História O Mistério de Anastasia ( Versão não revisada ) - Adrenalina

  Mesmo que confusa, mesmo que magoada, mesmo relutante...ela abriu aquela carta 

Meu raio de sol 

  Sei que os erros foram grandes, imperdoáveis. Nesses últimos dias a minha maior desgraça está sendo a saudade 

Não consigo dormir sabendo da sua tristeza e desapontamento. Estamos perto de completar 52 anos de casados, como o tempo passou

Pela minha ignorância não ficamos nem ao menos cinco anos juntos, não sabe como eu me arrependo de ter lhe feito sofrer, de ter lhe deixado ir...

Eu te conhecei como a verdadeira, Anastasia. Uma menina, assustada e sozinha não a dama de gelo, poderosa e cruel

Como eu te transformei...

Por mas que você negue, você sabe que eu te amo, bem lá no fundo você sabe. Da mesma maneira que você sabe que me ama

Não, não adianta negar. Você sabe que é verdade 

"O amor é como uma corrente que nos prende 

Tão podre quanto o nosso caráter

Tão velha quanto a nossa paixão

Tão única quanto a escuridão"

  Tom M. Riddle 

    A loira suspirou após terminar de ler em voz alta

-Nossa...ele é culto.-disse a cobra

-Tão profundo que achei petróleo.-zombou a loira com um sorriso de canto.-Achei bonito, ele sempre teve um jeito de me fazer suspirar.-ela riu sem humor e se levantou se dirigindo a lareira

-Pensei que tivesse gostado da carta.-disse a cobra rastejando até ela

-E quando eu morrer ? Essas cartas vão se perder, estou fazendo a mesma coisa que a minha mãe fez quando a revolução estourou...ela queimou todas as cartas da rainha Vitória, para que ninguém jamais as tesse

-É muito triste nos desfazermos de coisas que gostamos por conta dos outros

   A loira colocou a ponta da carta sobre o fogo, então ela a soltou, a deixando queimar

-Não sabe como...

    Foram segundos de silêncio, as duas apenas observando o fogo consumir a carta, logo a destruindo...como se jamais tivesse existido 

-O meu destino será o mesmo dessa carta quando eu morrer.-esse foi o pensamento de , Anastasia 

-E agora...-ela olhou a cobra.-Oque vai fazer ?

-Responde-lo.-disse se levantando e se sentando a frente de uma escrivaninha

   Quando a tinta teve contato com o pergaminho ela respirou fundo 

 

   Ele não sabia se havia sido mesmo uma boa ideia, escrever aquela carta. Ele estava confuso ? Sim. Desesperado ? Ele era dramático. Ele a amava ? Mas do que a si mesmo

-Está feito, Tom.-começou a cobra que observava ele andar de um lado para o outro.-O pior que pode acontecer é ela não te responder

-Nagini, eu não estou brincando.-ele disse parando de andar

-Muito menos eu

    De repente o barulho de bicadas é ouvido na janela, os dois se viraram rapidamente, ele a passos rápidos foi até lá, quando abriu pode contemplar a bela fênix, ele pegou a carta e sorriu o pássaro bicou-lhe o dedo e ele fez uma careta de desgosto, fechou a janela na cara da ave que levantou voo 

    Sem perder tempo ele abriu a carta e começou a ler 

Tom 

   Como já havia dito, mesmo depois de tudo que você me fez, eu te perdoo, Tom Riddle.

Eu jamais conseguirei esquecer de todo o mal que você me fez, por mas que eu queira

Por mas que eu te odeie, eu não poderia permitir que você se afundasse em desgraça e miséria

Cuide de nossos filhos, os proteja, como sempre fez, como eu nunca pude fazer por ser uma covarde 

Lembre-se...

"Quem planta o mal 

Não colhe o bem"

Anastasia Romanov 

   A carta era tão curta, mas tinha tanto significado. Curtas as palavras, boas as intenções

-Eu sei que ela me ama, eu sei.-disse ele com um sorriso adornando seus lábios

-Tom...-tenta a cobra

-Quando eu ganhar esta guerra, eu vou te-la de volta, custe oque custar.- de repente a carta saiu da mão dele e começou a pegar fogo no ar, era obra dela

   Ele sorriu, como ele amava aquela mulher

 

-Como eu odeio aquele traste.-a loira dizia impaciente 

-Porque continuou o suportando ?

-Nunca fui uma mulher de desistir facilmente, tudo que passei nessa vida, eu continuei, eu cai mas me levantei, eu chorei, mas sequei minhas lágrimas e fiz outros chorarem.-ela riu seca.-Eu me tornei aquilo que sempre julguei, quão grandiosa é, Anastasia Romanov, afinal

   Nada mas foi dito, muito tempo de silêncio 

-Não aguento mas ficar aqui, quero sair

-Aparataremos para aonde ?

-Qualquer lugar, bem longe daqui.-a loira disse enquanto jogava a capa por cima de suas vestes. Iris transformou-se em anel e Anastasia saiu porta a fora

     Muitos eram os espíritos que a observavam, até agora não havia visto nenhum de sua época. Andou até uma parte do palácio que estava vazio, estava na metade das escadarias 

-Vai sair de novo ?-a voz era em tom magoado, ela se virou e viu sua mãe vindo em sua direção 

-Adoro esse lugar, mas sinto que ele me asfixia 

-Talvez não se senti-se tão asfixiada se ficasse ao lado da sua família 

-Já estou aqui 

-Sabe oque eu quero dizer.-a loira desviou o olhar.-Desista dessa vida, não percebe que está se destruindo pouco a pouco ? Logo nada mas restara, como você vai ficar ?

-Vou seguir meu caminho, durante todos esses anos eu fiz isso 

-E olhe oque aconteceu, no que você se transformou.-Anastasia voltou a olha-la

-Uma mulher fria e cruel...ardilosa e poderosa.-nos olhos de sua mãe havia tristeza e ela se culpava.-Até logo, mamãe.-disse dando as costas e voltando a descer as escadas, de repente sua mãe estava a sua frente, ela se sobre-saltou com o susto

-Não de as costas pra mim, Anastasia 

-Com todo o respeito, mamãe...não perca seu tempo comigo, acredite, não vale a pena 

-Como ele pode te destruir tanto ?

-Creio eu que sempre fui ruim, só precisei de um empurrão

-Que saudade eu tenho daquela doce menina que um dia você foi, pulando e correndo com os olhos cheios de felicidade. Nada mas é como antes, hoje em seus olhos eu apenas vejo a maldade. Com amargura no coração você seguiu um mal caminho.-Anastasia respirou fundo, era difícil escutar a verdade.-Mas que cabeça fraca, deixou o ódio te cegar...será que não vê que está sendo cegada pelo poder e pode acabar sendo derrubada pela sua ganância ?

    Daquela última frase, Anastasia riu 

-Cegada pelo poder e derrubada pela ganância ? Olha, isso se qualifica ao meu marido.-ela então tomou um tom sério.-Sei que sou cruel, mamãe. Mas eu nunca matei ninguém sem motivos, de muitas coisas eu me arrependo, mas nada eu posso fazer para consertar 

-Você sabe que eu não quero o seu mal 

-Nunca me passaria pela cabeça a possibilidade da senhora querer 

-Siga os meus conselhos. Pare para pensar por que amanhã pode ser tarde. Por onde você anda tem muita maldade

-Fique com Deus, mamãe.-dito isso a loira aparatou 

 

-Onde estamos ?-perguntou a cobra já no chão 

-Floresta do Dean, na Inglaterra

-Sombrio...gostei 

    Aquela brisa fria, a escuridão, era tudo tão bom 

    Nada demais acontecia, elas conversavam, se lembravam de coisas, Iris devorava os animais..coisas que sempre aconteciam. De repente elas puderam ouvir o barulho de correria, Anastasia se sentia observada...na escuridão olhos muito negros a observavam, ela olhou o céu, as árvores bloqueavam uma boa parte do céu, mas a lua era visível. Era noite de lua cheia 

     A correria foi ouvida, um uivo ecoou pela floresta, algo corria na direção dela, rapidamente ela se vira e um chicote de fogo saido da ponta de sua varinha acerta o lobisomem que recua, ele rosna para ela, sem medo, ela toca a ponta da varinha nele, o animal antes furioso a olha profundamente, parecia reconhece-la e realmente a reconhecia

-Lupin.-ela entende a mão para ele, o animal aos poucos vai se aproximando..ele colocou sua pata na mão dela e aos poucos o lobisomem vai se transformando no antigo professor da garota, eles se encaram, ele se afasta 

-Como fez isso ?-perguntou espantado 

-Ainda acha que eu seja incapaz de alguma coisa ?

-Eu...-ele para de falar, quando os dois escutam passos, muitos passos

-Eu estou aqui.-ela disse a ele e se juntou a escuridão 

    Anastasia pode contar oito homens, todos sujos e de má aparência, mas...dali ela conhecia dois : Fenrir Greyback e Scabior, um sorriso maldoso brotou em seus lábios

-Ora, ora, oque temos aqui. Creio que se lembre de mim, não ?-Greyback dirigiu-se a Lupin 

-Greyback...-disse seco 

-O Lord das Trevas ficara satisfeito.-os outros riram 

-E qual seria a reação da Lady das Trevas ?-o homem perguntou mas antes que Greyback pudesse responder a loira saiu das sombras com a grande cobra ao seu lado 

-A pior possível eu garanto.-os outros homens ficaram boquiabertos, fazia muito tempo que ninguém via a Lady das Trevas

-Milady.-sussurrou, Greyback 

-Lobinho, lobinho. Não aprendeu nada com os crucios de, Bellatrix ?

-Senho...-tenta, Scabior 

-Vamos acabar logo com isso.-disse ela puxando sua varinha.-Não estou com muita paciência então serei rápida 

    Ela apontou sua varinha para todos os outros que não lhe dirigiram a palavra e friamente disse

-Avada Kedavra.-Scabior, Greyback e Lupin puderam ver os seis homens caírem mortos.-Adeus, lobinhos.-ela segurou, Lupin e aparatou 

 

-A quem pertence essa cabana ?-perguntou Lupin quando eles desaparataram em uma cabana no meio da floresta 

-Só sei que está vazia, vamos.-ele a seguiu para dentro da casa

 

-Não deveria estar sozinho aqui.-ela disse dando a ele uma taça de vinho, estavam sentados um na frente do outro 

-São lugares como florestas que eu posso ficar sem ferir ninguém 

-Sinto muito 

-Aquilo realmente foi um presente de casamento, sabe....Gui Weasley 

-Ah ! Eu não sou tão cruel quanto pensão...sou ainda pior 

-Acho que tirar a Licantropia de alguém não é algo ruim...Todos pensaram que foram apenas as cicatrizes 

-Por que ?-ela perguntou 

-Oque ?

-Sinto que está tenso, muito tenso. Olha, sei que escutou muitas coisas sobre mim, mas se eu quisesse te matar, já estaria morto 

-Tenho muitos problemas...

-Todos temos, e quais seriam os seus ?

-Minha esposa está grávida...

-Tonks ?-ele assentiu.-Não vejo como isso possa ser um problema...sei que estamos no meio de uma guerra mas, filhos são sempre uma benção, não ?

-Uma benção...e eu uma aberração 

-Você não tem culpa do que aquele inútil do Greyback fez 

-Só de pensar que ele pode nascer igual a mim.-disse cabisbaixo 

-E oque vai fazer ?

-Eu..não posso...não consigo.-ele a olhou 

-Isso foi oque eu disse quando abandonei meus filhos.-ele a olhou atentamente.-Deixei os dois no mesmo dia que cada um nasceu, tive medo, não me achei capaz. Só os conheci realmente á três anos atrás, fiquei espantada quando eles me aceitaram. Mas hoje eu realmente me arrependo de te-los abandonado.-ela segurou a mão dele encima da mesa.-Não cometa os mesmos erros que eu, porque vai se arrepender....eu sei que errei mas eu tive motivos e me arrependo, fique com ela a apoie e cuide de seu filho 

-Eu sou muito perigoso.-ela suspirou e pegou sua varinha e tocou a ponta nele 

    Ele pode sentir como se ele ficasse mas leve, deixou de sentir dores, sentiu-se forte. Naquele momento ele estava imensamente feliz

-Já não é mais. Não desista de seu filho, não faça como eu

-Das bruxas da sua idade você é a mas inteligente.-ela sorriu de canto 

-Conhece muitas bruxas de 97 anos ?

-Oque ?

-Nada.-ela se levantou

-Você os matou, não significa que seja uma pessoa ruim, as aparências enganam....

-As dos bons iludem.-ela disse

-Deve sentir uma tremenda adrenalina quando faz essas coisas

-A adrenalina é divina, te seduz e te alucina.-ela estava prestes a aparatar 

-Anastasia...

-Sim ?

-Obrigada.-ela assentiu e aparatou 

 

   Quando desaparatou em seu quarto, libertou, Iris e então ela pode escutar a voz de sua mãe em sua mente 

-Estou tão orgulhosa

    Naquela noite ela pensou muito sobre Tom e sobre as belas frases dele

"O amor é como uma corrente que nos prende

Tão podre quanto o nosso caráter

Tão velha quanto a nossa paixão 

Tão única quanto a escuridão"

    Mas principalmente ela pensou sobre oque fizera naquela noite, matou muitos, poupou poucos e ajudou um

"A adrenalina é divina

Te seduz e te alucina"

Continua.....