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História O melhor da vida - Capítulo.07


Escrita por: Giovana_sem_E

Capítulo 7 - Capítulo.07


— Você ficou louca? — Natsu pergunta me olhando como se eu realmente fosse.

               Eu que estou sentada na arquibancada da quadra, seguro o assento. Ele está certo de não gostar, mas não precisa falar assim.

              Desvio o olhar com vergonha.

— Eu não pensei direito.

                Ele dá uma risada irônica.

— Isso é meio óbvio.

— Mas você disse que me ajudaria. — Se não me ajudaria por que se ofereceu?

— Você disse para ele que estamos namorando!  — levantou outra vez a voz para mim, eu odeio que usem aquele tom comigo.

                Quando percebo já estou de pé diante dele. Natsu me encara confuso.

— Isso não um problema tão grande! — devolvi no mesmo tom.

               Ele faz uma careta.

— Pra quê gritar? Estou na sua frente.

                Cruzo os braços e inclino minha cabeça para  o lado, o olhou com desdém. 

— Você começou — digo indiferente.

— Eu não gritei.

— Você subiu o tom, eu não gosto que falem alto comigo.

              Foi curioso ver um leve tom rosado surgir  em suas bochechas. Ele coçou a cabeça, desconcertado.

— Desculpa, não tive intenção. Mas você não devia ter dito aquilo para ele.

 — Claro, eu errei de dizer isso à ele sem te consultar, mas realmente é um problema? Você não namora e nem quer se envolver com ninguém, então me use como escudo. As garotas não vão te perturbar se você tiver uma namorada. E eu vou te usar como meu escudo contra o babaca do Sting. Nós dois saímos ganhando, e se mais tarde você se interessar por alguém, eu me viro, não vou te incomodar.

               Natsu me encara por um momento antes de responder:

— Eu não sei não.

— Vamos, é uma boa ideia. Aliás quem não ia querer namorar comigo, os meninos dessa escola vão ficar com inveja de você.

             Ele revira os olhos.

— Olha, última Coca-Cola do deserto, você está nessa situação pois um certo alguém não quis te assumir.

           Faço uma careta para ele.

— Eu estou nessa situação porque ele é um idiota.

            Ele abriu um sorriso. Natsu possui um sorriso bonito.

— Não posso discordar.

— Então...

            Dá de ombros.

— Tanto faz.

            Sério? Sério? Ele topou?

— Ah! — exclamo alegre, e acabo o abraçando por impulso. — Obrigado! Obrigado! Obrigado! Você é um querido, sabia?

            Ele me afasta com cuidado.

— Você é meio energética, né?

             Apenas sorrio em resposta, não tenho porque negar ou me sentir ofendida, pois é verdade.

— Vem, namorando — brinco pegando sua mão, —  vou terminar de te mostrar a escola.

— Sinto estar sendo arrastado por um tornado — comenta me acompanhando.

— Não seja tão resmungão.

                                  ~~

                     Quando coloquei meus pés no dormitório naquela tarde, fui arrastada para a cadeira de interrogatório das meninas. Nesse caso a cadeira é minha cama.

                    Encaro Erza e Levy.

— Conta tudo?

— Tudo o que? — Não faço ideia sobre o que elas desejam saber.

— Isso! — Erza praticamente esfrega o celular na minha cara. Eu o pego da sua mão e olho com mais atenção.

— Sério? Já começou? — No celular não é nada menos e nada mais que uma foto minha e do Natsu se abraçando, ou melhor, eu abraçando ele, com a seguinte legenda em caps lock: " VEMOS QUE A HEARTFILIA NÃO PERDE TEMPO, JÁ ESTÁ DE ROLO COM UM DOS ALUNOS NOVOS. O QUE ACONTECEU NESSAS FÉRIAS? ELA NÃO ESTAVA COM OS QUATRO PENEUS ARRIADOS PELO NOSSO QUERIDO LOIRO EUCLIFFE? E MAIS QUEM É ESSE ROSADO QUE FISGOU À ATENÇÃO DA NOSSA LOIRA? VEJO QUE ESSE SERÁ UM ANO CHEIO DE NOVOS CASAIS.

             Tão clichê.

            A escola possui um grupo dos alunos onde servia para recados, mas alguém com síndrome de gossip girl usa para fofocas que sempre termina em briga. Até que é divertido, a não ser quando você não é a vítima.

— Bom, o povo dessa escola gosta de uma fofoca.

— Mas não muda de assunto. O que tá rolando. — Levy está realmente ansiosa pele minha resposta.

— Ah... tamo namorando. — Não entrei em detalhes no primeiro momento pois queria ver a cara de tacho delas.

— Que!? — exclamou juntas.

— Não é meio rápido? — Erza pergunta.

— Vocês nem se conhecem direito.

— Oshi, não era o que vocês queriam?

— Bom. Sim, mas isso foi muito rápido.

— E se ele for um pervertido e só está se fingindo de legal?

               Ri. Ele é certinho demais  pra ser um pervertido.

— Ele não é.

— Mas é se for?

— Vocês precisam decidir o que vocês querem. Ele não era o homem perfeito para mim?

— Sim, mas por que a pressa?

— É que... me a apaixonei?

— Sério?

— Meu Deus... — Levy pareceu emocionada.

— Tô brincando.

— Ai, garota! Você quase me faz acreditar! — Erza me dá um tapa me repreendendo. Eu rio esfregando onde ela acertou.

— É falso.

— O que é falso?

— O namoro é falso, ele está me ajudando afastar o idiota do Eucliffe.

           Os olhos de Levy brilharam.

— Namoro falso como nos livros?

— Acho que sim.

— Ah! Você está vivendo um clichê de livro. Todo mundo aqui sabe como termina.

            Torço o nariz em desaprovação. Aquilo é vida real.

— Acho que você deve parar de ler.

— É a lei da natureza.

— Para de fanficar — mando.

— Nop. Aposto que não dá dois meses e esse namoro se torna real.

           Olhei cética para ela.

— Até dois minutos atrás você o estava acusando se ser um pervertido.

— Dois meses é o suficiente para ter certeza que ele não é.

— Louca.

                       ...Natsu Dragneel...

            Tentei fingir não ter percebido meu dois colegas de quarto me olhando e então trocando olhares entre si, mas esta começando a me incomodar.

           Retirei um dos meus fones e perguntei:

— Vocês querem me dizer alguma coisa?

— Sendo sincero, sim. — Disse o moreno de cabelo curto.

                 Pausei a música.

— Vá em frente.

— O que tá rolando entre você e a Lucy?

— Por que quer saber?

— Curiosidade.

— Você tá famoso hoje no colégio — comenta o outro rapaz, o de estilo metaleiro.

— Famoso?

— É. Então, o que tá rolando?

— Acho que estamos namorando.

— Des de quando?

— Desde hoje.

— Ela aceitou namorar com você?

Eu aceitei namorar com ela. Ela pediu.

             O metaleiro soltou um estralo com  os dedos.

— Saquei! Ela está te usando.

— É? — Indago com tédio. Ela realmente está me usando, mas ninguém precisa saber.

— Está te usando para fazer ciúmes no Sting.

                Me afundei mais nos travesseiros.

— Que pena pra mim.

— Estou falando sério.

— Adoro ser usado por mulher bonita. — Sorri.

— Você é idiota?

              Dou de ombros.

— Gajeel, você sabe que Lucy não é assim.

— Gray, mulheres são cheias desses joguinhos, Lucy não é exceção.

              Que tédio.

              Será que Lucy está livre? Conversar com ela é mais divertido.

 

                   ...LUCY HEARTFILIA...

              Por que ele não me atendia? Liguei várias vezes. O procurei a manhã toda e não o vi até agora.

— Lucy, a aula vai começar. Vamos. — Levy me puxa para acompanhá-la.

               Hoje nossas aulas começava a tarde. Eu voltaria a procurá-lo depois da aula, pois da escola ele não sumiu.

             Quando entro na sala, me surpreendo ao vê-lo conversando com o professor Zeref, mas aparentemente Natsu não parecia bem.

— Lucy, não fica parada aí. Vem. — Levy volta a me puxar.

             Sento no meu lugar e volto a observá-lo. Natsu também vai para seu lugar, infelizmente não tão perto do meu.

— Bom, turma, vamos começar. Deixei anotado no quadro o que vamos estudar esse ano, então resumindo...

              A aula corria normalmente, mas Natsu parecia que iria colapsar a qualquer momento. Ele ficava esfregando a testa, então os olhos, vez ou outra abaixava a cabeça na mesa.

— Professor! — o chamei.

— Sim, Heartfilia, alguma dúvida?

— Não. É que... — Não é bom dizer isso para turma toda. Me levantei e fui até ele. — Professor Zeref, acho que o aluno Natsu não está bem.

            Zeref o olhou por um momento. Pude ver uma sombra de melancolia passar por seu rosto.

— Me faz um favor, vá com ele pra enfermaria.

— Claro.

— Natsu, acompanhe a Lucy, por favor.

          Ele me encarou, confuso.

— Aonde?

— Ela vai te dizer. Vá.

               Mesmo sem compreender, Natsu obedeceu.

— Onde vamos? — pergunta para mim ao sairmos da sala.

— Enfermaria.

                  Seu olhar se torna preocupado.

— Você não está bem?

                O olho de soslaio.

Você é quem não está bem. O que houve?

                Apareceu confuso.

Eu estou bem. — Apontou para si.

— Não está, eu te vi na sala. Sua cabeça dói? É problema de vista.

               Natsu ri.

— Não.

— Então?

                  Ele enfia a mão no bolso e suspira olhando adiante.

— Eu estou medicado.

— Não entendi. — Ele está doente?

— Tem um remédio que sou obrigado a tomar que me deixa meio grogue, não consigo me concentrar ou raciocinar direito, mas é só nos primeiros dias até meu corpo voltar a se acostumar.

— Que remédio?  Pra quê? Você sofre de alguma doença?

— Sim. Por assim dizer.

— O que você tem?

— Traumas — brincou.

— Natsu.

— Sofro de ansiedade e ataques de pânico, mas não se preocupe, estou bem.

— Você não parece bem. Algo aconteceu para te deixar assim?

— Tenho mesmo que te falar?

— Se não quiser, não é obrigado... — esperei por um momento para ver se ele diria algo, mas não, então é melhor mudar de assunto. — Eu te liguei hoje, por que você não atendeu?

— Eu te disse que não atendo o celular.

— Certo, você não gosta do som. Por que apenas não muda o toque?

— Porque o simples fato do som dele tocando faz eu me sentir mal. Não importa quantas vezes eu mude o toque, eu ficou nervoso.

— Por que?

— A última vez eu não recebi uma notícia boa.

— Mas nem sempre quem te liga é portador de uma notícia ruim.

— Eu sei.

— E se você for pego de surpresa?

           Ele de virou para mim.

— Como assim?

— O toque. Você se sente mal com o toque de celular dos outros?

— Não, são toques diferentes do meu.

— E se for um toque que você não espera?

— Se sou eu que coloco, então eu sei qual é.

— E se não for você a mudar seu toque?

— Eu não sei...

— Me dê seu celular — pedi. Ele me encarou por um momento não muito confiante, mas me entregou.

— O que você vai fazer?

                Me sentei na escada do pátio.

— Uma experiência. Vou botar um toque que você não espera...  pronto. — Aumentei o volume. — Deixe assim.

               Ele se sentou ao meu lado.

— Qual é o toque?

— Só vai saber se alguém te ligar.

— Justo. — Ele suspirou. — Se lembra da ex que te falei outro dia?

— O que tem ela?

— Ela sofreu um acidente e a culpa foi minha.

              Tá bom, por isso eu não esperava.

— Como assim?

— Lembra que disse que terminamos por causa do meu ciúmes? Então, nós brigamos e eu mandei dei ela embora naquela noite, se eu não tivesse, ela estaria bem.

— Você não tem culpa. — Não tinha como ele saber.

— Eu podia ter evitado.

— Essa foi a notícia ruim que você recebeu pelo celular?

— O carro de aplicativo que ela pegou se meteu em um acidente, ela está em coma desde então — continuou a falar.

— Sinto muito.

— Eu a amava muito, planejávamos um futuro, mas nos últimos meses brigávamos muito, mas é normal, não é?

— Depende. As vezes o amor se desgasta e só insistimos pelo apego emocional do que já vivemos.

— Eu não sei... Eu quero esperar por ela.

            Ele sabia sim. Quando se referiu ao amor foi no passado, a "amava". Talvez ele não percebeu isso ainda, talvez a culpa ou o carinho o deixa confuso.

— Me dá seu celular de novo — pedi.

— Pra quê?

— Quero mudar o toque. — Há músicas que dizem o que devemos escutar.

— Já?

— Me dá logo.

              Ele me entregou novamente.

— Não coloque nada constrangedor.

— Tudo bem. Aqui. — O entreguei outra vez. — Vou te ligar mais tarde.

— Vou aguardar.

                       ...NATSU DRAGNEEL...

               Saia do banho quando uma música começou a tocar pelo quarto, era meu celular. 

              Olhei  a tela, era Lucy ligando. Meu coração estava calmo.

              

        "I said, young people fall in love"

        (Eu disse: Os jovens se apaixonam)

        "With the wrong people sometimes"

        (Às vezes por  pessoas erradas)

         "Some mistakes get made"

         (Alguns erros são cometidos)

          "That's alright, that's okay"

            (Ta tudo bem, tudo ok)

        "You can think that you're in love"

        (Você pode pensar que está apaixonado)

           "When you're really just in pain"

          (Quando você está realmente com dor)

            "Some mistakes get made"

          (Alguns erros são cometidos)

             "That's alright, that's okay"

                (Ta tudo bem, tudo ok)

            "In the end, it's better for me"

             (No final, é melhor para mim)

          "That's the moral of the story, babe"

          (Essa é a moral da história, querido)

              "It's funny how a memory"

          (É engraçado como uma memória)

             "Turns into a bad dream"

            (Se transforma em um pesadelo)

          "When running wild turns volatile"

         (Quando a corrida selvagem se torna volátil)

      "Remember how we painted our house"

     (Lembre-se de como pintamos nossa casa)

          "Just like my grandparents did?"

       (Assim como meus avós fizeram?)

   "So romantic, but we fought the whole time"

           (Tão romântico, mas brigamos o tempo todo)

        "Should have seen the signs, yeah"

        (Deveria ter visto os sinais, sim)

               Eu sorri. Não senti nada. A música é bonita, vou perguntar o nome para Lucy depois.

            " Você colocou o celular no mudo de novo? Por que não está atendendo?"  

Desceu a notificação de Lucy.

              Me distrai com toque que acabei por não atender.

— Essa garota.  

"Me liga de novo"

              Então ela ligou.

— Você está bem? Deu tudo certo? — perguntou esperançosa.

            Sem me dar conta, mordi o lábio para conter um sorriso que queria se espalhar.

— Sim. Só ligou para saber disso?

— Não. Quero jantar junto com você. O que acha?

— Claro.

— Ótimo! Estou te esperando no refeitório, não demora.

— Só vou me vestir e já vou.

— Oook.



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