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História O monstro e a flor. - Cap 12


Escrita por: Zzattiee

Capítulo 13 - Cap 12


O monstro e a flor - cap 12

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Castelo real de Konoha.


Naruto Uzumaki não conhecia nada da vida quando perdeu os pais e ganhou a maldição. Nas lendas contadas Kurama era um indivíduo cínico e astuto, vivia contido em um colar até ser selado em Naruto. Ele da pior forma que a besta conseguia se transformar nas noites de lua nova após o aniversário de seu portador porque o selo que os liga enfraquecia. Ninguém sabia disso pois Naruto era o primeiro portador humano, a besta de nova caldas era uma incógnita, assim como sua origem.

A fatídica noite que marcou o início dessa descoberta aconteceu no dia do vigésimo aniversário do rei, que ironicamente coincidiu com a primeira noite de lua nova daquele mês. Naruto estava estranhamente agitado durante aquele dia, mas na madrugada acordou sentindo uma dor aguda e fora do normal. Nessa noite o jovem matou dez de vários empregados, nunca se recuperou da culpa. Ele acordou no dia seguinte desorientado vendo o rastro de sangue que deixou pelo castelo. Kakashi foi um dos sobreviventes, mas nunca mais o olhou do mesmo jeito. Rin, uma das empregadas do castelo morreu. Ela e Kakashi se conheciam há muito tempo, e seu tutor amava ela e nunca se recuperou da perda, mas também nunca o culpou.

No seu vigésimo primeiro aniversário, o Hatake resolveu prende-lo em seu aposento para que nada acontecesse. E nada aconteceu porque a lua nova chegaria apenas em dois dias. E dois dias depois de seu aniversário, com a chegada da nova fase lunar, mais vidas inocentes foram tiradas, mais culpa. Descobriram então com a ajuda de uma feiticeira que aquilo acontecia graças ao enfraquecimento do selo nessa data.

No vigésimo segundo aniversário foi diferente. Antes mesmo do dia Kakashi tomou uma atitude..

"Naruto estava dormindo. Em duas noite completaria vinte e dois anos, e na noite seguinte passaria por mais uma lua nova. O evento que acontecia uma vez a cada ano, sempre próximo de seu aniversário parecia um presente macabro. 

Durante o sonho o Uzumaki sentiu algo estranho com kurama, ela não costumava se comunicar consigo, mas o monstro parecia tentar alertar algo. Isso o fez acordar e ficar chocado.

Kakashi, estava com uma adaga apontada para si. Quando o Hatake viu os olhos do pupilo se abrirem arrastou a adaga, causando um corte que fez Naruto empurra-lo para longe com uma força sobrenatural. O corpo dele bateu na parede com muita força e ele chegou ao chão com sangue saindo da sua boca. 

— Kakashi..

O momento que Naruto se deu conta do que tinha feito se desesperou. A raiva e a angústia tinham tomado seu corpo, mas não era nada que pudesse superar o fato de ver seu tutor, seu pai, inconsciente no chão.

— Alguém me ajuda!

Os empregados que haviam escutado o barulho, escutaram em seguida a voz do rei. Eles nunca tinham visto tanto desespero em alguém como viram em Naruto quando entraram em seu aposento. O portados da besta, estava ao lado do corpo inconsciente do tutor, tentando acorda-lo. Ele não estava se importante com o fato de ter acordado com uma adaga apontada em seu peito, em sua cabeça a única coisa que importava era saber se Kakashi ficaria bem. 

— Vou chamar o médico. — Mikoto Uchiha, uma dos cinco empregados que estavam na cena disse."

Os oito dias que se seguiram foram ruins. O Uzumaki se questionava o motivo que levou Kakashi a tentar tirar sua vida. Enquanto isso, Kakashi não apresentava melhoras, o impacto do seu corpo na queda causou danos internos.

Os empregados não comentavam sobre o ocorrido, era como se nada tivesse mudado. Naruto não visitava Kakashi, isso até Sasuke aparecer na biblioteca. Sasuke na época era o filho de uma empregada, ele e a mãe tinham chegado há um ano no castelo. Assim como com os outros empregados, Naruto também não mantinha contato com os Uchiha.

Quando Sasuke entrou em seu quarto avisando que Kakashi pedia que ele o encontrasse com urgência, ele foi. Mesmo sentindo culpa pelo o que havia feito, queria escutar do seu tutor todos os motivos que o levaram tentar tirar sua vida.

" — Majestade. — O médico que estava encarregado de observar o Hatake se pronunciou ao notá-lo. — Ele está muito debilitado..

— Nos deixe sozinhos. — O Uzumaki mandou sem olhar para o médico, que saiu em silêncio.

— Pensei que não viria me ver. Nem pude desejar feliz aniversário. — O grisalho disse aos sussuros.

O aniversário do Uzumaki havia ocorrido há cinco dias, apesar de não ter tido comemoração nenhuma. 

— Por que tentou me matar?

— Como conseguiu se controlar você durante essa lua nova? 

O Hatake queria prolongar antes de chegar ao assunto delicado. Kakashi estava de curioso em saber o que o pupilo fez, ele sube que a lua nova havia ocorrido há duas noites, mas não ficou sabendo de nenhuma morte ou algo causado pelas mãos do rei, como sempre acontecida nessas noites.

— Me tranquei no calabouço.

Naruto Iria omitir os detalhes, como o fato de ter se acorrentado como um prisioneiro e ter bebido até perder a consciência, tentando ficar inconsciente. Foi a primeira vez  que não tirou nenhum vida durante esse período da maldição. A besta ficou furiosa com isso, e Naruto acabou pagando com a dor que sentia pelo corpo ao Kurama tentar escapar daquele lugar. Foi uma experiência terrível, mas que para o Uzumaki valeu a pena ao ver que vidas haviam sido poupadas.

— Pensei em mata-lo para poupar as outras vidas que você viria a tirar. — Kakashi contou com pesar na voz. — Eu deveria ter pensando em outra coisa. Ter até mesmo te prendido no calabouço.. eu não sei.

Ele estava cansado. Havia passado metade da vida procurando uma solução para o problema do pupilo e graças ao mesmo havia perdido a mulher que mais amava, nunca chegou a culpa-lo por isso, mas o peso de ter perdido Rin foi grande demais para Kakashi. 

Para o Hatake todo esse ciclo de dor e maldição tinha que acabar, as pessoas não podiam continuar morrendo e ele não sabia mais aonde procurar a solução. Então veio a terrível e dolorosa ideia de matar seu pupilo. Ele amava Naruto, mesmo que fosse impossível acreditar nisso depois do que ele tentou fazer.

— Eu entendo. 

Naruto não compreendia que a culpa não era sua, em sua lógica devia agradecer por Kakashi tentar algo assim. 

— Eu errei ao tentar fazer isso, Naruto. 

— Você deveria ter tentando me envenenar, seria mais eficaz. —  O loiro brincou.

— Você é um bom garoto, prometa que irá tentar ser feliz com sua prometida. Me prometa. — O Hatake insistiu, apesar da dor que tinha sempre ao tentar falar. Ele já sentia o gosto do sangue em sua boca, sabia que não duraria muito. Quando viu o pupilo assentir, sorriu e ergueu sua mão para tocar o cabelo do Uzumaki, mas não tinha forças. — Desculpe pelos meus erros. Você não tem culpa de nada, Naruto. 

— Kakashi..

— Se case e tente ser feliz. Sei que parece ser impossível graças a essa maldição, mas não seja covarde como eu fui."

Naquela mesma tarde Kakashi Hatake morreu, e Naruto nunca se recuperou. Ele não tinha mais nada, nem ninguém.

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O resto do castelo dormia, quando Naruto acordo num sobressalto. O dia já havia começado, mas o rei não via a hora de que ele acabasse. Kakashi havia morrido nessa mesma data, cinco anos atrás, então é óbvio notar que esse definitivamente não seria um dia feliz na vida de Naruto.

Quando seu corpo passou pelo espelho do quarto, observou a reflexo. A cicatriz próxima ao peito esquerdo que ele observa através do espelho era um marco do que aconteceu. Seu aniversário foi dias atrás, antes da chegada de Sakura ao castelo. E na data de hoje, cinco anos atrás, seu tutor morria devido a infecção do corte. Agora além da maldição da lua nova próxima de cada aniversário, tinha que aguentar a dor de saber que mais uma ano se completava desde que matou Kakashi

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Como Sasuke ainda não havia chegado para o desejum, Sakura e Naruto eram os únicos na mesa.

Sakura se sentia mais aberta a conversar graças a pequena conversa que tiveram na noite passada, e por isso ela tagarelava sobre o jardim, mas Naruto não parecia interessado no assunto. 

— Não estou com paciência para conversar futilidades sobre o jardim. — Ele brandou. Não queria ser grosso, mas não conseguiu evitar isso. E para dissipar o clima ruim, ele apenas se levantou a deixou sozinha.

Sakura ficou confusa, e chateada com a atitude dele e após essa situação terminou seu desejum e procurou Kurenai afim de saber sobre o estado de Konohamaru. Ela havia ficado levemente incomodada com a maneira do rei, mas relevou isso durante seu caminho até a cozinha, todos tinham dias ruins.

No caminho até seu quarto, depois de ter falado com Kurenai e ter descoberto que konohamaru estava quase recuperado ela encontrou Sasuke.

— Pensei que não voltaria hoje. — Vendo o dar de ombros, Sakura apenas balançou a cabeça. — Falei com a Kurenai e fiquei sabendo que o Konohamaru está melhor.

— Ótimo.

A rosada notou o mal humor dele, talvez isso tenha a feito decidir não questionar sobre a carta em suas mãos.

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— Chegou uma carta. — Sasuke pronunciou após entrar no escritório. Estava com uma ressaca imensa, mas ela simplesmente sumiu ao ver a carta que um homem tentava entregar no portão do castelo quando estava chegando.

A mão direita do rei se estendeu e em silêncio o Uchiha a entregou. Ao ver as primeiras palavras, Naruto estremeceu. Sasuke costumava falar mais e mais até que o rei o mandasse se calar ou participasse da conversa, mas até mesmo Sasuke notou que o humor de Naruto não era um dos melhores. Ele até tinha uma certa ideia do que estava acontecendo, era o aniversário de morte do Hatake.

Sasuke soube como a morta de Kakashi foi difícil para Naruto. Após o ocorrido ele e Naruto acabaram de aproximando, por pura insistência do Uchiha. Com o passar dos meses eles se tornaram amigos. Foi Sasuke quem o ajudou em todas as luas novas depois disso, e que também esteve ao seu lado, mesmo quando Naruto não queria ninguém por perto.

— Minha prometida virá passar uns dias antes do casamento. — Naruto falou hesitante.

A carta dizia que dentro de duas semanas sua noiva completaria dezoito anos e tinha o desejo de conhecê-lo antes da cerimônia.

— Quando?

— Dentro de duas semanas. — Diante do olhar surpreso de Sasuke, ele suspirou e balançou a mão. 

— Naruto..

— Me deixa sozinho, Sasuke.

Quando Sasuke saiu, Naruto se levantou e olhou para o próprio escritório, observando o ambiente escuro enquanto se dirigia a janela aberta que levava a uma pequena sacada. Que ironia do destino, receber a maldita carta no aniversário de morte do seu tutor.

"Está brincando comigo, Kakashi?"

Seus problemas só pareciam crescer.

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— O que está deixando você distraído hoje?

Era a terceira vez que Sakura conseguia acertar a barriga do Uchiha com sua espada, o que era incomum.

— A prometida do rei chegará em breve.

— E ele surtou? — Ela perguntou enquanto ajeitava uma mecha rebelde de seu cabelo.

— Ele ficou petrificado. Vai levar um tempo para ele se acostumar, mas eu sei que ele vai.

— Você está certo.

Decidindo não se preocupar, Sakura pegou sua espada. Estava ali pare treinar, não para gastar seu tempo - e o de Sasuke- pensando no casamento do rei.

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Ao entrar na biblioteca para passar as últimas horas desse dia horrível, Naruto encontrou a pequena figura de cabelo rosas perto de uma prateleira. Resolvendo a ignorar ele seguiu o caminho até sua poltrona favorita. Alguns segundos depois ela o notou, e seus pequenos passos foram se aproximando cada vez mais. Não tinha a visto desde o ocorrido no desejum, fugiu como um garotinho amedrontado e a evitou pelo resto do dia almoçando e jantando em seu próprio quarto.

Quando ela o alcançou, ele olhou para ela, prestando atenção na sua aparência. O vestido vinho  parecia ser feito exclusivamente para ela, combinava com seu cabelo. Depois do que aconteceu no desejum, ela sequer parecia perturbada pela sua presença. E ele tinha sido um idiota.

— Sasuke me contou sobre a carta. — "Aquele idiota". Pensou, Naruto. — Suponho que isso tenha te deixado mais irritado ainda. Mesmo assim, vim saber como está.

Sakura não tinha ideia de que a carta era apenas uma parte do que o tinha deixado irritado. Naruto lhe devia desculpas, mas depois disso, precisava ficar longe dela. Algo nela mexia consigo, talvez fossem os curtos cabelos rosas, os olhos verdes ou aquela boca rosada e graciosa. Haviam outras coisas que mexiam consigo, não somente físicas, como o tom da voz, a emoção em seu sorriso e a confiança que ela tinha.

— Estou bem.

— Me parece que você está com medo da chegada dela. — O silêncio dele foi a confirmação. 

— Eu não sou o herói que uma mulher deve esperar, na verdade me encaixo como monstro.

— Você não é um herói, mas também não é um monstro.

Naruto soltou uma risada curta e incrédula.

— É verdade — Concordou. — Não sou um herói.

— Não. —Ela disse. — Você é uma pessoa, assim como eu. — Os olhos dele a examinaram com atenção. — Eu não consigo imagina-lo como um monstro, majestade. Voc..

— Me chame pelo meu nome. — A interrompeu, desejando saber como seu nome sairia na voz dela.

— Eu sei que você é uma pessoa boa, Naruto. — Falou tentando conter a estranha emoção que havia a tomado ao saber que ele gostaria de ser tratado pelo nome. 

— Não diga essas coisas. — Sua voz estava áspera, porém controlada.

— Por que não?

Ele a fitou com o sorriso mais amargo que ela já vira.

— Diz que sou um bom homem — Ele fechou os olhos. Quando voltou a abri-los, seu rosto era uma máscara firme e sem expressão. — mas eu sei que não sou.

— Tudo na vida e uma questão de percepção. — Ela explicou. — A percepção dos outros ao seu respeito vai depender de quem ‘eles’ são. E para mim, você é sim uma boa pessoa.

— Não diria isso se conhecesse ou amasse alguém que eu já matei.

— Você tirou a vida deles por vontade própria? — Sakura foi firme em sua pergunta, assim como Naruto foi ao respondê-la.

— Não.

Ao ouvir isso ela balançou a cabeça, como se simplesmente entendesse todos os problemas do mundo.

— Não é sua culpa carregar uma maldição.

— É minha culpa a partir do ponto que vidas acabam.

Não tinha como contrariar Isso, mas após um breve silêncio Sakura retomou a conversa.

— Tentou buscar ajuda?

— Meu tutor passou a vida toda tentando. Não há cura para uma maldição, a própria bruxa confessou.

— Deve haver alguma coisa, ao menos uma solução para diminuir isso.

Não era possível que o tutor do rei tivesse buscado por todas as bruxas dos cinco reinos. Deveria haver uma com a resposta, ao menos uma.

— Não posso criar expectativa.

— Prefere viver para sempre na solidão se remoendo sem ao menos ter tentado?

Enquanto o esperava responder ela ficou admirando as feições do Uzumaki. Desde o nariz um tanto quanto arrebitado até a minúscula cicatriz que descobriu em seu bochecha esquerda.

—Você sabe como é frustante querer tanto algo e não consegui-lo? — Perguntou irritado. — Era assim que eu me sentia toda vez que Kakashi chegava de uma viagem dizendo que não encontrou a solução.

Por mais que quisesse disfarçar ou negar, lá no fundo Naruto ainda tinha um pouco de esperança de que talvez um dia uma solução fosse encontrada e sua vida se tornasse tão boas quanto nunca foi. Essa esperança na verdade o assustava, ele lutava para que essa ela sumisse apenas por saber que isso seria impossível



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