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História O Mistério de Anastasia ( Versão não revisada ) - Inesperado


Escrita por: bellinha18

Capítulo 2 - Inesperado


Fanfic / Fanfiction O Mistério de Anastasia ( Versão não revisada ) - Inesperado

11 de Junho de 1991



 Por um sobressalto ela despertou. Como normalmente acontecia, ela acordou de seu pesadelo com o coração batendo descompessado e sua respiração ofegante.



 Suspirou aliviada ao constatar que os demônios que a perseguiam permaneceram em seus sonhos — Apesar de no fundo ela sentir que eles estavam vivos e soltos por ai 



 Sabendo perfeitamente que não conseguiria voltar a pegar no sono ela jogou as cobertas de lado e se levantou da cama, caminhando em direção ao banheiro. Ela entrou esfregando os olhos tentando afastar os resquícios de sono, parou em frente ao espelho e quando abriu os olhos pode jurar que ainda estava em um pesadelo, mas um pesadelo dez vezes pior do que os outros.



 Seus olhos se arregalaram, seu queixo caiu, suas pernas fraquejaram e ela jurou que poderia desmaiar.



 Um grito mudo ficou preso em sua garganta ao se ver diante de seu reflexo.



 Ela não podia acreditar naquilo. 



 Ela estava jovem! 



" Jovem " Ela pensou. Ainda mais jovem do que aparentava. Se perguntou como em nome de Deus aquilo era possível se até ontem a noite antes de se deitar ela possuía a mesma aparência de 17 anos desde 1918. E agora, ela estava com uns 10 anos? 



 A " criança " de 10 anos que até a noite passada possuía a aparência de 17 correu para fora do banheiro e se sentou na cama. Precisava sentar, ou então desmaiaria.



— Maldito inferno. — Praguejou entre-dentes a palavra que ela tanto repetia quando estava irritada que quase parecia o seu bordão. — Como isso é possível? Como? 



 Ela pensou que não havia explicação lógica para aquilo, seja uma explicação trouxa ou mágica. Sim, ela ponderou, talvez fosse magia, ela não fazia a mínima idéia de qual magia, mas poderia ser. Por um momento lamentou ser uma bruxa que vivia no mundo trouxa e que não conhecia nenhum bruxo, ela era uma bruxa, não conhecia muitas coisas, mas seria bom conhecer alguém que poderia ajudá-la com aquilo.



 Pela primeira vez em muito tempo ela sentiu que precisava de ajuda. 



 Era para estar com 90 anos. Exatamente, 90 anos era a idade que ela tinha, mas desde que fizera 17 anos ela permanecera com a imagem da juventude nos anos que se passaram.



 E ela sabia o porque daquilo?



 Não, ela não sabia.



 Assim como não sabia o porquê depois de 73 anos com a mesma aparência de 17 da noite para o dia ela adquirira a aparência de seus 10 anos. 



 Mas, afinal, aquilo importava? Ela questionou. Aquilo realmente importava? Dando ao fato de que ela não conhecia absolutamente ninguém do bairro trouxa em que morava, não falava com ninguém e muito menos saia de casa. 



 Não. Não importava. 



 Se assim fosse, ela continuaria com sua vida muito monótona e solitária, definhando, esperando o tão aguardado momento de sua morte em sua enorme e vazia casa. 



 Talvez aquele fosse o seu destino afinal. Ela teve uma longa vida. Uma vida marcada por momentos tristes e grandes tragédias que deixaram marcas nela que ela nunca foi capaz de esquecer ou de curar. Também houve os momentos felizes, ela admitia, os primeiros anos de sua vida em que ela viveu ao lado de sua amada família. Mas às vezes os momentos tristes se sobressaiam sobre os felizes por conta de que aconteceram em grande demasia em comparação aos felizes.



 Ela era e foi muito triste.



 Mas em um passado distante, ela foi muito feliz.



 Não havia motivos para viver no passado, essa era um dura repreensão que ela sempre dava a si mesma, pois eram tempos que não voltavam mais. 



 Com um maneio de cabeça ela tentou afastar aqueles pensamentos. Eles a torturavam incansavelmente. Sentindo que sua breve tontura pela desagradável surpresa matinal havia passado, ela pela segunda vez naquele dia se dirigiu ao banheiro em busca de um banho demorado de espuma que ela muito bem que não a relaxaria. 



Quebra de Tempo



1 semana depois



 Uma semana havia se passado desde o incidente da manhã de 11 de Junho e o estado dela — para a sua decepção já esperada — continuava o mesmo.



 Era agora a manhã de 18 de Junho. Seu aniversário.



 Seu aniversário de 91 anos.



 Que como nos últimos 73 ela deveria estar com a aparência de 17 anos, mas agora ela tinha a de 11 talvez, ela não sabia dizer. 



 Era seu aniversário e para comemorar como anualmente fazia, ela não comemoraria. Não era como se ela tivesse mais família ou amigos para isso. Não era como se ela fosse acordar em sua cama com seus irmãos encima dela a acordando com um grito conjunto de feliz aniversário. Não era como se ela fosse descer às escadas e atravessar os corredores do palácio para chegar até a sala de café da manhã onde seus pais estariam para lhe desejarem muitas felicidades e muitos anos de vida acompanhados de abraços e beijos. Não era como se ao longo do dia ela receberia muitas cartas e presentes de seus amigos e família e não era como se ao cair da noite todos se reuniriam para comemorar junto a ela.



 Eram tempos que não voltavam mais 



 Em seu aniversário tudo que ela podia fazer agora era se recolher no sofá com um antigo álbum onde ela guardava eternizados em fotografias os registros de sua antiga vida. 



 Ela passou por uma foto em preto e branco onde ela se encontrava com um cemi-sorriso ao lado de seus pais e irmãos. Depois para uma foto de sua amada avó, mãe de seu pai. Inconsientemente sua mão se ergueu para o colar que ela possuía sempre ao redor do pescoço, um presente de sua querida vovó dado a ela em um grande baile para que sua neta nunca se esquecesse dela, e que era uma chave para uma pequena caixinha de música que ela sempre mantinha muito bem guardada. Era o seu bem mais precioso, ela pensava. Uma lembrança dos dias mais felizes de sua vida.



 Tomada pelo desejo de ouvir a melodia da pequena caixa, ela ergueu a mão no ar, mantendo claro em sua mente o que queria e assim ela teve a caixinha de música em suas mãos em poucos segundos.



 Era um bom feitiço. Um de seus favoritos.



 Accio 



 Ela ainda se lembrava de como aprendera e como ela havia ficado tão boa que acabou por conseguir realizar feitiços sem o auxílio de uma varinha. Havia requerido muito esforço e prática para dominar a sua magia, mas ela tomou aquilo mais fácil do que imaginava. Talvez tivesse nascido para aquilo, apesar de não ter nascido com aquilo. 



 Encaixou o colar na abertura da caixa de música e o girou, lentamente ela abriu, trazendo com ela uma suave melodia que a arrastou para suas lembranças.



— É uma caixinha de música! 



— Você pode ouvi-lá toda noite antes de dormir e fingir que sou eu cantando.



Vento uivando no mar


Coisas de que me lembro 


Você vai vir pra mim


Foi no mês de Dezembro 



— Leia a inscrição.



— Juntas em Paris. Ah, sério? Oh, querida vovó! 



 A inscrição em inglês ainda permanecia no verso do colar. Togheter in Paris. Estava intacta, diferente da dona que o possuía.



 Foi trazida de volta a realidade com o barulho da campainha. Ela deu um salto no sofá, morava naquela casa a quase cinquenta anos e não conhecia o toque de sua própria campainha, pois nunca havia sido tocada antes.



 Levantou-se em um salto do sofá e escondeu a caixinha de música dentro de um vaso, dirigiu-se a porta e antes de abri-lá, passou a mão por seus cabelos tentando deixá-los mais apresentáveis se é que era possível e pelas suas roupas tentando mantê-las sem amassos depois de tanto tempo naquele sofá. 



 Ela não sabia o que iria encontrar quando abrisse aquela porta e sabia menos ainda que sua vida a partir daquele momento mudaria para sempre. 



 Ela abriu a porta.



— Impossível. — um sussurro escapou por seus lábios.



— Bom dia, eu sou Alvo Dumbledore e essa é Minerva Mcgonagall. Essa seria a casa da senhorita Petrov?



— Sim essa é a casa dela. Essa é a minha casa, eu sou Anastasia Petrov.


Notas Finais


Capítulo revisado em 15/05/2020 às 18:27


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