História O mestre e a Serva - Destronado

--- Não temos tempo para esses conflitos internos. --- Miguel olhou para Ashtar. Percebi o ódio no olhar dela, sem dúvidas ela me atacaria novamente, aquele olhar dela era claro como a luz do dia.

--- Somos um quarteto fantástico? --- lúcifer mais uma vez debochava da situação.

--- Gostaria que você levasse um pouco mais a sério essa situação, você travou uma batalha de 100 anos com Mephisto, não entende quantas vidas  vão se perder mais uma vez nesse combate interminável?

--- Ele não se importa com isso Miguel, ele não se importa nem mesmo se Cassandra morrer em combate. --- Ashtar se aproximou ainda mais, dessa vez ela participava da conversa também.

--- Você seria tão egoísta á ponto de sacrificar alguém que jurou te proteger com todas as forças?  Cassandra é sua serva, uma poderosa guerreira que conjurou suas habilidades á você.

--- Você nunca superou o fato de que Cassandra veio para meu lado, você nunca aceitou que as minhas verdades foram mais fortes que todas as suas mentiras juntas. Você a perdeu porque é um tolo e agora quer falar dessa maneira para plantar a dúvida no coração dela? Você me diverte com todas essas suas manobras fardadas ao fracasso.

            Lúcifer era impiedoso nas palavras, ele não se preocupava com o sentimento de ninguém e sabia exatamente onde a ferida era mais dolorida. Ele era conhecido pela ira, suas palavras cortavam como lâminas afiadas e ele tinha total consciência da sua língua afiada.

            Miguel sempre fora atraente aos meus olhos, e o olhando dessa maneira alguma coisa crescia dentro de mim, o desejo carnal de corrompê-lo estava mais forte do que nunca, aquela pele aveludada e seus músculos eram tão apetitosos que eu mal conseguia me concentrar. Eu era um demônio do desejo, eu sabia o que eu queria e como queria... Miguel seria um grande banquete e eu não via a hora de me fartar com ele.

--- Eu gostaria de poder abrir os olhos dela. --- Miguel me encarou com os olhos cheios de desejo, assim como no começo da conversa, ele não conseguia disfarçar o desejo em seu olhar, ele me encarava com desejo e ao mesmo tempo tentava esconder, mas a fome era tão clara, ele não tirava o olhar do meu corpo, e eu sempre tão sensual me movimentava lentamente e com os olhos fixos nos dele.

--- Minha vida é baseada em sexo, drogas e Rock n’ Roll, como eu poderia ser um anjo. Eu sentia o desejo em mim desde que abri meus olhos pela primeira vez. Você tentou me convencer de algo que eu não era, e usou mentiras para conseguir isso. Eu te perdoo e nem te culpo por isso, mas tentar fazer com que eu desconfie de Lúcifer é um golpe nojento que não vai funcionar comigo.

            Ele olhava em minha boca atentamente, meus lábios se movimentava de uma forma sexy e ele estava na minha teia, enfeitiçado pelo poder do desejo carnal. Mesmo que ele seja um arcanjo, ele tinha um lado que deveria ser explorado e eu estava loca para descobrir o que ele guardava por baixo de toda aquela armadura.

--- Quero alertá-la...

            Ele não terminou a frase e se perdeu em meu olhar. Naquele instante era como se nós estivéssemos sozinhos, tudo saiu do nosso redor e eu só enxergava seus olhos famintos me devorando. Lentamente lambi meu lábio inferior e ele observava tudo atentamente, até minhas mãos deslizarem sobre meus seios, seus olhos percorriam as curvas perigosas do meu corpo.

--- Cuidado para não se perder em minhas curvas, elas te levam para um caminho sem volta, é sem volta porque você não vai querer voltar mais. --- Disparei contra ele, seus olhos estremeceram, ele não tinha ideia do que estava fazendo.

--- Súcubo sempre achando que existe desejo carnal nas pessoas que te olham.

--- Eu sinto em minhas veias, esse seu desejo reprimido corre pelas minhas veias e me deixa empolgada, quero descobrir o que você pode fazer, seu pai não vai ficar sabendo, prometo que não conto pra ninguém. --- O encarei e sorri maliciosamente. Ele estava hipnotizado.

--- Pare com isso! --- Ashtar se dirigiu a mim. Olhei para seus olhos que agora estavam em um tom de ciúmes.

            Ashtar era apaixonada por Miguel e só ele não sabia disso, ou fingia não saber. Seus sentimentos ultrapassou o sentimento de serva e mestre. Miguel a via como uma criança ainda e a tratava como tal. Ver seu mestre com interesse em outra mulher era doloroso para ela. Mas eu não em importava com o seu sentimento, eu queria satisfazer minha carne e a carne dele.

--- Não adiante me falar para parar, meu libido sai pelo ar e homens como ele podem sentir no ar. Eu sou a personificação da luxúria.

            Lúcifer não falava nada, em um pequeno desvio de olhar eu o vi bebendo alguma coisa que eu não sabia o que era. Seus olhos estavam estranhos, mas mesmo assim ele conseguiu me tontear com sua beleza e força. O poder emanava dele para mim e eu me sentia ainda mais forte na presença dele.

                                                           Alguns dias depois.

            Faziam alguns dias desde a visita dos celestiais em nosso apartamento. As palavras de Miguel ficaram rondando minha cabeça, será que nós estaríamos a beira de uma Guerra? No fundo eu acreditava que Miguel estava desesperado e correto sobre as afirmações daquela noite passada.

            Aquela era uma tarde ensolarada de sexta feira, as ruas do centro da cidade estavam movimentadas e havia várias pessoas com sacolas de presentes nas mãos. Aquela época natalina deixa todo mundo super consumista. Eu era consumista o ano todo. E era nesse ritmo gostoso de verão que eu desfilava com uma sandália de salto preto no verniz.

            Eu desfilava pelas ruas como se todo o mundo fosse uma passarela e que a todo momento era um show. Eu sabia da minha beleza, sabia do que eu podia fazer e sentia os olhos dos homens caminhando sobre meu corpo, lentamente e as vezes tão rápido que chegava a me arrepiar. Minhas roupas sempre eram provocantes, eu sabia como os homens eram extremamente visuais e como eles se sentiam atraídos por mulheres que se vestiam bem e com sensualidade.

            Eu não costumava vestir roupas agarradas e curtas, daqueles de malha que deixavam o corpo com uma forma extremamente feia. Muito pelo contrário. Gostava de valorizar minhas curvas em um bom tecido e com cores mais neutras o contraste com minha pele era sensacional. Sei que pode paracer bem clichê, mas minha cor preferia era o vermelho. Então não podia faltar essa cor em minhas vestimentas, como disse eu gostava de uma sensualidade sofisticada, elegante. Então eu vestia uma camisa de botão vermelha, as mangas eram compridas, uma saia preta lápis um pouco a cima do joelho, ela era mais justa e deixava minhas curvas bem desenhadas e a fenda da saia chegava até o começo da minha coxa, não tenha dúvida, era extremamente sensual. Meus cabelos estavam amarrados com um coque no topo da cabeça, assim como o de meu chefe, tenho que confessar que foi ele quem me ensinou a técnica de prender os cabelos de forma bonita e despojada.

            Sem preocupação com nada eu caminhava pelas ruas sem olhar nos olhos de ninguém. Humanos eram patéticos e me deixavam de mal humor.

            Eu estava passando o beco 22, conhecido por festas e por ser a mini cracolândia da cidade. Ao passar por ele senti uma mão grande e pesada pegando meu cotovelo com um pouco de força. Aquela atitude me irritou profundamente, fosse quem fosse pagaria muito caro por essa ousadia e falta de respeito como essa.

            O puxão foi tão rápido e forte que me puxou para dentro do beco em questão de segundos. A pessoa que me puxou me jogou contra a parede e eu deixei me encostar e bater. Eu estava pronta para cortar-lhe a garganta e deixar sangrar até morrer, igual porco.

            Quando eu olhei para a grosseiro o reconheci.

--- Miguel? --- Perguntei curiosa.

         Olhei dentro daqueles olhos que pareciam cansados e cheios de confusão.

--- Eu preciso falar com você.

--- Sentiu saudades? --- Perguntei com um sorriso de canto de boca. Ele percebeu minha malicia, porém não afastou o corpo do meu, e ainda me segurando pelo braço me respondeu de maneira simples.

--- Gostaria de te entender, Cassandra.

--- Eu sou extremamente simples, você que gosta de complicar.

--- Eu não te reconheço mais, quando olho em seus olhos eu não vejo mais nenhum rastro de pureza e inocência. Já faz tanto tempo desde nosso ultimo encontro e você se torna mais parecida com ele a cada dia que passa.

         Eu o encarei fundo e ele percebeu meu olhar sobre ele, sei que em seu interior ele estremeceu, meu olhar era como um tiro e ele estava vulnerável. Minha resposta poderia ser complexa e cheia de informação, porém achei que quanto menos explicação tivesse, maior fosse a curiosidade dele.  

--- Eu sou o que sou.

--- Você está se tornando má como ele.

--- Eu não sou má, Miguel. Eu cumpro ordens, assim como Ashtar cumpre as suas ordens. Eu não estou aqui para acabar com a raça humana. Eu quero apenas me divertir com eles.

--- Você se aproveita da fragilidade dos homens. --- Ele rebateu segurando meu braço ainda mais forte.

--- você não conhece o coração dos homens como eu conheço. Eles são tão cruéis quanto os piores demônios, eles matam, roubam e estupram em nome do próprio prazer. Eles não são ovelhas puras e inocentes, nós não somos o lobo mal.

--- Eu posso ver que ainda existe bondade no peito deles...

--- Você é muito esperançoso. Você não sabe do que eles são capazes de fazer e se a justiça divina existisse a terra seria um deserto.

--- Não deboche de nossa justiça, você jamais a compreenderá.

--- Você tem toda razão, eu jamais vou compreender... Eu não tenho nenhum interesse de fazer parte desse tribunal que julga muito superficialmente seus réus.

--- Cuidado com suas palavras... --- Miguel me segurou ainda mais fortemente.

--- Veio me ameaçar? --- Perguntei sorrindo.

--- Eu sei que você não queria vir para cá. --- Ele mudou a feição e mudou o assunto rapidamente. --- Sei que está aqui porque seu mestre pediu, sei que sente falta da sua casa e que sente que aqui não é lugar para você.

         Essa era uma verdade irrefutável. Por mais que eu tentasse me convencer que tudo estava ótimo eu não conseguia. Eu sentia saudade da nossa rotina, das nossas tarefas e de nossos cargos. Lá tínhamos ação o tempo todo, Lúcifer reinava em um trono negro e eu estava ao seu lado para guardá-lo e protegê-lo. E todas as vezes que eu vinha para a terra eu só pensava em como esse mundo é chato e entediante. E eu me vi sendo obrigada a vir morar nele sem data estabelecida para a volta. Meu mestre estava feliz, era o centro das atenções com uma grande e luxuosa boate no centro da cidade. Eu não podia competir com isso e também não podia desobedecer uma ordem dele. Por mais que eu quisesse, essa era minha realidade agora. E Miguel sabia muito bem disso e usou isso contra mim. Naquele momento eu senti um pequeno aperto no coração e me lembrei que eu também possuía um.

--- Diga de uma vez por todas, o que quer de mim? --- Perguntei com o olhar sem expressão.

--- Eu estou aqui tentando ajudar você, tentando fazer com que essa decisão tenha menos danos.

--- Não se preocupe com isso. Eu sou bem crescida e posso me cuidar sozinha. Não preciso da ajuda de ninguém para continuar.

--- Eu sei que te dói ficar longe de casa, você pode voltar, convença seu mestre para que ele volte e os estragos não serão maiores.

--- Tudo de trata disso, de voltar para o porão, de convencer meu mestre... Você tem que entender que não existe nenhuma possibilidade de você me convencer de ir embora. Mesmo que você use essa sua chantagem barata, tentando pesar no meu emocional... Você é uma comédia mesmo.

--- Não seja tola. --- Ele se aproximou ainda mais de mim, agora eu podia sentir sua respiração pesada e quente no meu rosto, seu perfume forte e cítrico invadiu meu nariz fazendo com que todo meu corpo ficasse arrepiado. Eu o olhei nos olhos e sorri maliciosamente, ele respondeu o sorriso com um brilho no olhar, o que era mais claro do que a luz da lua.

         Aquele homem que dizia ser santo, um arcanjo famoso por sua lealdade e cumplicidade agora estava sendo seduzido por uma súcubo.

---Porque você se preocupa tanto comigo?

--- Cassandra, eu ainda tenho esperança que você vá mudar de lado, ainda sinto que você ainda sente que pode ser do bem.

--- Não seja tolo você. Como que pode insistir em alguma coisa que não existe?

--- Você tenta negar para si mesma os seus verdadeiros sentimentos. Mas você tem que liberá-los. Sua saudade de casa é clara como a água. Quando você se lembra eu posso ver seus olhos se abrindo e ficando vulneráveis. Você sente muita saudade.

 --- Eu posso até sentir, mas meu lugar é ao lado de meu mestre. Se ele disser que vai invadir o paraíso eu devo estar aposta ao seu lado para fazer também, sem questionar e sem opinar. Eu sou a força e ele a cabeça pensante.

--- Você realmente acha que ele pensa dessa maneira? --- Ele me perguntou me encarando firmemente nos olhos.

         Eu era forte e bruta por fora, porém dentro de mim existia uma grande dúvida que sangra toda vez que eu me recordo que ela existe. Eu sinto duvidas sobre o amor e a relação que eu construí com Lúcifer. As vezes eu acho que Miguel tem toda razão, ele é egoísta e inconsequente como uma criança mimada querendo agradar o pai.

         Tirei esses pensamentos para fora da minha cabeça e me foquei no homem maravilhosamente delicioso que estava a minha frente. Eu coloquei minha outra mão em seu pescoço e lentamente com a ponta dos dedos massageei lentamente seu pescoço e olheira. Ele não recusou o carinho, pelo contrário, seus olhos brilharam novamente.

         Ali eu tive a certeza consumada que ele me desejava todo esse tempo, mas escondeu de todo mundo.

--- Você acha que o conhece bem, você é um tolo Miguel. Eu o conheço muito melhor que você porque eu sou sua cúmplice. Eu o entendo porque somos da mesma natureza, você deixa essa luz cegar seus olhos e acha que seu irmão é seu inimigo mortal... Nós poderíamos mostrar coisas incríveis para você, coisas que você jamais imaginaria ver e tocar...

p--- Suas propostas não são sedutoras a mim, eu sou um arcanjo e sempre serei fiel a minha luz. --- Ele rebateu com os olhos contraditórios, era como se ele mesmo quisesse se convencer de suas palavras.

--- Eu não consigo entender você... Sempre querendo ser o filho mais amado e o mais espetacular, querendo mostrar ao seu Pai que Lúcifer é uma criança mimada e que merece ser castigada. Por milhares de anos eu vi você disfarçando sua sede por vingança de justiça divina... Você não é mais puro e nem melhor que eu, você é tão sujo quanto. Nossa diferença é que eu reconheço quem eu sou e aceito ser quem sou... Você se mascara atrás de uma muralha de falsa moral...

--- Suas palavras são duras até demais... --- Ele se afastou um pouco de mim. --- Você me julga com muita convicção.

--- Eu não estou te julgando, Miguel. Estou apenas esclarecendo as coisas pra você, nós não somos os vilões, em nosso meio não existe os moçinhos, todos temos nossos momentos de bondade e de maldade na mesma intensidade...

--- Seu mestre arrasou as tropas celestiais, arrastou um terço dos anjos do céu para o inferno e conjurou os poderes de outra multidão. Você não sabe o que é ver Lúcifer em seu estado de fúria, eu podia ver a sede de sangue que ele sentia.

--- Eu já ouvi essa maldita história um milhão de vezes! Lúcifer não é o vilão, ele se rebelou contra um sistema falido, que só vocês, arcanjos não reparam. Ele é o filho mais velho, o mais inteligente e o mais importante, vocês não souberam lidar com o seu brilhantismo e obrigou ele a fazer o que fez...

--- Lúcifer sempre fora ganancioso e egoísta. Ele não aceitou a escolha do nosso pai... Ele queria chamar a atenção de todas as maneiras, e quando nosso pai finalmente criou a terra e os homens, ele não conseguiu aguentar... Aquelas criaturas eram tão frágeis e tinham tanto poder em suas mãos que ele não conseguiu suportar... Um humano é 10000 vezes mais sortudo que qualquer arcanjo, eles podem escolher quem serão e têm um certo prazo de vida. Eles morrem! Nós vivemos eternamente para ver guerras, mortes e tragédias dos mais variados tamanhos...

--- Não é assim que eu vejo essa história. Como pode um ser tão inferior como um humano ocupar o lugar de uma criatura brilhante como Lúcifer? Estava tudo errado e ele não concordou. Seu pai caiu em um sono que nunca mais acordou, e os boatos são de que ele não está mais deitado...

--- O que quer dizer com isso?

--- Quero dizer que seu pai desapareceu e que nunca mais vai voltar, quero dizer que o comando do céu está em suas mãos de vez.

            Ao pronunciar essas palavras percebi um tom de melancolia e tristeza na feição de Miguel. Não entendi no primeiro instante, todos sabiam que o general era o comandante do paraíso e eu sabia quanto Miguel queria e se orgulhava de ter esse posto.

            Ele ainda me encarava com os olhos estranhos e distantes, como se tivesse se lembrando de alguma coisa que o marcou em um passado, tive a sensação de que alguma coisa havia acontecido em relação ao seu reinado.

--- O que houve? --- Perguntei.

            Ele respirou fundo e desviou o olhar, aí eu percebi que havia acontecido realmente alguma coisa grave em relação ao seu comando. Miguel era fechado e não ia abrir o jogo comigo logo de primeira, eu teria que conquistá-lo para que ele dissesse o que havia acontecido em um passado talvez distante.

--- Você pergunta demais. --- Ele me respondeu com a voz dura como um trovão.

--- Você mudou completamente depois que eu falei sobre seu reinado, as coisas não estão correndo como você planejava?

            Ele pensou algumas vezes antes de me responder e só pela sua feição eu entendi que o papo seria um pouco doloroso para ele. Logo imaginei que ele estava com problemas sérios, mais problemas do que ele ousou nos contar. Talvez ele soubesse a reação de seu irmão, se fosse algo muito ruim, lúcifer ia dar risada na cara dele e dizer que foi bem feito. E chutar cachorro morto não era muito a minha praia.

--- Você não sabe um terço do que eu já vivi. --- Ele rebateu com raiva dessa vez.

--- E você não sabe um terço do que eu já passei, todos tivemos problemas seriíssimos e ficar fazendo competição de problemas não nos deixa melhor.

--- Não sou mais o rei daqueles domínios.