E lá estava ele, no topo da torre de Tóquio. Observava o horizonte iluminado pela noite enquanto podia sentir o vento frio bater em seu rosto. Pode-se dizer que era um raro momento em que se sentia vivo e livre de verdade, refugiado de um mundo que não o entendia. Mas ao mesmo tempo desconexo e alienado aos demais e ao próprio mundo, simplesmente sem espaço para ele em todo esse infinito.
Era engraçado. Enquanto sorria sem motivos para o nada, pensava no que o diferenciava de todos e o que não o permitia se conectar às pessoas.
Um amigo é um igual.
"Somos os mais fortes" a voz dele veio na sua cabeça, seu primeiro e único amigo, o único que realmente o entendia. Era difícil acreditar que onze anos tinham se passado, "ele" já não estava mais aqui. Claro que não, ele mesmo havia tirado sua vida naquele infame 24 de dezembro.
Se sentia impotente por não ter notado seus sinais de mudança, ou pior, será que só os ignorou?
Tudo mudou, ele era o mais forte, não mais um aluno, um professor, e como tal, se pergunta se realmente está mudando algo, talvez no fundo, isso nem importe de verdade, o que ele sabe agora é não vai deixar mais ninguém sozinho, ninguém vai passar pelo que Suguro passou...
"Ninguém pode tirar a juventude dos jovens" -disse a si mesmo, quase como um sussurro. Ao mesmo tempo que pensava em sua própria juventude e a de muitos outros colegas feiticeiros e principalmente de Suguro e de Amanai... juventude essa que foram arrancadas deles.
O que restou para ele foi sorrir para o horizonte e suspirar. De repente, como se puxado de volta pra realidade, percebe seu celular tocando, o pega e atende com todo entusiasmo
"MEGUMIMM!"
"Corta essa, sensei" -disse o Fushiguro.
"Eu não resisto, você sabe"
"Então, o Itadori e a Kugisaki tão o dia inteiro discutindo sobre o que comer agora a noite...
"Já entendi tudo. Não poderiam sair sem o amado sensei de vocês, não é,? -Diz ele num tom convencido. "Tudo bem. Não precisa implorar Megumi, eu logo chego aí na escola, tchau"
"Espera aí"
Encerrando a ligação ele guarda o celular e como se fosse uma despedida ele dá uma última olhada no horizonte, o seu vazio particular..
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