𝐍ã𝐨 𝐭𝐞𝐧𝐡𝐚 𝐦𝐞𝐝𝐨 𝐝𝐨 𝐜𝐚𝐦𝐢𝐧𝐡𝐨, 𝐭𝐞𝐧𝐡𝐚 𝐦𝐞𝐝𝐨 𝐝𝐞 𝐧ã𝐨 𝐩𝐨𝐝𝐞𝐫 𝐜𝐚𝐦𝐢𝐧𝐡𝐚𝐫
- O Vendedor de Sonhos.
[...]
De lá do outro lado da esquina dava para sentir o cheiro de pão quente e macio vindo da padaria, e do outro lado se via uma pessoa desconhecida que mal podia identificar. Olhe lá quem vem, um cara que mora na rua também?
Por que não deveria ir bater um papo com o cara que estava no mesmo buraco ?—Pensou o Garoto.
Se levantou da calçada imediatamente com um cobertor e um travesseiro no qual estavaria em uma caixa de papelão molhada e rasgando aos poucos. O Garoto se aproxima daquele mesmo cara no qual tomou viu segundos atrás, e ao chegar se sentou ao seu lado e observou junto a ele um cão de rua no qual estava prestes a rasgar um saco de lixo em busca de comida. O homem ao seu lado logo soltou:
-E pensar que até um animal pode estar no mesmo barco que o nosso, me faz pensar que nós não somos os únicos que passam por dificuldades. Algumas tripulações não decidiram vir nesse barco, na maioria das vezes já estão neles desde que nasceram...
-Sem mas nem menos. Oque te levou a entrar nesse barco?— Ele pergunta para o Garoto.
Logo em seguida o respondeu com a cabeça baixa:
-Minha família. Acabamos tendo um desentendimento e não tive outra escolha a não ser vir para a rua para evitar alguns assuntos...
-E você?
O Homem pergunta:
-Oque tem eu?
É confuso de se entender como ele já se perdeu no assunto. Ele pergunta ao homem:
-Como você entrou neste barco?
O Homem responde:
-É complicado de se explicar... Eu perdi meu emprego, meu carro, minha mulher e meus filhos... minha casa e logo em diante... perdi o amor e apoio da minha família
Sentiu uma enorme empatia por aquele cara com quem o Garoto falava, ele não parecia passar por tantos problemas só de rosto... Parece que nem tudo parece ser oque é.
-Meus pêsames...—Disse o Garoto com um pouco de remorso.
-Está tudo bem, mas e então garoto...Por que veio até mim?— Pergunta o homem curioso.
Ele o responde:
-Já faz três dias que estou tentando me acostumar com a rotina. Pensei que...
-Precisava de uma amizade —O homem me interfere e completa oque ele iria dizer.
-Exato... —O Garoto Falava olhando para ele surpreendido mas sem expressão.
-Ah Garoto, já vi tantos como você procurando por companhia ou ajuda sobre como se acostumar a tudo isso, a única coisa que eu te falo é... Volta pra casa, você precisa voltar.—Disse o Homem.
-Por que eu deveria? Eles nunca me entenderiam e não me aceitariam depois disso.—Disse o Garoto com Absoluta
-Por que eles não te entenderiam? Garoto, olhe para você, aqui não é o seu lugar.— Disse o Homem sem mas nem menos.
-Oque você está querendo dizer? —O Garoto se sentia como se fosse julgado por algo físico de sua aparência.
-Você tem família, tem casa e concerteza tem amigos, eles precisam da sua presença/companhia. Não vai querer acabar que nem eu, como um cara sem emprego, sem futuro e sem nem mesmo vontade de viver —Disse o homem.
Trinta segundos de silêncio permanecem.
-Eu não sei oque fazer...—O Garoto soa bem baixo.
O homem segura em meus dois ombros e olha em meus olhos.
-Volte para casa! —Diz ele com um tom firme.
𝐆𝐚𝐫𝐨𝐭𝐨:
Fiquei confuso! Não sabia ainda sobre a decisão da minha família, nós vivemos passando por brigas, e o maior motivo delas eram meus estudos, até aqui isso parecia besteira, mas foi uma besteira tão enorme que me fez fugir de casa... Mas parecia que eu já havia tomado uma decisão.
[...]
-Eu não vou voltar até que me mostre um motivo para isso!
O Homem solta seus ombros e passa a mão no próprio rosto.
-Garoto... Eu já te dei vários motivos para voltar.
-Sim mas e eu? Quando que você parou pra falar sobre oque vai ser da minha vida? Eu que tenho que agradar os outros enquanto eu fico de boca vazia?! —Já estava sem fôlego de tanto falar.
-Garot..—O Homem é interrompido
-Sem essa de garoto! Eu quero ficar longe daquela merda de família! —Disse o garoto zangado.
O Homem se levanta e o olha com as sombrancelhas franzidas.
-Você nunca vai parar de ser importante pra si mesmo quando começar a se amar em primeiro lugar. Me responda garoto, qual foi a última vez que você já tentou se sentar e conversar sobre seus problemas ?
Eu não imaginava mais em nada, vi que nunca havia feito aquilo com meus pais.
-Os problemas se resolvem conversando e não parando de se falar !
O Garoto começa a chorar sem saber oque falar.
-As suas lágrimas falam por você mesmo —Disse o Homem que logo em seguida o abraçou.
-Eu tenho medo do futuro! —Disse o garoto, se acabando aos prantos.
-Não tenha medo do caminho, tenha medo de não poder caminhar. —Disse o homem (~O vendedor de sonhos)
ᶜᵒⁿᵗⁱⁿᵘᵃ
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