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História O lupino da floresta proibida - Estou confuso e irritado


Escrita por: Joisilly

Notas do Autor


Depois de um lemonzinho voltemos à realidade
Fiquem atentos que algumas atitudes de alguns personagens a partir daqui vão influenciar no destino do nosso casalzinho

E muito obrigada por todos os comentários e favoritos, vocês são incríveis <3

Capítulo 14 - Estou confuso e irritado


Luffy estava deitado quase inerte em sua cama. Ao seu lado estava o celular, aberto nas últimas mensagens trocadas com o moreno, ao qual uma música era tocada e chegava aos seus ouvidos por meio do fone. Mesmo com o volume no máximo, quase sendo ensurdecedor, Luffy não ouvia uma palavra sequer que era proferida, tampouco a melodia emitida. Em um gesto completamente atípico ao seu habitual ele estava imerso em pensamentos enquanto lutava com seus próprios sentimentos confusos que assolavam sua mente e seu coração.

Seu cenho se franziu ao entrar na casa que estava particularmente ansioso para conhecer, o cheiro marcante e forte do lupino Beta se tornou ainda mais forte e evidente para si, no entanto não pôde apreciá-lo, pois agora sua atenção estava voltada ao comportamento estranho do outro à sua frente. Law havia se mantido calado quase a viagem de volta inteira e somente o respondia com frases curtas e soltas. O olhar estava distante e vazio e parecia sobressaltado à todo instante; vez ou outra, por mais que via o esforço para tentar disfarçar, deixava escapar uma expressão de dor e angústia.

– Quer que eu feche a porta pra você, Tral? - Perguntou ao vê-lo entrar no quarto sem lhe dirigir o olhar, como se não percebesse nada ao redor, quase como se estivesse em outra realidade.

– Eu agradeceria. - Luffy conhecia Law o suficiente para saber, mesmo que fosse a sua primeira vez na casa dele, que ele se preocuparia ao menos em trancá-la, ou em guardar suas coisas da mochila – que ele havia esquecido no carro.

Luffy reconhecia que algo de estranho havia acontecido com ele e que havia o afetado muito, todavia ele não parecia propício a falar naquele momento então apenas decidiu dar um tempo e espaço a ele, falaria do assunto depois.

O mais novo se aproximou e depositou um leve selar sobre os lábios do mesmo, vendo-o sorrir levemente antes de pegar da cômoda aquele mesmo colar que vira outro dia e encaminhar-se ao banheiro.

Seu peito doía e sentia aquela ausência machucá-lo por dentro ao passo que a conexão se tornou mais intrínseca e enraizada em seu ser. Tudo estava um bagunça, era como se soubesse o que acontecia embora nada houvesse sido apresentado-lhe, tudo apenas parecia confuso demais. Um misto de sentimentos agitados se apossava de si, no entanto um deles parecia prevalecer e queria se sobressair, era um sentimento que Luffy não gostava de ter e não se sentia familiarizado, como algo à parte aos seus sentimentos verdadeiros, parecendo pertencer à outra pessoa, não a si, ele percebia isso e notava a diferença. Esse era o primeiro desafio que estava enfrentando: lidar com um sentimento não pertencente para entender os seus reais, que pareciam feras enjauladas prontas para causar um enorme estrago quando liberadas.

Ainda assim a única coisa que transparência por fora era nada. Enquanto por dentro mantinha-se imerso sob águas geladas e agitadas em meio à uma tormenta de sentimentos, por fora era como se estivesse preso em um estado de torpor; seus olhos se mantinham distantes, seu rosto inexpressivo e sua boca quase não emitia som. Toda a concentração de sua energia estava voltada para seu interior, mas seus pensamentos finalmente o levaram à uma resolução, afinal sabia que algo não estava certo, e estavam o guiando para uma direção onde sabia o que tinha que fazer; estava insatisfeito com aquilo tudo e sua feição tornava a ser expressiva, demonstrando todo seu desagrado. Ele já sabia o que faria.

– Eu tô falando com você, Luffy! - A voz de Ace interrompeu o estado de inércia do garoto, puxando o fone do mesmo que suspirou se sentando sobre a cama. – A Nami me mandou uma mensagem dizendo que ela e seus amigos já estão te esperando na casa do Sanji.

– Tá, vou me trocar. - Sem qualquer resquício de animação em sua fala ou em seu rosto o garoto se levantou, indo até o guarda-roupa.

Ace acompanhou o menor se trocar, vestindo um casaco grande e grosso com listras vermelhas e branca, e olhar para o celular sobre a cama mais uma vez, como se houvesse acabado de decidir algo, antes de desligá-lo e sair de encontro aos amigos.

Com o cenho franzido o sardento desceu as escadas apressado, encontrando o irmão loiro que o esperava na cozinha na companhia de seu namorado que preparava um chá.

– Eu nunca vi o Luffy desse jeito. Ele está parecendo uma alma penada perambulando por aí. - Pegou um dos biscoitos oferecidos pelo irmão mais velho, o mastigando com certa raiva, imaginando serem eles um certo alguém que fora o responsável pelo estado apático do seu irmão – se fosse mesmo ele quem havia deixado o menor daquela forma. – Temos que fazer algo logo, eu não aguento vê o Luffy nesse estado.

– Eu sei. Ele está aéreo e completamente alheio a tudo. - Sabo concordou compartilhando da mesma preocupação do irmão. Não que fosse ruim ele estar sério e pensativo, mas era o Luffy ali e Sabo sabia o quanto ele estar naquele estado significava que algo ruim estava se passando com ele. – Nada parece estar animando ele.

– Será que aconteceu algo na viagem? - O loiro mais velho se sentou na mesa com os demais, servindo chá aos irmãos para aquecê-los do frio. – Ou com aquele cara, o Law?

– Não acho, ele voltou animado de lá. Falou até demais como foi. - O moreno massageou as têmporas ao lembrar do seu irmão falando que Law era bom de cama. – E para a sorte dele eu espero que não tenha feito nada, se foi ele que deixou o Luffy mal assim eu vou quebrar a cara dele.

– Ainda assim ele não disse o suficiente. - Sabo resmungou batucando os dedos na mesa. – Ele contou como foi a viagem e estava animado, mas de novo ele não disse nada sobre aquele cara.

Ace bufou frustrado com aquilo e voltou a devorar os biscoitos na mesa, apenas queria entender o que estava acontecendo com o seu irmãozinho.

– Sinceramente tudo seria mais fácil se realmente conhecêssemos ele, mas o Luffy nem se abre mais com a gente.

– Mesmo que não o conhecemos e não sabemos sobre quase nada dele, ele me pareceu uma boa pessoa, apesar de mal encarado. - Marco interviu pondo a mão sobre a do sardento, fazendo um pequeno carinho para acalmá-lo e como resposta ele deitou a cabeça em seu ombro. – Ou a cara mal-humorada também era o mesmo sono que a gente.

– É talvez, ele também não me pareceu ruim. - Sabo concordou vasculhando em sua mente alguns momentos específicos em sua memória. Vê como o irmão havia ficado feliz o fez crer que ele era bom, afinal Luffy fazia sempre boas escolhas de quem era importante na sua vida, mas quando o viu pessoalmente sentiu uma sensação ruim. Além de que aquele foi um curto momento – ainda mais estando embriagado de sono – e não fora o suficiente para conhecê-lo. – Mas algo nele me incomoda, ou talvez seja nessa história estranha e mal contada sobre eles.

O loiro de olhos escuros apoiou os cotovelos na mesa e o rosto nas mãos pensativo.

– Se pararmos pra pensar, o comportamento do Luffy mudou há tempos. - Por mais que o menor achasse que não, ele havia percebido todas as sutis mudanças do irmão desde o princípio, embora na época houvesse pensado que era algo banal e corriqueiro da idade. – No começo achávamos que era só mentiras pra ele ir aprontar com os amigos ou sair com alguém, mesmo que eventualmente ele nos dissesse sobre.

– Espera aí, Sabo, acha que aquele cara tem a ver com essas mudanças há tanto tempo assim?

– Não, mas... O Luffy já tinha mudado e ficado estranho desde antes mesmo que muito menos que agora. - Suspirou. – Talvez estivessemos dispersos demais em relação à ele pra notar que pudesse ser um problema. Porém isso se intensificou mais há uns meses.

– Provável que quando eles se conheceram. - Marco seguiu a linha de raciocínio do loiro. – Querendo ou não é algo que está relacionado.

– É. Além disso eu conversei com a Robin.

– Quando isso? - Ace perguntou confuso com a fala do irmão, sabia o quanto Robin era boa observadora, então se ela externalizou algo sobre era porque havia algo preocupante.

– Quando ele ficou estranho assim, sem responder direito e sem ânimo. Acabamos por conversar sobre o assunto e ela me contou algumas coisas que notou.

O moreno suspirou preocupado, levantando a cabeça do ombro do namorado que o olhou com pesar, compartilhando do sentimento. Ele também estava preocupado; para ele tanto Sabo quanto Luffy eram parte da sua família.

– E o que vocês acham de tudo isso? Que o Law é o problema?

– Ainda não tenho certeza, mas ou o Luffy está metido em um problema ou há algo de muito errado com o Law. - Disse com certeza. – E nós precisamos descobrir o que é.

– É, isso é certo. - Ace concordou. Para ele já estava passando da hora de fazerem algo à respeito daquilo, havia algum problema e se Luffy já não estava nele, iria se enfiar logo. Eles precisavam cuidar do irmão e para poder ajudá-lo precisavam saber o que acontecia, por conta própria, já que Luffy parecia resoluto em esconder seja lá o que fosse deles e de todos. – E eu acho que sei de alguém que pode ajudar nisso.

– Quem?

– O Zoro.

[...]

– Vamos, Luffy. Bebe um pouco, estamos aqui pra nos divertimos. - Nami empurrava um copo de bebida ao amigo, numa tentativa de animá-lo.

Luffy era alguém muito importante para os amigos, era claro para todos que o amigo estava triste. Ele era alguém iluminado e repleto de energia, vê-lo em um estado apático era insólito e angustiante de se presenciar. Claro que sabiam que o moreno tinha seus momentos menos energéticos, de mágoa e ressentimento, mas nunca permanecia por muito tempo e mesmo sendo, na maioria das vezes, um livro aberto, Luffy preferia manter tais sentimentos para si mesmo, os enfrentando sozinho e sem preocupar a ninguém, porém dessa vez ele não estava se importando nem mesmo em disfarçar.

Eles queriam fazer algo para animá-lo, mas se tornava difícil quando nem mesmo sabiam a origem do problema, ele não contou a nenhum deles sobre o que havia acontecido. Cada um já havia até mesmo tirado suas próprias conclusões do que magoara o amigo e isso envolvia muita raiva e xingamentos a alguém que sequer conheciam, todavia Luffy era a prioridade e por isso decidiram tentar distrai-lo, embora alguns não puderam comparecer.

– Tá. - O moreno concordou, pegando o copo das mãos da amiga e ingeriu com uma careta – detestava álcool – sentindo o líquido quente queimar sua garganta enquanto observava o lugar aberto e repleto de pessoas para todos os lados, mesmo com o frio intenso que fazia, e stands de comida e bebida mais ao longe. – A Robin já chegou na cidade dela?

– Ela avisou antes de virmos que sim. - Sanji informou com um cigarro pendendo dos lábios. – Acho melhor você não beber se for dirigir.

O loiro retirou o copo das mãos do amigo ao recordar-se que ele participaria de uma corrida em breve.

– É verdade, Luffy. É melhor você estar sóbrio, tô apostando dinheiro em você! - A ruiva usou um tom divertido em sua fala – embora houvesse um fundo de verdade nelas –, mas não obteve a reposta sempre animado do outro como um "pode deixar" ou "conta comigo", recebeu apenas um murmúrio. – Poxa, Luffy. Tenta se levar e esquecer os problemas um pouquinho.

A mais velha abraçou o amigo por trás que apenas segurou os braços cobertos da garota em volta do seu pescoço ainda em silêncio. Suspirou e encarou Sanji em um pedido mudo para que ele tentasse algo, porém antes que o estudante de gastronomia pudesse dizer algo a voz de Usopp atraiu a atenção dos três.

– Luffy, eu já inscrevi a gente! - O moreno falava empolgado assim que voltou. – Isso vai ser incrível, que nem da outra vez! Eu vou buscar o carro com o Franky, você vem?

– Pode ir, eu espero aqui. - Usopp perdeu sua empolgação, mas seguiu para longe já que Nami o mandou ir buscar o carro do mesmo jeito.

– Podemos ir comer enquanto isso, o que acham? - Sanji ofereceu com um sorriso e com isso conseguiu um sorriso pequeno de Luffy em concordância.

– Acho ótimo, só vou ao banheiro e aí nos vamos. - Nami sorriu animada antes de se dirigir à cabine próxima de onde estavam.

– E onde tá o Zoro? Achei que vocês iam viajar por agora.

– Ele teve alguns problemas para resolver em casa e voltou. E a viagem vai ser no começo de Janeiro.

– Hm.

– Sabe que pode nos contar qualquer coisa, né? - Sanji perguntou depois de um tempo em silêncio. – Entendemos que você não quer falar o que está acontecendo, mas nos preocupamos com você.

Sanji era uma pessoa que cuidava dos seus amigos acima de tudo, era ele quem sempre estava a postos para proteger qualquer um, não importava do que fosse e por essa razão estava preocupado com o amigo.

Luffy apenas o encarou por alguns segundos e suspirou. Não era sua intenção preocupar a ninguém, entretanto seus sentimentos estavam uma tremenda confusão em sua mente, tanto que era quase impossível não se perder entre eles.

– Eu só... Estou confuso. E preocupado, irritado... É estranho. - Sanji se sentiu ainda mais perdido com aquelas falas sem contexto para entendê-las, mas imaginava que ele estava ainda pior, afinal, por mais que Luffy já houvesse se relacionado com outras pessoas, era a primeira vez que o viam apaixonado de fato e não parecia uma paixonite qualquer. – Mas eu sei o que tenho que fazer.

O loiro franziu o cenho com a última frase, mas sua atenção foi atraído por uma mão em seu ombro e um sorriso brotou em seus lábios ao se virar e ver uma garota ao seu lado.

– Tashigi-chan. Não sabia que vinha.

– Pois é, a Nami me convidou. Eu estava precisando.

Tashigi era uma policial que havia se tornado amiga de Nami por um acidente incomum que haviam se metido com algumas crianças que passavam por problemas e a partir daí esporadicamente elas saiam ou estavam sempre a trocar mensagem, algumas vezes que saiam ia com todos os amigos em conjunto.

– Algum problema? - Perguntou com sua típica preocupação com as damas, mas ela balançou as mãos enluvadas para acalmá-lo.

– Nada de muito novo, não se preocupe. O Smoker-san apenas é muito teimoso, é quase Natal e ele continua querendo saber do caso da floresta.

– Do ataque de animal?

– É. Ele está cismado com isso.

– Eu imagino. - Sorriu ao recordar do parceiro e namorado da morena. Já haviam se conhecido em uma das confusões que se meteram na cidade parando na delegacia e conheceram o gênio forte do homem estressado e ranzinza.

– Está sozinho aqui? Cadê todo mundo?

– O Zoro e a Robin-chaw não vieram, o Usopp e o Franky já estão voltando e a Nami foi ao banheiro. - A garota fez um som de entendimento com a boca e percorreu o olhar curioso pelo local. - Eu e o Luffy estávamos esperando eles.

– O Luffy? Ele anda sumido, onde ele tá?

– O que? - Sanji franziu o cenho com a pergunta e se virou novamente não vendo o amigo onde ele estava anteriormente. – Para onde ele foi?

[...]

– Eu detesto isso, Tral. - O menor o abraçou por trás, sentindo o vento ameno no topo da colina os cercar. Inspirou forte o cheiro tão marcante e envolvente do lupino, apertando-o mais contra si. – Eu queria ficar com você em qualquer lugar.

– Eu também não gosto disso, Luffy-ya. Eu odeio que as coisas sejam assim e todos aqueles malditos. - O menor sentia a irritação do moreno à sua frente pairando por todo o redor dele, misturando-se ao seu cheiro e consequentemente se sentia afetado por ela e o perfume que inebriava seus sentidos, mas tentou acalmá-lo com beijos em suas costas. Sabia o quanto ele era propenso a perder a calma facilmente e por mais que gostasse de vê-lo irritadiço – já que o achava ainda mais bonito e divertido – queria ter um momento tranquilo com ele. – Eu adoraria poder correr com você ou que pudéssemos nadar no rio juntos... Mas a floresta é proibida para nós.

– Se quisermos que não seja, ela não será. Eu não me importo em arriscar. - O menor sorriu largo e viu o outro o olhar sobre o ombro preocupado, o mais velho sabia que não existia realmente convicção em suas palavras, não depois de tudo que houve e como ele havia se tornado hesitante em arriscar aqueles que amava. A insegurança agora era evidente no garoto em muitas das suas ações ou até as que envolvia quem estivesse ao redor.

O maior se voltou para ele, segurando em sua cintura enquanto o mesmo segurava seu rosto entre as mãos.

– Não precisa disso, Luffy-ya. Ter você aqui já é o bastante. - Ele voltou a sorrir, era incrível a mudança que ambos haviam tido, e ele sempre ficava bobo ao notar o tom carinhoso na voz do mais velho que antes era apenas agressiva numa tentativa de afastá-lo. – Eu sei a importância de guardar este segredo.

– Eu também sei, Tral. E por nos dois eu irei guardá-lo sempre. - O menor acariciou-lhe o rosto. – Não vou permitir que façam mal à você.

– Eu te amo. - Sussurrou encostando suas frontes. – E vou amar para além dessa vida.


Notas Finais


Acho que o Luffy ficou mais bad do que eu pretendia kkkk
E ele ainda não tá vendo essas coisas, tá? Só o Law, por enquanto
Falando nele, o que será que rolou com nosso doguinho hein? 👀


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