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História O Mendigo e a Princesa - Pense


Escrita por: Vinilu

Notas do Autor


Espero que gostem do capítulo

Qualquer erro ou contradição, me avisem!

Boa leitura a todos!

Capítulo 47 - Pense


Gajeel caminhou em direção a Levy, mas passou direto pela mesma. Ele se sentou atrás de Natsu, já que era um dos únicos lugares livres, onde os outros eram ainda mais distantes da pequena de cabelos azulados.

O professor começou a escrever no quadro, quando o rosado sentiu o moreno cutucar o seu ombro.

— Amigo, troque de lugar comigo, pode ser? – ele murmurou mais próximo ao ouvido de Natsu, fazendo o mesmo virar o rosto parcialmente.

— E por que eu deveria? – o rosado o respondeu no mesmo tom.

— Eu tenho assuntos com a garota a sua frente, preciso falar com ela – Gajeel explicou sem elevar o tom de voz.

— E quem disse que isso é da minha conta? – Natsu então voltou a se virar para a frente, surpreendendo seu novo colega de classe.

O tempo passou e faltava pouco até a hora do intervalo. O rosado percebeu como Levy mal escrevera em seu caderno, onde o mesmo estava aberto ainda na matéria da primeira aula.

Mas no som que anunciava o recreio, viu a pequena praticamente correr para fora da sala de aula.

Natsu soltou um leve suspiro, ouvindo o moreno em suas costas estalar a língua. Gajeel nada poderia fazer já que ainda não conhecia a escola.

O rosado então se levantou e saiu da sala, seguindo para o terraço como sempre fazia. Ele não se preocupara em procurar por Levy, já que não tinha como saber para onde a mesma poderia ter ido.

Mas ao chegar no local em que se reunia com seus amigos, acabou por ver a pequena de cabelos azulados já sentada ao chão, no mesmo local de sempre.

Natsu se aproximou normalmente e então se sentou ao lado dela. A jovem permanecia imóvel enquanto seus olhos pareciam se perder no vazio. O rosado a encarava, esperando por um momento em que a mesma viria a olha-lo diretamente nos olhos. Mas esse momento não veio.

Natsu então levantou sua mão e cutucou levemente a bochecha de Levy com o dedo indicador. Pouco a pouco o toque repetitivo foi ficando mais forte, até que ela finalmente se virou para ele.

— O QUE VOCÊ QUER? – ela bradou irritada, o encarando por fim.

O rosado se manteve em silêncio por alguns segundos, enquanto Erza, Gray e Wendy simplesmente permaneceram parados na porta que dava acesso ao local, como se soubessem que não deveriam se meter.

—... Achei que havia sido claro quando praticamente lhe disse que és um livro aberto – Natsu comentou de forma calma — Talvez seja por isso que está agindo assim? Não quer que os outros saibam o que realmente está sentindo?

No mesmo instante os olhos de Levy se encheram de lágrimas, como se a fraca muralha que construíra ao seu redor simplesmente houvesse sido destruída.

— Não vou fazer um escândalo só por que alguém do seu passado apareceu... – o rosado abaixou seu tom de voz, para que assim aqueles que estavam mais afastados não o ouvissem — Sei da importância dele em sua vida, e estranharia ainda mais se realmente não houvesse nenhuma reação da sua parte – ele explicou, surpreendendo a pequena.

Após alguns segundos, Levy levou o braço até os olhos, enxugando as lágrimas a qual lutava para que não caíssem. Logo depois a mesma se virou, vendo seus outros três amigos ainda parados na porta.

—... O que estão fazendo parados aí? – estreitou os olhos ao indagar de forma mais natural. E só então os mesmos se juntaram a eles.

— Não queríamos nos meter na briga do casal – Gray sorriu ao brincar e se sentar ao lado de Natsu.

— Não estávamos brigando – o rosado o respondeu em um tom calmo.

— Que pena! – Erza comentou de forma sarcástica, só para provocar a jovem a qual não conseguia se dar bem. Mas a mesma não pôde evitar a sensação de estranheza que tivera ao não ser respondida pela jovem.

E então finalmente foi a vez de Wendy se pronunciar:

— Nee-san, eu contei para uma amiga o que eu tinha visto... – falou sem nenhuma maldade, surpreendendo a irmã e o rosado.

Naquele mesmo instante Gajeel passara pela porta que dava acesso ao terraço, abrindo um sorriso ao finalmente encontrar Levy.

— Ela me disse que provavelmente vocês dois estavam fazendo bebês! É verdade? Eu vou ser tia? – Wendy indagou com certa ansiedade, surpreendendo a todos.

Um silêncio constrangedor pairou sobre eles. Mas logo Gray prendeu a risada, enquanto a ruiva simplesmente fingiu não ter ouvido aquilo, assim como Natsu, que não esboçara nada. Já Levy corou violentamente, passando a dar pequenas gaguejadas, não conseguindo responder à irmã.

Aquilo não escapou dos ouvidos de Gajeel, que simplesmente teve seu sorriso desmanchado ao entender o sentido do questionamento da menina mais nova.

— Ah! O aluno novo! – Gray exclamou ao notar a presença do rapaz, chamando a atenção dos demais e assustando Levy.

A jovem de cabelos azulados empalideceu ao ver Gajeel se aproximar.

— Será que posso me sentar com vocês? – ele perguntou ainda de pé.

Naquele instante Wendy teve seu rosto tomado pela raiva, mas a mesma se conteve, não dizendo nada ao ver a irmã balançar a cabeça negativamente.

— Eu não acho que seja uma boa... – Natsu o respondeu.

— E por que não? – o moreno se fez de desentendido, acreditando que o rosado era aquele que se relacionava com Levy.

— Não vai ser bom para você se o fizer – Natsu tentou explicar.

— Está me ameaçando? – Gajeel estreitou os olhos.

Logo todos puderam notar o clima mais pesado que brotara entre os dois rapazes.

— Você é novo aqui, por isso não deve saber da maldição... – Gray chamou a atenção do moreno.

— Maldição? – Gajeel não entendeu.

— Sim. Todos que se aproximam dele, acabam sofrendo – Erza concluiu ao apontar para Natsu.

— E por que vocês estão próximos a ele então? – não acreditou muito naquilo.

— Pois são todos idiotas – Natsu o respondeu quase que de imediato.

— Então me deixem ser um idiota também! – Gajeel sorriu e logo se sentou do outro lado de Levy, ficando entre ela e a irmã da mesma.

— Nós estamos falando sério! – Gray exclamou — Se ficar muito com essa coisa, acabará sendo agredido por um grupo barra pesada – falou ao apontar para o rosado, como se retribuísse a ofensa que o mesmo proferira a eles.

— Agredido? Você também foi agredida Levy? – ele se virou para a pequena, o que acabou chamando a atenção de Erza devido a intimidade com a qual o rapaz mencionara o nome da garota.

—... Vocês já se conheciam? – a ruiva questionou um pouco curiosa.

Gajeel sorriu.

— Sim, nós... – ele levou a mão até a de Levy enquanto falava, mas foi interrompido antes de concluir.

— Não me toque! – a pequena de cabelos azulados exclamou em um tom mais elevado, se mostrando visivelmente alterada.

Levy se levantou rapidamente e então deixou o local, sendo seguida por Natsu logo depois. Não demorou muito e foi a vez de Wendy se retirar.

Gray apenas permaneceu no local sem entender nada do que havia acontecido, enquanto Erza continuou a encarar o moreno, sendo tomada pelo interesse em saber qual era a relação do mesmo com a jovem que tanto a irritava.

Natsu descia as escadas atrás de Levy, quando viu Juvia subir as mesas. Mas o rosado não parou, apenas continuou tentando alcançar a pequena.

Ele só conseguiu parar a jovem quando já estavam no meio do corredor. O mesmo segurou o braço de Levy, enquanto a mesma voltara a evitar encara-lo.

—... Vamos até a diretoria... Vamos pedir para o diretor ligar para os seus pais virem te buscar – Natsu comentou em um tom mais sério — Não creio que você vá conseguir se concentrar no restante das aulas de qualquer maneira...

A pequena então se virou lentamente, mostrando que as lágrimas escorriam incessantemente por sua face. A mesma então ouviu um leve suspiro por parte de Natsu e logo se aproximou do mesmo rapidamente, abraçando-o com certa força.

Por alguns segundos o rosado não teve reação, apenas viu Levy afundar a face em seu peito, mas então a retribuiu em seguida.

Pouco mais de meia hora depois, Wendy e sua irmã mais velha já iam embora com a mãe, enquanto Natsu apenas via da porta da escola.

Horas depois, próximo do fim do horário de almoço, Levy permanecia sentada à mesa na cozinha da casa dos empregados, enquanto sua mãe terminava de lavar a louça. Logo a mesma teria que ir ajudar Virgo na casa principal, mas não pôde deixar de notar a situação de sua filha.

— Vai me contar o que aconteceu? – a mulher mais velha resolveu perguntar.

—... Gajeel se transferiu para a minha escola – a pequena explicou sem levantar os olhos.

— E? – ela com certeza havia se surpreendido, mas resolveu não demonstrar.

— Você tinha razão! – Levy levantou a cabeça ao exclamar, tendo seus olhos inundados pelas lágrimas mais uma vez — Nem precisou muito! Foi só vê-lo que meu coração acelerou. Tudo ao meu redor pareceu mudar... E então veio esse sentimento. Esse amor que apenas adormecera... Mas o mesmo também trouxe o ódio que criei por ele durante todo esse tempo! Então eu não sei o que fazer! Eu só quero sumir. Fugir para algum lugar que ele não esteja perto! E... O pior... De tudo... – não conseguia mais conter as lágrimas — O pior... É que o Natsu percebeu tudo isso.

—... E agora? – a mãe da jovem questionou — O que pretende fazer em relação ao seu atual namorado?

—... Eu não sei – a pequena respondeu em um tom quase inaudível — Eu não quero magoa-lo... Mas não sei quanto tempo ele irá aguentar ficar do meu lado se eu não me acertar comigo mesma... Eu... Eu sinto que meu coração está preso, amarrado por fios de ódio e ressentimento, onde ele dói muito quando começa a bater mais intensamente...

— Você precisa pensar. Pense muito bem em tudo que aconteceu, pense no que está sentindo, pense no que sentiu, pense no que pode acontecer e com quem pode acontecer... Depois escolha aquilo que você acredita ser o melhor para você – a mulher mais velha falou em um tom calmo — Agora eu preciso ir trabalhar... Tente relaxar um pouco... – concluiu deixando o local logo depois.

Levy fez o que sua mãe disse. A mesma subiu para o seu quarto e se trancou lá.

Deitada na cama, tendo seus olhos mirados no teto, a mesma se perdia em meio aos seus pensamentos. Hora ou outra se pegava chorando de novo, mas não demorava muito e sua face assumia uma expressão serena, onde de repente surgia um pequeno sorriso. E assim se formou um ciclo de completa confusão, tendo seus pensamentos a leva-la desde a uma profunda tristeza até a uma esperança de um futuro de alegria.

Naquele mesmo instante, Natsu e Lucy chegavam da escola. Os dois jogaram a mochila sobre os sofás e então se sentaram, onde o rosado acabou soltando um leve suspiro.

— E então? Por que a Levy veio embora mais cedo? – a loira indagou um pouco curiosa — Por acaso tem algo a ver com o aluno transferido?

— Qual é a desse interesse repentino na namorada do seu irmão? – Natsu pareceu tentar provoca-la.

— É justamente esse o porque do meu interesse, por ela ser a namorada do meu irmão. Vai que ela o está traindo, não gostaria que meu irmãozinho sofresse por causa disso – Lucy também resolveu provocar, mas então não recebeu nenhuma resposta sobre aquilo —... Ela apenas não estava se sentindo bem... Se acha que ela pode ter alguma relação com o aluno novo, pergunte diretamente a ela – concluiu por fim.

Por alguns instantes os dois se mantiveram em silêncio. A loira estranhou, já que geralmente o rosado seguia direto para o quarto dele. Ela o encarava intensamente, enquanto o olhar do mesmo parecia se perder no vazio.

Apesar de tudo, Lucy o conhecia muito bem. E ainda que ele se esforçasse para demonstrar que estava tudo bem, a loira sabia que não estava. Mesmo que mínimos, Natsu mostrava comportamentos diferentes. Ela podia sentir o quanto seu amado irmão estava se esforçando para não mostrar o que realmente estava sentindo.

Com o fim da tarde, Levy finalmente se levantou de sua cama, parecendo haver botado ao menos um pouco de ordem em sua cabeça e em seus sentimentos. Com os olhos ligeiramente avermelhados, a mesma caminhou até a janela de seu quarto, onde pôde ver Natsu sair pelos fundos da mansão e seguir a passos lentos até a porta da residência dos empregados.

A pequena rapidamente correu para fora de seu quarto, sentia que deveria ter uma conversa mais séria com o rapaz. Enquanto descia as escadas, ouviu as batidas na porta.

Não demorou muito e Levy já estava frente a frente com o rosado, ouvindo o mesmo logo em seguida:

— Precisamos conversar... – sua voz soou em um tom mais sério, não demonstrando a mesma calma de mais cedo, deixando a pequena de cabelos azulados ainda mais apreensiva.


Notas Finais




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