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História O Maldito Colar do Amor - Capítulo 12 - A Sombra do Passado


Escrita por: Lucinha_silva

Notas do Autor


Olá, olá sejam bem vindos a mais um capítulo. Preparem os corações porque hoje tem fortes emoções!!

AHHH, CHEGAMOS EM 87 FAVORITOS ❤ Muito obrigado pelo apoio e carinho de todos vocês, obrigada mesmo por acreditarem na história. A cada notificação que chega dessa história é dificil descrever o quanto o meu coração aquece, eu amo O Maldito Colar do Amor e me deixa TÃO feliz saber que vocês também estão gostando e se envolvendo com ela.
Obrigada mesmo.

Sem mais enrolas porque é um capítulo um pouco grande, tenham uma ótima leitura e até semana que vem ❤

Capítulo 12 - Capítulo 12 - A Sombra do Passado


Fanfic / Fanfiction O Maldito Colar do Amor - Capítulo 12 - A Sombra do Passado

Capítulo 12 – A Sombra do Passado

 

Já havia mais de três meses desde a primeira vez em que Shoyo acordou ao lado de Atsumu e desde então várias coisas haviam mudado entre os dois.

E tudo começava com o fato de que todo o ódio que nutriam um pelo outro havia se tornado algo maior – algo tão mais intenso que o ruivo ainda não conseguia entender, mas que tinha certeza que passava longe daquela antiga repulsa que costumava sentir – estar ao lado do Miya deixou de ser um fardo, para se tornar um dos momentos mais esperados do dia.

Quando o loiro tinha se tornado tão importante para si, ele não sabia responder, no entanto, Hinata sabia que seu coração só se sentia completo quando estava ao lado dos seus filhos e de Atsumu. Nunca esteve em seus planos constituir uma família, mas ali, naquele mundo esquisito isso fazia tanto sentido que era até difícil lembrar que tudo aquilo não passava de uma ilusão ou um sonho muito estranho.

E como toda ilusão, uma hora a realidade iria voltar à tona.

Uma hora eles teriam que voltar para casa.

- Bom dia – a voz rouca de Atsumu ao pé do seu ouvido arrepiou todo o seu corpo – você tem mesmo que trabalhar hoje?

O Miya questiona passando os braços pela cintura do marido o puxando para si.

- Alguém tem que trabalhar nessa casa, você acha? – Hinata responde dando um pequeno sorriso para o outro se aconchegando nos braços do loiro – eu gosto de te ver assim.

- Assim como? – Atsumu arqueia a sobrancelha – com o cabelo bagunçado, cara amassada e sem escovar os dentes.

- Não – o ruivo balança a cabeça rindo – te ver tão... em paz. Você é sempre tão preocupado com mil e uma coisas que quase nunca para descansar e quando você acorda, não sei, gosto que só eu vejo essa sua cara amassada.

- Você sabe que pode me elogiar, não sabe? – o Miya fala abrindo um sorriso e apertando ainda mais o outro nos seus braços – pode dizer: amor, você é tão lindo que eu poderia passar o dia todo te olhando.

- Se os nossos filhos te puxarem, eles nunca terão problema de autoestima – Shoyo retruco com um pequeno sorriso.

- Eles não vão ter problemas porque sabem que puxaram a beleza do pai – o loiro deposita beijos no pescoço do marido – nossos filhos são lindos que nem você, meu amor.

- Você e essa sua mania de me chamar de amor – o ruivo revira os olhos sem desmanchar o sorriso – quando voltarmos para casa vai ter que tomar cuidado para não fazer isso.

O aperto em torno de si se tornou mais frouxo, o sorriso que antes estava no rosto do Miya já não existia mais – uma expressão séria e tensa era tudo o que Hinata podia ver no marido – ele tinha falado alguma coisa de errado?

- Tsumu? O que foi?

- Não vamos pensar em voltar para casa agora – Atsumu responde se sentando na cama fazendo com que o ruivo faça o mesmo – o aniversário da Aiko nem chegou, não podemos ir antes de comemorar o aniversário de todos eles, né?

Se fosse antigamente Shoyo não conseguiria ver diferença no sorriso do Miya, no entanto, agora ele conhecia muito bem cada pedacinho do outro. Aquele não era um sorriso feliz – muito menos sincero – era um sorriso acanhado, tenso e envergonhado.

Ou ele estava preocupado com algo muito sério ou estava lhe escondendo algo. Qualquer que seja a opção, o ruivo não estava gostando nada daquilo.

A aquela altura eles já deveriam confiar um no outro, certo?

- Atsumu, o que aconteceu? – Hinata insistiu mais uma vez segurando a mão do esposo, mas a reposta veio com um selinho.

- Nada – o loiro sussurra entre os lábios do outro – está tudo bem.

- Você não precisa mentir pra mim – Shoyo responde sem se afastar – sabe, que eu odeio mentira e estou aqui para te ajudar também, então confia em mim.

- Eu juro – o Miya segurou o rosto do marido – não tem nada acontecendo, agora eu vou no banheiro bem rápido para que você possa ir se arrumar senão Kenma vai vim brigar comigo por ter te atrasado. Pode deixar o café da manhã comigo.

Dando mais um beijo no marido, Atsumu saiu da cama indo em direção ao banheiro, bastou fechar a porta para que o loiro corresse até o pequeno e escondido cofre que havia ali para conferir se os dois colares ainda estavam ali – intactos e protegidos – e para o alivio do seu coração tudo estava do mesmo jeito que ele havia deixado dias atrás.

Quando voltarmos para casa vai ter que tomar cuidado para não fazer isso.

Por que?

Por que quando voltarem para casa as coisas teriam que voltar a ser como eram antigamente?

Não era isso que ele queria, se eles tivessem que voltar que continuassem juntos. Que construíssem aquela família mais uma vez.

Ele queria ser amado por Hinata mais uma vez.

- Shoyo? – o loiro grita ainda dentro do banheiro e não demora para receber um resmungo alto como resposta.

- Eu... – por um segundo os olhos de Atsumu se arregalaram, ele não iria dizer aquilo, né?

- Você o que? – o ruivo pergunta se aproximando da porta.

- Nada – ele balança a cabeça nervoso e se encosta contra a porta – você é lindo.

Mesmo não podendo ver o rosto do marido, o Miya sabia que o ruivo estava com o rosto corado – descobrir a fraqueza de Hinata com elogios tinha sido uma das grandes conquistas que Atsumu tinha feito em todo esse tempo – então apenas a imagem do outro com o rosto escondido entre as mãos envergonhado fazia com que o coração do loiro batesse mais rápido.

É, seu coração já tinha se rendido aos encantos de Hinata Shoyo.

- Cala a boca Tsumu – Shoyo respondeu depois de um tempo – você também não é nada mal.

- Admite logo que você me ama Hinata – Atsumu retruca fazendo com que o outro revire os olhos.

- Sai do banheiro para eu poder mostrar o que eu realmente sinto por você, querido – a voz desafiante do outro quase fez com que o Miya abrisse a porta, no entanto, ele bem sabia que quando o apelido saia da boca do marido, a última coisa que iria ganhar era um beijo.

- Eu não, você dá um jeito de me matar.

- Deixa de ser um gatinho medroso e vem logo.

Então ele foi.

Foi e recebeu um travesseiro jogado em seu rosto.

Tudo bem, se aquela era a demonstração de amor de Shoyo, ele receberia de bom grado.

 

[...]

 

- Entrega para o senhor Miya Shoyo.

Faziam algumas horas desde que Hinata tinha chegado no escritório e nesse meio tempo seu celular não parou de receber incontáveis fotos e vídeos de Atsumu com as crianças.

A primeira tinha sido tirada por Aiko de Eiji ajudando o pai a trocar a fralda de Mina – que aparentemente acabou molhando os dois por completo – a segunda foi da tentativa frustrada do Miya de fazer penteados nas meninas – pelo vídeo que recebeu os gêmeos estavam se divertindo horrores enquanto Aiko escondia o rosto corado entre as mãos ao passo que a menor apenas engatinhava até a irmã com as suas Marias Chiquinhas tortas – depois disso chegaram pelo menos seis fotos dos cinco fazendo caretas.

Era incrível como aquelas pessoas despertavam o melhor de si – desde o seu sorriso mais sincero a batida mais descontrolada do seu coração – quando acordou pela primeira vez naquele estranho mundo, Shoyo teve certeza que aquilo era um grande pesadelo.

Estar casado com Miya Atsumu além de ter que tomar conta de quatro completamente distintas crianças ao passo que tentava descobrir como voltar para casa e sobreviver a tudo aquilo era demais para si – mesmo que não tenha mostrado nem para as crianças nem para o marido, o ruivo passou algumas noites em claro chorando de desespero no banheiro de seu quarto – no entanto, alguma coisa mudou.

Talvez tenha sido no dia da limpeza, talvez tenha sido no debate da Aiko ou então antes de tudo isso. Quando e o porquê dessa mudança, Hinata nunca vai saber responder, contudo, fazer parte daquela família – real ou apenas imaginária – tinha se tornado a melhor coisa que já tinha experimentado. Ser pai daquelas quatro pessoinhas definitivamente tinha transformado a sua vida, mesmo que tudo isso não passasse de um sonho ele nunca se esqueceria de Aiko, Eiji, Sora e Mina.

E o pior – ou o melhor – de tudo é que ainda tinha Atsumu.

Atsumu com seus sorrisos desconcertantes, suas piadas sem noção e sempre fora de hora. Seu jeito incrível com as crianças, seu perfume delicioso e o seu beijo. Qual seria a reação do loiro quando soubesse que aquele beijo roubado no meio do debate havia sido o seu primeiro? Ele iria rir? Se gabar ou simplesmente puxá-lo para mais um beijo e passar o tempo todo sussurrando como ele o achava a pessoa mais linda do mundo?

Por Kami, que tudo isso seja apenas um sonho.

Era o desejo que Shoyo repetia em sua mente todas as vezes que lembrava da sensação de estar nos braços do Miya porque se aquilo fosse verdade, não seria apenas o loiro que teria dificuldade quando voltassem para casa.

- Senhor Miya?

A voz do entregador faz com que o ruivo levante o rosto da mesa assustado – ele deveria estar analisando um pedido de custódia e não devaneando sobre um certo médico – limpando o pequeno rastro de baba, o advogado coloca seus óculos.

- Me desculpe – ele se esforça para não bocejar, contudo, ao olhar para aquele homem ele não pode deixar de forçar seus olhos. Eles se conheciam de algum lugar? – o que deseja?

- Eu tenho uma entrega para o senhor – o homem se aproxima – jovem rapaz, tem certeza que está bem?

Aquela expressão e aquele tom de voz com certeza eram conhecidos pelo ruivo.

Seria possível que...

- Eu estou bem – Shoyo se levanta e pega o envelope das mãos do outro, porém, não se afasta – isso pode parecer estranho, e por favor ria de mim se eu estiver errado, mas a gente já se encontrou antes? Eu não costumo esquecer rostos, no entanto, não consigo ter certeza se você é....

- O homem que te deu um colar? – Watanabe interrompe o ruivo soltando uma pequena risada – estava me perguntando quanto tempo a mais você iria demorar para me reconhecer, afinal, eu estou aqui toda semana te entregando alguma coisa.

- Não está não – Hinata rapidamente retruca – eu nunca te vi por aqui.

- Que eu estou sempre aqui, eu estou, pode checar nos seus registros – o homem dá os ombros com um sorriso – a questão era que você nunca esteve me procurando.

- Se você está aqui... isso não é um sonho – Shoyo constata confuso – foi aquele colar, não foi? Aquele maldito colar.

- Eu não chamaria de maldito o objeto que lhe mostrou a sua verdadeira felicidade.

Hidetaka já imaginava que Hinata estaria um pouco ressentido, afinal ele abriu mão de várias coisas para que esse futuro fosse realizado – e ele até agradecia pelo ruivo não ter noção de tudo o que aconteceu porque certamente não seria boa a reação que ele viria a ter – entretanto, ele acreditava e torcia para que seu pequeno príncipe não tenha esquecido da importância que o amor tem.

Que ele não tenha esquecido de todo o amor que sentia.

- Verdadeira felicidade? – o ruivo se sentou em sua cadeira e se inclinou para trás – está brincando comigo?

- Por acaso você está infeliz? – Watanabe questionou se sentando em frente ao advogado – está miserável? Ter uma família e um marido que te espera em casa é tão ruim assim?

- Não é isso – Shoyo solta um suspiro – eu só me sinto confuso com tudo isso. Atsumu parece estar tão bem enquanto eu...

- Se sentir estranho e confuso é normal, meu menino – o homem estica a mão até Hinata – apenas tente observar bem as coisas em sua volta. Acredite em mim quando eu digo, nem sempre os seus desejos trazem a felicidade.

- Você realmente gosta de ser subjetivo, não é? – o ruivo arqueia a sobrancelha com um pequeno sorriso.

- Qual seria a graça de ser tão direto? – Hidetaka dá os ombros e se levanta – se você finalmente notou a minha presença é porque está precisando de algo, seja o que for, sei que sabe onde me encontrar.

Ele acenou e antes que pudesse sair da sala a voz de Shoyo chamou a sua atenção.

- O que nós devemos fazer para voltar para casa?

- Você deveria fazer essa pergunta para o seu marido – ele responde sem se virar para trás – sei que ele tem a resposta. Boa sorte, jovem rapaz.

 

[...]

 

- Ok, crianças cada um pode escolher dois doces e nada mais.

Atsumu avisou assim que terminou de colocar Mina no assento do carrinho de compras. Foi entre uma sessão de Frozen e Meu Malvado Favorito que ele decidiu que iria cozinhar alguma coisa especial para Shoyo naquela noite e para isso ele teria que ir no mercado com seus fieis ajudantes.

(Que apenas tinham ido para poder comprar balinhas e chocolates)

- Papai, o senhor já decidiu o que vai fazer? – Aiko pergunta puxando levemente a blusa do loiro.

- Ainda não, tem alguma sugestão? – o Miya responde coçando a nuca – só lembrando que o chefe da família é o Samu, não eu, então peguem leve com o pai de vocês.

- Por que a gente não pede logo pro titio fazer a comida? – Eiji questiona cruzando os braços atrás da cabeça – o papai não sabe cozinhar nada.

- Como é que é moleque? – Atsumu fecha a cara fazendo os filhos rirem – só a nível de informação para vocês, meus monstrinhos, fui eu quem ensinei o pai de vocês a fazer panqueca.

As crianças se entreolharam e soltaram uma alta risada ao encontrar no supermercado.

- Ai papai, você é realmente muito engraçado – Sora comenta balançando a cabeça em negação – ensinou o papai Shoyo a fazer panqueca, até parece.

Apesar do esforço do Miya em tentar convencer as crianças de que ele de fato tinha ensinado Shoyo a fazer as panquecas, nenhuma das quatro miniaturas de gente acreditou nele, especialmente quando elas se lembravam muito bem da tentativa de bolo que o loiro havia feito algumas horas antes, nunca tinham visto um bolo entrar cru no formo e sair do mesmo jeito.

Foi necessário que Aiko ligasse para o tio Osamu para que enfim decidissem o que iriam fazer no jantar e ironicamente o gêmeo caçula disse que a única coisa que o irmão sabia fazer – de forma comestível e não gostosa – era onigiri.

- Engraçado, eu achei que era o seu irmão quem havia se tornado cozinheiro.

Ao se virar para trás o loiro deu de cara com o antigo professor de Hinata, Ukai Keishin, estava segurando duas caixas de leite enquanto observava o carrinho do outro.

- Sim, é o Samu que tem um restaurante – Atsumu dá os ombros – Ukai-sensei, quanto tempo.

- Bom, não foi você quem me disse para nunca mais aparecer na sua frente ou na de Shoyo?

- Papai, olha o que eu achei – Aiko aparece animada com um dos doces favoritos de Hinata impedindo que o loiro perguntasse do que diabos Ukai estava falando – ah, olá, você é amigo do meu pai?

- Oh, você deve ser a Aiko-chan – Keishin se abaixa para falar com a menina – eu era o professor do seu pai Shoyo há muitos anos trás, você se parece muito com ele, sabia?

- Sempre dizem isso – a Miya responde envergonhada e se volta para Atsumu e sussurra – ele parece ser legal.

- Sim, sim por que você não vai procurar seus irmãos enquanto o papai conversa com o Ukai-sensei um pouco? – ele fala e não demora muito para que a menina assinta e vá atrás dos irmãos pelos corredores do mercado.

- Parece que você estava certo, Hinata realmente estava grávido – o mais velho comenta guardando as caixas de leite em seu carrinho – ter ido para o Brasil teria sido um grande problema.

- Shoyo nunca iria para outro país, especialmente gerando a nossa filha – o Miya retruca rapidamente.

- Foi o que você disse há nove anos atrás e parece que você continua sem conhecer o seu parceiro – Keishin balança a cabeça em negação – melhor do que ninguém você deveria saber que o sonho de Hinata sempre foi se tornar um juiz e aquela oportunidade no Brasil teria sido perfeita para ele.

“Nós dois sabemos bem disso, mesmo assim você foi até o meu apartamento e me fez prometer que não ousaria tentar convencer Shoyo a ir embora ou então o meu relacionamento com Takeda seria a mais nova notícia no mundo do debate – soltando uma debochada risada Ukai continua – me pergunto o que você fez para que Hinata te perdoasse por ser tão egoísta?”

Atsumu estava sem palavras e isso nunca acontecia.

Como ele poderia ter feito algo assim no passado?

Como ele poderia estar se julgando quando estava fazendo a mesma coisa agora de novo?

- O que acontece entre mim e o meu marido realmente não é da sua conta – o loiro responde com brutalidade – e o que eu disse anos atrás continua valendo, nunca mais se aproxime de mim ou da minha família. Posso ter sido um grande cretino no passado, mas continuo fazendo de tudo para proteger a minha família e não vou me desculpar por isso.

- Proteger a sua família ou apenas faz de tudo para manter Hinata ao seu lado? – Keishin questiona maneando a cabeça – quando o egoísmo é a real razão por trás dos seus atos, não importa o quão bons eles sejam, no final eles não passaram de uma desculpa para os desejos pessoais de alguém. Pense nisso e por favor, mande os meus cumprimentos para o meu ex aluno, Hinata realmente era algo especial.

- Ele ainda é especial.

- É claro que sim – o homem fala antes de partir – ele continua sendo Hinata Shoyo.

Droga, aquilo com certeza tinha acabado com todo o bom humor que o loiro vinha sentindo e para piorar uma mensagem chegou no seu celular.

 

[15/01 |15:57] Meu Amor: Estou voltando para casa, precisamos conversar.

 

O que mais poderia dar errado naquele dia?

 

[...]

 

 Quando o Miya estacionou em sua garagem, o carro de Shoyo já estava lá.

Seu coração batia forte desde o momento em que leu a mensagem do ruivo. Se sentia como uma criança quando sabe que fez algo de errado e agora estava encrencado, ele queria que sua mente o ajudasse dizendo que ele não teria problemas com o esposo, no entanto, seu cérebro fazia questão de lembrá-lo de todas as terríveis decisões que ele havia tomado.

Se Hinata soubesse de tudo que havia feito, talvez o fim chegasse antes mesmo do começo de algo entre os dois.

- Hein? Por que o papai já está em casa? – Sora pergunta confuso.

- Alguma coisa deve ter acontecido – Aiko diz encarando pai seriamente.

- Por que está encarando o papai? – Eiji intercala o olhar entre a irmã e o loiro – papai Atsumu, você fez alguma coisa?

- Por que vocês estão me interrogando assim? Se Hinata está em casa cedo é porque ele quis, não tenho nada a ver com isso – Atsumu responde nervoso – agora parem com esses olhares e me ajudem a descer as compras, Aiko você pega a Mina.

Ele sempre soube que era um péssimo mentiroso, mas era difícil ter coragem para assumir que havia feito grandes merdas para os seus filhos. Não demorou muito para que a porta da grande casa fosse aberta e Shoyo saísse com um largo sorriso para ver os filhos – sorriso esse que se desmanchou no momento em que seus olhos se cruzaram com os de Atsumu – e olhar de decepção, irritação e incredulidade apenas fazia com que a culpa apertasse ainda mais o peito do loiro.

- Crianças, eu preciso falar com o papai rapidinho por que vocês não vão assistir um filme e mais tarde a gente pede uma pizza? – Hinata fala assim que terminam de carregar as compras.

- Eu sabia que o papai Atsumu estava encrencado – Eiji diz baixo ao passar pelos os irmãos que assentem – tudo bem papai Sho e boa sorte papai Tsumu.

- Boa sorte – Aiko e Sora repetem ao passar pelo Miya mais velho ao passo que Mina balançava a cabeça ao olhar para o pai, como se estivessem também decepcionada com ele.

- Por que as crianças estão te desejando boa sorte? – o ruivo questiona sem encarar o marido – andou fazendo alguma coisa de errado, Tsumu?

- Eles só estão assim porque você chegou bem mais cedo do que o esperado – Atsumu tenta soar o mais normal possível – aconteceu alguma coisa no escritório?

- Eu encontrei alguém no trabalho – Hinata se vira e se encosta no balcão – consegue imaginar quem é?

- Pra você estar tão sério só pode ter sido alguém que você não queria encontrar? – o Miya pergunta confuso.

- Muito pelo contrário querido – Shoyo abre um pequeno sorriso – era alguém que eu vinha esperando encontra há muito tempo. Eu encontrei o senhor que me deu o colar naquela noite, mas isso não é o mais interessante de tudo.

- O que é?

A memória de Osamu lhe dizendo que deveria aprender a hora de ficar calado veio a memória de Atsumu naquele mesmo instante onde viu a expressão de Hinata se tornar algo que ele nunca tinha visto.

Shoyo já esteve tão irritado assim antes?

- Eu perguntei para ele o que deveríamos fazer para voltar para casa e a resposta que eu recebi foi que eu deveria perguntar isso para você – em passos lentos, o ruivo se aproximou do marido – por que diabos eu deveria perguntar isso pra você, Atsumu?

- Eu... eu não sei.

- Atsumu não mente pra mim porque isso só está me deixando ainda mais irritado – Hinata passa a mão pelo rosto nervoso – vou te perguntar só uma vez e não ouse mentir para mim mais uma vez: você por acaso sabe o que temos que fazer para voltar para casa?

Escolhas egoístas são apenas perda de tempo. Ela havia me dito isso antes, mas eu não a ouvi e agora era tarde demais.

- Sim.

- Desde quando você sabe? – o tom de voz de Shoyo não escondia a raiva que estava sentindo.

- Desde antes do aniversário dos meninos – já haviam se passado três semanas – eu juro que ia te contar, mas eu não conseguia achar o momento certo.

- Para de mentir pra mim Atsumu – Hinata gritou – para de mentir pra mim porque eu só preciso olhar para o seu rosto para saber que me contar a verdade nunca passou pela a sua cabeça. Então seja um homem honesto pelo menos uma vez e me conte o seu motivo para fazer isso.

Os olhos do ruivo estavam marejados e algumas lágrimas já começavam a cair, naquele momento Shoyo estava se sentindo traído, naquele momento parecia que seu coração estava se partindo ao meio.

- Eu... Shoyo tenta me entender por favor – o loiro tenta se aproximar, mas o outro recua – eu só fiz isso pensando na nossa família.

- Nossa família? – Hinata soltou uma risada debochada – não tente usar a “nossa família” como desculpa para você agir de forma tão egoísta assim. Se você realmente se importasse comigo e as crianças teriam me dito a verdade.

- E o que te contar traria de bom? – Atsumu pergunta aumentando a voz, ele também já estava chorando – quando eu te contasse como podemos voltar para casa, você iria querer voltar na mesma hora e o que iria acontecer conosco quando voltássemos? Voltaríamos a nos encontrar uma vez no ano, para uma competição idiota e no final eu ter que ouvir o quanto você me odeia? Eu não queria isso. Eu não quero isso.

- E quem te deu o direito decidir a minha vida assim? – Shoyo começa a bater no ombro do marido com o pano de prato que encontrou – e para de dizer essas coisas com essa expressão tão triste, como se fosse você quem estivesse ferido. Isso tudo foi sua escolha, você escolheu isso porque quis.

- Cacete será que você não percebe? – o Miya segura os braços do outro o impedindo de continuar lhe batendo – eu fiz isso porque eu te amo. Eu te amo tanto que dói, acha que é fácil pra mim simplesmente aceitar que no momento em que voltarmos tudo isso vai acabar? – os olhos castanhos de Hinata estavam arregalados e o pano que antes estava em sua mão agora tinha caído.

- E eu sei – Atsumu puxa o corpo do esposo para mais esperto – eu sei que você também sente o mesmo, então, sei que agir que nem um grande idiota, mas tente me entender.

- Você me ama?

- Eu te amo pra caralho Hinata Shoyo – o loiro encosta sua testa na do ruivo – eu quero ficar aqui, nesse mundo estranhamente perfeito, e você? Você ficaria comigo aqui?


Notas Finais


Próximo Capítulo: O que Poderia Ter Sido - Parte I


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