História O menino loiro do parquinho - Drarry - Alguém homossexual

"Cap. 20 - Alguém homossexual"

||1470 palavras||

    Estava ansioso.

    Harry viu a família Weasley aparecer atrás dele assim que seus integrantes passaram pela parede que dava a entrada para a Plataforma 9¾. Potter sorriu ao avistar a grande maria-fumaça cor-de-rubi à sua frente e se sentiu mais leve. O Expresso de Hogwarts sempre lhe fazia lembrar dos momentos bons que passara em Hogwarts nos últimos anos.

    A Sra. Weasley beijou cada um dos filhos, depois Hermione, e, só então, Harry, que ficou encabulado quando ela lhe deu um abraço.

    — Você vai se cuidar, não vai, Harry? — perguntou Sra. Weasley com um brilho nos olhos. Então, ela abriu uma grande bolsa. — Fiz sanduíches para todos… Tome aqui, Ron… não, não são de carne enlatada… Fred? Onde se meteu o Fred? Tome aqui, querido…

    Mas Harry já não estava mais a escutando pois estava distraído vendo um certo loiro sonserino não muito longe dali.

    Ah… como Draco estava lindo…

    Harry não ousou em chegar perto dele pois seu pai estava logo ao seu lado, segurando o ombro do filho enquanto dizia coisas inaudíveis para alguém que estivesse longe o suficiente dele, como Harry, por exemplo. O Potter viu Draco assentir para o pai, que lhe deu batidinhas nos ombros, e virar a cabeça na direção de Harry, ainda sem sair do lugar. Harry desviou o olhar.

    Sentiu alguém tocando-o nos ombros e se virou imediatamente, dando de cara com o Sr. Weasley, que aparentava querer falar com ele.

    — Harry, há uma coisa que preciso dizer antes de você embarcar…

    — Tudo bem, Sr. Weasley, eu já sei.

    Noite passada, Harry, acidentalmente, ouvira o Sr. e a Sra. Weasley comentando sobre Sirius Black. Harry estava um tanto confuso sobre o assunto. Ele ouvira em todo lugar que Sirius Black era um assassino perigoso que estava querendo matar Harry também; mas ele também se lembrava do que Draco havia comentado nas cartas que enviara durante as férias.

    Draco também estava confuso. Seus pais não falavam muito do assunto perto dele, mas ele sabia que, por mais absurdo que ele achasse, ele gostava de Sirius Black pois ouvira seus pais comentando sobre algumas coisas sobre o Black — escondido —, como se eles desprezassem Sirius, e isso fazia Draco gostar de Sirius cada vez mais, mesmo sabendo que aquilo era um tanto errado.

    — Você sabe? Como poderia saber? — perguntou Sr. Weasley.

    Então Harry o explicou sobre o que ouvira na noite anterior, e o Sr. Weasley o alertou, dizendo para não correr atrás de Sirius Black.

    No entanto, Harry percebeu que, de repente, a Plataforma 9¾ não havia mais alunos de Hogwarts, pois a locomotiva começara a se preparar para sair. Então Harry entrou dentro do Expresso de Hogwarts com pressa, se encontrando com Hermione, Ginny e Ron nos corredores.

    — Preciso falar com vocês em particular. — disse Harry a Ron e Hermione quando o trem começou a ganhar velocidade.

    — Vai saindo, Ginny. — disse Ron.

    — Ah, quanta gentileza. — bufou a garota com ironia, saindo de perto sem pressa.

    Passaram por todas as cabines, mas nenhuma delas estava vazia. Então resolveram ocupar a última delas, onde havia um homem adulto (provavelmente um professor, pensou Harry) dormindo.

    — Quem vocês acham que ele é? — murmurou Ron se sentando.

    — Prof. R. J. Lupin. — respondeu Hermione, sussurrando.

    — Como é que você sabe?

    — Está escrito na maleta. — respondeu a garota apontando para a mala do professor onde estava escrito: R. J. Lupin.

    Aproveitando que o professor estava cochilando, Harry contou a Ron e Hermione sobre o que ouvira noite passada no Caldeirão Furado sobre Sirius Black, e contou-os, também, sobre a conversa que tivera com Sr. Weasley antes de embarcar. Depois de tudo, Hermione e Ron pareceram horrorizados, e Harry contou-os, além de tudo aquilo, que Sirius Black era tio de Draco.

    — Ouvi meu nome? — perguntou uma voz vindo de fora do vagão.

    Os três viraram a cabeça na mesma hora e sorriram ao ver a figura sorridente de Draco Malfoy abrindo a porta do vagão. Harry se levantou antes mesmo de Draco terminar de abrir a porta por completo, e o puxou para dentro, o abraçando enquanto fechava a porta.

    — Bom te ver também, Harry. — disse Draco rindo baixo, dando batidinhas caridosas nos cabelos desarrumados do Potter. — Sabe… vim aqui dar um “olá”, mas não posso ficar muito tempo; Crabbe e Goyle estão esperando por mim, eles acham que vim aqui para te irritar, como todos acham e… quem é ele?

    Harry soltou Draco finalmente e olhou para trás, percebendo que Draco se referia ao homem dormindo.

    — Prof. Lupin. — respondeu Hermione se arrastando para o canto, dando espaço para Draco se sentar ao lado dela. — Professor de Defesa Contra as Artes das Trevas.

    — Como é que você sabe? — perguntou Ron novamente, impressionado.

    — Não está óbvio? — disse Hermione quase imediatamente. — É a única vaga para professor esse ano. — então suspirou, e se virou para Draco, que se sentou ao seu lado. — Enfim, Draco, Harry nos disse que Sirius Black é seu tio...

    — Sim, ele é. Minha família não para de falar sobre ele, ainda mais agora que ele escapou de Azkaban. Sabe… eu não me lembro muito bem dele… foi preso quando eu tinha um ano de idade. Não sei se Harry se lembra, mas eu contei a ele, uma vez, que Sirius é a ovelha negra da família. Foi grifinório enquanto todos os outros Black foram para a Sonserina. Walburga, a mãe dele, sempre achou que havia algo de “errado” com o filho desde que ele nasceu, sabe?

    “Mamãe, um dia, me disse que com mais ou menos dezesseis anos Sirius fugiu de casa para ir morar com o pai de Harry. Me parece que eles eram grandes amigos quando eram adolescentes. Mamãe também acha que ele é homossexual porque, uma vez, ela me disse que já viu ele se pegando com… com… sei lá quem… ela não me disse o nome… mas me disse que era um lobisomem.”

    — Um o quê? — perguntou Harry.

    — Um lobisomem. — repetiu Draco.

    — Não. Não é isso… você disse… homo… “homo” o quê?

    — Homossexual. — respondeu Ron.

    Harry fez uma careta de incompreensão.

    — O que é isso? — perguntou.

    — Não sabe o que é alguém homossexual? — perguntou Hermione como se Harry tivesse lhe feito uma pergunta óbvia. Harry se encolheu e corou, constrangido por não saber. — Pessoas homossexuais são aquelas que sentem atração por pessoas do mesmo gênero. As pessoas costumam falar “homens gays” ou “mulheres lésbicas”. Eles são diferentes de pessoas heterosexuais, que sentem atração por pessoas de sexo diferente. Entende?

    Harry parou por um segundo, para pensar.

    Então… aquilo que ele sentia por Draco não era apenas “amizade”... ele estava apaixonado…

    Mas Harry não podia ser gay! Ser gay é uma coisa ruim, não?

    — Não sou gay. — disse Harry de repente.

    Hermione fez beicinho enquanto encolhia os ombros, com indiferença, enquanto Ron estranhava o fato de Harry dizer isso de supetão. Draco, no entanto, revirou os olhos, o que não passou despercebido por Harry, que fingiu que não havia visto.

    Harry se lembrava do que Dudley lhe dissera naquelas últimas férias quando pegou o Potter de surpresa lendo uma carta de Draco.

FLASHBACK ON

    — O que está fazendo, Potter? — perguntou uma voz atrás de Harry.

    Harry abaixou a carta de Draco na mesma hora e olhou para trás. Seu primo tivera o observando.

    — Nada.

    — Eu quero ver o que está lendo. — continuou Dudley se aproximando, ignorando o que Harry dizia.

    — Eu só… estou lendo uma carta de um amigo.

    — Desde quando você tem amigos? — perguntou Dudley com indiferença, arrancando a folha de papel da mão de Harry.

    — Me devolva, Dudley!

    Dudley, enquanto esquivava de Harry, percebeu que não conseguia enxergar nada escrito na carta, então imitou Harry, e ergueu-a na direção da luz.

    — Hum… espertinho você. — disse lendo a carta rapidamente. — Oh, Potter, arranjou um namoradinho, eu vejo. — continuou num tom de sarcasmo.

    — Ele não é meu namorado. É só meu amigo.

    Dudley riu.

    — E desde quando amigos desenham corações? Potter, você é gay. Um gayzinho de merda!

    — Não sou gay! — bradou Harry se perguntando o que diabos seria alguém gay, sabendo que, pelo tom de voz do primo, ser gay não era uma coisa boa.

FLASHBACK OFF   

    — Bom… — começou Draco batendo em suas próprias pernas levemente, para pegar impulso para se levantar. — vejo vocês depois. Alguém pode suspeitar e contar ao meu pai que estive aqui por tempo demais. Tchau. — assim, abriu a porta da cabine e desapareceu no corredor.

{...}