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História O Mestiço e o Vingador do Planeta Vermelho - Ser Humano


Escrita por: SpiderFromMars

Capítulo 15 - Ser Humano


Fanfic / Fanfiction O Mestiço e o Vingador do Planeta Vermelho - Ser Humano

    "- Acho que... foi um terremoto.
   Com pressa e com cuidado, os dois homens correram para ver o que se passava lá em cima, e ao chegarem na segunda porta, a que dava acesso às escadas, viram que a passagem estava bloqueada. Tentaram empurrar, mas o máximo que conseguiram foi derrubar um pouco de terra em suas cabeças."

   Duas coisas foram percebidas por Diego naquele momento: as grades da cela estavam tortas e os humanos não estavam nem um pouco preocupados com ele. A oportunidade de fugir estava ali e ele não pensou duas vezes antes de tirar de sua frente as barras quebradas que não podiam mais impedi-lo de sair.
   Quando saiu da cela pôde voltar a se sentir livre, mesmo ainda estando lá embaixo. Olhou para o teto danificado e aumentou um buraco, pelo qual passou. Não era um buraco muito grande, mas como estava bem abaixo do peso, não foi difícil de atravessá-lo. Com a força que sobrou de seus braços, apoiou-se no solo, passando o resto do corpo pela pequena brecha.
   Ele certamente não sabia o que era um terremoto, mas sabia que aquele desastre não fora provocado por um. Quando ficou em pé, correu para longe, para distanciar-se da ameaça que aguardava-o. Correu e, mesmo exausto, não parou até ter certeza de que não havia ameaças por perto. Continuou correndo, às vezes tropeçando, às vezes caindo. Chegou à beira da praia, onde maravilhou-se novamente com o brilho infinito do mar azul. Como se fosse um peixe fora d'água, ele pulou, fazendo o que podia para tentar nadar. Bateu os braços e as pernas, sem jeito, como qualquer um que esteja aprendendo a arte da natação.
   Alguns minutos depois e ele já podia ver a sua nave bem ali onde a deixou, boiando. Ensopado e com os fios de cabelo tapando-lhe os olhos, ele entrou em seu veículo espacial. Deixava rastros de pingos d'água que caíam de seu corpo molhado no chão, mas não se importava. Olhava para cada canto, como se cada pedaço daquela nave trouxesse a ele milhões de sentimentos distintos.
   Alguns passos adiante e viu sentado em uma cadeira um velho homem, que parecia tentar decifrar como usar aqueles comandos de alta tecnologia. O mestiço escondeu-se atrás de uma prateleira para não ser visto pelo invasor e esperou em silêncio. Ouviu passos se aproximando e, quando estavam perfeitamente nítidos...
   - Parado!
   O invasor ergueu as mãos, assustado.
   - Você?! - o homem aproximou a face, reconhecendo o alien. - Você está vivo!?
   - Eu te conheço. Você era o homem do barco, que me ajudou.
    Diego olhou para a perna do velho pescador, enrolada em uma faixa branca.
   - Isso - o homem sorria e apontava para si mesmo com as duas mãos -, sou eu.
   - E o que faz aqui?
   - É que, achei que estava morto, então...
   O alien voltou a andar pela nave e o homem o seguia, mancando.
   - Não morri.
   - Te levaram para o rei Gabriel? Como foi lá? Ele te deixou sair?
   - Não, eu fugi - respondeu o mestiço, sentando-se na cadeira principal.
   - Por quê? Para onde vai? Quem é você?
   - Vou embora e nunca mais voltarei.
   - Mas e o outro? Tem outro alienígena por aí. Eu o vi entrando aqui. Grande, forte...
   - Eu sei quem é, e é por causa dele que eu preciso partir.
   A nave produziu um alto ruído, mostrando que estava ligada. Diego olhou para os lados, procurando o corpo do seu velho amigo deixado ali.
   O pescador já caminhava para sair da nave.
   - Espera! Você viu um homem que estava aqui, coberto por um pano?
   - Vi.
   - Onde está?
   - Enterrei ele. Estava morto. Não foi você que o matou, foi?
   - Não.
   A nave ficou ainda mais barulhenta. Estava pronta para ir. O pescador saiu correndo da nave e nadou até o seu barco, onde navegou para longe, para não ser afetado.
   Para Diego só faltava empurrar uma alavanca e então estaria livre, mas algo o impediu. Um forte porém suave grito, e ele conhecia aquela voz.
   Aquele grito foi ouvido com clareza e a voz que pedia socorro fez com que seu braço, ou melhor, seu cérebro, paralizasse. Olhando para o seu reflexo no vidro ele se decepcionou com o que via. Não era o que ele realmente queria fazer. Fugir? Ele já tinha feito isso uma vez e não tinha funcionado. Percebeu, olhando em seu coração dividido, que aquilo não era humano, e que devia enfrentar e acabar com aquele problema de uma vez por todas.
   Olhando para o seu reflexo no vidro, voltou a sentir-se forte, pois começava a chover.


Notas Finais


Prox. Capítulo:" O início, o fim e o meio."


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