Flávia narrando...
Mandei mensagem para o Igor, mas ele está estranho, vago, e me deixa sempre no vácuo.
Isso me irrita profundamente, e por esse motivo, chamei minha querida amiga para comer brigadeiro em casa.
Quando meu expediente acabou, eu e ela nos encontramos em frente a minha casa.
Abri a porta e já fomos direto para a cozinha preparar algo.
Temos que comer comida de sal para nos sustentar e depois morrer com doce.
Que bad.
Sou mais eu, socorro, não posso ficar assim por causa de macho que tranza comigo não.
- Tudo bem aí Fla? - perguntou a So.
- Uhum, e com você?
- Tô legal. - ela deu de ombros.
Pelo visto nós duas não estamos muito bem hoje.
- O Igor foi trabalhar hoje? - perguntei visivelmente curiosa.
- Sim, ele foi.
- Ah. - murmurei.
- Mas ele estava estranho, definitivamente algo está errado com ele amiga. - ela me abraçou.
- Também acho, mas ele não conversa comigo. - foi minha vez de dar de ombros.
Não posso fazer nada, eu tentei conversar, ele não quis, então ele que vá tomar onde ele quiser.
Que inferno.
Fizemos batata frita e arroz, fomos para a sala e colocamos o filme Se Eu Ficar.
Esse é para chorar muito.
O filme começou e eu logo deixei as lágrimas caírem sem impedimento.
Apesar de a minha família ser chata comigo e não aceitar meu jeito de ser muito bem, sinto falta deles.
Meus pais, meus queridos e chatos pais, que falta fazem em minha vida.
- Flávia, você realmente está bem? - Sofia ficou preocupada.
- Estou sim, é só a saudade mesmo. - dei um sorriso fraco.
Terminamos de comer e pausamos o DvD.
Voltamos para a cozinha e lavamos toda a louça suja que estava na pia.
Depois secamos elas e guardamos no armário.
- Não tô afim de fazer brigadeiro agora, vai demorar muito para esfriar. - resmunguei.
- Vai mesmo. - ela gargalhou.
- Tenho brigadeiro comprado só para enrolar, pode ser? - perguntei.
- Pode. - ela respondeu já indo até a direção da geladeira.
Ela pegou o pote e colocou em cima da mesa, já aproveitei e peguei uma colher e enfiei na boca.
- Eiiiii, assim não dá. - ela fez cara de brava.
- Nem quero mais enrolar, vamos comer assim mesmo. Tem sorvete também. - nossos olhinhos brilharam de felicidade.
Pegamos todos os doces e voltamos para o filme.
A Mia no hospital, o Adam doido, isso sim é uma relação bonita de se ver.
Queria um amor assim, só queria mesmo.
Duvido que exista.
A primeira vez deles, ah que fofo, eles falam sobre música e acabam na cama, eu na minha primeira vez só senti dor.
Para começar o cara foi um filho da puta e nem sabia em qual buraco meter, e quando acertou, só me machucou mesmo.
Até sangrei.
E não senti nada desse prazer indescritível e blábláblá.
Fiquei morrendo de medo de tranzar novamente, mas quando fiz foi com uma pessoa experiente, e dessa fez eu pude aproveitar.
Ficamos devorando os doces enquanto o filme passava, e a cada cena triste, eu e ela chorava juntas igual criança quando perde a chupeta.
- Migaaa, ela vai morrer agora que o irmão não a prende mais, e o gostoso do Adam vai ficar sozinhoooo. - a Sofia soluçou alto.
- Alguém traz ele para minha casa, ele não pode ficar sem babá. - chorei e ri junto.
Nada como duas trouxas em um mesmo lugar para melhorar tudo.
Subitamente tudo desligou.
- Socorrroooooo. - eu e ela gritamos juntas.
Peguei meu celular que estava ao meu lado e acendi a lanterna.
Nesse momento, alguém _ou alguma coisa_ bateu na porta.
Isso está parecendo filme de terror.
Nossa Senhora das Putas Virgens, cuida de mim e da minha amiga, amém.
Fui de ponta de pé até lá e abri.
Dei de cara com meu vizinho bonito, e ele estava brincando com uma mecha do seu cabelo e sorrindo.
- Tudo bem meninas? Estava no meu quarto e ouvi um pedido de socorro, precisam de ajuda? - ele perguntou preocupado.
- Não, só... nos... assustamos quando a energia acabou. - fiquei envergonhada.
O som doce da sua risada preencheu o ar, e logo o furacão de cabelos castanhos se jogou nos braços dele.
- Eu tenho medo de escuro. - ela apertou ainda mais ele.
Sorri internamente, até algum tempo atrás ela estava chorando, e agora já está se preparando para pegar um boy.
- Posso dormir aqui com vocês hoje? - ele pediu descaradamente.
- Claro, temos medo de ficar sozinha quando tudo está negro. O quarto de hóspedes está vazio, pode ficar lá se quiser. - ajudei a So.
Ele a pegou no colo e os dois subiram, me deixando sozinha para arrumar toda a bagunça.
Desgraçados do tártaro.
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