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História O mínimo para amar. - I


Escrita por: netfeellix

Notas do Autor


Oie pessoal.
Boa leitura pessoal.

Capítulo 1 - I


Cada hora que eu erguia os olhos do meu, maravilhoso, livro e te via correr para todos os lados como uma formiga operaria em um formigueiro em caos, eu me perguntava o que eu tinha na cabeça. Porque gostar de alguém como você? Você nem mesmo se parece comigo, correndo de um lado a outro nem mesmo sabe que eu existo e eu sempre estou aqui, no mesmo banco, da mesma pracinha, em frente ao seu prédio, e eu não sabia disso porque era um perseguidor nem nada, eu só sabia disso porquê era perto do meu prédio também é por ironia do destino nossos andares eram os mesmos. Quando você passava por mim, inúmeras vezes, com inúmeros copos de café e sempre me deixava o mesmo "bom dia" que fazia meu coração disparar, mas que eu era incapaz, por pura vergonha, de responder ele passava seguia seu caminho.

Eu o via em todos os momentos e namorava-o de longe. Quando passava em sua sala tomando sua caneca enorme, do que eu achava e tinha quase certeza, ser café. Quando dava festas e parecia tão feliz enquanto dançava.

No meu sofá do outro lado da rua, eu ensaiava inúmeras situações para chegar em você, responder seu bom dia, reclamar para sair, qualquer coisa que me deixasse mais perto de você.

As vezes eu me lembrava de quando estudamos juntos, claro pensou que eu era um louco atrás de um amor não correspondido, nada disso, estudamos juntos.

A muitos anos atrás estudamos juntos, eu ficava no fundo da sala e ele, ah ele era o mais popular de toda a escola. Naquela época eu me apaixonei por ele, nunca consegui falar, conseguia somente mandar alguns bilhetes anônimos que ele nunca desconfiou que fosse eu. Imbecil, Park Jinyoung. Deveria ter dito a ele quando teve a chance, deveria ter dito do seu amor e não ficar se contentando por ele pelo menos respirar o mesmo ar que você.

Não percebi quando ele parou em sua janela e ficou me encarando e corri para dentro quando ele me deu "oi", o que eu estava fazendo? Era a minha chance de dar "oi".

Na manhã seguinte acordei relativamente cedo e desci para pegar minhas cartas, estava nevando e ao mesmo momento em que alguém entrou eu te vi sentado nos degraus. Não parecia bem e mesmo que eu disse ficar bem doente por fazer isso eu corri para fora e fiquei inerte a sua frente. Você, claro, não me viu mas estava chorando e estava tão frio que parecia que suas lágrimas iram congelar em seu rosto. Eu não sabia o que fazer. Mas eu tinha que fazer e tinha que fazer logo.

- O que está fazendo aqui, vai ficar doente.

Acordei do meu transe e você estava em pé na minha frente, me cobrindo com seu casaco.

- Eu... Eu... Você... Chorando.

- Shh... Vamos subir, você precisa de chá Jinyoung.

Enquanto subiamos as escadas eu me sentia quase em coma, voe sabia o meu nome, quer dizer, lembrava de mim? Depois de todos esses anos?

Assim que entramos em seu apartamento eu me vi do outro lado do espelho, ao invés de observar como seria eu estava vivenciando e isso não tinha explicação.

Eu me sentei em seu sofá, via suas fotos, algumas sozinhos, com amigos e algumas que eu preferia não ficar encarando e fiquei te observando fazer um chá.

- Pronto, aqui está. Cuidado, está quente.

- Como lembra de mim?

- O que? Ah, como eu sei seu nome?

- Sim.

- Eu só, te conheço.

Passar a tarde em sua casa foi quase memorável, eu queria tanto ter aberto a boca e ter gritado para ele, "eu te amo", mas eu não conseguia e apenas olhar apaixonado para ele quando estava de costas, não iria fazê-lo entender, até porquê ele iria se casar. Sua aliança parecia atirar em mim todas as vezes que eu olhava para sua mão.

- Acho que, eu tenho que ir.

Deixei a caneca em cima de sua mesinha de centro e me levantei. Estava quase na porta quando ouvi sua voz.

- Jinyoung... Eu só preciso que diga.

- O que? Como assim?

- Esquece.

Eu fui embora, querendo muito ficar. Desci as escadas e só quando sai do seu prédio percebi que ainda estava com seu casaco, mas de jeito nenhum eu iria voltar lá para entregar.

Subi as escadas do jeito mais triste que meu corpo deixava. Naquela tarde eu dormi, me sentindo mal. Eu nunca nem soube o que havia deixado Jackson daquele jeito, se bem que eu achava ser briga de casal.

Na manhã seguinte eu desci, no mesmo horário, com meu livro esperando o vê-lo, naquela manhã ele não estava lá, senti falta de vê-lo correndo pelas ruas parecendo uma formiguinha com seu enorme copo de café e senti falta do seu bom dia. Fiquei tempo demais do lado de fora, esperando por alguém que não veio e eu sabia porque, porque eu fui idiota.

Voltei para meu apartamento e me sentei em frente a janela, ele não estava lá, não que eu pudesse vê-lo pelo menos.

Eu me sentia mau, eu queria ir até lá falar alguma coisa, e infelizmente eu não podia, ou melhor, eu não tinha força para ir.

******

Um mês havia se passado e todos os dias eu ainda descia para a mesma praça, com o mesmo livro e esperava o bom dia que nunca chegou.

As coisas para mim haviam mudado, eu nunca havia esquecido Jackson, de jeito nenhum, na verdade todos os dias quando eu passava pela minha sala eu olhava para sua casa e ele não estava alí. Suspirava derrotado e voltava aos meus afazeres.

O trabalho em um escritório não era tão calmo como poderia parecer, na verdade era estressante demais, ao ponto de todos os dias eu pensar em sumir, claro que as contas em cima da mesa de casa não me fazia desistir e também a esperança de que Jackie, apelido que eu mesmo havia lhe dado em meu pensamento, fosse voltar para casa e para mim, figurativamente, me fazia ficar.

Foi em um dia em que eu estava esgotado, voltava para casa depois de um dia horrível de trabalho, quer dizer talvez houvesse sido mais horrível para outra pessoa. Jackson estava no meio da chuva, procurava algo que eu julguei ser sua chave, a chuva caia densa sobre sua cabeça. Embaixo do meu guarda-chuva eu tentava tomar coragem de ir até ele. Demorou mas logo eu estava em sua frente, cobri seu corpo com o guarda-chuva e ele me olhou. Seus olhos estavam vermelhos.

- O que houve?

- O que está fazendo aqui? Sai da chuva e vai para casa.

- Não sem você.

- Eu estou bem.

- Na chuva e sem a chave?

- Touché.

Jackson me seguiu e foi a vez dele de atravessar o espelho.

- Eu te prepararia um café, mas aqui eu só tenho chá.

- Tudo bem. Eu aceito chá, Jinyoung.

Ouvi-lo falar meu nome era bom, quer dizer, meu coração disparava e minhas mãos ficavam úmidas, sempre que ele me olhava ou sempre que falava meu nome.

- Deveria ir tomar um banho enquanto a água esquenta.

- Eu aceito, ou então vou molhar todos os seus móveis.

Jackie foi tomar um banho e eu fiquei observando a ebulição da água, como se fosse a melhor coisa e mais divertida do mundo.

- Vai acabar perdendo o cabelo no fogo.

Me assustei.

- A água está quase boa.

- A do chuveiro estava ótima.

Sorri, sem graça e assim que a água ferveu, preparei um chá para ele.

- Parece que seu dia foi difícil, perdeu a chave de casa.

- Muitas coisas aconteceram, as pessoas no meu trabalho estou me deixando louco. Oa preparativos do casamento estão atrasados e eu briguei com o Mark. Tudo que me faltava mesmo era perder a chave e ficar na chuva. Você me salvou.

Devo ter ficado vermelho como um pimentão já que ele começou a rir.

Naquela noite nós conversamos sobre os tempos passados, ele disse que se lembrava de mim de quando estudamos juntos. Naquele momento eu quase desmaiei, ele lembrava de mim. Sempre se lembrou de mim? Eu realmente iria desmaiar.

- Acho que está tarde. Eu tenho que ir.

Jackson já estava na porta.

- Por favor, não vai.

- Porque não?

- Por... É...

- Boa noite, Park.

Jackson se debruçou sobre mim e por um segundo eu pensei que ele iria me beijar,mesmo que fosse errado. Era tudo que eu queria, meu corpo ansiava por aquilo, mas só um beijo na bochecha aconteceu, ele sorriu e desceu. Da janela eu fiquei o assistindo chamar o síndico e enfim entrar em seu prédio. Não demorou muito para ele estar me dando tchau de sua janela.

****

O apartamento da frente estava se esvaziando, e eu estava entrando em desespero. Jackie estava indo embora e eu não sabia o que fazer. Todas as minhas células estavam entrando em choque, eu andava na sala de um lado para o outro enquanto homens levavam os móveis do apartamento dele, e mesmo que eu quisesse fazer algo, meu medo e meu receio de não conseguir dizer, não conseguir provar para Jackie que ele poderia ficar, me fez continuar nervoso dentro do meu próprio mundo.

Naquele dia, eu trabalhei triste, voltei para casa triste, tomei um chá triste e fui dormir triste também.

*******

A casa de Jackson estava vazia, antes da última olhada e secar uma última lágrima, antes mesmo de pegar minhas coisas sobre a mesa e seguir para mais um dia de trabalho eu sussurrei, mais para mim do que para qualquer outro ser vivo na Terra.

- Jackson, eu amo você.

E aquele foi o estalo que eu precisei. Um passo enorme de coragem, eu peguei a chave do carro velho e desci, eu sabia muito bem aonde Jackson estaria e o que faria e eu não podia deixar isso acontecer.

Eu desisti de tudo para ir atrás dele, sabia que se eu não aparecesse no trabalho eu seria demitido, mas se eu não fosse para o casamento Jackson ia se casar e eu nunca teria a chance de dizer que o amo. Pisei fundo no acelerador e segui para Busan, onde seria o casamento.

Minhas mãos já estavam suadas é minha cabeça tonta em pensar no que eu iria falar e como eu iria chegar até ele. Assim que parei em frente a capela, meu corpo todo gelou. Que Deus me perdoasse pelo que eu iria fazer.

Desci do carro afrouxando a gravata e sendo banhado pela chuva que caía na cidade. Entro pela porta dos fundos, ninguém tinha que saber o que eu estava indo fazer ali.

Entrei com todo o cuidado do mundo abri e fechei portas esperando encontrá-lo é uma hora, eu encontrei. Ele não estava sozinho. Mark dizia algo para ele e após beijar sua testa ele saiu do pequeno quarto. Quando Mark sumiu no corredor eu entrei trancando a porta atrás de mim. Jackson estava lindo, seus cabelos pretos penteados para trás, seu smoking branco contrastando com a lapela preta que ele usava. Meu ar saiu dos pulmões mil vezes antes que eu conseguisse falar.

- Jinyoung. O que está fazendo aqui?

- Eu tinha que vir. Eu tenho que te falar uma coisa.

Ele se aproximou de mim, olhando fixo nos meus olhos.

- Pode falar.

- Eu... Jackie, eu te amo - disse de olhos fechados - desde a época de escola, por todos esses anos eu te amei, nunca consegui dizer com palavras e tentava me expressar em gestos que não era compreendidos. Eu sempre fui seu e quando descobri que éramos vizinhos, eu ia todas as manhãs para a mesma praça onde passa só para ouvir o seu "bom dia" e tudo que eu fiz, foi por amor. E eu precisava falar isso, estou engasgado a anos, e eu te amo Jackie e não sei se sua felicidade está comigo. Eu não queria vir até aqui e bagunçar seu casamento com o Mark, mas eu não podia passar toda a minha vida pensando que eu não tentei.

Quando abri os olhos Jackson sorria e limpava algumas lágrimas que caiam de seus olhos, ele me abraçou jogando longe sua aliança.

- Eu nunca quis estar com Mark. Eu o amei a muito tempo, mas eu não quero passar o resto da minha vida com ele, e duvido que ele queria passar a vida dele comigo. Eu te amo Jinyoung e eu quero ficar para sempre com você.

Jackson me beijou e eu senti meu corpo todo entrar em combustão, eu esperei anos da minha vida por isso, e agora estava finalmente acontecendo.

****

O apartamento ainda estava vazio e olhar para lá era como olhar para um espelho quedado e sujo, minha cabeça de chá estava quase no fim e eu pensava no último ano e em tudo que aconteceu. Lembrava da noite do casamento e como eu imprudente fiz o que fiz, e lembrava também de que havia feito a coisa certa.

Assim que meu chá acabou, eu o deixei em cima da mesinha de centro e me sentei no sofá. Ouvi o barulho da porta e sorri abertamente sem tirar os olhos da janela e logo Jackson estava ao meu lado, com sua cabeça em meu ombro.

- O que está olhando lá?

Ele disse entrelaçando nossos dedos.

- Lembranças, não dá para negar, aquele apartamento trás lembranças.

- Sim, ele trás, algumas boas outras nem tanto. Mas agora temos que criar memórias aqui.

Eu sorri e olhei para ele, sem beijar nem nada, apenas olhar suas feições bonitas.

- O que está fazendo?

- Estou te amando.



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