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História O lupino da floresta proibida - Então você o ama mais?


Escrita por: Joisilly

Capítulo 22 - Então você o ama mais?


– Tsc. - O platinado fechou a porta do carro com brusquidão, arrumando a arma em sua cintura. – Andem logo, idiotas!

Os quatro jovens logo desceram do veículo, ignorando o olhar irritado do mais velho dos cinco.

– Escutem aqui, vocês não vão sair daqui, muito menos entrar nessa floresta. - Ordenou amassando os charutos entre os dentes, se perguntava internamente como havia deixado as coisas chegarem naquele ponto. – Me esperem aqui e qualquer coisa entrem de volta no carro e fiquem quietos até eu voltar.

– Eu não vou esperar aqui porra nenhuma, meu irmãozinho pode estar nesse lugar, nós temos que cuidar daquele desmiolado.

– O Ace é um idiota, mas eu concordo com ele. - O loiro acompanhou o moreno de sardas, sendo seguido pelo esverdeado e o loiro mais novo. – Não podemos deixar o Luffy correr risco, ainda mais que a última pessoa que entrou aí saiu em pedaços.

– A última pessoa que entrou aqui foi o irmão de vocês. - Informou mais nervoso, suas pretensões ao visitar a casa daquele garoto acabaram por completo com todos os seus planos. – E não se trata de quererem ou não, há uma proibição de entrada.

– Esta mesma que você está ignorando. - Apontou o loiro apertando os próprios punhos em nervosismo. – Do contrário não estaria investigando sozinho.

– Só vamos logo. - O esverdeado se intrometeu irritado, queria estar com suas espadas de treinamento, não estava gostando da aura daquele lugar, que seu namorado estivesse ali e muito menos imaginar seu amigo lá dentro, tão próximo de escurecer. – Vocês vão acabar se perdendo se ficar escuro.

– É você quem se perde, Marimo. Mas temos que ser rápidos de toda forma.

– Idiotas. Só eu quem dou as ordens aqui. - Com passos duros o homem marchou na frente com os quatro em seu encalço.

Zoro e Sanji, assim que encerraram a ligação, correram até a casa de Luffy. Seus semblantes preocupados não passaram despercebido pelos irmãos do garoto, que logo ficaram aflitos pelo menor não estar em casa. A possibilidade dele estar indo para aquela floresta perigosa reacendendo as suspeitas que já tinham sobre o paradeiro do menor em outros sumiços repentinos como aquele, todavia a preocupação parecia ainda mais tangível daquela vez, como um presságio.

Os quatro não pensaram duas vezes antes de seguirem atrás do menor, que nenhum deles duvidava estar, de fato, sendo imprudente e se arriscando, por motivos que os corroíam por desconhecerem.

A preocupação apenas aumentou quando Smoker surgiu, perguntando se Monkey D. Luffy estava em casa. No que Luffy se metera para um policial procurá-lo?

Todavia Sabo era esperto o suficiente para notar que o homem não estava seguindo ordens, senão agindo por conta própria.

Além de que conhecer, mesmo que superficialmente, aquele policial rebelde e encrenqueiro, ele não estava acompanhado, como era costume as visitas de intimação ou qualquer ordem jurídica feitas ali, e não possuía mandado, o que realmente não era necessário para fazer perguntas a algum suspeito, mas era atípico, principalmente naquela cidade pequena e época do ano, onde nada realmente sério ou suficientemente urgente acontecia para uma visita.

Ou então Luffy havia cometido um crime hediondo, o que duvidava devido a índole de seu irmão.

Agora os cinco estavam em frente à saída da floresta, quase no limite da cidade, invadindo o local em busca do garoto inconsequente que, muito possivelmente, havia entrado ali. Smoker não iria trazê-los consigo, mas se tornou a opção mais segura visto que eles pareciam intencionados a virem ali com ou sem ele, e prendê-los não era uma opção quando ele próprio estava descumprindo regras.

Os passos pesados dos cinco deixavam pegadas pela neve alva, embora todos estivessem andando com cautela. Zoro discutia com Sanji por tentar ficar na frente do menor – que não precisava da proteção de um marimo idiota, segundo ele – e Sabo e Ace tentava, em meio as discussões, conseguirem alguma informação sobre as suspeitas do policial.

Tudo que sabiam era que Luffy havia entrado na floresta recentemente e que ele estava investigando sobre a morte do homem encontrado esquartejado, o que deveria ser apenas um ataque de animal, deixando claro que havia algo de errado naquilo.

– Eu espero que você não tenha deixado a Tashigi-chan sozinha após o natal pra vim aqui, seu maldito. - Sanji se aproximou do grupo, irritado com o namorado e deixando-o para trás.

– E eu espero que você não esteja achando que o Luffy tenha a ver com aquela morte. - Ace resmungou de braços cruzados, recebendo uma recriminação de Sabo ao seu lado. – O que? Ele não tá fazendo isso tudo se fosse apenas mais um idiota que morreu tentando caçar animais, não é?

– Isso não é da conta de vocês. Não deveriam nem estar aqui, para começo de conversa.

– Se o Luffy está metido nisso é da nossa conta sim, nosso irmãozinho pode ser um bebê chorão que vive em problemas, mas ele não faria nada com ninguém.

– Eu nunca disse que ele havia feito, vocês que estão fazendo suposições e colocando palavras na minha boca.

– Qualquer um de nós colocaria a mão no fogo pelo Luffy. - Sabo também defendeu o irmão. – Sabemos que ele não fez nada de errado.

– E nem precisa de palavras para ver suas desconfianças. - Sanji se pronunciou, estava, como os outros, preocupado com o destino do amigo. – Mas você está errado sobre ele.

– Então aposto que sabem o que o motivou a vir aqui, certo?

Aquela pergunta os pegou desprevenidos, pois nenhum deles sabia a resposta. Luffy estava escondendo muitas coisas, aparentemente sérias, contudo eles ainda confiavam nele, conheciam-no bem e não desconfiaram dele por uma besteira qualquer.

O silêncio, no entanto, foi cortado por sons de ganhos se partindo e todos viraram em posição de defesa para trás. Sanji arregalou os olhos ao notar que o esverdeado não estava mais com o grupo, mas sim distante em um lado totalmente contrário, mas o que o afligiu foi ver dois lobos muito próximos do maior, prontos para atacar.

O loiro sentiu o mundo parar ao redor, tudo pareceu congelar e o único som existente era do seu coração agitado. Zoro era alguém forte e ágil, mas ele estava desarmado, com dois lobos muito maiores que o comum o cercando.

Suas próximas ações foram movidas apenas por emoções, correu com toda a velocidade que tinha até ele com o peito apertando a cada passo, vendo um dos animais avançar com uma velocidade absurda sobre ele.

Os próximos sons foram de gritos e um tiro, mas tudo que importou a Sanji foi sentir o corpo maior sob si quando o derrubou contra a neve fofa, nem notando as lágrimas correndo por seu rosto enquanto via o esverdeado levantar a cabeça confuso e perdido.

O tiro, por outro lado, resultou em outra reação. A atmosfera do local havia se transformado, o sangue manchava a neve alabastrina e o corpo do lupino, que havia atacado impulsivamente, caía com o peito perfurado no chão.

[...]

Luffy poderia não entender o que acontecia, mas ele sentia. Sentia a dor e a tristeza passar pelos olhos dourados assustados, o coração dele acelerar assim como o seu e o terror correr por cada poro do corpo maior, e então ele fez o que estava ao seu alcance: o abraçou.

Com os braços ao redor da cintura do mais velho Luffy o apertou fortemente por trás, sentindo seu peito pesar ao vê-lo estremecer em seus braços, levando sua mão destra até a tatuada que apertava a camisa que vestia na altura do peito, trazendo a atenção daquela imensidão dourada para si.

Não sabia o que dizer, nem achava que devia, então apenas tentou passar conforto e consolo à ele, seja lá pelo que fosse que ele estivesse passando, mostrando que estava ali, ao lado dele, e que sempre estaria.

O lupino arfou com dificuldade, os olhos marejados passaram a se concentrar exclusivamente na figura de Luffy; era incrível como, mesmo tendo dito coisas ruins a ele e tentado afastá-lo por tanto tempo, ele ainda estava ali, amparando-o com um carinho imensurável nos olhos negros cheios de preocupação.

E era por eles que deveria ser forte naquele momento, ainda que a dor e raiva que sentia estivesse gritantes. Todos os seus sentidos estavam voltados para Luffy e estava conectado com seu lobo interior em um incomum consenso: protegê-lo.

– Eu vou matar todos os humanos que estiverem aqui, e ele vai ser o primeiro. - Aquele curto momento que pareceu durar séculos foi quebrado por Kid, que com os olhos marejados, mas incendiados de raiva, rasgava a camisa do corpo, mostrando os músculos definidos e tensos. – Saia da frente, Law.

– Eu não vou sair.

A pressão do ar havia mudado drasticamente e o cheiro intenso do Alfa estava espalhado por todo o ambiente, impondo toda sua dominância, contudo o Beta não recuou, resistindo ao comando e o desrespeitando.

Era mais que errado agir daquela forma, mas ele não poderia fraquejar, não enquanto Luffy ainda estivesse ali, em perigo.

– Uma parte da nossa família foi morta, outra vez, por eles... - Kid estava com os dentes trincados, respirando pesadamente pela raiva. – ... E você ainda está os defendendo!?

– Você jamais vai acreditar nisto, mas meus sentimentos por ele é mais forte do tudo que eu já senti em toda minha vida.

Law deu alguns passos para trás, puxando Luffy consigo, mantendo-o protegido por seu próprio corpo.

O menor apenas o encarou surpreso por suas palavras, e, apesar da situação tensa, era impossível parar a felicidade que fez seu coração acelerar descontrolado no peito. Ele queria responder que retribuía-o igualmente, mas não estavam em posições para ignorarem o mundo ao redor, nenhum dos dois estava em segurança.

– Então... Está dizendo que você o ama mais que a sua família?

Não havia motivos para ir contra o que sentia agora, já não poderia evitar que tudo ruísse, que ele não corresse os riscos de um confronto ou pagasse por suas atitudes, apenas poderia tentar evitar que tivessem o mesmo fim.

Mas, de fato, era uma escolha cruel, uma posição que ele não deveria estar sendo obrigado a tomar, mas era o rumo que a história havia cursado e não havia fugas, só existia uma verdade e ele estava mais que ciente disso.

– Amo. - Olhando-o sobre o ombro o lupino apertou a mão menor sobre a sua, sendo retribuído de imediato tanto com o calor do toque quanto o calor daqueles sentimentos exalados apenas naquela rápida troca de olhar. – Eu não vou pedir que entenda.

– É claro que não vou entender você agir como se estivesse ligado a ele, mesmo sendo a porra de um humano. Mas eu sei o que está acontecendo aqui... Você está nos traindo, deixando de pertencer a essa família por ele. - Quando Kid inclinou seu corpo Law já sabia o que se sucederia a seguir. – E agora sou eu quem não te perdoo.

Uma ligação era um laço forte e intrínseco, que se enraizava sob a superfície, crescendo latente, mas causando inúmeras mudanças. Quando ela ocorria tudo que importava era manter aquele com quem estava unido a salvo, ela dava forças e, pela necessidade de proteger quem se ama acima de qualquer coisa, como uma evolução imprescindível para a sobrevivência, liberava todos os instintos máximos. Era impossível que Law apenas permanecesse ali e deixasse Luffy sucumbir, mesmo que para isso precisasse arriscar a própria vida.

Com um impulso rápido Law puxou Luffy pela mão, não esperando que o outro terminasse de metamorfosear seu corpo por completo, ele não demoraria mais que um minuto para isso, e os estragos seriam ainda mais rápidos se permanecessem ali.

– Luffy-ya, eu preciso que você corra e saia daqui agora mesmo. Ele vai nos alcançar em dois segundos e eu não vou poder te proteger se continuar aqui.

Luffy poderia ser impulsivo, o tipo de pessoa que adorava o perigo e correr riscos, mas isso não significa que pretendia morrer cedo. Seus instintos de perigo estavam alarmados e ele sabia que precisava correr. Entretanto ele parou poucos metros longe por onde Law havia o levado.

– Então você vai ter que me prometer que vai parar de tentar me afastar, que não vai embora se não for o que quer e que vai ficar bem, ao meu lado. - Ele não iria correr o risco de deixá-lo ir, perdê-lo e simplesmente aceitar aquilo. Não, ele não o faria, não importava o quão arriscado fosse ficar com ele.

Law tornou a olhar para trás preocupado e ansioso, Luffy não poderia escolher melhor hora para ser teimoso, céus.

Ainda receoso com o destino incerto deles fitou aqueles olhos penetrantes que almejavam uma resposta, era tudo que queria fazer, contudo nem mesmo ele estava confiante que sobreviveria àquilo, quem dirá permanecer ao lado dele.

– Eu prometo que vou fazer de tudo para isso acontecer dessa vez. - Era o que poderia prometer em sua sinceridade e o que bastava para Luffy acreditar nele. – Mas agora você precisa correr, eu vou segurar ele. - Law apertou outra vez a mão menor, cinte que ele recusaria fazer aquilo a princípio. – Confia em mim.

Então Luffy correu rapidamente por entre as inúmeras e grandes árvores para dificultar que fosse alcançado; queria ficar e lutar, mas sabia que estava numa guerra onde não tinha força, então apenas seguiria em frente – mesmo que não fosse o tipo que seguisse planos – afinal confiava em Law e se ele saísse, significava que ele também sairia e ficaria bem, certo?

Todavia enquanto corria viu uma sombra alta muito próxima de si, os pelos de um castanho avermelhado, quase como uma raposa, porém três vezes maior e com os olhos em fúria. Luffy desviou por algumas árvores, mas obviamente aquilo não pararia o lupino, que mesmo grande era ágil e veloz, fazendo alcançá-lo com facilidade.

Com um olhar sobre o ombro Luffy viu sua vida passar diante seus olhos, mas com uma incrível flexibilidade abaixou o tronco milésimos de segundos antes do animal agarrar seu tronco e se manteve em movimento. O lobo, porém, estava em fúria e tão logo se levantou do ataque mal sucedido e avançou outra vez, sem espaço para que Luffy desviasse.

O garoto não parou de correr e não temeu quando viu as enormes garras e dentes afiados vindo em sua direção com uma fúria inabalável, porém outro corpo parou o ataque ao se jogar contra o do animal.

Enquanto Luffy sumia de vista pelo caminho que não era tão longo, os dois lupinos rolaram pela neve espessa, suas bestas igualmente agitadas e dominando seus corpos, que se atacavam mutuamente com violência extrema como há muito não faziam.

Os pelos negros impediam que o sangue das feridas fossem vistos escorrendo, mas nada o pararia. Um fogo intenso queimava em suas veias e uma vontade de lutar que há tempos havia perdido voltava com toda força, impulsionando seu corpo e aumentando exponencialmente cada ataque.

Mas ambos eram fortes, ambos tinham motivos para lutar e muita força de vontade, havia questões não resolvidas entre eles, e uma vitória definitiva pendente, entretanto o mais velho, dessa vez, iria lutar com todas as garras por ela.

O lupino menor obtivera alguns escoriações pelo corpo animalesco, mas com a racionalidade que tentava manter conseguiu usá-la para atacar o ponto fraco do outro com uma forte mordida rente ao pescoço, o suficiente para retardá-lo e obter algum tempo para alcançar Luffy.

Não muito longe encontrou o menor e se aproximou. Luffy parou a corrida ao ver o lobo correr ao seu lado e subiu sobre o corpo enorme, agarrando-se aos pelos sorturnos ao passo que ele avançava acelerado.

Não tardou em chegar onde os outros estavam e Luffy notou surpreso os rostos conhecidos ali, porém a situação não era boa.

Zoro e Sanji estavam juntos de Sabo e Ace em um lado, enquanto os últimos os ajudavam a se levantar. Um platinado estava em frente à eles armado, apontando a arma para o lado contrário, onde um homem nu de cabelos castanhos cobrindo os olhos segurava um lobo ensanguentado em seus braços.

O choque era comum em cada semblante presente, seja pela morte, pelas presenças ou pela descoberta inusitada daqueles seres.

– Luffy! - Sabo foi o primeiro a notar a presença do menor, fazendo o olhar dos amigos se voltarem à ele, logo a preocupação aumentando ao ver onde ele estava. – Luffy, sai de perto desse animal!

O garoto apenas ignorou o pedido e a agitação dos demais, somente saiu de cima do lupino quando a arma foi apontada em sua direção, mais precisamente na figura peluda sob seu corpo. Se pôs na frente dele no mesmo momento.

– Luffy, por Deus, o que está fazendo?! Sai já daí, nos temos que sair daqui. - Não deu ouvidos ao irmão e apenas se virou, segurando a cabeça peluda com as mãos.

– Tral... - O olhar dele estava distante, focado na figura caída nos braços do outro e Luffy entendeu que o sentimento que ele sentia era a perda, o luto.

Apoiando a sua fronte contra a dele o menor tentou passá-lo conforto, mas não obseteve sucesso, logo seu corpo foi bruscamente puxado para trás.

Se virou pensando se tratar dos seus irmãos, porém eles estavam longe, correndo até si preocupados, assim como seus amigos. Fitou o lupino de pelos negros confuso, mas sua resposta foi um olhar doloroso.

– Se vocês não querem morrer aqui, precisam sair agora mesmo. - A voz outrora branda estava áspera pela mágoa, Bepo segurava Luffy num aperto forte em seus braços e com pesar fitou o amigo. – Eu sinto muito, mas esse o último favor que faço a você, Law.

Luffy arregalou os olhos ao notar o tom de despedida e não registrou mais nada enquanto todos corriam confusos e preocupados para fora da floresta, carregando-o junto.

Gritou aflito a plenos pulmões sentindo seu coração se partir enquanto via Law ficar para trás, cada vez mais distante, como se estivesse lhe atormentando com um adeus à espreita do próprio fim.


Notas Finais


Ai ai o Sachi já foi, será que o Law vai também...?
Mas então, pra quem vai os paninhos de vocês? Kk


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