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História O namorado do Izaya - Extra (Parte I): Um ano e nove dias depois...


Escrita por: __Aoi__

Notas do Autor


[Esclarecendo]: Na historia Shizuo e Izaya começaram a "namorar" no ano onde ambos completaram 25 anos. Em um dos capítulo foi comentado que eles dois estão juntos há quatro anos e alguns meses. A narrativa aconteceu na penúltima semana de abril, logo, Shizuo estava com 29 anos e Izaya com 28 ainda. Um ano e nove dias depois...

Sacaram né? O trigésimo aniversario do Izaya está chegando! Como o senhor para sempre 21 anos lidará com isso?!

P.S: Desculpem a demora!!! >-<

Capítulo 7 - Extra (Parte I): Um ano e nove dias depois...


Fanfic / Fanfiction O namorado do Izaya - Extra (Parte I): Um ano e nove dias depois...

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O marido de Heiwajima Shizuo

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Dia 29 de abril

Primeiro dia da Golden Week, conhecido também como Showa no Hi. Uma data que muitos esperam ansiosos por ser o prenúncio de um feriado longo e da primavera no Japão. Era para ser apenas mais um Dia de Showa para o informante de Shinjuku, se não tivesse algo o incomodando desde o momento que acordou naquele dia.

– Seu rosto está horrível.. - Ouviu de sua secretaria - O que aconteceu? Não! Deixa eu adivinhar - Namie pós a mão no queixo e fingiu pensar em algo. Orihara apenas tentou ignorar a fala da mulher - Já sei! Heiwajima está viajando né?

Izaya respirou pausadamente na tentativa de não parecer alterado. Ergueu o rosto em direção a morena e disse - De fato, está. Mas meu rosto não está horrível.

– Uau, que resposta mais seca...! O que houve com o falante e alegre Orihara Izaya? Você normalmente fica menos animado quando seu maridinho não está por perto, mas parece bem pior hoje.. Vocês brigaram?

O moreno lançou um olhar descrente a secretária - Desde quando você se interessa?

– Não me interesso. Só quero agilizar o serviço. Você está a manhã toda lendo o mesmo relatório e parece não ter chegado em nem mesmo na metade...

O informante olhou para os papeis em suas mãos e para os que jaziam sobre a mesa. Suspirou cansado. Ela tinha razão. Levantou-se da cadeira, afastando-se de sua mesa de trabalho. Foi até a cozinha do local e voltou com uma xícara de chá. Sentou novamente em sua cadeira e aspirou vagarosamente o aroma daquele liquido quente antes de levá-lo aos lábios.

Namie o observava, com certeza algo o incomodava. Devia ser algo sério, pois, em todos esses anos, não se lembrava de ter visto essa expressão totalmente aborrecida e desmotivada no rosto do chefe, até porque ele sabia muito bem esconder esse tipo de coisa quando estava trabalhando.

– Nee~ Namie-san, é tão fácil assim perceber que Shizu-chan está viajando? - O tom soou desinteressado, Orihara soltou aquela pergunta de repente com o intuito de ocupar sua mente com algum tópico.

A morena respondeu automaticamente, mesmo estranhando a mudança repentina de assunto - Sim.

O informante levantou uma sobrancelha e voltou a fitar a secretaria - Sim?! - Repetiu, um tanto surpreendido pela forma rápida e carregada de certeza que recebeu aquela afirmação.

– Quando você está distante dele, parece menos empolgado. - Yagiri respondeu casualmente e completou - É como se sem o Heiwajima o mundo perdesse algumas cores para você - A morena riu sarcástica, arrumando alguns livros em uma estante próxima a mesa de seu chefe.

Izaya permaneceu com a mesma expressão aborrecida - Você sabe que isso foi ridículo, né?

A mulher deu uma risada curta - Você não vai admitir, mas sabe que é verdade. Francamente, Izaya, seus olhos brilham toda vez que ele aparece.. - Seu tom soou um tanto debochando agora.

Orihara revirou os olhos com desdém, voltou sua atenção para seu chá. Tentar se distrair usando Namie foi uma péssima idéia, a morena só o aborrecia ainda mais. Olhou para tela do seu computador, depois para mesa cheia de papeis e suspirou pesadamente.

Nem ele mesmo sabia dizer a razão de seu desanimo, havia acordado assim, simplesmente. O fato de Shizuo ter viajado na madrugada desse mesmo dia, para Izaya, também não era justificativa para sua falta de animação. Ficar sem o loiro não seria nenhum martírio, sem falar que a viagem da família Heiwajima duraria poucos dias. Ainda sem resposta para os seus devaneios sentiu algo peludo se enroscar em suas pernas.

Olhou para baixo encontrando um belo par de olhos verdes o fitando, um sorriso fino e discreto nasceu em seus lábios devido a tal visão. Espontaneamente, o informante bateu de leve em seu próprio colo e o gato ciente do sinal pulou em cima do dono.

Orihara levou a mão esquerda aquele pelo negro e macio, o gato permaneceu sentando de forma elegante e ereta mesmo sentindo os dedos do informante traçando linhas verticais por suas costas. Quem observasse não saberia dizer quem estava mais relaxado, Yue que recebia a caricia ou Izaya que a provocava. Só uma coisa estava nítida, a boa relação que existia entre eles.

Todavia, vale ressaltar que quando o informante recebeu esse presente de seu cunhado, ele até pensou em recusar. Nunca havia cuidado de um animal na vida e não deseja para si esse tipo de responsabilidade. A aproximação partiu mesmo de Yue que instantaneamente se identificou e se apegou a Izaya. O moreno até relutou por algumas semanas, mas inegavelmente foi sendo conquistado pelo felino que o perseguia pela casa e passava horas o observando enquanto trabalhava.

Satisfeito com o carinho nas costas, Orihara direcionou as duas mãos ao ponto fraco de seu gato: as orelhas. Assim que intensificou o toque, o felino mais do que relaxado deitou em forma de lua sobre seu colo.

Mesmo concentrado no que fazia, o moreno pode perceber que seu celular vibrava. Liberou uma mão dos movimentos na orelha de Yue e verificou o aparelho. Seu rosto iluminou, involuntariamente. Leu a mensagem e não conseguiu disfarçar um pequeno sorriso.

Yagiri que tinha como principal prazer no trabalho importunar o informante, passou de propósito na frente da mesa do chefe e soltou a seguinte frase - Aposto meu salário desse mês que foi o Heiwajima o autor dessa cara feliz.

Izaya direcionou um olhar cerrado a secretaria - Isso de novo? Está ficando repetitiva, Namie-san~ - Seu habitual sorriso travesso fez-se presente em seus lábios.

A morena deu de ombros - O que eu posso fazer se só o seu maridinho produz esse tipo de reação em você?! Ah, isso me faz lembrar da sua cara assustada quando ele teve aquela reação alérgica!

O informante sentiu um calafrio percorrer seu corpo, não era algo que gostasse de lembrar. Seu incomodo porém, não transpareceu em sua fala - Ah, por favor, qualquer um ficaria assustado em acordar do lado de alguém quase asfixiado - Os olhos do moreno transmitiam indiferença, mesmo que por dentro não fosse este o sentimento que sentia.

Namie comentou normalmente, acompanhado a indiferença do outro falante - Bom, isso é verdade.. Se eu não estivesse aqui, ele poderia ter morrido.

Izaya lembrava muito bem desse detalhe.

Naquela noite, haviam combinado de comer comida mexicana a qual Shizuo estava ansioso para experimentar por alguma razão. Orihara não o questionou muito sobre isso, porque gostava de experimentar coisas novas.

Depois da decepção do ex-barman e dos risos do moreno presenciando as caretas que ele fez comendo aquela comida apimenta e bastante temperada, resolveram voltar para casa. Como estava muito tarde, madrugada, permaneceram em Shinjuku no apartamento de Izaya.

Após algumas atividades divertidas em cima da cama, adormeceram normalmente. O que o casal não esperava era que Shizuo era alérgico a um dos temperos usados na concepção de um daqueles pratos. A reação foi tardia, porém devastadora. Quando o informante tomou ciência da situação, o loiro já estava quase sem ar. A sorte deles é que Namie já tinha chegado para trabalhar e estranhou a ausência do informante para recebê-la.

Com o conhecimento farmacêutico que tinha foi fácil para Yagiri contornar a situação. Contudo, aquela crise afetou agressivamente o corpo do guarda-costas que teve que ficar de cama por pelo uma semana. Izaya também foi afetado agressivamente por aquela crise. Ele já tinha sido esfaqueado, espancado, ameaçado e entre outras coisas, porém aquela era de longe a situação que mais sentiu medo na vida.

Depois daquele incidente a possibilidade de perder o loiro se tornou algo real e isso o assustou deverás. Precisou de algumas semanas refletindo e trabalhando esse medo em si para voltar ao normal.

Tanto que agora conversava casualmente sobre o assunto, mesmo não sendo agradável para si. Voltou sua atenção a conversa quando ouviu a seguinte pergunta - ...Afinal, qual é o alérgeno que causou aquela reação no Heiwajima? - A morena indagou, recordando que ate hoje desconhecia o que resultou tudo aquilo.

"Alérgeno?" Izaya pensou e franziu o cenho por um momento em confusão, as vezes esquecia do conhecimento que sua secretaria tinha de medicina. Alérgeno devia ser a substancia que causou a alergia, concluiu rápido - Receio que você não tenha dinheiro o suficiente para pagar uma das mais caras informações que eu disponho, Namie-san~

A mulher cruzou os braços e fitou o chefe - De fato, descobrir a kryptonita do homem mais forte de Ikebukuro é realmente algo valioso. Mas.. Você venderia essa informação?

O moreno sorriu largo e seus olhos brilharam travessos - Quem sabe? - Disse passando a mão no pelo macio do felino em seu colo. Agia daquela forma, mas sua intenção verdadeira era fazer de tudo para que aquela informação não se espalhasse - De qualquer forma, não vou revelar o ponto fraco do Shizu-chan a você. Então controle sua curiosidade.

A mulher abriu a boca para argumentar algo, porém o informante foi mais rápido que ela - Nee, Namie-san, você disse que eu estava menos animado hoje, mas é você quem está mais falante. O que aconteceu? - A voz soou suave, mesmo que o tom autoritário ainda estivesse presente.

O moreno tinha pressa em mudar de assunto, porque o tópico sobre a alergia de Shizuo só expunha mesmo o seu próprio ponto fraco que não só tinha nome, como também sobrenome: Heiwajima Shizuo.

Yagiri observou aquela reação rápida e concluiu que seu chefe havia voltado ao normal - Ah, você reparou. Estou alegre porque vou passar o feriado com Seeiji~ - As bochechas da morena ganharam um tom rosado depois da ultima sentença.

– Aah sim... - Orihara disse desinteressado, brincando com o gato em seu colo.

A mulher estranhou aquele pequeno número de palavras, talvez o informante ainda não tivesse voltado totalmente ao seu comportamento habitual - Nenhum comentário sarcástico?

Izaya ficou surpreso por um momento e depois riu - Você me ama mesmo en, Namie-san! Fica tão incomodada assim quando não mostro todos os traços da minha singular personalidade? Estou lisonjeado~ - Seu sorriso cínico estava largo e imponente agora.

Namie revirou os olhos com desdém, talvez um Izaya desmotivado e calado fosse melhor mesmo - Nada que você disser vai abalar meu humor hoje. E eu não sou louca como seu maridinho ou Izaya Junior no seu colo para conseguir te amar~

Yue levantou as orelhas quando foi citado, mas permaneceu se esfregando e se contorcendo sobre as cochas de Izaya que o acariciava - Mas é louca o suficiente para se apaixonar pelo próprio irmão, sua lógica é bastante controversa~ - Rebateu o informante.

– De qualquer forma, poderoso chefão - Ironizou, notando semelhança em como Izaya estava com o gato e uma das cenas do filme - Você vai me liberar agora? Meu trabalho depende do seu e você não produziu nada até agora.

Orihara olhou para a mesa cheia de papeis a sua frente. Normalmente gostava de trabalhar, mas hoje...

– Hum.. Ok, pode ir. Vou me dar o resto do dia de folga. E vou aceitar sua sugestão também, adoro assistir o Poderoso Chefão - O moreno tinha uma expressão satisfeita na face.

Suspiro - Francamente, em pensar que eu vim hoje para nada... Alias, eu devia receber mais por trabalhar no feri-.... Espera! - A morena sorriu largo - Seria possível que o motivo de seu desanimo seja a proximidade do seu aniversario de trinta anos?

Izaya olhou para a secretária, nem se lembrava da data. Seu rosto surpreso, não passou despercebido pela morena que continuou:

– Como eu pude esquecer de algo tão importante! Orihara Izaya já pode ser considerado um tiozão! - Disse em tom alegre e descontraído.

O moreno levantou uma sobrancelha - Olha para mim, Namie-san. De nenhum angulo eu pareço um tiozão - O que dizia era verdade, o informante estava muito bem conservado - Sem falar, que isso torna você o que en? Já que é mais velha que eu~

Yagiri apenas ignorou a fala do informante e começou a falar com seriedade - Sabe Izaya, eu tinha prometido para o Heiwajima que não contaria para você, mas... Acho que você precisa saber. Você tem que estar ciente da sua própria situação.

Orihara apenas franziu a testa esperando ela terminar.

– .. Ele arranca seus cabelos brancos pela manhã.

Izaya ficou em silêncio por alguns segundos e depois gargalhou alto. Até assustou o felino no seu colo, mesmo que este já estivesse acostumado com os exageros do dono - Que piada absurda, Namie-san! - Ainda ria - Obrigado, eu estava mesmo precisando rir assim!

Yagiri sorriu, maldosa. Nenhum pouco afetada pelas risadas - Não se lembra daquele dia que eu achei um fio na sua cabeça e ele apareceu do nada falando que era um pelo do Yue?

– Lembro sim - O moreno disse limpando as lagrimas provenientes do seu riso - Por que este fato, justificaria o outro?

– Não percebe?! Ele está protegendo você! Naquele mesmo dia ele me convenceu de que seria mais proveitoso para nos dois, eu e ele, que você não soubesse que seu cabelo já precisa de retoque há alguns anos. E me contou também, rindo, que cuidava disso todas as manhãs... - A morena dizia convincente - Não é verdade que você acorda todos os dias sentindo o "cafuné" do seu maridinho?~

– Pff, não tem mais graça, Namie - O informante disse demonstrando indiferença.

A mulher deu de ombros - Sabia que não ia acreditar, mas é verdade.. - Pegou sua bolsa e rumou para porta, porém, antes de sair soltou - Se duvida, verifique pela manhã. Já que ele não está aqui para arrancá-los~

Orihara assistiu a porta sendo fechada e depois de alguns instantes riu um tanto amargo. Sério que era mesmo ESSA a secretaria que ele merecia?

Com este questionamento em mente, ouviu um "nyau" baixo e olhou para o gato em seu colo. Por um momento, achou que Yue havia respondido sua pergunta, dizendo que "naunm", ele ~não~ merecia essa secretaria. O informante então sorriu, acariciou a cabeça do bichano com carinho e disse - Ela é mesmo uma bruxa, não é, Yu-chan?~

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Dia 2 de maio

Izaya estava sentindo mais frio que o normal naquelas manhãs que sucederam a madrugada do dia vinte e nove. O corpo de Shizuo cobrindo suas costas por debaixo do coberto fazia muita falta naqueles momentos, mas isso acabaria hoje com a volta do loiro.

Contente, levantou da cama bem disposto, calçou suas amadas pantufas de leão e foi até o banheiro seguindo sua rotina matinal, vestia apenas uma camiseta oriunda do uniforme de barman de Shizuo.

Em certo momento, se olhou no espelho e mesmo se sentindo um completo imbecil por estar fazendo isso, verificou se tinha qualquer indicio de fio branco em meio aos seus fios negros. Não que acreditasse em Namie. Sabia que ela só estava o provocando. Mas, lá no fundo, uma pontada de duvida nasceu em seu peito quando Yagiri disse aquelas palavras, porque sabia que o guarda-costas era capaz de fazer aquilo por ele.

Todavia, como nos outros dias, o resultado da checagem foi satisfatório: nada além de preto foi encontrado. Mais contente e confiante ainda, Orihara continuou seu dia normalmente.

Dado o momento de partir, direcionou-se a porta de entrada, seu gato já estava na caixa para transporte pronto para voltar para "casa" e carregava uma pequena mochila em seu ombro com alguns objetos indispensáveis(incluindo pantufas). Depois de passar três dias morando sozinho no seu apartamento em Shinjuku, Izaya até que estava sentindo falta do apartamento que dividia com o loiro em Ikebukuro.

Com tudo certo, abriu a porta e assim que pós um pé do lado de fora da residência, foi surpreendido por quatro braços o envolvendo em um abraço duplo. Olhou para baixo, só para confirmar que eram mesmo suas irmãs o abraçando.

– Soubemos que Yuuhei-san e Shizunii voltam de viajem hoje! Decidimos acompanhá-lo até o aeroporto, deve estar se sentindo solitário sem Shizunii por perto - A mais falante disse alegre.

O relacionamento dos irmãos Orihara havia melhorado com o passar dos anos, por incentivo de Shizuo e também pelo fato de que as gêmeas, mesmo que não admitissem, sempre desejaram, lá no fundo, ter um laço mais forte com o irmão.

– Vamos juntos, nii-san - A mais quieta sintetizou.

O moreno lançou um olhar de descrença para aqueles dois pares de olhos castanhos chocolate que o fitavam em expectativa - Sabem que ao meu lado terão mais chances de chegar perto do Kasuka e por isso estavam esperando eu sair.. - Disse afastando-se das duas e trancando a porta com chave - Não deviam se aproveitar assim do seu irmão mais velho..

– Não é verdade, Izanii! Também queremos ver o Shizunii!

– Saudades.

O informante, sem querer, esboçou um sorriso fino devido a aparente falta de consideração de suas irmãs, era o modo que estavam acostumados a utilizar entre si e parecia que isso nunca ia mudar. Andou despreocupadamente em direção ao elevador, sendo acompanhado pelas duas, uma de cada lado.

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– Shizunii já está vários dias fora né, só de olhar para Izanii fica claro.. - Mairu começou.

E Kururi acompanhou - Nítido..

Izaya estava sentando com as duas irmãs no banco traseiro de um carro. Estavam em um táxi ainda em Shinjuku. O bom humor do informante estava tão elevado naquele dia que ele aceitou levar as irmãs, mesmo ciente que manter um dialogo com elas não era seu forte.

Ouviu o comentário das jovens e logo lembrou-se que Namie havia dito a mesma coisa. Relutou por alguns instantes. Sabia que as chances de se arrepender eram altas. Porém, movido por sua fiel e inseparável curiosidade, indagou - Por que dizem isso? - Não achava que suas irmãs responderiam como sua secretaria, então qual seria a justificativa delas?

– Ora - Começou a desinibida, até um tanto surpresa pela pergunta - Porque é muito fácil notar, por exemplo, pela falta de marcas vermelhas no seu pescoço - A morena disse naturalmente, apontando para o próprio pescoço como se quisesse ilustrar o que disse.

– Chupões - A outra completou.

" Fui um idiota por ter perguntado..." Comentou mentalmente o primogênito dos Orihara. Mais uma situação para adicionar a sua lista enorme de 'Momentos constrangedores provocados pelo habito de morder de Shizu-chan'.

As meninas continuaram - Normalmente Izanii está cheio deles..! Principalmente na nuca. Shizunii tem algum fetiche em deixar rastros?

– Marcar território - Kururi disse enfática.

– Pode ser isso também, Kurunee! Falando nisso, há boatos de que uma vez Shizunii acertou uma maquina de vendas automáticas em um assalariado apenas porque ele tocou no braço do Izanii! Nee Nee~ Izanii responda! Isso aconteceu mesmo?! - Os olhos de Mairu brilhavam animados.

Izaya deu um dos seus sorrisos típicos e respondeu com tom orgulhoso - Ele apenas teve o que mereceu..

– Wou! Quando eu ouvi, não acreditei! Mas, é verdade que foi por ciúme e que depois Shizunii te perseguiu pelo distrito como antigamente?

O moreno sorriu sincero ao ouvir aquela pergunta. Era uma lembrança engraçada para si, ele havia armado a situação para que Shizuo visse o "assalariado" o abordando. Este "assalariado" estava lhe devendo uma quantia considerável e se recusava a pagar utilizando da proteção que tinha de seus "contatos", planejava apenas dar um susto nele usando o ex-barman. Todavia, não esperava que o loiro entenderia tudo errado e se voltaria contra ele depois.

Em um momento estava conversando com aquele cliente desagradável e em outro o viu estirado no chão, até ai, tudo bem. Mas quando ouviu o "Corre" e se viu sendo encarado por aqueles olhos irritados, não entendeu mais nada. Nem teve tempo de tentar explicar, por que o loiro não o ouvia. A perseguição perdurou por horas e mesmo após desfeito o mau entendido, Shizuo continuou bravo alegando que o "trabalho" de Izaya só o aborrecia. Depois desse mini flash-back mental, o moreno apenas disse descontraído - Shizu-chan é mesmo um protozoário estúpido..

As meninas olharam para o irmão, ele não havia respondido a pergunta que lhe foi lançada, parecia apenas que tinha pensando alto. Não satisfeitas, insistiram - Izanii, responda o que eu pergunteeíí~!

– Responda.

O informante olhou para as duas e fez um rosto indiferente - Ciúmes? Não sei, perguntem ao Shizu-chan. Sobre a perseguição, sim, ocorreu.

O rosto das jovens se iluminou, Izaya havia respondido a pergunta! Em anos atrás, ele com certeza teria desconversado ou simplesmente ignorado. Mais animadas em conversar com o irmão, Mairu arriscou em perguntar - Nee, Izanii... Tem algo que intriga eu e Kurunee já faz alguns anos, sempre quisemos perguntar, mas sabíamos que você não ia responder! Então responda agora, como fez para o Shizunii se apaixonar por você!? Queremos que Yuuhei-san se apaixone por nós também!!

O moreno não esperava aquela pergunta, era por isso que não gostava de conversar com suas irmãs. Elas o deixavam desconfortável, com essa intimidade e indiscrição que dispunham. No entanto, apenas riu - Está fixação pelo Kasuka ainda não passou? - A forma com que disse poderia ser descrita sim, como a de um irmão mais velho desdenhando dos "sentimentos adolescentes" de suas irmãs mais novas.

As gêmeas se sobressaíram - Mas é claro que não passou! Yuuhei-san é o homem perfeito! Continuamos apaixonadas por ele, não é, Kurunee?!

– Sim! - Os dois pares de olhos castanhos chocolates fitavam convictos os castanhos avermelhado quando lhe lançaram aquelas repostas enérgicas.

A teimosia parecia ser uma característica herdada de família. O apego e interesse pelos Heiwajima também, pois devia existir algo no DNA dos Orihara que explicasse esse fascínio que eles sentiam pelos já citados.

O primogênito dos Orihara balançou a cabeça em reprovação - Não vou apoiar vocês nessa loucura. E não é como se Shizu-chan e Kasuka fossem parecidos, "meus conselhos" provavelmente não funcionariam - Izaya fez questão de fazer as aspas com os dedos.

As meninas discordaram - Está sendo modesto, Izanii?! Se você conseguiu o Shizunii, consegue qualquer outro homem! Levando em consideração a relação que vocês tinham, é praticamente um milagre que estejam juntos hoje!! Nee, conte seus segredos!

– Táticas!

Izaya riu sincero, suas irmãs pareciam mesmo respeitá-lo nesse quesito. Sem contar, que os argumentos que elas estavam utilizando eram inquestionáveis. Todavia, não tinha o que dizer para elas sobre isso.

"Obtenha a atenção dele fazendo o odiar, depois de anos o surpreenda com um beijo, tranze com ele assim que possível.. Aproveite todo tipo de situação para irritá-lo e também para excitá-lo....Não demonstre qualquer apego ou carinho.... Hum, não posso dizer isso para elas, certo? Não daria certo com Kasuka, na verdade, não daria certo com qualquer outra pessoa.." refletiu o informante.

– Diga, Izaniii!!

– Nii-san~

As meninas o sacudiam de leve impacientes, o moreno suspirou e enfim lhes deu uma reposta - Questionem o Shizu-chan. O real milagre aqui é EU estar com ele e não o contrario~

As gêmeas refletiram por alguns instantes aquela afirmação categórica do moreno.

– Izanii tem razão - Começou Mairu - Shi-zu-nii que é um santo por conseguir aturá-lo por tanto tempo.

– Verdade.

As frases foram ditas com tanta convicção que Izaya nem tentou rebatê-las. Seria perda de tempo e não é como se tivesse ficado ofendido, de qualquer forma. Na verdade, aquelas frases lhe fizeram atentar em outro detalhe.

– Desde quando chamam Shizu-chan com tanta intimidade? Há meses atrás ainda o chamavam de "Shizuo-san" não é?

As jovens olharam para o irmão que estava sentado entre elas e ficaram felizes pela pergunta.

– Você reparou! Que Shizunii e Izanii são casados não é segredo para ninguém em Ikebukuro. Porém, na ultima vez que nos vimos, Shizunii contou para nos como ele pediu Izanii em casamento, ficamos tão emocionadas que decidimos homenageá-lo de alguma forma. Por isso, para mostrar que agora ele é da família, eu passei a chamá-lo de Shizunii e Kurunee de-

– Shizu-san - Completou a mais quietinha.

A de tranças então, finalizou - Ele é como nosso segundo irmão mais velho agora, já que é casado com Izanii, logo deve receber uma nomeação especial e diferenciada dos demais.

O moreno olhava para as duas com uma expressão atenta, porém imparcial. Para ele aquela demonstração de afeto não valia muita coisa, mas sabia que o loiro ficaria bastante contente com aquela homenagem. Diferente do informante, o ex-barman apreciava laços familiares e ficaria lisonjeado em saber que as duas o queriam não apenas como "cunhado", mas sim como um irmão mais velho.

– ....Não se esqueçam de dizer isso ao Shizu-chan - Izaya demorou tanto tempo para comentar algo que as garotas concluíram que ele não diria nada sobre o tópico. Por essa razão, sorriram surpresas quando ouviram este retorno do irmão.

– De maneira nenhuma, não vamos esquecer!

– Não mesmo.

Elas afirmaram animadas. Mairu então começou - Estamos muito ansiosas em reencontra o Shizunii e o Yuuhei-san hoje! Eles são tão lindos, gentis e blá blá blá....

Foi o que moreno ouviu, ignorando totalmente os comentários fanáticos das meninas sobre o loiro e principalmente sobre o irmão do mesmo.

Mau sabiam elas que o trajeto de Izaya não incluía pegar os Heiwajima no aeroporto. Pretendia esperar o marido em casa, por isso estava levando Yue e uma mochila com os objetos que levou para Shinjuku quando se "mudou" temporariamente para lá.

Sentia até um pouquinho de compaixão por elas, mas não pretendia protagonizar uma cena apaixonada de reencontro com loiro em publico. Seria desconfortável para si. Em meio a esses pensamentos, sentiu seu celular vibrar, surpreendeu-se com o nome que estava no visor.

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CONTINUA!!


Notas Finais


Sentiram falta de alguém? rsrs
Eu senti ;-; Mas, foi super legal para mim escrever esse capítulo com as mulheres da vida do Izaya e principalmente falando sobre o homem da vida dele! Empaquei em alguns momentos, mas valeu a pena kkk Vou sentir falta de escrever por esses momentos ;3

A próxima e ultima parte vai ser postada logo logo o/ (sério)


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