo suspiro. Olhou seu celular e xingou quando viu o sinal de rede com um x vermelho. Onde Stiles estava não tinha sinal e ele estava parado como um bobo suicida no meio do nada, próximo à rodovia principal que ligava Beacon Hills e a reserva. Só havia florestas, com árvores e mais árvores ao redor. Talvez tivesse com medo, mas poderia ser o tédio de ficar parado sem fazer nada por tanto tempo. E ele queria que o tédio tomasse o lugar do medo que parecia sucumbir em seu interior.

As horas se passaram e nada de Theo aparecer. Olhou mais uma vez o visor de seu telefone e o x vermelho informando a falta de rede ainda permanecia. Stiles bufou. Parece que Theo não havia entendido bem sobre o ponto de encontro. Stiles não poderia esperar naquela rodovia abandonada, ele corria o risco de ser morto por um louco que viesse correndo da reserva — o que seria improvável — ou um animal selvagem que estivesse correndo livremente pela floresta e encontrasse um pedaço suculento de carne parado no meio da estrada (o que seria mais provável de acontecer).

Stiles virou-se para o seu Jeep pronto para ir embora, esquecer-se de tudo e poder descansar um pouco daquele dia estressante. No entanto, ao ver aquela figura parada a sua frente, próximo ao jeep e com um sorriso sádico, Stiles não pôde conter um grito (um tanto afeminado), muito menos pôde conter seu coração que parecia querer rasgar seu peito e sair saltitando pela a longa estrada da rodovia.

— Qual o seu problema?! — Stiles grita.

Theo parecia não se importar com o rosto vermelho ou o coração acelerado de Stiles. A única coisa que Theo conseguia fazer era rir. Suas gargalhadas eram altas, o que irritava ainda mais a Stiles. Naquele momento, mesmo sendo lobo, Theo não pôde captar a intenção assassina que se movimentava no interior de Stiles.

— Desculpa, mas é que... – Mais gargalhadas de Theo. — Foi muito engraçado e eu não pude me conter.

Theo ria e ao mesmo tempo tentava enxugar as lágrimas.

— Acabou? Já me assustou, riu de mim e agora? — Stiles pousou a mão no capô do Jeep.

Theo cessou as incontáveis gargalhadas e encarou Stiles. O semblante antes risonho tornou-se frio e sereno, por um momento, mesmo que sejam por míseros segundos, Stiles queria que Theo mantivesse o semblante risonho de alguns minutos atrás. Aquela expressão de Theo era assustadora e fazia Stiles lembrar-se do ocorrido de algum tempo atrás quando Theo matou os homens que estavam atrás de Stiles. Aquele olhar verde gélido e aquela expressão sombria era a mesma que Stiles conheceu há alguns anos.

Stiles engoliu a seco. Não precisava ser um lobisomem para perceber a fúria no olhar de Theo. Stiles rezava para que aquela fúria não fosse por sua causa.

— Eu não gosto daquele policial — Murmurou Theo encarando a extensa reserva.

Stiles queria dizer “Bem vindo ao clube”, mas preferiu ficar calado, principalmente porque Theo não parecia estar de bom humor... Se bem que até um tempo atrás ele estava rindo e agora estava sério, exalando uma fúria capaz de espantar um demônio.

— Ele pode nos atrapalhar — Theo dizia e dessa vez a fúria estampada em seus olhos mudaram para algo mais suave, como se toda a tensão tivesse sido esvaziada de dentro do lobo.

Só o que faltava um lobisomem bipolar. Pensou Stiles.

— Sim ele pode ser um incomodo, mas não será tanto assim — Disse Stiles. —A questão é que eu disse ao meu pai... Bem... Você sabe.

Stiles ficou vermelho e se repreendeu mentalmente por isso.

Theo soltou um longo suspiro, esfregou os dedos pela ponte do nariz. Será que ele estava ficando irritado de novo? Se for, talvez Stiles tivesse razão em pensar que Theo era Bipolar.  

O silencio entre os dois se propagou por longos minutos até Theo encarar Stiles e pronunciar.

— Derek me mandou levá-lo até a mansão hoje à noite — Começou Theo. — Ele disse que você precisava conhecer o Pack e...  Bem conversar sobre...

— Billy — Completou Stiles.

Stiles não se preocupava com isso, a sua maior preocupação era se aquela fumaça estranha viesse atrás de si, afinal parecia que aquela coisa estava sempre querendo se aproximar de Stiles e o menino não sabia por qual motivo. O que Stiles tinha de especial?Era um humano que não tinha audição, velocidade ou força sobrenatural. Tudo o que Stiles tinha era um grande coração, mas não sabia se isso podia ajudar a derrotar uma fumaça. Se seu taco não poderia ajudar daquela vez, estava verdadeiramente ferrado e só dependia de uma coisa, correr até aquela coisa se afastar e temia todas as vezes que via uma fumaça escura, sua vontade era de correr e gritar. Talvez seja meio dramático, mas drama combinava perfeitamente com a personalidade de Stiles, claro que a hiperatividade era sua personalidade principal, mas o drama vinha em segundo como uma das personalidades fortes do jovem Stilinski.

 

~αβΩ~

 

Derek estacionou o carro enfrente a Beacon Hills School. Abriu a porta do carona e esperou o pequeno garoto, de cabelos loiros bagunçados, sair do carro. Nolan parecia alheio ao seu redor, ou talvez parecesse alheio aos os olhares que lhe eram lançados quando descera do carro.  Quando caminhava até ao lado de Derek, a mochila sacudia batendo um pouco abaixo das suas nádegas.

— Porque eles estão nos olhando? — Nolan perguntou.

Seu tom de voz era de alguém que se sentia assustado e ao mesmo tempo envergonhado pela atenção dos olhares que recebia.

— Porque são idiotas e não tem mais o que fazer — Derek respondeu friamente. — Ignore-os.

Nolan olhou para os seus sapatos tentando procurar alguma resposta, mas não tinha nenhuma e seus sapatos não lhe davam nenhuma ideia para responder a Derek.

— Nolan — Chamou Derek.

O menino levantou o olhar para o seu novo alfa e por um breve instante pôde jurar que os olhos de Derek brilharam em vermelho.

— Sua mochila está quase no chão — Disse Derek. — Venha, vou ensiná-lo como se arruma a alça de uma mochila.

Nolan corou instantaneamente. Derek parecia seu pai. Todas às vezes ele o chamava para avisar de algo que fizera errado ou esquecera-se de arrumar.

— O-obrigado — Nolan gaguejou meio sem jeito.

— É... Hum... Então eu vou indo — Derek pigarreou. — Cuide-se

Nolan assentiu.

Derek ficou observando Nolan desaparecer juntamente da multidão de alunos que se direcionavam até a entrada de Beacon Hills. Por mais que Derek pudesse ser um tanto carrancudo e azedo ele entendia perfeitamente o sentimento de Nolan. Um garoto que perdera os pais para uma caçadora psicopata. Derek e Nolan eram tão parecidos quanto poderia transparecer. A dor que Derek sentia era quase a mesma de Nolan, mas a única diferença era que Nolan era bem mais novo que Derek quando perdera seus pais.

 

~αβΩ~

 

Derek dirigia pela a mesma rua em que vira Billy ser morto. Por mais que sua consciência o gritava para se afastar do local, ele permanecia agarrado ao volante dirigindo pela a mesma rua. E quando parou alguns centímetros de distancia de onde Billy morrera, pôde notar carros de polícia e o que parecia o xerife de Beacon Hills agachado ao lado de um boneco feito de fitas isolante branca. O xerife tocava os traços do desenho do boneco e falava algo com alguém.

De repente o som no vidro do carro o fez despertar de seu devaneio e por pouco Derek não saltou. Ele olhou para uma figura feminina bem vestida ao lado da sua janela. A mulher batia insistentemente no vidro do carro. Derek se esquecera de que o vidro era escuro e ninguém o enxergaria do lado de fora. Soltando um longo suspiro ele abriu vagarosamente o vidro do carro.

— Pois não, oficial... — Derek procurou o pequeno crachá na blusa da mulher.  – Gloria?

— Senhor Hale — A mulher disse de forma grosseira.

Derek não poderia culpar os policiais de Beacon Hills, afinal eles o culpavam de ter matado sua própria família, mas não puderam prendê-lo anos atrás por falta de provas.

— Essa rua está fechada — Ela mostrou as faixas amarelas e cones vermelhos rodeando os policiais ao lado do corpo de fitas adesivas.

— Perdão, realmente eu não...

— Derek Hale!

Derek virou o olhar para o ser que o chamava. John Stilinski, o xerife de Beacon Hills e pai de Stiles.  Derek sabia que viria encrenca. Toda vez que Derek encontrava com Xerife havia uma pequena discussão silenciosa entre os dois.

— Xerife — Derek disse.

— Você sabia que esse lugar é cena do crime? — Xerife abriu os braços mostrando o seu redor. — Conhece o garoto que morreu aqui, Hale? – O xerife falava com um tom sarcástico e Derek teve de se controlar para não rir, afinal aquele tom sarcástico lembrava-o certo garoto repleto de pintinhas e que conseguia usar o sarcástico em todas as suas conversas.

— Não, senhor — Derek respondeu com o olhar preso nos do Xerife.

O homem suspirou. Derek às vezes sentia um pouco de pena do senhor Stilinski — mesmo ele o perturbando — o homem parecia cansado e esse caso era diferente dos outros casos — que misteriosamente — eram provocados por animais. O xerife tinha de passar horas investigando um caso que não havia um culpado — se a fumaça negra for considerada um culpado — um caso que sempre é dado como encerrado sem ser solucionado e muito dos casos não fazia o menor sentido.

Dia após dia pessoas morriam de forma grotesca como se fossem desidratadas e seus olhos não passavam de cavidades repletas de escuridão.  O xerife não sabia mais como solucionar os casos como esses. Derek não o culpava pelo o estresse e a pressão que o xerife tinha de suportar, principalmente dos familiares das vítimas que sempre queriam saber como estava o decorrer das investigações.

— Certo e Derek? – Chamou o xerife ao mesmo tempo em que pigarreava. — Você conhece um garoto chamado... É... Theo Hale?

Derek tossiu e quase se engasgou com o próprio ar.

— Sim ele é meu primo, senhor — Disse Derek. — Ele fez algo de errado?

John soltou um longo suspiro. Como poderia brigar com Derek? Não poderia culpar o primo de Derek pela a morte do jovem Billy por causa da sua raiva por Derek. Não poderia culpar um menino que poderia ser inocente.

— Não — O xerife suspirou e agora sua expressão mudara como se envelhecesse uns quatro anos. — Siga por aquela rua, Hale. Dando a volta ao quarteirão você sairá há duas quadras e poderá pegar o caminho da rodovia.

Derek não disse mais nada, apenas manteve seu caminho conforme o Xerife havia dito.

— Senhor?

— Diga Glória?

— O senhor tem certeza de deixar o Hale ir? — Perguntou a oficial.

— Não há outra solução Glória.

 

~αβΩ~

 

Derek parou enfrente a casa do Xerife. A janela do quarto de Stiles estava aberta e mesmo de onde estava ele podia sentir o cheiro do seu mate.

Estacionou o carro bem distante quase próximo a floresta.  Era melhor o xerife não ver seu carro por ali.

Derek saltou pela janela e seu salto fora tão silencioso que o menino que saia de dentro do banheiro não pôde escuta-lo. Derek não pôde reparar que o menino, aquele que era o seu mate, estava saindo de um banho ainda com a toalha presa na cintura.  

Stiles foi pego de surpresa e para evitar um grito usou suas mãos para tapar a boca, esquecendo que suas mãos sustentavam a toalha envolta de sua cintura. E foi uma verdadeira bagunça de sentimentos que atingiram o menino.

Stiles não soube se controlava seus batimentos acelerados ou se puxava a toalha para se cobrir. Escolheu a segunda opção, afinal naquele momento parecia mais certo manter a toalha na cintura.

— É... Seus olhos estão vermelhos — Stiles disse depois de longos minutos em silêncio.

— Ah... Eu...

Derek queria dizer que seu lobo e ele não conseguiram se controlar. Na verdade, não eram somente seus olhos que estavam em alerta, mas seu “amiguinho” parecia acordado e em estado de alerta total.

 — Desculpe se... Se quiser posso vir em outra hora — Disse Derek meio sem jeito.

Aquilo nunca havia acontecido antes. Quer dizer, Derek Hale com vergonha de ver alguém nu — ou seu mate — aquilo nunca aconteceu.  Derek não era o tipo de homem que sentia vergonha quando via um homem nu ou uma mulher nua, mas daquela vez era diferente. Derek sentia vergonha, ele sentia excitação, sentia uma imensa vontade de fechar os olhos e esperar que acordasse de um suposto sonho. No entanto, era real e Derek parecia um adolescente que não conseguia manter seus hormônios em ordem.

— Huh... Fica — Stiles disse.

Se não fosse pelo o momento Derek pensaria que Stiles estivesse engasgado.

— Agora?

A conversa não parecia normal.

— Bem, sim, mas você... Pode sair sabe? — Stiles apontou para o seu corpo sinalizando a toalha que cobria mal suas partes íntimas.  

 

~αβΩ~

 

Depois de Stiles se vestir, parou ao lado da janela encarando-a como se fosse um a cobra preste a mordê-lo. Respirou fundo e tentou acalmar sua respiração, ao mesmo tempo em que tentava parar a festa que seu interior fazia. Calma Stiles ele não o viu nu; Pensou Stiles.  Ainda não.

Stiles bateu com suas duas mãos em sua bochecha tentando ignorar a confusão que seu interior causava. Ele precisava se acalmar. Certo era só abrir a janela.

E Stiles abriu a janela. Quando viu a figura de Derek encima da árvore do lado da sua janela aguardando pacientemente por Stiles, não teve como o menino se controlar e por impulso fechou a janela. O impacto fez o vidro de a janela vibrar e Stiles agradeceu aos céus a janela não quebrar, pois teria de explicar ao seu pai o motivo de tantos cacos de vidro no seu quarto e uma janela quebrada.

— Stiles? — Derek o chamou do outro lado.

Stiles sentia seu rosto quente como se estivesse próximo de uma fogueira, enquanto seu interior montava uma verdadeira festa. Seu coração parecia às batidas eletrônicas controladas por um DJ. Era quase difícil de controlar o misto de sentimentos que Derek provocava.

Quando abriu a janela dessa vez, Derek a segurou antes que Stiles em seus ataques impulsivos batesse mais uma vez a janela.  No entanto, daquela vez ele não iria fechá-la.

— Eu não ia fechar a janela — Stiles disse.

Derek entrou no quarto e encarou aquela pequena figura de braços cruzados atrás da janela. O semblante de Derek não era irritado como Stiles imaginou que estaria. Era uma expressão que mostrava amor, carinho e segurança.

— Eu sei — Ele respondeu e sua voz era baixa quase que um sussurro. — Eu só queria ter certeza.

Respirar e inspira!

Stiles quase se esquecia de como era manter o ritmo de sua respiração quando Derek estava próximo. Talvez essa seja aquelas situações em que diziam “quando se está apaixonado aquela pessoa é capaz de fazê-lo esquecer de respirar”. Stiles achava ridículo, quer dizer como a pessoa poderia esquecer-se de respirar? Ela não iria morrer? Ele achava clichê, Stiles não entendia como essa temática funcionava. Até o momento.

Quando seus lábios foram pressionados e esmagados por outros lábios, Stiles sentiu seu corpo corresponder com estímulos (que mais pareciam fagulhas elétricas de baixa voltagem). E algo queimou dentro de seu interior e todos seus sentidos ativou como se tivessem apertado o botão “ligar".

— Respire Stiles — Derek disse.

Era quase pedir para ele tentar respirar quando se tem alguém o impedindo de manter o controle de sua respiração.  Era o mesmo que pedir a uma pessoa cardíaca para correr oito quilômetros. 

As mãos de Derek foram para a cintura de Stiles e o aperto fez o menino soltar um baixo gemido. Quase um ofegar. Limites! Stiles você precisa acionar o limite! Pensou o menino.  

— Derek — Stiles disse entre os beijos.

Stiles teve que colocar a maior força que teria para empurrar o Hale e outra força para impedir de puxá-lo de volta.

— Desculpa — Ele disse sem jeito.

Foco Stilinski! Será que você não pode olhar um homem e não querer agarrá-lo?

Talvez ele até pudesse se não fosse Derek Hale.

— O que veio fazer aqui? — Perguntou e quando reparou que a sua pergunta saiu grosseira ele tentou reparar. — Quero dizer, porque você veio aqui? Faz alguns dias que a gente não se ver e você não vem a minha casa com frequência, ou vem? Se bem que seria uma boa, não é? Não! Espero, eu não quis dizer isso, é melhor você...

E outro beijo. Stiles sentiu a mão de Derek apertar sua cintura e com força juntar seus corpos.

Stiles teve certeza que daquela vez ele se tornaria uma poça de Stiles.

Certo esqueça o limite!

Enlaçou seus braços no pescoço de Derek, como se tentasse fisgar um peixe grande (o que no sentido figurativo, Stiles conseguira). As mãos correram pela a cabeleira negra. Sedosos e macios era como Stiles sentia aqueles cabelos escorrendo pelos seus dedos.

Stiles estava tão entorpecido pelo o beijo que não percebera quando fora suspenso do chão, ou quando suas pernas se agarraram a cintura de Derek. Stiles não percebeu que estavam caminhando para o lugar proibido “sua cama". Limite! Limite! Como pensar em limite se estava beijando um homem como Derek? Como pensar em limites quando se está excitado até a alma?

Os corpos se completavam como a peça final de um quebra cabeça. Stiles era doce, Derek era rude e assim como diziam; os opostos se atraem. As respirações ofegantes, os beijos descompensados, os baixos gemidos, ou até mesmo o gemido tímido que ambos soltavam mostravam compatividade deles.

Derek correu a mão por baixo da camisa de Stiles. Talvez fosse proibido, talvez estivesse ultrapassando a barreira de limites, mas ele não estava preocupado com isso, pelo menos, não naquele momento. A pele de Stiles era macia, sedosa e era isso que Derek precisava explorar, precisava conhecer com a palma de sua mão. Stiles era doce? Precisava prová-lo também.

Limites!

Stiles tentou reprimir um grito quando sentiu o polegar de Derek massagear de forma erótica seus mamilos. Cerrou os olhos e fechou as mãos nos lençóis. O controle era pelo menos a única coisa que precisavam manter, porque o limite fora jogado e descartado como um simples pedaço de papel sem importância.

Mesmo assim, o limite era essencial. Por quê? Derek não ouviu quando o carro estacionou enfrente a casa de Stiles, Derek não ouviu quando a porta da sala fora levemente batida, Derek não ouviu os passos da escada. Tudo porque descartaram o limite.

— Stiles, eu consegui sair mais cedo e evitar o... Plantão... — A voz do Xerife sumiu automaticamente quando seu olhar fixou-se na cena a sua frente, a expressão de John tornou-se fria e a voz do xerife pareceu sumir. — Mas que merda, Stiles!

— Opa! — Exclamou Stiles.

Derek já havia se levantado, pondo-se de pé ao lado da cama. Stiles permanecia sentado, os lábios Inchados e o rosto vermelho. O menino lançou um olhar acusador para Derek e o lobo apenas deu de ombros.

— Derek Hale, você fica ai — Disse o xerife apontando o dedo indicador para Derek. — Stiles, você vem comigo.

Stiles engoliu a seco. Nunca vira seu pai tão nervoso e até o olhar do xerife parecia mudar para algo que Stiles jamais havia presenciado. John tinha a expressão assustadoramente serena e olhar gélido. Naquele momento, Stiles temia que seu pai o impedisse de ver Derek, que seu pai o impedisse de manter um relacionamento sério com o Hale. Stiles não queria ser aqueles típicos adolescentes que precisaria fugir de casa para poder namorar alguém que seu pai havia o proibido.

Stiles seguiu seu pai pelo corredor estreito do segundo andar. Ele entrou no quarto do xerife, John fechou a porta atrás de si. O xerife passava as mãos pelos cabelos enquanto rondava pelo quarto impaciente. Aquela Expressão, aquele jeito nervoso que o xerife transparecia Stiles nunca vira seu pai daquela forma, nem mesmo quando sua mãe havia morrido.

Stiles pensou em falar alguma coisa, pronunciar qualquer palavra que seja, mas daquela vez ele não tinha argumentos para jogar em seu pai. O seu peito se comprimia em dor ao ver seu pai daquela forma.

— Beacon Hills é pequena — Começou o xerife. — Mas ainda assim ainda há tantos homens e mulheres – Ele pressionou a ponte do nariz e apoiou a mão na cintura. Stiles sentiu um pequeno calafrio pelo seu corpo. Certamente seu pai estava muito estranho. — Mas de tantas pessoas, logo os Hale? E... OUTRO HALE, STILES!

O grito de John fez Stiles se encolher. O menino teve de segurar um pequeno nó em sua garganta para impedir um soluço e talvez futuras lágrimas.

— Achei que estivesse com aquele garoto, Theo — Disse John que agora parecia mais calmo. – Vocês terminaram? Agora você está com Derek? Stiles o que está acontecendo?

— Pai é uma longa história — Disse Stiles.

John suspirou como se estivesse mentalmente contando até dez tentando não se exaltar. Stiles tremeu quando percebeu o rosto de seu pai tornar-se vermelho novamente.

— QUE HISTÓRIA STILES!

Com o segundo grito, Derek já estava ao lado de Stiles e John mal teve tempo de ter alguma reação instantânea. Puxou a arma do coldre apontando para Derek, uma reação atrasada.

— Você me prometeu Hale — Começou John.

Stiles sentiu seu coração acelerar quando seu pai apontou a arma para Derek e aquela dor veio novamente quando reparou na expressão do seu velho. Quando direcionou o olhar a Derek, notou que o olhar dele estava diferente e os olhos brilhavam perigosamente em um tom avermelhado.

— Derek, ele não sabe — Stiles sussurrou e ainda desesperado pela a reação repentina de Derek, ele agarrou o braço do lobo.

— Não Stiles, ele sabe — Derek rosnou — John sabe quem eu sou e John sabe mais do que você pode imaginar.

Stiles lançou um olhar para o xerife que agora soluçava. Aquela dor veio novamente e Stiles queria correr, abraçar seu pai e dizer que ficaria tudo bem, mas quando seu pai chorou, Stiles gelou, ou talvez tenha sido as palavras de Derek? Stiles não sabia, na verdade, o menino não tinha ideia do que estava acontecendo ali.

—Pai, o que está acontecendo?

E ele não respondeu. O xerife apenas direcionou seu olhar de fúria para Derek e novamente apontou a arma para o lobo.

— Você me prometeu! — Gritou o xerife. — Você me prometeu que não levaria meu menino, que ele seria meu.

— Derek do que ele está falando? — Stiles perguntou. — Como ele sabe que você é um lobo?

Derek puxou Stiles para o seu braço. Ele queria ocultar aquele fato, Derek não queria que Stiles soubesse, mas parece que a verdade teria de ser revelada e não havia jeito de escondê-la. Talvez não tivesse que esconder, talvez a verdade tivesse de ser a melhor solução, porém por onde começar? A questão era que Derek nunca esteve tão perdido em suas próprias mentiras, mas a verdade era que ele não queria que aquilo tivesse de acontecer de novo, ele não queria ter que passar por aquele momento novamente. Perder Paige foi difícil, perder Luka fora difícil e perder Stiles novamente seria uma tortura. Não importa quantas vezes ele poderia voltar, não importa se Stiles pudesse morrer e voltar sendo sabe-se lá quem, mas a dor sempre seria a mesma e Derek não estava preparado para isso.  Poderia ser egoísmo, mas aquele egoísmo estava mantendo Stiles Vivo.

~αβΩ~

 

Nolan imaginava que as primeiras aulas seriam difíceis. Bem, ele sobreviveu, não é? Ele conseguiu passar pelas aulas e aquele seria a sua última aula. Talvez conseguisse suportar aquela última aula e quem sabe nos próximos dias que vier a escola, não seria ruim. Os tempos vagos passariam na biblioteca e quando o sinal batesse ele poderia seguir para as aulas. Talvez não fosse tão ruim como ele imaginava e talvez aqueles filmes adolescentes com valentões enfiando os novatos no armário do vestiário ou roubando o dinheiro do lanche fosse bem surreal. Nolan vira alguns valentões perturbarem alguns garotos do clube de ciência, mas nada que fosse parecido com os filmes.

Quando o sinal tocou, Nolan enfiou-se junto à massa de alunos pelo o corredor e quase fora arrastado pela a massa de alunos que seguiam para o corredor principal. E foi nessa bagunça que ele não percebera quando esbarrou em outro garoto que por puro azar era o mesmo que perturbava os meninos do clube de ciência. Com isso, começou o que Nolan mais temia. Enfiar meninos dentro de armários ou roubar seu dinheiro do lanche. Aquele garoto não parecia ter a idade de Nolan, mesmo ele estando em alguma das suas aulas.

— Não está me vendo? — Perguntou o garoto de cabelos rubro. As sardas espalhadas pela face do menino era uma verdadeira bagunça, ao ponto de deixar Nolan tonto só em tentar seguir as sardas salpicadas pelo o rosto do menino de cabelos rubro.

— Desculpe, eu não...

Não tivera como terminar de falar quando fora jogado pela a porta de entrada para o vestiário. O garoto o empurrou com tanta força que Nolan sentiu suas costelas chocar-se com os armários do vestiário e se não fosse um lobisomem teria uma costela fraturada sem poder se curar e uma dor terrível por dias. No entanto, o menino não mostrou expressão de dor, pelo contrário, a dor despertou a fúria de seu lobo interior e como era dia de lua cheia — mesmo que a lua ainda não tenha alcançado o topo do céu — Nolan podia sentir alguns dos efeitos. Um deles era a vontade de estraçalhar o menino de cabelos rubro e de face salpicada de sardas.

— Fica longe de mim! — Nolan gritou.

— Ou o quê? — Perguntou o menino de cabelos rubro de forma debochada.

Nolan agarrou-se ao banco do vestiário. A respiração parecia acelerar cada vez mais e a raiva crescia à medida que o tom de voz do menino de cabelos rubro aumentava. Nolan sentia suas garras arranhando o banco de madeira, sentia sua fúria parecer transbordar e Nolan não poderia deixar que essa fúria transbordasse, pelo menos não encima do menino de cabelos rubro.

— Fique longe! — Nolan gritou.

— Ou o quê? – A forma debochada do menino de cabelos rubro fora substituída por um tom de voz irritado.

 Ou eu vou arrancar suas tripas com as minhas garras, seu imbecil!  Nolan queria gritar, mas não podia, não quando seu corpo esquentou, ou quando se virou com os olhos brilhando em amarelo e o rosto parcialmente transformado.

Nolan esperou por gritos ou um “o que diabos você é?”, mas o que viu fora outros olhos amarelos o encararem. O mesmo menino de cabelos rubro foi substituído por um menino mais alto que Nolan e talvez uns três anos mais velho. Os cabelos pareciam úmidos como se tivesse acabado de sair do banho (o que seria verdade já que a nudez e o corpo molhado o denunciavam).

Por um momento, Nolan recuou e seu lobo pareceu se acalmar e aquela sensação foi estranha. Em parte porque Nolan sentiu que aquele garoto de aparência angelical e não parecia ser tão velho quando os outros integrantes do Pack Hale tinha um cheiro de lobo adulto, um lobo completo assim como Peter, Derek e entre os outros lobos que Nolan conhecia. Aquele garoto que não parecia ser mais velho que três anos comparado a Nolan, tinha um cheiro de adulto e um cheiro antigo, mas que ainda surtia efeito... Era um cheiro de alfa, mas os olhos dourados transmitiam que aquele garoto era um beta mesmo exalando a áurea de alfa.

— Seu nome é Nolan, certo? — Aquele mesmo garoto o encarou e os olhos brilhando em dourado foram substituídos por um par de esmeraldas esverdeadas.

— Como sabe quem eu sou? — Nolan perguntou. Embora estivesse controlado, Nolan ainda permanecia com sua forma de beta.

— Ora somos do mesmo Pack! — O garoto abriu os braços com um sorriso. A voz era doce e parecia ser mais novo do que aparentava.

— O Pack do Hale? — Perguntou Nolan e quando reparou no que disse deu-se um próprio tapa na testa xingando a si mesmo. — Merda não deveria...

— Não se preocupe, conheço os Hale há mais tempo que você — Ele comentou e o sorriso desenhado na face mostrava uma harmonia que Nolan nunca pensou que um lobo poderia ter. — Também sou um Hale, embora não seja de sangue, ainda assim carrego o sobrenome Hale.

— Eu não o conheço e nunca o vi no Pack — Nolan respondeu friamente.

O menino esticou o braço e o sorriso agora se alargava de ponta a orelha.

— Meu nome é Liam Dunbar Hale, prazer.

Nolan engasgou-se com seu próprio ar ao ouvir Liam pronunciar seu nome. Ele nunca imaginou que veria Liam, o menino que Derek falava. E ele achava que Liam tinha somente quinze anos, ou talvez seja quatorze. Mas porque Liam tinha um cheiro de lobo adulto, porque Liam parecia tão forte para um lobo que fisicamente não parecia ter alcançado a fase adulta? Era estranho porque um lobo precisava atingir sua maioridade para se transformar em lobo completo, mas Liam já era um lobo completo e com áurea de alfa, embora seus olhos fossem dourados.

 

~αβΩ~

 

Derek encarou Stiles e seu peito se comprimiu quando o menino fixou um olhar cheio de fúria para a direção de Derek. Ele não poderia mais esconder nada de Stiles e precisava avisar ao menino o que acontecia, explicar cada detalhe.

—Stiles é uma longa história — Declarou Derek. — Eu acho melhor você se sentar.

John parecia mais calmo, mesmo que o rosto ainda estivesse vermelho e o nervosismo bem aparente.

Stiles obedeceu, sentou-se na cama e passou a encarar Derek. O olhar do menino era atento e Derek teve de engolir a seco um nó quando visualizaram aqueles olhos âmbar o encarar daquela forma.  Aqueles mesmo olhar que o encaravam em outros momentos e os mesmos momentos que perdera os amores de sua vida.

— Quando eu o encontrei — John começou e Derek levou um susto pela a iniciativa do Xerife. — Você estava rindo, enquanto mantinha-se sentado em um tronco cortado. Eu fiquei tão feliz em vê-lo e meu peito encheu-se de alegria...

— Espera você me encontrou? Como assim? Eu não sou seu filho? Eu não nascia da minha mãe? Claudia Stilinski?

John negou as perguntas de Stiles.

—Escute antes de perguntar, filho — Disse John interrompendo as novas perguntas de Stiles. – Eu te amei assim que o encontrei e o peguei para mim, mas quando estava me aproximando, você já tinha alguém, ou algo o protegendo — O xerife lançou um olhar a Derek. — Havia um lobo enorme atrás de você, ele era grande e de pelagem negra e eu logo saquei minha arma, pensei que aquele lobo fosse devorá-lo, mas me enganei. No lugar do lobo o devorar, ele saltou a sua frente pondo-se de frente a você. Ele rosnou para mim, na verdade para a arma que eu segurava. Quando eu travei a arma e joguei as munições no chão, o lobo relaxou sentando-se sobre as patas.

“Naquele momento, o pelo caiu, o barulho de ossos sendo deslocados foi quase desconfortante, mas eu estava tão assustado e impressionado que não consegui recuar, principalmente quando o lobo se transformou em um homem. Esse mesmo homem era Derek. Ele pegou você nos braços e sem pensar eu avancei. Os olhos de Derek se acenderam em vermelho e ele o apertou mais nos seus braços e soltou um rosnado tão feroz e alto que toda a floresta pareceu tremer”.

John respirou fundo, olhou para Derek e recebeu apenas uma concordância para que continuasse.

— Derek falou algo que me impressionou e ao mesmo tempo me deixou de cabelo em pé.

— O que ele disse? — Stiles perguntou.

John deu uma olhada para Derek e apenas recebeu outro gesto que continuasse.

— Ele disse: “Não chegue mais perto, ou eu rasgo sua garganta com meus dentes”; Eu meio alerta pensei em pegar a arma, mas sabia que não seria tão rápido e corria o risco de ter a jugular rasgada e então o respondi: “essa criança está nua, sem agasalho você quer matá-la?” Minhas palavras surtiram efeitos, porque percebi quando ele abaixou o olhar para você e pareceu relaxar um pouco. Com isso, avancei e recebi um rosnado. “Fique longe dele, fique longe do meu esposo”. Eu arregalei os olhos e minha boca fez uma perfeita expressão de um “o”. “esposo?” Perguntei incerto e aquilo era meio louco de se dizer. No momento, pensei que fosse pedofilia, mas ai Derek respondeu. “Sim, meu mate”. Depois com o tempo ele me explicou o que era um mate, ou quem você era e o que significava para Derek.

— Depois disso eu e o Xerife combinamos — Derek começou. — Eu poderia vê-lo de longe, cuidar de sua segurança de longe sem que você percebesse minha presença e o Xerife ficaria com sua guarda já que eu nunca iria atrás de você para pegá-lo de volta.

Dessa vez o Xerife olhou para Derek com os olhos repletos de raiva e magoa.

— E você veio fazer o que aqui? Pegá-lo de mim?

Derek balançou a cabeça em negação.

— Ainda mantenho a promessa, mas agora o supervisionarei de perto.

— Wow! Espera! Supervisionar? Eu sentado em uma árvore cortada ao meio?Porque não me contou isso antes? Porque não disse que eu não era seu filho biológico? Quem são meus verdadeiros pais?

— Sinto muito filho, mas Derek pediu que eu mantivesse segredo e sobre seus pais biológicos eu realmente não tenho ideia.

Stiles lançou a Derek um olhar acusatório e ao mesmo tempo expressando a vontade que tinha para Derek abrir a boca e contar o que sabia.

— Você não tem pais — Derek disse. — Você é meu mate — Derek suspirou. Como deveria contar isso? Pensou Derek. — Um tempo atrás, seu nome era Paige uma menina que estudara comigo quando eu tinha quatorze anos, depois que ela morreu por não ter suportado a mordida de um alfa, passou três anos e você voltou naquela árvore. Você foi adotado e dessa vez era um menino e seu nome era Luka, mas por meu descuido, você morreu juntamente com a minha família no incêndio. E três anos após você nasceu naquela árvore novamente e era um menino. Cabelos castanhos e os olhos âmbar. Os olhos ao menos não mudavam sempre os mesmos. Eu pensei que se eu me afastasse, impedindo de você saber quem eu era, poderia prolongar sua vida. Poderia o manter longe de perigo. Mesmo que você morresse e três anos voltasse naquela maldita árvore, era como se a cada momento alguém me destruísse, me tirasse um pedaço da minha sanidade.

— Você está dizendo que eu revivi três vezes? — Perguntou Stiles entre risos.

Acreditar era difícil, mas se lobisomens existem o que mais poderia ser mentira? O que naquela merda de mundo poderia ser uma ficção?

— Não, Stiles – Derek Respondeu. — Eu estou dizendo que essa é a terceira vez que você reencarna.


Notas Finais


NAO ME MATEM. KKK

GENTE DEEM UMA OLHADINHA LA NO TWITTER TEM AVISOS SOBRE NOVAS POSTAGENS E EU DEIXEI A SINOPSE E A CAPA DA NOVA HISTÓRIA DEPOIS DESSA. QUALQUER NOTICIA SERÁ POSTADO LÁ.

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