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História O melhor amigo do meu irmão - Um


Escrita por: MarotoPontas

Notas do Autor


Oi, oi, oi!

Capítulo 1 - Um


Taehyung acordou com a ressaca que ele já imagina que o esperava, sentindo-se abraçado por um outro ser que o estava usando de travesseiro, e por um momento paralisou. Não estava bêbado o suficiente na noite passada para transar com alguém, pelo amor de-

Ele relaxa instantaneamente ao ver os cabelos loiros de Park Jimin, enquanto seu amigo afundava o rosto em seu peito, como um gato. Riu de leve, mesmo que sua cabeça martelasse por causa disso, e com todo o cuidado do mundo – e uns bons vinte minutos – tirou Jimin de cima dele, espreguiçando-se.

Passou no banheiro do melhor amigo para fazer suas higienes e escovar os dentes com a sua escova, que já estava naquela casa a algumas semanas. Taehyung praticamente morava ali, o que era cômico, já que seu apartamento era literalmente no andar de cima.

Deixou Jimin dormindo na cama e saiu do quarto, esperando encontrar seus amigos bêbados e jogados nos corredores rodeados de salgadinhos e copos de cerveja, mas se viu com o lugar limpo e vazio e a explicação para isso estava na sala, com uma vassoura e uma pá.

Um sorriso adornou os lábios de Taehyung sem que ele notasse, e acabou por se apoiar na estante da sala para observar melhor o garoto terminando sua limpeza silenciosa. Jungkook estava focado, os cabelos caindo um pouco na sua testa e um biquinho de concentração nos lábios. Lindo e adorável.

-Não sabia que o Jimin te fazia de empregado, Kookie. – se anunciou, vendo o mais novo lhe olhar surpreso e logo depois, ruborizar. O estômago de Taehyung deu uma pirueta que nada tinha haver com o tanto que bebeu ontem.

-Bom dia, hyung. – o garoto lhe cumprimenta, sorrindo de leve.

-Bom dia. Está limpando a muito tempo? – o Kim nota que a casa estava bem arrumada, nem um resquício do encontro da noite passada.

-Nem tanto, na verdade. Eu já fiz café e tem remédio para dor de cabeça. – Jungkook sorri de forma fofa, fechando a sacola de lixo logo após.

-Meu herói. – Taehyung brinca, ouvindo um risinho lindo, antes de se dirigir para a cozinha atrás do mais novo.

Jungkook havia feito panquecas e um suco de laranja – que era o preferido de Taehyung, já que o mais velho não bebia café. O Kim sorriu abertamente para o Park mais novo, que terminou de juntar o lixo e se sentiu na bancada da cozinha.

-Você sempre lembra que eu não gosto de café, não é?

-Seria estranho eu não lembrar, hyung, você vive aqui. – brinca, mexendo os pés cobertos por meias do homem de ferro. Taehyung precisou de certo auto controle para se sentar na mesa, e não tocar o mais novo.

Não podia tocar o mais novo. Jimin o mataria.

-Isso é uma queixa, sr. Jungkook? – o mais venho soa magoado, e os olhos já bem redondos do outro se arregalam mais ainda.

-N-não! Eu adoro você aqui! – solta, e Taehyung para no movimento de pegar a cartela de remédios, seu peito disparado. – Quer dizer, eu não me importo... de você ficar aqui, hyung.

O Kim suspira, acalmando o coração, se obrigando a não olhar para a carinha adorável e vermelha do mais novo.

-Eu sei, Kook. Quem mais iria te dar uma surra no Mortal Kombat?

-Ei! Você ganhou uma vez!

-Só ontem né? E também foi a única partida do dia!

-Claro, vocês me expulsaram logo depois... – Jungkook desce da bancada e se senta ao lado de Taehyung. Perto demais, para o bem de um Kim com ressaca, mas ele se mantém pleno enquanto come suas panquecas. – Não sei por que o Jimin hyung nunca me deixam ficar nas festinhas.

-Porque tem muita bebida e gente idiota, por isso. Não é pra você, você é um neném. – brinca, afagando os cabelos negros do mais novo. Não resistia à lhe tocar tanto tempo assim.

-Então é só eu não beber! E eu não sou um neném! – Jungkook olha feio para Taehyung, um bico nos lábios cheios. – Já tenho dezoito anos, sabe...

-Então. Um neném. Recém saído das fraldas.

-Hyung! – Jungkook bate de leve em seu braço. – Vocês são só quatro anos mais velhos que eu, para de falar como se fosse um idoso!

Taehyung ri da birra alheia, pegando a mão do mais novo que lhe batia e levando-a aos seus lábios, beijando de leve.

-Só queremos te manter fora do ciclo de amigos imbecis, ok? Não é por mal, Kook.

-Mas... eu me sinto excluído. – Jungkook se inclina, ainda com aquele bico. – E eu fico com saudade...

Taehyung arrepia. Ele encara o mais novo, que lhe olha inocentemente, mas sabe que é uma farsa, em parte. Jungkook não entende 100% o efeito que exerce sobre o Kim, mas sabe que exerce. Assim o Taehyung exerce nele.

O mais velho respira fundo, querendo clarear sua mente, mas é uma péssima ideia. Assim que o cheiro doce de Jungkook lhe atinge, Taehyung está tonto de amores outra vez e o garoto está lhe olhando, tão lindo.

-Também fico com saudades suas... – sai sem permissão, assim como a puxada que ele dá na mão de Jungkook ainda na sua, beijando sua palma. – Mas é pro seu bem, Kook.

-Tae, eu não sou mais criança!

Taehyung sabia disso. Sabia bem demais.

-Qual a graça em ver a gente bebendo e falando merda se você nem pode se juntar, bebê?

-Pelo menos eu estaria aqui, e não teria que dormir sozinho... a sua cama é grande demais, Tae...

Jungkook sempre ficava no apartamento de Taehyung quando Jimin cismava de fazer essas festinhas. O pensamento dele em sua cama lhe assombrava sempre, e agora mais ainda.

-Preferia que dormisse comigo... – Jungkook comenta, e a forma como olha para Taehyung e aperta os dedos do mais velho deixa claro que ele sabe o que está fazendo.

Deus, era mais fácil quando ele era apenas o pirralho do irmão mais novo de Jimin. Não que ele jamais tivesse sido irritante, não. Taehyung conhecia os irmãos Park desde que eram pequenos, e ele viu Jungkook crescer para se tornar um pedaço de mal caminho que assombrava seus sonhos. Sua relação com Jungkook nunca foi igual à que tinha com Jimin, porque com o loiro era óbvio que eram melhores amigos, irmãos até.

Com o mais novo, era diferente. Taehyung sempre o protegeu, de maneira quase possessiva, e só perdia para Jimin na questão de ciúmes. E todas as vezes que tinha oportunidade, o Kim se perdia na beleza do mais novo e poderia passar dias a fio imaginando coisas bem erradas com Jungkook. O Park não ajudava, nem um pouco, já fazia um ano que vinha dando indiretas para Taehyung, e por mais que soubesse da linha que não podia ultrapassar, o mais velho estava bem no limite.

-Jungkook. – ele fala, num aviso. Larga a mão do mais novo, que cora abertamente e se encolhe na cadeira.

-Desculpa, hyung. – a magoa está bem evidente.

Taehyung quer se socar na cara. Deus, como queria acatar as provocações e sugestões do mais novo, como queria lhe tocar agora, lhe beijar, puxa-lo para si e faze-lo seu. Queria tanto Park Jungkook que seu peito doía.

A tensão no ambiente era imensa e Taehyung achava que iria sufocar.

-Desculpe, Kook...

-Eu não entendo você. – o mais novo ergue o rosto e Kim sente seu coração murchar ao ver os olhos lacrimejados que ele tanto amava. – Uma hora está carinhoso comigo, dizendo que sente minha falta, então eu tento me aproximar e você me corta... se não gosta de mim, apenas me diga de uma vez, Taehyung! Não me dê corda só para me enforcar depois!

-Jungk-

O mais novo se pôs de pé e saiu tão apressado que Taehyung ainda estava esticando a mão para toca-lo.

Caralho, que merda havia feito? A última coisa que queria era magoar seu garoto, seu Kookie. Amava aquele menino, tanto que seria capaz de levar uma bala por ele, e ainda assim o estava fazendo chorar.

Se pôs de pé, pronto para correr atrás de Jungkook como sempre quis e tacar o foda-se para tudo.

Mas aí a porta da cozinha abre e Jimin entra, a cara amassada e quase de olhos fechados.

-Deus, eu tô morrendo. – resmunga, a voz até um tanto grossa. – Taehy, me ajuda! – implora, com bico e tudo, enquanto abraça o melhor amigo. – Eu acho que vou vomitar.

Taehyung quer empurrar Jimin e ir atrás do irmão dele, mas... mas...

O Park funga em seus braços, repousando a cabeça em seu ombro.

-Taehy, me vê um... remédio, e água... eu tô morrendo...

E o Kim fecha os olhos, pensando no garoto que deve estar chorando agora mesmo por sua causa, e pensando no melhor amigo bêbado em seus braços, e em como eles são as pessoas mais preciosas da sua vida, e como ele ama os dois de formas tão diferentes e se sente igual o bebê de Salomão, sendo puxado e disputado por duas pessoas.

Infelizmente, uma delas sempre acaba puxando-o mais forte.

E Jungkook chora sozinho o resto da manhã.

-/-

-Eu não sei por que você ainda gosta dele, Jungkook. – Yoongi para ao lado do melhor amigo, bufando enquanto se apoia nos joelhos. – O cara claramente só tá te iludindo.

-Não é assim, hyung. – o mais novo ajeita sua postura, antes igual à do Min, e observa seus colegas de time terminando a corrida de fim de treino. – É só... complicado.

-Complicado por que? – Yoongi bufa, encarnado Jungkook. – Vocês se gostam, ou ao menos você acha que ele gosta de você, e isso já tem um ano no mínimo, mas até hoje vocês nunca se beijaram, nem disseram o quanto gostam um do outro, mas você me jura de pé junto que é recíproco. Então só vai lá e tasca um beijo no cara!

-E-eu não posso! – Jungkook tenta ignorar o ardor em suas bochechas, feliz por poder culpar a corrida e o treino.

-Por que não?

-Porque talvez... – talvez estivesse tudo na cabeça dele, e Taehyung não gostasse dele desse jeito. Talvez o mais velho só o visse como um irmãozinho de quem ele precisava tomar conta. As ideias fizeram seu estômago embrulhar.

Yoongi suspira, vendo o desânimo do amigo, e lhe aperta o ombro.

-Posso ser sincero aqui?

Jungkook assente, olhando o platinado.

-No fundo, eu acho que ele gosta de você sim, Jungkookie. Eu já vi vocês dois juntos, e o jeito que ele te trata não é nada paternal, acredite. Mas... tem alguma coisa que sempre segura vocês dois, e eu acho que sei o que é.

A bolinha de esperança no peito do mais novo cresceu um pouco. Se soubesse o que os atrapalhava, e pudesse concertar... então...

-O que é, hyung?

-O gostoso do teu irmão.

-Yoongi! – Jungkook lhe bate no braço, e não da forma brincalhona que usa com Taehyung.

-Ouch, o que? É verdade, ele é bem gostoso.

-Cala a boca, idiota! Que nojo! – Jungkook faz uma careta, ouvindo o amigo rir, mas então se lembra do que estavam falando. – Espera, o que o Jimin tem haver?

-Lembra do Hoseok?

Jungkook fez outra careta. Jung Hoseok foi um garoto que havia entrado na sua escola três anos atrás, e tinha dado muito em cima dele. O Park até que gostava do outro, mesmo que o esquecesse complemente assim que Kim Taehyung aparecia – já que era apaixonado pelo mais velho desde que se entendia por gente, quando nem sequer sabia o que era gostar de alguém – mas não ao ponto de querer algo sério, e Hoseok era um tanto insistente. Nunca lhe forçou nem nada, ele era bem legal até e agradável, sempre fazia Jungkook rir.

Um dia, eles precisavam fazer um trabalho em dupla, e Jungkook o levou para casa. Jimin nunca havia feito uma cara tão digna de assassinos do que naquele dia, e teve um momento que o mais novo precisou ir ao banheiro, deixando Hoseok e Jimin sozinhos por menos de três minutos.

Quando ele voltou, encontrou Hoseok já na porta com a mochila nas costas e se despedindo o mais rápido possível. Quando perguntou o que Jimin tinha feito, o mais velho apenas disse que tinha batido um papinho de homem pra homem.

-O que tem ele?

-O seu irmão botou aquele cara insistente, que correu atrás de você por dois messes pra correr em dois segundos. E toda vez que estamos juntos, ele me olha como se fosse arrancar minha cabeça. Sorte que ele fica muito sexy quando tá bravo...

-Yoongi!

-Ah, é. A questão é que, o seu querido irmão mais velho não deixa ninguém chegar perto de você com segundas intenções. O que você acha que ele vai fazer quando descobrir que você e o melhor amigo dele se gostam?

Jungkook pisca, estupefato. Nunca havia pensado nisso assim. Já havia considerado que seria um tanto estanho para o irmão se ele e Taehyung estivessem juntos, por eles serem melhores amigos e pelos três terem crescido juntos, mas não achava que seria um obstáculo tão grande.

-Acha que o Taehyung tem medo de irritar o Jimin?

-Eu teria. – Yoongi jogou um pouco de água no rosto e bebeu o resto da garrafinha, conduzindo Jungkook pelo ombro para os vestiários. – Eu acho que ele só não quer magoar ninguém.

-Mas eu estou magoado!

-Eu disse que ele quer, não que ele esta conseguindo. E se minha teoria estiver certa, imagino como o pobre coitado deve estar.

Jungkook se troca no automático depois da ducha, pensando sobre o que o amigo falou. Seu irmão era muito ciumento e super protetor, desde que o pai dos dois morreu quando eram pequenos. Jimin o tratava como um bebê de vez em quando, e apesar de não gostar, Jungkook nunca tentou impedir seriamente ou se impor.

Pensou em Taehyung lhe dizendo que sentia sua falta. Que queria protege-lo. Lembrou dos lábios dele na sua mão, como já haviam estado várias vezes, e pensou no olhar que ele lhe dava quando Jungkook ousava ser um tanto atirado. Culpem os hormônios, mas o Park sempre tremia na base quando Taehyung lhe olhava desejoso. Lhe olhava como se quisesse lhe agarrar, e Jungkook queria ser agarrado e bem mais.

Se Jimin era o problema, o obstáculo, a coisa que fazia Taehyung lhe soltar e se afastar... Jungkook não permitiria. Ele entenderia se o Kim apenas não gostasse dele, afinal ele não era obrigado, mas se o mais velho estava privando os dois de si mesmos...

Não permitiria nem mais um segundo.

-/-

-Acho que é seu dia de sorte. Ou azar. – Yoongi comenta quando já estão andando para o estacionamento, e antes que possa perguntar o que o outro quer dizer, Jungkook percebe quem os espera.

Definitivamente não o empata foda do seu irmão.

Taehyung acena de leve, sorrindo pequeno, encostado na moto que tinha desde os 20 anos. Jungkook já havia andado várias vezes naquela moto, e amava todas já que era a desculpa perfeita para abraçar o mais velho e sentir seu cheiro amadeirado.

-Oi, Yoongi. – Taehyung cumprimenta quando já estão perto, e em reflexo, sua mão pousa na cintura de Jungkook. – Ei, Kookie.

-O-oi, hyung.

-Bem, vou indo nessa! – Yoongi suspira, lançando um olhar significativo para Jungkook. – Vejo você amanhã. Tchau, hyung. – ele se curva e logo se afasta dos dois.

Taehyung aperta de leve a cintura alheia, puxando Jungkook pra perto.

-Ei.

-Ei. – o mais novo ri de leve, e Kim respira aliviado. – O que foi?

-Estava com medo de que estivesse com raiva... por ontem...

-E estou. – Jungkook cruza os braços, se afastando no toque gentil. – Você é mal, hyung.

-Aish, Kook, não faz isso comigo. – Taegyung volta a puxa-lo, dessa vez bek mais perto, mas não o suficiente. Jungkook ignora as batidas do seu coração e o olhar de cachorrinho do mais velho, mantendo a pose.

-Você me fez chorar, hyung...

- Você chorou, bebê? – e lá estava. A voz que Jungkook sabia que era só dele, o toque no seu rosto que só ele sentia e o apelido que só Kim Taehyung podia usar para si. Ali estava o seu Taehyung. – Me desculpa, Kookie...

-Eu não gosto de brigar com você, hyung, mas... você me afasta demais.

-Eu não quero te afastar, Jungkookie. – diz sério, abraçando sua cintura. Jungkook descruza os braços e enlaça o pescoço do outro, tocando a nuca de Taehyung com a ponta dos dedos. Quem visse, acharia que eram um casal. Era o que Jungkook (e Taehyung) queriam. – Até disse pro Jiminie que vinha te buscar, eu queria te ver.

- Você vive lá em casa, Tae.

-Sim, mas... – O Kim contorna seu rosto com o dedão, suspirando. – Queria te ver assim.

-Sabe que pode me ver assim a hora que quiser. – Jungkook ignora as bochechas quentes e o coração acelerado, aproximando ainda mais da fonte de seus sintomas. – Porque eu também quero.

Taehyung lhe encara com aquele fervor, e Jungkook sabe. Sabe que é correspondido, sabe que o Kim sente o mesmo.

Mas ai Taehyung pisca e fecha os olhos com força, soltando ar entre os dentes cerrados e largando o rosto de Jungkook, que sente o frio lhe abater.

- Não posso.

-Pode sim. – diz, com tanta intensidade que o Kim abre os olhos e lhe encara. Jungkook engole os medos e as inseguranças, e lembra do toque em seu rosto e do olhar do outro. Ele sente o mesmo. – Taehyung, eu amo você.

O mais velho trava, a boca meio aperta, mas Jungkook não vai deixa-lo dizer nada.

-Eu amo você desde sempre, desde que me entendo por gente, desde antes de saber o que era amar alguém. E não é como irmão, nem como amigo, porque pra mim você sempre foi mais do que só isso. Eu não sei por quê você se segura tanto comigo, por quê fica me torturando, e se for pelo meu irmão eu lido com ele agora mesmo se for preciso mas... – o garoto toma um ar, tento dito tudo isso numa tacada só, apertando os ombros do Kim e lhe encarando ferozmente. – Se você sente o mesmo por mim e mesmo assim me privar de ter você, eu vou te odiar pra sempre.

Os dois se encaram, intensamente. Jungkook ouve suas próprias palavras e todo o fervor vai sumindo aos poucos a medida que os segundos passam. Suas mãos afrouxam o aperto nos ombros de Taehyung e ele está com um nó na garganta, porque esse era o cenário onde estava sim tudo na sua cabeça e o mais velho não gostava dele.

Até que o Kim segura sua cintura com o triplo de força e o puxa para si.

-/-

Taehyung

O gosto dele é mil vezes, um milhão de vezes, infinitas vezes melhor que qualquer delírio que eu já tivesse tido antes. Sua boca encaixa na minha e eu o seguro tão perto que acho que o tirei do chão.

Jungkook se agarra nos meus cabelos, me beijando com a mesma intensidade com que me disse que me amava. Me amava.

Oh, Deus.

O beijo até que sinto meus pulmões arderem, então desacelero. Subo minhas mãos pelas laterais perfeitas dele e seguro seu rosto, apertando seus lábios macios contra os meus por um tempinho antes de soltar.

Ele abre os olhos, e sorri abertamente, e eu me derreto inteiro. Já estou sorrindo de volta enquanto sinto seus beijos no meu rosto e no meu maxilar, como se ele fosse um cachorrinho me cumprimentando.

-Ah, Jungkookie... – suspiro, segurando seu queixo para faze-lo parar. Ele está quase dando pulinhos e meu coração vai explodir logo. – Você é minha desgraça, garoto.

-Sou, é? Se quer dizer que posso te beijar, eu não ligo. – ele ri, me abraçando e afundando o rosto no meu pescoço. Sinto sua língua ali, e depois seus dentes e seus lábios.

- Bebê, não...

-Sshhh.

Eu suspiro, e me rendo. Claro que me rendo, sempre me rendi. Seguro sua nuca e o empurro contra minha pele, me arrepiando por completo com a sensação dele me marcando.

Jungkook me marcando. Caralho, eu vou morrer hoje.

Ele me solta com um beijo molhado e sua boca volta pra minha, tão sedenta quanto eu estou me sentindo. O aperto contra mim e dessa vez sei que seus pés não estão no chão, já que estão sobre os meus.

-Tae. – ele me solta só um pouco, sua boca ainda contra a minha. Deixo minha língua pra fora e ele ri, antes de morder e sugar e ai. – Vamos pra casa, hm?

Casa. Claro. Ainda estamos na merda do estacionamento.

-Boa ideia. – comento, o pondo no chão e ele ri, me beijando de novo, me soltando cedo demais para pegar o capacete extra.

Eu não sei como estou dirigindo com ele me beijando os ombros, ou apertando minha cintura. Definitivamente um milagre chegarmos até nosso prédio são e salvos.

Jungkook está grudado em mim no momento em que o elevador fecha as portas e eu o seguro, sem ligar para as câmeras. Consigo acionar o meu andar, com custo. Esse garoto acha que é um vampiro, mas logo eu vou dar o troco nele.

Ele me solta para que eu consiga abrir a porta, mas assim que entramos, Jungkook pula no meu colo. Eu finalmente o seguro onde mais queria, e ele arfa na minha boca quando aperto sua bunda.

O levo pro meu quarto e o coloco sentado na cama. É dificil me soltar dele, da sua boca na minha.

-Bebê, tira a roupa. Eu preciso pegar umas coisas... – beijo seu pescoço enquanto ele assente e tenho a visão dele puxando a blusa do uniforme pra fora e do seu tanquinho antes de entrar no meu banheiro.

Puxo da última gaveta da pia lubrificante e camisinhas novos, e arranco meu casaco e a blusa. Jungkook está deitado, me esperando, e só a visão já me endurece totalmente.

-Tae... – ele me chama, se sentando e puxando meu zíper pra baixo com impaciência.

Toco seus cabelos, os puxando de leve.

-O que você quer, meu bebê?

Ele sorri de canto, e não tem resquício nenhum do garoto tímido. Eu o amo um pouco mais agora que conheço esse lado dele.

Deixo que tire minhas roupas e chuto para longe dos meus pés. Jungkook me segura pelas cochas e logo meu pênis está na boquinha dele.

-Puta que pariu... – seguro sua nuca, mas não empurro. Sei que é a primeira vez que ele está fazendo isso, não quero machuca-lo, mas caralho. – Jungkookie, onde você – ah – aprendeu isso?

-Eu sou curioso. – ele dá de ombros, me olhando atentamente enquanto deixava sua língua passear pelo meu membro. – Pesquiso muitas coisas.

-Droga, garoto... – o empurro pra cama, e ele ri enquanto vai pra trás, abrindo as pernas pra mim. Sorrio pra ele enquanto me posiciono, beijando seus lábios sujos de pré gozo. – Por isso eu amo você.

-Ama? – e o meu Kookie volta rapidamente, me olhando como uma criança querendo receber seu presente de aniversário.

Eu sorrio e o puxo pra mim, o beijando.

-Eu amo você, Jungkook. – digo no pé da sua orelha e ele me abraça, movendo seus quadris e fazendo nossos membros se encontrarem.

O gemido dele é meu som preferido no mundo todo.

Eu o beijo, por todos os cantos. Sugo sua pele imaculada entre meus dentes e aperto a carne macia entre meus dedos. Ele é sensível nos mamilos e na barriga, e são os locais que eu mais maltrato. Ganho arranhões nos meus ombros e mais chupões no meu pescoço.

Faço Jungkook gemer meu nome até que ele fique rouco e chore. Então continuo até que ele acaba dormindo de cansaço. E não tem mais nada ali além de nós dois.

Tiro a camisinha – não sei qual número – e jogo fora, pego uma toalha para limpar meu garoto do próprio esperma e então me deito do lado dele. Ele me abraça, com força, e percebo que não esta dormindo.

-Kookie? – pergunto, fazendo carinho nos cabelos dele.

Ele me encara, seus olhos redondos brilhando.

-Eu te amo, Taehyung.

Meu coração faz uma bateria de samba sozinho enquanto eu sorrio e o abraço mais apertado, deixando meu nariz colado no dele.

-Eu te amo, Jungkookie.

E ele sorri meu sorriso predileto antes de fechar os olhos e realmente dormir dessa vez.

-/-

Jungkook

Sinto que vou precisar de uma cadeira de rodas. Não que me arrependa, longe disso, nem que o Tae tenha sido bruto, mas foram várias e eu era virgem até três horas atrás.

Olho para ele, dormindo ao meu lado, e esqueço a dor. Os cabelos cheios dele estão espalhados no travesseiro. Ele está de bruços, então vejo bem o estrago que fiz em suas costas e no seu pescoço. Mordo meu lábio para não rir e com muito cuidado por conta do meu quadril, ando até o banheiro. Faço minhas necessidades e tomo uma ducha rápida, sem lavar meus cabelos.

Então me olho no espelho. Uau, não é atoa que estou dolorido. Meu corpo está pontilhado de mordidas e chupões, minha cintura e minhas cochas estão com as marcas das mãos do Tae. Me viro de lado e tenho que tampar a minha boca pela visão da minha bunda, vermelha e impressa com os dedos do meu hyung.

-Melhor trabalho que eu já fiz. – a voz dele me arrepia, e eu me viro para ver meu deus grego particular, apoiado no batente do banheiro, me olhando descaradamente. Espero ficar com vergonha, e até sinto meu rosto esquentar, mas a necessidade de ir até ele é maior. – Você está bem, bebê?

-Um pouco dolorido. – comento, e ele segura meu rosto, beijando meus olhos e minhas bochechas com carinho. Quero derreter nos braços dele. – Sabe uma coisa que me surpreendeu?

-O que? – ele me olha com um sorrisinho safado, e eu reviro meus olhos.

-Pervertido. – Taehyung ri, me beijando levemente antes de me deixar falar. – Foi a sua barriga, hyung.

-Ah, não. – ele me solta e se abraça, quase como se quisesse esconder tanta beleza. – Não fale dela, eu detesto.

-O que? Por que? – tiro suas mãos do caminho e olho o corpo dele, vendo algumas marcas que deixei. Sua barriga não é chapada, nem tem gominhos. Ela é fofa, linda. – Eu amei ela, hyung.

-É injusto que você tenha um tanquinho e eu não. Sabe que eu vou na academia toda semana? – ele bufa, tocando minha barriga e eu recuo, rindo involuntariamente. Ele sorri perverso. – Ah, é, meu bebê é sensível aqui.

-Tae, nem-

Mas já é tarde, eu já estou sendo levado para a cama para uma sessão de ataque de cócegas, e minha risada se embola com a dele.

-Hyung, para! – seguro seus pulsos e passo minhas pernas na sua cintura, o fazendo parar e meu quadril protesta, mas paciência. – Não pode me torturar, eu tô dodói.

-Aigoo, verdade. – Taehyung se solta com facilidade, mas não me faz cócegas. Ao invés, ele segura meu rosto e me beija. – Você devia se trocar, coloca algo meu, eu vou tomar uma ducha rapidinho.

-Tá bem. – ele sorri, me beijando de novo e depois entra no banheiro.

Eu sorrio igual um imbecil enquanto abro seu guarda roupa e puxo um shorts e um moletom que ele sempre usa, inclusive está com seu cheiro. Cabe bem em mim, ficando um pouco largo apenas nos dedos. Meu estômago ronca e eu decidi ir assaltar a geladeira enquanto Taehyung não sai do banho.

Pego ingredientes pra fazer sanduíches para nós dois, e estou na metade do meu quando a porta começa a bater. Bem rápido.

Vou atender, pelo desespero, pode ser até que o prédio esteja pegando fogo.

-Taehyung, caralho, por que vo-

Meu irmão para de falar quando me vê, e meu sangue gela. Jimin está vermelho, como se tivesse corrido até aqui, e só agora que eu me lembrei que tecnicamente era para estar em casa.

-Jungkook?! O que você tá fazendo aqui? Eu liguei pra vocês e nenhum dos dois me atendia, eu estava achando que morreram num acidente!

-Credo, hyung! Eu estava aqui. – digo, vendo ele entrar.

-Cadê o Taehy?

-No banho. – digo, sentindo minha adrenalina subindo. É o momento, eu diria. Não sei qual vai ser a reação do Jimin, mas preciso contar. Não vou ficar escondendo e nem vou me afastar do Taehyung agora que eu sei como é estar com ele.

-E por que você está usando as roupas dele, Jungkook? Você se sujou? – Jimin me encara sério. Bem sério. É a cara mortal que o louco do meu melhor amigo acha sexy.

Eu nunca tive medo do meu irmão, nem nunca brigamos seriamente. Mas sinto que agora, isso vai mudar. Cruzo os braços, e me lembro de que sou maior que o Jimin. Ele sempre foi baixinho.

-Não, eu estou usando porque também tive que tomar banho.

Jimin pisca, e seu rosto fica pálido. Ele sabe, eu já notei. Mesmo assim, ele continua.

-E por que você teve que tomar banho na casa do Taehyung?

-Eu precisei tomar depois que a gente transou. – digo, curto e grosso.

Meu irmão pisca, e então a palidez no seu rosto começa a avermelhar. Sinto um pouco de vontade de me encolher, mas não vou.

-Kookie, v-

Taehyung para de andar assim que vê meu irmão. Ele se vestiu, mas a blusa branca que está usando deixa bem evidente todos os meus chupões. Ele empalidece na hora e eu fico em alerta, porque agora meu irmão está encarando Taehyung como se fosse uma presa.

-Você fudeu o meu irmão?! – Jimin grita, e eu finalmente me encolho, porque meu irmão soa assustador agora. – Que porra, Kim?!

-Jimin, eu-

-Seu filho da puta! – Jimin chega perto do Tae, e mesmo sendo menor, o empurra com tanta força que ele bate na parede. – Que caralhos você fez?!

-Jiminie, você sempre soube que eu amava o Jungkook...

-Eu não sabia que você queria abusar dele!

-Ele não abusou de mim, hyung! – me aproximo, puxando Taehyung para atrás de mim, olhando a raiva e mágoa do meu irmão nos olhos. – Eu amo ele, Jimin-shi.

-Jungkook, cala a boca, você é uma criança! Você tem noção do que tá fazendo? Você acabou de dar pra um puta galinha!

-Jimin! – eu grito dessa vez. – Cala a boca você! Eu não sou criança, entendeu? Eu posso dar pra quem eu quiser, e você não tem nada haver com isso!

-Lógico que eu tenho! Você é minha responsabilidade, minha família! E você! – meu irmão olhou com ódio para Taehyung. – Você é um aproveitador de merda, Kim Taehyung. Você sabia que o Jungkook tinha um crush infantil em você e se aproveitou disso!

-Jimin, você não pode tá falando sério! – Taehyung passou pro meu lado, ficando de frente pro meu irmão. – Você tá ouvindo o que tá dizendo? Sou eu, lembra? Seu melhor amigo desde sempre?!

-Não é, não. – Jimin soa frio, olhando para Tae como se mal soubesse quem era. – O meu melhor amigo nunca faria uma coisa dessas. Eu te pedi, Taehyung.

-Do que tá falando? Pediu o que?

Os dois me olham quase como se tivessem esquecido que eu estava ali.

-Tae, o que é?

Taehyung me encara, e por um momento, eu vejo a cena de sempre. Ele me afastando, me dizendo que não é nada, chamando meu nome em tom de aviso. Pare. Não se intromete. Não é da sua conta, moleque.

Então ele suspira com pesar.

-Eu contei pro Jimin no ano passado que gostava de você-

-Taehyung! – meu irmão segurou o braço dele, mas Tae se soltou, sem nem olhar. Ele mantinha os olhos em mim. Me vendo, falando comigo.

-Ele me pediu para não te contar nada, nem fazer nada.

Sinto minha garganta fechar. Olho meu irmão, que agora bagunçava seus cabelos loiros, quase arrancando.

-Por que fez isso?

- Você tinha 17 anos, Jungkook...

-O caralho pra minha idade! – exclamo, surpreendendo a mim mesmo. Nunca fui de xingar. – Você tem noção do quanto eu sofri durante esse ano? Quantas vezes eu fui dormir chorando porque achei que o amor da minha vida me odiava?!

-Olha o que você tá dizendo, Jungkook! Amor da sua vida? Que vida? – meu irmão me encara, parando de mexer nos cabelos. – Você não tem ideia do que é a porra da vida, garoto! Você não viveu nada ainda, e o Taehyung sempre esteve por perto! É lógico que você vai gostar dele, por conveniência!

-Jimin, eu vou te socar. – aviso, porque bem, eu não sei. Só depois que digo isso, meu punho já está no nariz do meu irmão.

Ele cambaleia e Taehyung o segura para que não caia, ao mesmo tempo que me olha estupefato. Meus olhos estão embaçados pelas lágrimas que estão escorrendo e minha mão dói igual o inferno.

-Você não é ninguém pra opinar sobre os meus sentimentos, e não tinha direito de me privar da pessoa que eu amava! Eu posso ter uma vida curta, mas você também não é nenhum sábio da porra da montanha, Jimin! Você pode achar que sim, mas você não é o papai!

O silêncio é frio, mas eu não fico muito tempo pra ouvir. Me viro, vendo minha mochila no sofá. A pego e saio antes que qualquer um dos dois diga algo.

Corro pelas escadas pelos dois andares até o apartamento do meu irmão. Bem* nosso, mas eu claramente não vou ficar aqui e não posso voltar pro Tae até que o Jimin saia. Já estou na portaria, soluçando o mais baixo que consigo, minha mão ardendo a cada segundo, e ligo pro Yoongi.

-/-

Taehyung

-Jimin, que merda foi essa?

-Eu que pergunto, canalha!

-Cala a boca, vai piorar o sangramento! – empurro ele de volta, mantendo seu rosto virado pra cima enquanto esperávamos seu nariz parar re sangrar.

Quero ir atrás do meu bebê, mas duvido que ele queira me ver agora, e além disso, preciso me acertar com a merda do meu soulmate.

-Foda-se. É culpa sua!

-Minha culpa? O que eu fiz?

-Transou com o meu irmão! – Jimin me lança o melhor olhar mortal que pode nessa situação. – A culpa é sua!

-Jimin, a culpa foi sua. Foi você que falou todas aquelas merdas, e aliás, estou esperando.

-Esperando o que?!

-O seu pedido de desculpas por ter me chamado de galinha e insinuado que eu estava me aproveitando do Jungkook. – digo sério, porque isso foi o que mais me doeu em todo o discurso de ódio e estupidez do meu amigo. Eu sabia que ele iria surtar, mas nunca pensei que chegaria nesse ponto.

-E eu menti?

-Quer outro soco?

Ele rosna de leve, se sentando devagar. O nariz não sangra mais.

-Você sabe muito bem que é mentira, Park. – digo, o encarando, mesmo que ele esteja olhando pro chão. – Eu nunca fui de sair pegando qualquer um, e você sabe que eu amo o Jungkook.

-Taehyung, você tem noção do quanto isso é fodido? Você é como um irmão pra mim!

-Ótimo, você também. Mas você não é o Jungkook, Jimin. E eu nunca fui só um irmão pra ele.

-Ele não sabe...

-Para! – me levanto, segurando a real necessidade de bater no loiro. Eu já estive nesse cenário tantas vezes na minha cabeça, mas nunca me vi tão puto. – Chega de dizer que o Jungkook é criança, ele não é. Ele se declarou pra mim, Jimin! Ele me disse tudo que eu queria dizer pra ele, e mais e você viu o que ele fez com você! Ele te respeita e te ama, mas não é obrigado a ser atacado pelas suas paranoias e você sabe disso! Ele se defendeu, porque ele já tem maturidade pra isso!

Jimin suspira, fechando os olhos.

-Por que tinha que ser você, Taehyung? – ele me encara por fim, parecendo derrotado. – De todas as pessoas do mundo, por que logo o meu irmão e melhor amigo?

-Jimin...

-Onde eu fico nisso, hm? Onde eu devo me enquadrar agora? Sou seu cunhado, o irmão do cara que você namora? E quanto a nós, quanto a mim e ao meu irmão?

-Jimin, não é assim. – me sento do seu lado e pego sua mão entre as minhas, o obrigando a me encarar. – O que eu e o Jungkook temos não interfere no que nós temos e no que vocês tem. Você sempre será irmão dele, e sempre será meu melhor amigo.

-E se não der certo? Você é o primeiro e único amor dele, e ele é o seu. E se vocês terminarem e tudo que eu amo se desmoronar outra vez?

Sinto uma dor no peito ao ver que ele está chorando, e meus olhos embaçam, porque eu finalmente entendi todo o medo que eu vi nos olhos dele no ano passado, quando confessei que gostava do Jungkook. Foi pelo medo nos olhos do Jimin que eu me segurei tanto, e agora finalmente eu entendia.

-Jiminie... – o puxo para um abraço e ele me aperta. – Eu não posso prometer que iremos estar sempre em paz um com o outro, nem que vamos envelhecer juntos. Mas eu amo o Jungkook, com todo o meu ser. Sempre foi ele pra mim, e mesmo que a gente termine, sempre vai ser ele, porque ninguém se compara. Mas olha... – seguro meu amigo chorão na minha frente, sorrindo para ele. – Eu não vou a lugar ninguém, Minnie. Você está preso a mim pra sempre, minha alma gêmea.

Ele ri, e me abraça de novo.

-Deculpa, Tae. Eu sou um idiota.

-Eu já sabia. – ele bate na minha nuca e eu rio de leve, o apertando um pouco mais. – Acha que precisa ir ao hospital?

-Acho, mas não precisa me levar, eu vou sozinho. Você vai trazer o Kook de volta. – ele me diz, convicto.

-Não acho que ele queria me ver...

- Melhor você do que eu, agora. – ele ri amargurado e meu peito dói de novo. – Pelo que eu sei, ele deve ter ido para a casa do Yoongi, vou te mandar o endereço. Vai e trás ele, e depois...

-Depois vocês conversam. – digo, definitivo. Não vou suportar esses dois brigados.

Jimin assente, me enviando o endereço. Eu ainda o acompanho até o táxi que para na frente dos nossos prédios e depois, confiro onde meu garoto está.

-/-

Jungkook

Yoongi não está em casa, teve que ajudar sua mãe com algo na cínica, mas ele me deixou entrar e eu já sabia onde eles escondiam a chave. Tranco a porta atrás de mim e subo pro quarto do meu amigo, me encolhendo na cama dele e abraçando meu corpo.

Meu quadril dói mais pela breve caminhada e eu suspiro. Deveria estar agora mesmo comendo meu lanche com Taehyung, o beijando e sendo mimado por ele. Nos provamos tanto e agora que finalmente nos declaramos, essa merda acontece. Quero ficar com ódio do meu irmão, mas estou apenas irritado e um tanto arrependido do que eu falei.

Nosso pai morreu quando eu tinha três anos, então eu não lembro dele. Jimin tinha sete, e ele se lembra muito bem. Ele diz que nosso pai gostava de soltar frases filosóficas e bregas iguais às dos biscoitos da sorte, e era bastante alegre. Pelas fotos dele, eu me pareço demais com ele, enquanto Jimin puxou a mamãe, que ainda mora em Busan. Viemos para Seoul há dois anos, quando o Taehyung conseguiu um apartamento bom. O plano era nós três morarmos juntos, mas aí o Sr. Kim decidiu dar um apartamento pro filho, e é por isso que o Tae mora dois andares a baixo.

Pensar nele me deixa ansioso. Consigo sentir seus beijos, seus toques, sua boca na minha e quero ele aqui. Deveria estar bravo com ele por ouvir o pedido egoísta do meu irmão, mas já fiquei tão magoado com Kim Taehyung que não é mais possível. Estou programado apenas para ama-lo.

A campainha toca e eu dou um pulo. Será que é uma encomenda? Merda.

Desço rapidamente, pensando em como me desculpar com o entregador por não poder receber o pacote, mas não é uma encomenda.

Taehyung sorriu sem graça, me olhando cauteloso.

-Ei.

Eu não consigo me segurar. Estico meus braços pra ele, e ele me pega no colo, entrando e fechando a porta.

-Sshh, bebê, calma...

-Eu não queria d-dizer aquelas co-coisas...

-Eu sei, meu amor. – ele me põe sentado no encosto do sofá e fica entre as minhas pernas, ainda me abraçando e acariciando meus cabelos. – Está tudo bem.

-O hyung tá bem? – controlo meus soluços e olho pra ele, sentindo suas mãos secando minhas lágrimas.

-Está, ele foi pro hospital, mas o sangramento já tinha parado. Como esta sua mão?

-Doendo... – me encolho quando ele toca a mão que eu usei pra socar. – Muito.

-Aish, Jungkook... – Taehyung me olha preocupado. – Temos que ir ver isso, pode ficar sério.

-Okay...

Ele se afasta, provavelmente para irmos embora, mas eu o puxo de volta.

-Tae.

-Oi, amor. – ele segura meu rosto, me olhando atentamente.

-O hyung brigou com você? – era o que mais me pesava. Aqueles dois eram melhores amigos, eu não queria ficar entre eles e só queria que Jimin também não ficasse entre nós.

-Não, Kook. Nós nos resolvemos. – ele me beija brevemente. – E me desculpe, bebê. Eu devia ter me confessado bem antes, e me desculpe por todas as vezes que te magoei...

Seguro sua nuca, o beijando. Taehyung segura minhas cochas e eu me arrepio. Ainda estou sensível, pelo visto.

- Tudo bem. Eu te perdoo. Só não me deixe, nunca mais.

Ele sorri, um sorriso quadrado que eu amo.

- Não vou.

-/-

Duas horas e uma tala na mão depois, voltamos para o prédio e eu travo na porta do meu apartamento.

-Entra comigo? – peço para Taehyung, apertando minha mão não machucada na dele.

-Entro, mas vocês tem que conversar sozinhos.

Suspiro, mas sei que ele está certo. Deixo Taehyung ir pro meu quarto e paro na frente do quarto do Jimin.

-Hyung? – chamo enquanto abro uma fresta.

Ele aparece de súbito, e me puxa para dentro e para um abraço.

- Você voltou! Está bem? Que merda é essa na sua mão?

-Que merda é essa na sua cara? – aponto para o curativo chamativo no seu nariz.

- Culpa sua, pirralho!

- Culpa do seu nariz, velhote!

Nos encaramos e então estamos rindo um pro outro, como sempre. Jimin me puxa para sentarmos na cama.

-O Taehy te levou pro hospital?

-Sim. Ele está no meu quarto.

-É, acho que vou ter que me acostumar com isso. – ele comenta, rindo sem graça.

-Hyung, eu não vou tirar ele de você, prometo. Ele é seu melhor amigo, eu sei disso.

-Ele me disse a mesma coisa. – Jimin me encara, erguendo a mão para acariciar meus cabelos. – Você cresceu tanto, Coelhinho.

-Aish. – reclamo pelo apelido e ele sorri.

-O papai te chamava assim.

-Você já me disse. Hyung... desculpa pelo que eu falei. Sobre você não ser o papai.

-Bem, eu não sou. – Jimin dá de ombros, apoiando a cabeça em mim. – Me desculpe por surtar. É só que... eu tenho muito medo de perder você, Jungkookie, e perder o Taehyung. Foi por isso que eu pedi pra ele não se declarar, porque fico com medo de não dar certo...

-Vai dar certo, pode acreditar em mim. Eu não largo aquele homem por nada, nem por você. – abraço seus ombros, e deixo um beijo em seus cabelos. – Mas não precisa ter medo. Eu vou estar aqui, não importa o quê, e sempre serei seu irmãozinho.

Jimin ri e me abraça apertado antes de me olhar sorridente.

-Então estamos bem? – pergunto, feliz quando ele concorda. – Que tal vermos um filme mais tarde, hm?

-Ah... bem, eu vou sair mais tarde. Eu... na clínica que eu fui tinha um rapaz bem bonito que me chamou pra sair. – ele me encara, meio vermelho, e é bem fofo. – Ele até me lembra alguém, mas não sei quem é. Enfim, hoje eu passo.

-Okay, então divirta-se. – sorrio pra ele e Jimin bagunça meus cabelos antes de eu sair da cama.

Vou direto pro meu quarto, e Tae está apenas deitado na minha cama olhando pro celular. Ele se senta assim que me vê.

-E então?

Sorrio para ele e me sento no seu colo, sentindo as mãos dele indo para as minhas cochas.

-Estamos bem, e ele vai sair mais tarde. Fica comigo? – peço, abraçando seu pescoço e me remexo de leve em seu colo.

-Claro, bebê. – ele se inclina para a cabeceira, e ficamos meio deitados. – Mas agora descansa, você andou demais para alguém na sua condição.

Bato de leve em seu braço, mas me aconchego nele, sentindo seu calor e seu cheiro bom, e beijos nos meus cabelos.

-Eu te amo. – falamos juntos e Taehyung me aperta contra si, beijando minha testa.

E eu nunca estive tão feliz.


Notas Finais


Desculpem qualquer erro, beijo!


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