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História O Monarquista - O Ultimo Adeus II


Escrita por: LeoBibiano

Capítulo 2 - O Ultimo Adeus II


Fanfic / Fanfiction O Monarquista - O Ultimo Adeus II

Rio de Janeiro, 14 de Novembro de 1889

Sonhava como se não houvesse mundo, quando a porta foi arrombada de supetão e ouvi no andar de baixo o barulho de vários passos bruscos subindo as escadas e vindo em direção ao quarto, a porta foi aberta de repente, quando fitei quem entrava, era meu velho amigo Hugo Chalaça, chefe da Guarda de Petrópolis. -Hugo?¹, o que fazes aqui ?.

-Desci a Serra só a tua procura, por ordens do Presidente do Conselho de Ministros, tenho ordens para levá-lo de volta a Petrópolis imediatamente.

-Presidente do Conselho de Ministros?. indaguei

- Vosso pai agora é Presidente do Conselho de Ministros, Antonio, precisas vir comigo agora.

-Respeite a moça, Hugo!. Gritei ao Perceber que Júlia ainda estava despida ao meu lado na cama.

-Precisa se preocupar não, vá. Disse ela acariciando-me o rosto.

Imediatamente me vesti e desci as escadas. Chalaça já me aguardava na entrada do cortiço. -Vamos logo, O Presidente do Conselho de Ministros quer vê-lo imediatamente.

-Mas Porque a pressa?. indaguei.

-Não sei, só cumpro Ordens, mas o palácio de vossa família está um caos.

O que poderia ter acontecido, da noite para o dia, meu pai se tornara Primeiro Ministro do Império, e minha casa estava caótica, minha casa localizava-se em Petrópolis, na serra, longe do Rio, pra alguma desgraça ter acontecido lá, algo muito grave deve ter acontecido enquanto eu me encontrava ausente. Na subida da serra tudo estava muito calmo, quando passamos pelo Rio a cidade seguia seu fluxo normal, nada havia acontecido com o Imperador, isso é uma vantagem. -Meu pai deve estar bravo por que não o obedeci. Pensei.

-Então, aquela é a mulata de quem tinha falado?. Perguntou Chalaça sorrindo.

-É ela sim. Retruquei com junto à uma gargalhada.

-Vós Mercê tem bom gosto. Disse ele.

-É um dom de família. Gargalhei.

Ao chegarmos a Petrópolis, vi as encostas da Serra dos Órgãos, a beleza da cidade era incomparável, uma típica cidade aristocrata europeia bem no meio da província da Guanabara, palacetes, coretos e pessoas elegantes preenchiam e davam vida àquele pequeno paraíso europeu dos trópicos. Eu adorava Petrópolis, papai tinha se mudado para lá logo que fora reformada e adaptada à classe aristocrata que necessitava de um lugar diferente para viver, pois já se encontravam fartos de ter que ver pobres nas ruas do Rio de Janeiro.

O Palácio da Quitandinha, foi um presente do Imperador ao meu pai, era de uma grandiosidade ímpar e nas Américas, não existia palácio que chegasse a altura da beleza do que fora dado à minha família; era mais bonito e gracioso até que o do próprio Imperador e fora dado como um presente pelos serviços da família Beaudelaire à Casa dos Bragança. Ao chegar às portas do Palácio fui recebido às pressas pelo Mordomo de minha família, dizia ele que meu pai queria me ver imediatamente.

Adentrei o Palácio às pressas sem entender o que estava acontecendo, para todos os lados via os criados retirando às pressas os quadros das paredes, cobrindo as mobílias pesadas e pondo as pratarias dentro de enormes baús, tudo isso ao mesmo tempo, de baixo de um barulho e uma gritaria absurda do Mordomo Monsieur Jacques-André agilizando os criados. Subi às escadas e me deparei com meu pai em seu gabinete, estava também arrumando as malas. -Meu pai, o que está havendo aqui ?. perguntei completamente confuso.

-Deixaremos o país, respondeu ele de maneira apressada.

-Deixaremos o país ?! Papai o Senhor está louco ?.

-Tudo vai ruir, Antonio, tudo o que você conhece de Brasil vai desaparecer, preciso avisar ao Imperador, ele está chegando de Minas hoje, partiu para lá para inaugurar um trecho de ferrovia, mas já está para voltar. Afirmou ele trêmulo e gaguejando.

-Papai, por favor, conte-me o que está havendo, talvez eu possa ajudar, algo de ruim vai acontecer com Dom Pedro ?.

-ANTONIO PRESTE ATENÇÃO, NÃO QUERO QUE SE META NESTES ASSUNTOS!. NÃO É COISA PARA TI, ENTENDESTES ?!. Gritou meu pai, furioso. -Agora vá arrumar suas coisas.

Deixei a sala muito aborrecido, furioso com meu pai. -Ele não devia descontar as políticas dele em mim!. Pensava eu. Naquele momento, não me dirigi ao meu quarto, saí pelo jardim do palácio e me retirei para a mata. Nas redondezas do Palácio, havia uma subida na serra onde havia uma velha cabana, descobri quando ainda era pequeno. e lá permaneci, observando o palácio de longe, até que adormeci, caí de repente em um sono profundo que me tomaria horas e horas, até o cair da noite.

Quando de repente, escutei a porta da cabana ser arrebentada. Chalaça entrara pela porta coberto de sangue e de espada em punho, gritando. -CORRE ANTONIO!, CORRE. A principio não entendi do que se tratava mas ao vê-lo naquele estado corri atrás também, pulamos a janela e nos metemos na mata, até que olhei pra trás e vi soldados do exercito correndo atrás de nós. Continuamos a correr pela mata fechada subindo a serra sem rumo, a mata era densa e sufocante, dezenas de soldados nos perseguiam disparando fuzis e pistolas contra nós, até que chegamos à um penhasco sem saída.

-O QUE HOUVE CHALAÇA?! ONDE ESTÁ MEU PAI?. Perguntei assustado e ofegante.

-Vosso pai está morto, Deodoro depôs o Marquês de Ouro Preto, vosso pai ameaçou contar ao imperador das intenções republicanas deste e este incendiou a Quitandinha e o assassinou. vós mercê precisa fugir, tome estes documentos, apresente-os no porto de santos a um homem chamado Manoel da Graça, ele conduzirá vós mercê até Cartagena de Colombia, de lá será levado a Lisboa onde estará em segurança como vosso pai havia planejado.

-Chalaça, eu não vou abandonar vós mercê.

-Tu precisas meu amigo, Deodoro vai matar o imperador, precisas ir, vá pegue por este caminho na mata, encontrarás uma estrada, siga para o sul e estará em santos em dois dias. AGORA VÁ!.

Contra a minha vontade, mas com o intuito de realizar o desejo de meu amigo de infância, peguei os documentos e entrei em súbita velocidade mata a dentro. quando tomei certa distancia, pude ouvir o bater das espadas, depois um grito estrondoso que ecoou por toda a mata e em seguida, um silencio de mesma magnitude.

CONTINUA...

 

 

 



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