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História O Mascarado - Lírio


Escrita por: Miahlu

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 3 - Lírio


~ * ~

 

Se aproximou sem saber o que falar. Afinal, ele tinha invadido seu apartamento! Mas não era como se estivesse com medo, talvez até mais curiosa a respeito do homem misterioso.

_Oi! – Disse por fim atraindo atenção dele. Ele assim que a avistou assentiu com a cabeça. Lucy sentou ao seu lado e hesitante resolveu perguntar. – Você... Entrou em meu apartamento não foi? – Assentiu novamente, dessa vez trazendo desculpa nos olhos. – Você não fala? – Assentiu que não. – Ah... Me desculpe! – Disse envergonhada por ficar fazendo perguntas. Ele segurou sua mão e a encarou logo depois. De uma maneira incrível conseguia entender através de seus olhos o que ele queria lhe dizer. – Obrigada! – Ele levantou e fez gesto para que ela o seguisse. Lucy olhou para Erza e Gray que observavam de longe e acenou para que esperarem.

Seguiu o mascarado até uma pequena ponte. A noite chegava depressa trazendo as estrelas. Ele a encarou novamente enquanto ela esperava curiosa por alguma ação sua. Então outro cartão lhe foi entregue.

 

“Já que não posso falar, se incomoda que eu escreva?”

 

_ De forma alguma. Bem pensado! – Disse enquanto devolvia o cartão. Pelos olhos dele percebeu que sorriu. Ele escreveu mais alguma coisa e entregou o papel a ela.

 

“Você parece muito pensativa ultimamente, o que aconteceu?”

 

_ Desde quando me observa? – Perguntou. Estranhamente, não estava com medo. Sentia-se até lisonjeada.

 

“Você nunca saiu da minha mente, se isso contar como observação, então acho que sempre.”

 

_ Bem...  – Não evitou de sorrir com sua resposta. – Eu decidi sair de magnólia. – Respondeu, mas ao contrário do que esperava ele não demonstrou surpresa.

 

E por que vai?”

 

_ Hm... Algumas decepções e outros incidentes. – Disse hesitante. – Conhece a Fairy tail? – Ele assentiu. – Eu era de lá! Não vejo mais motivos de ficar aqui se não posso mais viver meus sonhos.

 

“Então não tem nada que eu possa fazer para você ficar?”

 

_ Consegue trazer alguém de volta? – Sussurrou, mas ele fez que não ouviu. – Infelizmente não. Não tenho mais nada que prenda aqui. Todos os meus amigos foram embora, a guilda se desfez e eu tenho que seguir em frente também.

 

“Não tem ninguém de quem goste aqui?”

 

Hesitou por um momento em responder, afinal que tipo de pergunta era aquela? Se ele gostava de si queria saber se tinha chance?

_ Digamos que já houve, mas ele foi embora e esqueceu-se de mim. – Respondeu sincera.

 

“Não consigo imaginar alguém se esquecendo de você.”

 

Sorriu e suspirou. Antes que respondesse ele escreveu outra coisa.

 

“Mas e você? O esqueceu?”

 

_ Como se esquece um grande amor? – Perguntou para si mesmo, nostálgica. Ele logo passou a escrever sem esperar outra resposta.

 

“Fico feliz em saber disso.”

 

_ Me desculpe! – Disse logo após ler. – Você... Você gosta de mim, não é? Eu não deveria ter dito isso.

 

“Não se disputa um coração.”

 

_ Não há com quem disputar. – Declarou triste. – Eu sou uma idiota por ainda esperar algo de alguém que me abandonou.

 

“Se não há com quem disputar, então não se preocupe comigo...  Antes que o papel acabe posso lhe ‘dizer’ uma coisa?”

 

_ Sim. – Assentiu curiosa.

 

“Eu estarei à espreita assim que seu coração resolver me aceitar.”

 

_ Tem certeza que vai querer? – Sorriu perguntando. Pensou ter ouvido uma risada vindo dele, mas devia ser o vento a confundindo. Não iria obter resposta já que tinha usado todo o papel. Ele olhou para frente e ela seguiu seu olhar. – A estrelas são lindas, não é? – Não era de fato um pergunta. Estava apenas constatando a realidade. O mascarado voltou-se para ela e novamente acariciou seu rosto como quem dizia que ela era mais bonita que as estrelas, soltou um sorriso com essa ação. – Você... Quem é você? – Sentia-se boba em perguntar isso só agora, mas precisava descobrir quem era esse rapaz.

Ele fez que pensava um pouco e voltou a encará-la. Olhou para o braço e fez gesto que precisava ir embora.

_ Fugindo de minha pergunta? – Riu dele. Ele fez que não, logo “perguntou” se não poderia vê-la no dia seguinte. – Irá me dizer amanhã? – Insistiu. A resposta foi um talvez. Pediu que ela fechasse os olhos e foi logo atendido. Depois de algum tempo sem notar nada acontecer resolveu abrir e não o encontrou mais lá. Suspirou frustrada. Sobre o corrimão da ponte um outro cartão estava debaixo de um coração de neve que ela o pegou e leu rapidamente.

 

“Deixei meu coração com você hoje à noite. Cuide dele até nos vermos novamente.”

 

Chegou em casa sorrindo segurando o cartão contra o peito.

_ Muito bonito! – Uma voz soou pela sala.

_ Onde estava, Lucy! Ficamos preocupados! – Erza exclamou.

_ Ah, me desculpem, eu esqueci completamente de vocês. – Declarou surpresa. Encarou Erza e Gray com olhar de desculpa.

_ E ela diz isso na cara dura! – Gray falou inconformado.

_ Por que não dormem aqui hoje para compensar? – Tentou negociar.

_ Depende... Se você me fizer um chocolate quente... – O moreno logo se vendeu.

_ E para mim um bolo de morango. – Foi a vez da Erza.

_ Eu faço o chocolate, já ó bolo de morango vai ter que ficar para outro dia. – Riu e Erza se emburrou.

_ Onde estava? – Disse Erza.

_ Por ai... Olhando as estrelas. – Deu um beijo nos dois e se dirigiu ao banheiro para tomar um banho.

_ O que deu nela? – Gray perguntou.

_ Acho que viu um passarinho rosa! – Respondeu fazendo o moreno rir.

 

Um lírio pousava na cama ao seu lado junto com um cartão como o de costume.  A luz de um novo dia atravessava a janela aberta. Demorou uns segundos até que acordasse completamente. Sentou-se na cama e olhou ao redor. Gray dormia no tapete de qualquer jeito enquanto Erza dormia em uma colchão reserva que a loira tinha. Voltou seus olhos novamente para a flor e o cartão. Será que mesmo com os dois ali, ele entrou? Ou era muito sem noção ou muito bom. Leu logo o cartão.

 

“A inocência de um lírio que desabrocha para o mundo é tão encantador!

Traz pureza e majestade ao nossos olhos.

Nos invade com um aroma tão doce quanto sua pele,

Provocando desejo tão profundo quanto o que tenho por você.”

 

Sorriu ao terminar de ler. Se ele queria conquistá-la estava conseguindo. Mas como havia entrado sem fazer barulho? Levantou-se e pôs a flor na água. Sua casa já estava parecendo uma floricultura. Balançou o ombro de Gray, que dormia de boca aberta, para que ele acordasse.

_ O que...? – Murmurou sonolento.

_ Não viu ninguém entrando aqui durante a noite? – Ela perguntou baixinho.

_ Alguém entrando aqui? Não. Algo aconteceu? – Disse tentando manter os olhos abertos.

_ Não é que...

_ Barulhentos! – Erza disse acordando. O que surpreendeu os dois já que não fizeram tanto barulho assim. Mas isso significava que Erza podia tê-lo visto.

_ Erza, não escutou nada durante a noite? – A loira perguntou.

_ Não, só escutei você roncando.

_ Ei, eu não ronco! – Suspirou. Como ele conseguia essa proeza? Nenhum dos dois percebeu ele entrando. A janela novamente aberta a fez se lembrar de Natsu. Ele que sempre invadia seu quarto. Jogou-se novamente na cama frustrada e encantada ao mesmo tempo.

_ Ei, Lucy... Já decidiu para onde vai? – Gray perguntou.

_ Não, ainda não tive tempo para pensar nisso. – Respondeu com sinceridade.

_ Então está mudando de ideia? – Foi a vez de Erza perguntar.

_ Não estou mudando de ideia, apenas não tive tempo de pensar sobre. Seja como for irei embora em três dias é o tempo que ainda me resta do aluguel.

_ Achei que tivesse desistido disso, sabe que não é melhor decisão. – Disse o moreno.

_ Mas foi a única que tinha sentido, Gray. – Concluiu. – Vamos deixar de falar sobre isso, Ok? Vamos tomar café.

 

O dia passou rápido, mas ainda assim a loira estava inquieta. Mesmo que tivesse dito que se encontraria hoje com o mascarado só podia esperar, já que não sabia onde ele morava. A impaciência dela trouxe a curiosidade de seus amigos.

_ O que você tem Lucy? Parece inquieta... – Disse Gray.

_ Impressão sua! Estou bem!

_ Então porque seus pés querem fazer um buraco no chão? – A ruiva declarou observando os pés da loira. Só então percebeu que batia o pé ritmicamente contra o piso. Parou e cruzou os pés no sofá, abraçando uma almofada.

_ Eu só estou ansiosa. O tempo está passando devagar, né? – Voltou a bater, dessa vez com a coxa, no sofá.

_ Não, para mim está normal... – Erza respondeu. – E dá para parar com isso? Estamos tentando ver o filme aqui!

_ Desculpem.

 

A noite chegou se arrastando para a Lucy. Nenhum dos três saíram de casa, mesmo com muita insistência da loira para que o fizessem. Para ela só conseguiria encontrar o mascarado se procurasse, mas seus amigos não ajudaram muito nessa tarefa.

_ Ei... Que tal irmos jantar naquele restaurante? – Sugeriu novamente sem esperança que aceitassem.

_ É uma boa ideia! Estou morrendo de fome. – Disse Gray e Erza assentiu. Os olhos da loira se encheram de água enquanto os abraçava.

_ Obrigada! Obrigada! – Chorava agarrada aos dois e agradecendo.

_ Eu preciso de um banho. – Erza se levantou do sofá. – Então vou até o hotel me arrumar. Nós encontramos lá então, em uma hora! E você Gray?

_ Acho que ele está furioso o suficiente. – Os dois riram com alguma piada interna enquanto a loira boiava na conversa. – Vou tomar um banho também. Até mais tarde Lucy.

Se despediram rindo e logo sumiram da vista de Lucy, que ficou pensando onde foi arrumar amigos tão malucos. Fechou a porta e suspirou. Eram seis da noite. Iria ao restaurante às sete não teria oportunidade nenhuma de encontrar o mascarado. Suspirou e encostou a testa na porta.

_ Maldito mascarado! O que você fez comigo? – Murmurou e então virou-se.

Ele estava lá, sentado na cadeira da mesa, admirando o lírio que tinha deixado pela manhã. Virou lentamente o rosto para a loira que estava petrificada por sua súbita aparição. Levantou e andou até ela colocando um braço em cada lado de sua cabeça forçando-a a encostar as costas na porta.  Ele poderia beijá-la agora mesmo, só não o fez por causa da máscara e de todo o trabalho que teve com aquele disfarce. Seus olhos, agora negros, a analisavam com saudade e luxúria.

Não sabia como tinha se controlado até então. Só em estar perto dela fazia seus pelos se eriçarem de desejo. Ela era uma droga, e como uma droga lhe causava dependência. E já sofria de abstinência a mais de um ano.

_ O que está fazendo? – Perguntou ela com dificuldade. Mesmo encurralada como estava e com aqueles olhos tão intensos olhando para si, não conseguia ter medo dele. Mesmo que suas ações fossem suspeitas, ou mais suspeito ainda o fato de não mostrar seu rosto. Mesmo assim. Sentia-se segura com ele.

 

~ * ~


Notas Finais


Espero que tenham gostado!
Ainda estou escrevendo a história então acabou que ficou maior do que pensei.
Terão mais três capítulos até o fim.
Pelo menos vou tentar escrever só mais três, então pode ser que eles fiquem maiores.
Bye!
Ah e obrigada a quem está favoritando e comentando! ^^


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