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História O Mistério de Anastasia ( Versão não revisada ) - O estranho professor e o trasgo montanhês


Escrita por: bellinha18

Notas do Autor


https://www.spiritfanfiction.com/historia/o-misterio-de-anastasia-19733002

Link da versão revisada da história. Não irei mais revisa-la aqui. Esse foi o último capítulo revisado.

Capítulo 10 - O estranho professor e o trasgo montanhês


Fanfic / Fanfiction O Mistério de Anastasia ( Versão não revisada ) - O estranho professor e o trasgo montanhês

 Setembro e Outubro passaram voando.


 No pouco tempo que esteve em Hogwarts ela já havia conquistado o respeito e admiração de alunos e professores. Não tinha nenhum amigo, ela certamente não queria aquilo. Continuava reservada, respondia apenas quando os professores lhe faziam perguntas e ignorava os seus colegas. 


 Quer dizer, ela tentava ignorar.


 As pessoas tentavam se aproximar dela mas rapidamente desistiam devido a sua indiferença. O único que não desistia era Malfoy. Sempre estava em cada escada que ela subia ou em cada corredor que ela andava. 


 Era sufocante. Ele parecia ser sua sombra.


 Desviava dele o máximo que podia com: " Estou ocupada " ou " Estou atrasada " isso quando ela apenas passava por ele o ignorando completamente.


 Mas Deus, ele não parava de perseguí-la! 


" Homem esse é o problema. Homem. Raça nojenta que não parece perceber quando estão sendo invasivos e inconvenientes, ou fingem, porquê não é possível "


 Para tentar espairecer de seu estresse ela foi para o Lago Negro.



 Ela deu um impulso para cima e se agarrou no tronco, com mais um impulso ela conseguiu se sentar entre os galhos.


 Aquilo era quase como um dom divino que nascerá junto com ela. Ela possuía uma habilidade formidável de subir em árvores, era natural dela. Havia sido um hábito dela quando ainda era jovem, sempre subia em árvores e apenas descia de lá quando a ordem partia de seu pai.


 Ela retirou o maço de dentro de suas vestes e veio junto o seu isqueiro de prata. Ah, como ela amava aquilo.


 Colocou o cigarro entre seus lábios macios e rosados e o acendeu com o auxílio do isqueiro. Deu a primeira tragada e se jogou preguiçosamente para trás.


 Maravilhoso.


 A nicotina era tão importante para ela quanto respirar.


 Acabou com o primeiro cigarro em menos de dois minutos, já estava partindo para o próximo quando.


— Anastasia?


 Era Malfoy.


 Ela levou um susto pelo aparecimento repentino do garoto e deixou tanto o maço de cigarros quanto o isqueiro de prata caírem de suas mãos direto para o chão a frente das pontas dos sapatos do Slytherin.


— O que é isso? — O loiro perguntou franzindo o cenho enquanto se levantava após pegar tanto o maço quanto o isqueiro. Anastasia deu um salto da árvore caindo em pé a frente dele, dessa vez ela o assustando e o fazendo gritar.


— Não te interessa! — Exclamou ríspida arrancando o maço e o isqueiro da mão dele e os guardando nas vestes.


— Bom dia, raio de sol. — Oh, céus. Aquilo não. O garoto havia começado a chamá-la e se referir a ela daquela maneira. Era bastante irônico, aquele era um de seus mais famosos apelidos de quando ela era criança, dado a ela por conta de seu antigo espírito ensolarado. Era algo especial e bastante íntimo para ela. Algo que não deveria se manchar pelas palavras de Draco Malfoy.


— Não me chame assim, menino. Nós não somos amigos e muito menos temos intimidade. Para você é senhorita Petrov ou apenas Petrov.


— Você pode me chamar de Draco. Nós podemos ser amigos.


— Isso está fora de cogitação. — Ela recuou um passo para ir embora. — Lembre-se que para você é Petrov.


 Ele agarrou o seu pulso a obrigando a ficar.


— Acho que se você matar ele afogado no lago ninguém vai saber. — Iris sugeriu.


— Acho que eu poderia cogitar essa idéia. — Respondeu a ela enquanto fuzilava o garoto com o olhar.


— Sabe por que eu te chamo de raio de sol? — Ela arqueou a sobrancelha. — Porquê eu acho que você brilha mais do que tudo nesse mundo.


— Se eu tivesse que dar uma nota seria dó. — Disse Iris.


— Posso fazer uma coisa? — Ele pergunta.


— Não.


 Derrepente ele faz um bico e fecha os olhos com força e tenta se aproximar dos lábios dela que coloca sua mão na frente e empurra a cara dele com força fazendo com que ele a soltasse. 


— Atrapalho algo? — Os músculos de Anastasia tornaram-se tensos ao som daquela voz fria e arrastada que ela vinha escutando toda semana nos últimos dois meses durante a aula de poções.


— Não. — Respondeu de maneira simples. — Com licença, professor. Está na hora da aula de Defesa Contra a Arte das Trevas. 


— O Malfoy gosta de você. — Iris provocou.


— Mas eu não, nenhum pouco. E depois de hoje menos ainda.



 Nem mesmo suas aulas de etiquetas haviam sido tão entediantes quanto era a aula de DCAT do professor Quirinus Quirrell. A sala possuía um cheiro insuportável de alho que chegava a queimar as narinas dos estudantes, a matéria era entediante comparada às aulas de Transfiguração, Feitiços ou Poções. 


 Mas o pior de tudo era a insistente gagueira do professor. Parecia um maldito tick nervoso, ela pensava.


 Alguns alunos mais observadores como Draco Malfoy e Hermione Granger, que também não gostavam nenhum pouco da gagueira do professor, perceberam que apenas mais constante do que os tropeços dele nas palavras eram os olhares que ele lançava a Anastasia que parecia não notar por estar ocupada demais revirando os olhos em intervalos de segundos. 


 Demorou, mas finalmente a aula acabou.


 O sino bateu, ressoando por toda a escola, indicando que a aula havia acabado.


 Todos os alunos saíram mais do que depressa da sala de DCAT, o cheiro de alho presente no ambiente era insuportável. Sobrou ali apenas Anastasia que terminava de escrever uma anotação, foi quando o professor Quirrell abaixou-se a sua frente.


— E como vai você? — Um sorriso bobo estava estampado em seu rosto. Anastasia franziu fortemente o cenho e o encarou com indiferença.


— Bem, mas isso não é da sua conta.


 Ela fechou o caderno com força, Quirrell sobressaltou-se e caiu sentado no chão, desnorteado.


 

Era a hora do almoço e Anastasia estava atrasada.


Certo, ela não estava atrasada. Ela nunca estava atrasada. O caso era que ela não queria ir. Mas estava indo por conta da insistência.


Da fome? Não, não insistência da fome.


Estava indo por causa da insistência de Iris.


— Continua andando e sem reclamar, está me ouvindo? — A cobra lhe dizia em um forte tom autoritário e mandão.


— Mas eu não quero ir!


— Eu não estou nem ai. Você já faltou ao café e ainda por cima fica entupindo o seu corpo com essas porcarias de cigarros.


— Não quero ter de suportar a presença dessas crianças insuportáveis, de Malfoy e agora até de Quirrell mais do que o necessário.


— Eu não me importo com eles. Me importo com você e com a sua saúde.


— Oh, Deus. Que bonitinha a minha zelosa e chata cobrinha.


 Anastasia adentrou o salão ganhando a atenção de todos como sempre. Revirou os olhos e andou a passos firmes pelo corredor central. Quando estava na metade do caminho sentiu alguém puxando seu braço. Ela estreitou os olhos perigosamente com tamanha audácia de quem quer que fosse por tocá-la, porém assim que viu quem era sentiu-se desconcertada como muitas poucas vezes ficava.


— Nós não tivemos a chance de nos apresentarmos. Eu sou Harry. Harry Potter e é um prazer.


 Harry tinha um sorriso sincero em seu rosto e a mão erguida no ar na certeza de que ela a apertaria. Fazia dois meses desde que havia a conhecido, mas nunca havia falado com ela, apenas a admirava de longe como tantos outros. Em um momento de coragem ele pensou ser adequado e oportuno cumprimentá-la, pois supunha que ela não o ignoraria na frente de toda a escola.


— Eu não posso dizer o mesmo, Potter. — Cuspiu com frieza ignorando o cumprimento e recusando o aperto de mão.


 Anastasia apenas queria sair dali. Sair para bem longe dos olhares de todos e no mesmo instante em que cogitou essa idéia.


— VOCÊ NEM SE ATREVA A SAIR DESSE SALÃO! Senta e come, agora.


 Anastasia bufou e foi se sentar no lugar vago mais próximo deixando Potter plantado no meio do corredor ainda com a mão estendida ao ar, esperando um aperto de mão que nunca viria.


 Draco se sentiu vingado.


 Anastasia comia com tédio e inquieta por ver e ouvir olhares e cochicos que eram dirigidos a ela sobre o episódio de minutos atrás. Ah, como ela se arrependida de ter aceitado aquela vaga. Deveria ter apanhado suas coisas e ter sumido no mundo outra vez.


 Seus pensamentos apenas foram interrompidos quando uma coruja negra entrou voando no salão e parou a sua frente, no bico da ave havia uma carta.


 Anastasia tirou o papel do bico do animal e lhe jogou um pedaço de qualquer coisa. Ela abriu a carta para encontrar uma curta mensagem.


Meu amado Raio de Sol


Estou lhe vendo


 Ela se levantou em uma velocidade absurda, seu estômago se revirou violentamente e ela pode sentir a bile subir em sua garganta. Afastou-se da mesa com seu almoço deixado mais do que pela metade no prato e saiu do salão principal.



 Como ela não estava raciocinando direito, nem ao menos cogitou a idéia de ir para a Torre da Gryffindor, apenas entrou na primeira porta que avistou. Era o banheiro feminino.


— Anastasia, o que foi isso? De quem é essa carta?


— Não sei. — Sussurrou enquanto levantava o papel para o seu campo de visão, estava parcialmente amassado por conta da força com que ela segurava. — Não tem assinatura, não conheço essa letra.


— Por que então você está tão abatida?


— Francamente, Iris! Olha essa mensagem " estou lhe vendo ". Isso não parece medonho o suficiente para você?


— ... Não. Olha, sinceramente eu acredito que foi o Malfoy. Sabe... Meloso e inconveniente com as palavras, faz bem o tipo dele.


— Ah, eu não sei. — Disse se afastando da porta e começando a andar pelo banheiro esfregando às mãos no rosto em sinal de cansaço. — Apenas quero tempo e espaço para descansar de todos os cochichos e olhares. — Disse enquanto entrava em uma cabine, ela fechou a porta e lançou um feitiço de limpeza no pequeno cubículo e se sentou no chão.


— Vai dormir aqui, sério? 


— Já dormi em lugares piores, você sabe.


— E como eu sei. — Seu tom caía muito bem com uma revirada de olhos.


— Eu só preciso descansar. 



 Anastasia acordou muitas horas depois com o irritante som de soluços e choramingos. Ela bocejou e se levantou, saiu da cabine se espreguiçando.


— Meu Deus, chora como um bezzero desmamado.


 Em sua mente ela pode ouvir Iris também bocejar.


— Já está há hora da janta


 Anastasia torceu o nariz em desgosto. Era 31 de Outubro, noite de Halloween. Se os boatos que ela ouvira fossem verdadeiros naquela noite às mesas do salão principal estariam mais entupidas de doces do que nos dias normais, algo que não a atraía como atraía a aquelas crianças sedentas por açúcar.


— Não há jantar, apenas porcarias que renderão uma visita dolorosa ao dentista.


— Algumas porcarias valem à pena. Você, por exemplo. — Disse Iris provocando.


— Hahaha, muito engraçada. Mas agora quem é a alma sofrida que está se debulhando em lágrimas...


 No instante seguinte, Hermione Granger saiu da cabine em que Anastasia estava parada de frente. A castanha estava enxugando os olhos e quando ergueu seu olhar para a loira seus olhos estavam inchados e muito vermelhos. 


 Elas se encararam por poucos segundos até que Hermione levantou seu olhar, Anastasia observou atentamente a tristeza deles se apagar dando lugar ao medo.


— O que foi, Granger?


 Tudo ao redor de Anastasia se escureceu. Uma grande sombra cobria ela e uma parte do banheiro.


 Ela se virou lentamente para se deparar com um gigante trasgo montanhês adulto.


 Tudo aconteceu muito rápido. Granger foi para um lado e Anastasia para o outro, a primeira para debaixo das cabines e a outra para debaixo das pias. A loira tateou furiosamente suas vestes em busca de sua varinha, ela não foi mais rápida do que o trasgo destruíndo as cabines com seu grande bastão, fazendo a menina Granger berrar de medo.


 O monstro voltou-se para Anastasia e bateu com seu bastão no mármore das pias transformando-as em pedaços assim como a madeira das cabines.


— HERMIONE! — Potter e Weasley chegaram ao banheiro em busca da menina, determinados a salvá-la, mas quem acabou salvando as três crianças do Trasgo foi Anastasia quando finalmente alcançou, empunhou e proferiu furiosamente com sua varinha 


— Desmaius.


 O Trasgo imediatamente perdeu os sentidos e caiu com um baque estrondoso no chão, fazendo com que todo o banheiro estremecesse. 


— É cada uma que me acontece. — Resmungou Anastasia furiosa enquanto se levantava debaixo do que restou das pias.


 Ela bateu despreocupadamente em suas vestes no intuito de afastar qualquer sinal de sujeira ou amassado.


 No segundo seguinte chegaram ao banheiro os professores Quirrell, Snape e a professora Mcgonagall.


— Ah, minha nossa! — Exclamou a vice-diretora assustada ao ver o estado do banheiro do trasgo e a presença de seus quatro leões ali. — Eu exigo que se expliquem os quatro. — Ordenou autoritária.


— Eu fui procurar o trasgo... — Hermione tomou a frente.


— Mantenha-se quieta, fedelha mentirosa! — Anastasia intorrempeu de maneira brusca, indignada pela ousadia da garota. — Você não tem maturidade, sequer capacidade para enfrentar um trasgo montanhês adulto. O caso é, professora Mcgonagall, nós duas estávamos aqui, até que essa criatura invadiu o banheiro, e teria matado os três, — Referiu-se às crianças — se eu não tivesse agido o deixando inconsciente com um Desmaius. Essa é a verdade.


— Bem, eu apenas posso dizer que foi muita sorte de vocês e muita coragem da sua parte, senhorita Petrov. — Anastasia assentiu. — Eu deveria descontar pontos de vocês mas eu concedo dez pontos para a senhorita Petrov por ter de maneira inteligente e corajosa incapacitado o trasgo e por ter salvado a vida de seus colegas e mais cinco pontos por contar a verdade. Agora, vão para a cama.


 Anastasia foi a primeira a sair dali, mas ela parou abruptamente quando sentiu que alguém estava lhe observando. Ela se virou se deparando apenas com Quirrell e Snape ainda parados na porta do banheiro e de costas para ela.


 Balançou a cabeça afastando os pensamentos que lhe atormentavam e foi em direção ao caminho da Torre da Gryffindor em busca de um sono tranquilo e despreocupado em sua cama.


 Mas nem o tranquilo e nem o despreocupado viriam enquanto sua mente era tomada por pensamentos desgastantes, angustiantes e cansativos.


 Estava inquieta e muito pensativa sobre a estranha mensagem daquela carta.


 Estou lhe vendo.



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