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História O Namorado Misterioso da Estelar - Capítulo Único


Escrita por: MJthequeen

Notas do Autor


- Algo que escrevi de madrugada, então me deem um desconto kkk

- Se passa durante o primeiro filme Liga da Justiça vs Jovens Titãs, universo animado da DC; vamos fingir que o Contrato de Judas nunca aconteceu e o Mutano nunca fez parte de uma equipe com o Dick haha

- Provavelmente vai ter uma resposta "A Namorada Misteriosa do Grayson", mas a história vai ser um pouco diferente desse estilo e provavelmente sem relação com essa ;)

É isso, divirtam-se! <3
Boa leitura!

Capítulo 1 - Capítulo Único


O Namorado Misterioso da Estelar

 

Mutano coça as costas com uma mão e abre a porta da geladeira com a outra. Ele pega a única caixa de leite de soja, já na metade, e derrama todo o líquido no copo, derramando um pouco no caminho. Ele pisca para o balcão sujo e suspira, fechando a porta da geladeira com o pé. Talvez Kori não note isso e nem fique brava – ele está com uma preguiça imensa de pegar um pano e limpar. Quando está prestes a levar o copo até a boca, para abruptamente e quase o deixa cair.

— Puta que pariu – deixa escapar, piscando os olhos inchados de sono e se acalmando. – Cara, tem como você avisar que chegou? Tossir, não sei. Que susto.

Damian Wayne, parecendo muito mais acordado que Garfield, que só está com uma bermuda amassada, olha-o sem expressão. Tem os braços atrás das costas.

—Se isso fosse um ataque, você já estaria morto – garante, pegando uma maçã na fruteira em cima do balcão. Gar vê quando os olhos azuis olham com desprezo para o leite derramado.  Ignorando tal movimento, Mutano balança os ombros e ri.

— Se isso fosse um ataque, cara, você teria que lidar com um gorila ou leão faminto – Garfield ergue o copo de leite, como se fizesse um brinde. – Então a sorte é sua.

Ignorando qualquer resposta que o menino novo talvez tenha – por que esse moleque tem resposta para tudo, Gar já percebeu nesses dois dias que ele tinha estado com eles na Torre – o recém-acordado volta a bocejar e andar em direção à porta da cozinha, onde a sala fica.

Alguns poderiam ficar chocados com a menina flutuando de pernas cruzadas sobre o sofá, uma xícara de chá flutuando com ela, mas Mutano já tinha se acostumado com isso e com coisas mais estranhas, como a armadura que saia diretamente das costas do seu melhor amigo e a líder da equipe em que estava, que ele considerava uma irmã mais velha, lançando lasers dos seus belos olhos verdes. Então, sem se impressionar, Mutano se joga no espaço livre do sofá.

— Buenos día, hermano – Jaime cumprimenta com um soquinho no punho verde do amigo, que oferece o copo de leite, coçando a barriga. – É... Não. – E volta a mudar os canais na TV.

Mutano se vira para onde Ravena está, de olhos fechados e muito concentrada.

— E você, Rae? Sabe, leite faz bem pela ma...

— Não – corta rapidamente e Garfield pode ouvir Jaime rindo pelo nariz. Ele mostra a língua para Ravena, mesmo sabendo que ela não está vendo. Ela finalmente abre só um dos olhos, o direito, e o encara mal humorada. – O que você tem contra roupas? – suspira, insatisfeita.

No momento em que Garfiel abre a boca, ele ouve outra voz.

— Ah não, Rae. Você sabe que ele vai começar com aquele blábláblá de reino animal e macacos com camiseta... – Jaime diz, realmente incomodado. Ravena até ri, de forma contida, voltando a fechar os olhos. Garfield olha ofendido para o colega.

— Ei! Você quer dizer que eu sou previsível ou o quê...

— Vocês todos são – A voz séria e masculina interrompe o ritual matutino dos amigos Titãs. Jaime olha para o pequeno rapaz, de cabelos pretos, entediado. Ravena não move um músculo e Mutano finge que nem o ouviu.

— Bom dia para você também – e volta a zapear pelos canais como se Robin, ou simplesmente Damian, não estivesse ali, encostado no batente e zangado.

Desde que ele tinha chegado à Torre dos Titãs, o grupo vivia de mau humor. Na verdade, os meninos, os três, viviam de mau humor. Ravena e Estelar agiam normalmente – a primeira por não dar à mínima e a segunda por ser a mais velha e, portanto, um exemplo. Mas, sinceramente, Damian podia simplesmente não atrapalhar aqueles momentos? Sempre que eles, Ravena, Garfield, Jaime e Koriand’r se reuniam, ele precisava aparecer com um comentário sarcástico – de um jeito ruim, não do jeito Ravena que Mutano até gostava, lá no fundo – ou sugestão de como Kori deveria coordenar o time.

Kori...

Damian, de braços cruzados, volta a olhar a sala de estar e todas as portas que dão para ela. De cenho franzido, olha para os companheiros.

— Onde está a alienígena? Hoje deveríamos treinar – como sempre, ele tem um tom de ordem na voz. Jaime se pergunta como alguém consegue aguentar esse garoto. Seu escaravelho está louco para dar um jeito nele...

— O nome dela é Estelar – Ravena deixa claro, sem abrir os olhos. – E ela está... atrasada – é tudo o que diz, depois de franzir o nariz por um minuto. Seu rosto volta ao estado pacífico.

Damian franze ainda mais o cenho e seu incômodo só aumenta quando ele vê Garfield virando para Jaime e Jaime virando para Garfield, cúmplices, rostos suspeitos. Bem, ele só está aqui há dois dias, mas Estelar não parace ser de atrasar. Ela acordara mais cedo do que todos no dia anterior. Sua atenção volta ao cômodo quando vê os risos dos dois garotos.

Mutano deixa o copo de lado e se vira para Ravena, abrindo a boca para dizer algo.

— Não começa, Garfield.

— Qual é, Rae, você tem que apostar algo também! Não tem graça se é só eu e o Jaime...

— É claro que não tem graça, você já perdeu – Jaime diz, feliz demais. Garfield o olha ofendido.

— Ah, é? E se eu te disser que tenho provas de que ele é da Liga...? – O menino verde sorri de canto quando vê a expressão de susto de Jaime.

— Es broma!  Você finalmente o viu e não me contou?! E ai, é o Flash, então?

Gar balança a cabeça como se estivesse cansado disso.

— Cara, não é o Flash! Sério, eu não sei da onde você tirou isso – Jaime parece um pouco chateado, mas Garfield dá um sorriso amarelo. – Quer dizer... Eu não o vi. Mas não é o Flash!

— E como é que você tem tanta certeza? A prova era o que? O anel do Laterna? – o texano arqueia a sobrancelha, zombando. Mutano abre a boca, impressionado, e Jaime até arregala os olhos.

— HÁ! Você acreditou mesmo que eu achei o anel? Cara, você é muito burro! – ele cai na gargalhada, jogando-se no sofá, mas não dura muito por que Jaime começa a socá-lo e dizer xingamentos em espanhol.

Damian assiste tudo como se fosse um documentário interessante na televisão sobre a savana. Mas ele já foi ignorado demais. Limpa a garganta num som arranhado, porém todos do cômodo ignoram. Ele volta a limpar outra vez, agora mais alto, e Mutano e Jaime deixam a lutinha de lado para olhá-lo como se ele pudesse explodir ou cair morto só com isso. Damian não se impressiona – Dick já tinha o olhado desse jeito diversas vezes para ele sequer se afetar.

— Do que vocês estão falando? – exige, ainda de braços cruzados.

Jaime e Garfield se olham e voltam a se sentar normalmente no sofá; Jaime inclusive pega o controle e volta toda sua atenção para a TV.

— Nada demais – desconversa ele e Mutano coloca o copo na boca, sugando-o num barulho irritante. Poucos segundos depois o copo está flutuando para longe dele e ele olha feio para Ravena, que ainda não se moveu nenhum músculo.

Damian com certeza não gosta dessa resposta. Ele olha de um rosto para o outro, batendo o dedo indicador no braço.

— Eu fui criado como um exímio detetive, então vou dar só mais uma chance para vocês me contarem, antes que eu descubra sozinho.

Jaime e Garfield se olham outra vez e ambos dão de ombro, voltando a fazer o que faziam. Dessa vez Mutano estala a língua, dando leves olhadelas desconfiadas para Ravena, como se com medo que dessa vez sua língua é que fosse flutuar. Dessa vez, Damian está irritado. De verdade. Está prestes a fazer outra ameaça, quando Garfield o olha curioso, como se uma lâmpada tivesse iluminado sua cabeça, uma grande ideia.

— Você disse que é um exímio detetive, não disse? Prove.

Ravena abre os olhos nesse momento e Jaime também encara Garfield, surpreso.

— Hermano, eu não acho que Kori...

— Ah, qual é! Nós estamos curiosos tem quatro meses! É só ela não descobrir que nós descobrimos, que mal pode fazer?

Ravena deixa de flutuar para se sentar no sofá. Quando abre a boca para falar algo, porém, é a voz de Damian que eles escutam.

— Qual é o assunto? E o que tem a ver com a alienígena?

Rae olha de Garfield para Damian, parecendo insatisfeita, com vontade de falar algo que não sabe se deve. Jaime suspira e aponta a poltrona de frente ao sofá para Damian, que se senta rapidamente. Garfield se curva para falar baixo.

— Olha, isso não pode sair daqui, entendeu? Ou nós vamos garantir que a Rae não te cure outra vez. – Damian controla a vontade de revirar os olhos, só por causa da curiosidade. Tsc, ele é um idiota, sendo movido por um sentimento tão bobo. Mas já que estava nesse antro de crianças bestas, mesmo. Se está no inferno, abrace o diabo. – Olha, a Kori... ela tem um namorado.

E o cômodo fica em silêncio, a grande notícia. Eles o olham com expectativa, para ver qualquer sinal de choque ou surpresa.

 Damian olha para os dois como se eles fossem retardados. Cristo, era melhor ter ficado em seu quarto.

— E daí? Apesar de ser uma alienígena, ela é bonita – é um pouco estranho para ele admitir isso, mas é verdade. Estelar, ou Kori, era uma mulher de muitos... dotes. Sua mãe com certeza a aprovaria como guerreira ou mulher, apesar do Wayne não querer admitir.

Agora são os dois que o olham como se ele fosse um retardado.

— Não seja tonto, hermano.  É claro que isso não é surpresa – Jaime balança a cabeça.

— É. A Kori é linda e tal. Mas, cara, esse maluco é estranho! Desde que percebemos que ela tem encontros com alguém de noite, esperamos ela vir dizer quem era o cara, apresentar para gente.

— Mas isso não aconteceu – Jaime continua e Damian se pergunta por que, Deus, está ouvindo toda essa besteira? Ele deveria estar treinando. – E nós ficamos curiosos e fomos atrás das câmeras de segurança... Não tem nada nelas! Nós sabemos que ele passou a noite por que ela acorda toda feliz, mas nunca vemos nada.

— Cinco meses e ele não deixou um único rastro, uma roupa esquecida, um barulho diferente. É como um fantasma. Eu e Jaime até ficamos, uma vez, esperando – Mutano conta, olhando constrangido para Ravena, que os encara brava. – Sabe, eu de cachorro e tal. Tentei sentir o cheiro do cara, mas não tinha nenhum!

—... E por isso eu aposto que ele é um alienígena – Jaime diz, parecendo falar só com Mutano, que revira os olhos.

— Cara, não tem jeito de ele ser alienígena. Você sabe, ela é exilada. Onde esse cara estaria vivendo? Kori com certeza teria trazido ele para viver aqui.

— Se você insiste tanto que ele é um humano, então por que não o Flash? Faz sentido que nunca o vemos, ele passa correndo! – explica, como se fosse muito claro. 

Ravena os encara, pensando que são idiotas.

— Eles apostaram – elucida para Damian, que parece um pouco confuso. – E isso é extremamente estúpido – volta a falar alto, para todos. – A vida privada de Kori não deveria ser um jogo para vocês. E só os dois babacas já deveria ser o suficiente, não arrastem mais ninguém para isso.

Mutano cruza os braços para ela.

— Você diz isso por que pra você é fácil. – Ele se vira para Damian, apontando para Rae com o dedão. – Ela pode sentir quem ele é, mas se recusa.

— Eu não vou usar meus poderes desse jeito... tosco, Garfield – arranha ela, mal humorada. Damian parece pensativo. Uma pessoa que não deixa rastros?

— Bem, ele certamente não é um fantasma. A alternativa do alien é válida. O seu besouro não teria sido capaz de escaneá-lo, entretanto? – junta as mãos na frente dos lábios, intrigado.

Jaime olha para ele sério.

— Eu tentei isso também, hermano. Mas é como se o besouro não o reconhecesse como um estranho, como se ele tivesse... no ar...  – tenta explicar, um pouco intrigado com seu próprio poder. Damian ouviu que ele tinha ganhado o besouro recentemente então ainda não tinha compreendido totalmente tal arma.

Damian volta a pensar. Caso intrigante, no mínimo. Ergue os olhos para Garfield.

— Você disse que tem provas de que ele é da Liga?

Ravena franze o cenho para o menino.

— Não pode mesmo estar pensando em se juntar a eles – murmura, incrédula. Damian olha para os dois e depois para ela, dando de ombros logo depois. Já estava aqui, mesmo. Ela bufa e mexe a cabeça em sinal de reprovação, enquanto Mutano e Jamie dão um highfive.

— Eu ouvi o sinal do comunicador da Liga ontem à noite, quando passava no corredor para ir ao banheiro – explica, concentrado. Ravena, agora sentada sobre as próprias pernas e os ouvindo como se para cuidar que eles não fizessem nada além do limite, vira para ele confusa.

— Nós temos banheiros nos quartos...

As bochechas verdes de Mutano ficam vermelhas repentinamente.

— Ei, eu sou o reino animal inteiro em uma espécie, ok? Talvez eu tenha acordado na forma de algum animal e aconteceu... algum acidente...

Ravena o olha com nojo e balança a cabeça logo depois. Damian ignora o comentário.

— Não é muita coisa. Pode simplesmente ser dela, não exatamente do nosso homem misterioso...

Garfiel fica decepcionado, suspirando. Jaime parece pensativo.

Bien, mas é o que temos.  E é por isso que o Flash é o único a ser escolhido – abre os braços para Mutano, encarando-o com o rosto vitorioso, mas Garfield só revira os olhos. Damian ainda está pensando.

— Certamente ele tem a vantagem de ser rápido... Mas por que não Superman? Ele tem a mesma vantagem.

— Ei, cara! Todo mundo sabe que ele tá com a Mulher Maravilha – garante Mutano, um pouco ofendido de Damian ignorar o seu ship. O mini Wayne o olha como se ele fosse tonto.

— Minha mãe dizia que é normal que um homem tenha mais de uma amante. E as duas são princesas guerreiras, então um ponto para a semelhança de gostos por mulheres.

Jaime ri abertamente.

— Ninõ, muitos caras iam gostar de ser seu pai... – Jaime para de rir imediatamente ao ver a expressão nada amistosa de Damian. Ele tosse. – Quer dizer, tem razão. Superman. E eles teriam um motivo para esconder o relacionamento, imagina só se a Mulher Maravilha descobrisse...

Mutano coloca a mão no queixo, encostando-se ao sofá.

— Eu ainda tiraria o Flash, de qualquer forma. Vocês não acham que o namorado da Kori seria um cara bonitão?

Jaime arqueia a sobrancelha para ele.

— E como você sabe que o Flash não é bonitão? Já o viu sem a máscara, inteligência?

Garfield dá um soco no braço de Jaime, que revida e os dois voltam a brigar e se xingar no sofá. Ravena suspira alto, mas Damian ainda está tentando juntar as peças.

— Talvez Garfield tenha razão. Superman é a maior alternativa, então. E os dois são alienígena, o que também faz sentido.  Aproximação pelo sentimento de estrangeirismo, talvez. Os dois sozinhos em um planeta diferente...

— Bonitão... O único outro rosto que conhecemos também é o do Ciborgue... – Mutano pensa, depois de se soltar outra vez de Jaime. Esse ri pelo nariz.

— Hermano, ele é um robô. Será que ele tem um pa...

Ravena tosse alto e olha feio para Jamie, que fica constrangido na hora.

— Por favor – rosna a única menina e Garfield segura o riso com os pedidos de desculpas baixinhos de Jaime.

— Se falamos de alienígenas, não podemos colocar o Lanterna Verde, então? Não que ele seja um, mas ele tem contato com vários, vai que a Kori o conheceu assim – Mutano sugere, olhando para o teto.

— Também faz sentido. Mas eu não sei como ele usaria o anel ao seu favor, o que ele poderia construir que o deixasse praticamente invisível? – Damian rebate, levantando-se e começando a andar de um lado para o outro. – Por que só estamos falando de homens? A própria Mulher Maravilha é uma alternativa.

Ravena sorri de canto com o comentário e Garfield e Jaime se olham, ambos com as bochechas vermelhas – Mutano um pouco mais. Jaime puxa a gola da camiseta.

— Vamos voltar para los hombres, você só vai fazer a gente criar expectativas – murmura o mais alto, um pouco chateado.

Damian levanta a sobrancelha para a reação dos dois e Ravena ri baixo da expressão dele; é nesses momentos que ela pode reconhecer que ele foi realmente criado longe da civilização. Mutano perde o vermelho nas bochechas de repente e olha para Dam.

— Espera ai! Vamos ligar os pontos; um homem que não temos ideia de quem é, entra sem ser percebido, não deixar qualquer prova que sequer esteve aqui, pode ter um comunicador da Liga, e você, Robin, consegue entrar no time sem quaisquer problemas... Cara, acho que você tem uma madrasta gostosa – Garfield ri, olhando para o Robin de forma engraçada.

Damian junta as sobrancelhas.

— Está sugerindo que meu pai...?

Jaime parece ter visto a mesma luz que Mutano.

— Eu não tinha considerado o Batman até agora, mas com tantas evidências... Hermano, es un genio – os dois voltam a fazer highfives de frente à um Damian duvidoso.

Insatisfeito, Damian suspira. Não, não pode ser seu pai, por mais que eles pensem que sim. Agora, está curioso. Volta a se sentar na poltrona.

— Eu tive uma ideia. Vamos tentar pegar nosso homem misterioso essa noite.

 

 

Usando sua roupa de treinamento e não o uniforme de Robin, que é um pouco chamativo demais, Damian se esgueira nos corredores escuros da Torre Titãs, onde está vivendo há dois dias. É um lugar bonito e com cheiro fresco, mas ele sente um pouco de falta da caverna escura e do cheiro forte de água na terra, como chuva. Mas não há tempo de pensar nisso agora.

Está com a espada nas costas, usando seu kimono negro, sem máscara, preparado para descobrir quem é esse cara. Kori escolheu bem, ao menos – ele passou pelas câmeras de segurança, por Mutano, que tinha um ótimo nariz como cachorro, e pelo besouro de Jaime. 4 meses, sem ser identificado por nada.

Pobre coitado – o azar dele era que agora Damian estava ali. Ele estava no corredor que dava para a porta de Kori, aberta só por uma brecha, por onde saia luz, Mutano estava no corredor seguinte e Jaime estava no topo da Torre, por onde podia ver a janela do quarto da Princesa Alienígena e até a do seu banheiro. Ravena se recusou totalmente a participar, mas os meninos a fizeram prometer que não contariam para Kori.

Eles também tinham achado o plano de Damian um pouco arriscado – se fosse mesmo Superman, como eles vinham apostando, ele não seria pego por dois meninos de 14 anos e um de 16, seria? Bem, na verdade a espada de Dam era só de decoração. Eles só queriam ver o dito-cujo, não atacá-lo, mesmo por que Kori ficaria brava. Por isso eles estavam em todos os lugares por onde esse homem precisaria passar para entrar no quarto dela – corredores e janelas.

Damian colocara birdrangs em pontos estratégicos desse mesmo corredor, com câmeras instaladas. Talvez esse homem pudesse enganar as câmeras da Torre, mas não as suas. A tecnologia Wayne era quase inhackeavel – a não ser que você fosse Batman.

A respiração dele estava pesada, o silêncio da noite o estava deixando ansioso. Agora, ele estava curioso. Queria saber quem era o namorado dessa Princesa – e por que ela simplesmente não os apresentava.

— Jaime? Tudo bem ai? – Ele ouve Mutano perguntando através do ponto. – Cara, não acredito que estamos espionando a Kori! Ela iria ficar uma fera.

— Tudo bem, hermano. Nada de anormal. Mas ela abriu a janela do quarto, talvez para tomar um ar? E ela só vai ficar brava se descobrir, então vê se controla seu jeito escandaloso.

— Escandaloso? Ei, o que você quer dizer?

— Como toda vez que você grita que nem uma menina quando perde no videogame.

— Quê?! Eu não faço isso, vai se foder.

— E agora ela tá de SPM, que hermosa.

— Fala minha língua, imbecil!

— Quietos, os dois – Robin ralha, irritado. Obviamente Batman não ficava conversando no seu ponto; outra desvantagem de estar em um time. Está olhando para a porta à apenas alguns metros. Já passa das 23hrs, quando esse cara vai chegar? – E isso quer dizer TPM.

— Sua mãe que tá de TPM, Jaime, seu babaca.

 

 

Damian estala a língua, ignorando o fato de o barulho ser como pratos quebrando em uma cozinha, já que o corredor está vazio. Bem, já passa das 2hrs. Se esse idiota chega tão tarde todo dia que vem, é entendível por que Koriand’r não levanta na sua hora. Damian não tinha ideia de quanto tempo uma relação sexual podia durar, e, sinceramente, não o interessava, mas a mulher devia de ter um descanso depois. Seu pai sempre acordava atrasado quando suas namoradas ficavam bebendo com ele até mais tarde, na sala de estar, e não iam de uma vez para o quarto dele.

Se Dam pudesse dar uma sugestão para esse fantasma, então, seria esse: “tem como chegar mais cedo e ter o coito logo? Preciso da minha líder acordada amanhã cedo, se não for incomodar”. Ele está prestes a falar isso no comunicador, para ver se talvez os outros o ajudassem a mandar essa mensagem, e também checar se eles ainda estão acordados, quando um barulho trava todo seu corpo em posição de ataque.

É isso, ele chegou. Damian semicerra os olhos. Ele não pode arriscar avisar os colegas de time e ser ouvido pelo homem misterioso – ainda mais se esse homem for o próprio Superman, mas nesse caso tudo aquilo era um pouco útil. Se for mesmo Superman, Dam acreditava que o homem ficaria com pena deles e se revelaria, já que já teria os ouvido na primeira respiração de Damian. Mas algo o dizia que não era o Super.

O barulho é de passos. A pessoa está andando; mas onde? Damian tenta focar no som, uma vez que tudo está quieto e escuro, já que Kori apagou a luz há horas. Vem... Vem do corredor do Mutano. Ele grunhe. Merda, Garfield tinha dormido. Ou tinha tido uma visão da pessoa, talvez?

 Damian ergue o braço lentamente e segura no cabo de sua espada, puxando-a com um cuidado imprescindível. Os passos estão ficando mais altos, ele já passou por Garfield. Dam sente um frio na espinha, sua barriga se revirando de uma forma familiar. O plano é que ele ficasse parado ali. Só parado, mas seus instintos dizem o contrário. Muito o contrário. Ele afasta os pés e os joelhos, em posição clara de luta. Só mais alguns passos, vamos, ele está louco para usar essa espada em alguém... Cristo, agora ele queria que fosse mesmo Bruce só para poder atingi-lo com a lâmina por tê-lo mandado para os Titãs.

Então, Dam sabe, chegou a hora. Os passos estão há poucos dos seus. Só dois. Seu coração bate rápido e Damian pula, num suspiro contigo de guerra, prestes a finalmente descobrir quem é o namorado misterioso da sua líder. Ele segura a pessoa, espada na mão, e se revira com a forma violenta como ela se debate.

— Damian? Você tá o atacando?!

Robin ouve a voz de Jaime no seu comunicador, mas há algo de errado e ele percebe muito rapidamente, embora não rapidamente o bastante para evitar que Kori abra a porta do seu quarto num susto e acenda a luz dos corredores.

— Por X’hal o que está aconte... Damian?!

Damian deixa de se revirar e olha para o quê exatamente ele está segurando. Um cachorro. Um cachorro verde, com a língua para fora. O cachorro olha para ele, ele olha para o cachorro e, num movimento, ele joga o animal para longe, ralhando algum palavrão. Kori está assistindo tudo de braços cruzados, usando um robe claramente mal amarrado por causa da pressa, e olhar bravo, enquanto Mutano se transforma, coçando a nuca.

— Alguém pode me explicar exatamente o que vocês estão fazendo no meu corredor há essa hora?

Os dois garotos se olham, Mutano constrangido e Damian irritado.

— Nós... Nós... – tenta o menino verde, olhando para cima, rubor nas bochechas. Dam vê que seus olhos estão um pouco inchados e que ele esteve dormindo esse tempo todo. Revira os olhos.

— Eu ainda estou com problemas para me adaptar e decidi andar pela Torre... Mas me perdi. Garfield deve ter ouvido meus passos e achado que era alguém estranho.

— É, é isso ai. Falou falado, Robin.

Kori descruza os braços devagar, ainda desconfiada. Ela encara Damian, que tem a expressão em branco.

— E você dorme... de Kimono? – incentiva a líder, mudando o peso do corpo de um lado para o outro. Dam olha para as próprias roupas e depois para ela.

— Eu cresci em um dojô.

— E com uma espada...? – Kori aponta para o objeto na mão dele.

— Um dojô perigoso – ele acrescenta, sério.

A mulher suspira, olhando de um menino para o outro. Ela descruza os braços e passa a mão no cabelo preso.

— Eu sei que pode ser difícil se acostumar com uma casa nova, Damian, acredite; tem algo que eu possa fazer por você? Talvez um chá, para você dormir melhor?

Ele balança rapidamente a cabeça.

— Não. Não, obrigado. Acho que... achei meu sono – Damian respira fundo, claramente irritado.

 

 

Kori observa quando os dois meninos desaparecem no corredor, Garfield ainda sorrindo amarelo. Ela não pode evitar sorrir também; são bons garotos – mesmo Damian sendo um bom menino muito difícil. Ela volta apagar as luzes e fecha a porta delicadamente, aproveitando o silêncio cômodo do seu quarto.

— Problemas com as crianças?

Kori acende uma starbolt em direção a voz, olhos brilhando verde. Tudo o que encontra na sua cama, porém, é um visitante já conhecido, que levanta as mãos em sinal de rendição. Tem um lindo sorriso brincalhão no rosto já sem máscara; mas ela devia estar ali há alguns instantes, uma vez que ele está usando seu uniforme. Koriand’r faz a starbolt sumir, levando a mão até o nó mal dado do seu robe e tentando não pensar em como é ele é lindo. X’hal lhe ajude.

— Que susto, Dick! Você não me avisou que vinha hoje – briga, mas num tom de voz doce. Ele está sempre tão ocupado com as coisas de Bludhaven e, às vezes, até de Gotham, que a presença dele em qualquer momento é bem vinda para ela. Star pendura o robe num cabide atrás da porta.

Dick deixa a cabeça cair de lado, um pouco para vê-la melhor sob a única luz da lua que entra pela janela.

— Decidi de última hora, não quis sair da cidade sem te dar um beijo... – Ele encara firmemente as coxas dela, que se revelam por causa da camisola curta e levemente transparente. Kori ri da cada de pau dele. – Ou algo mais – sugere, batendo no lado livre da cama.

Koriand’r ri de uma forma sexy que ele adora – mas tudo o que ela faz é sexy para ele então... – e caminha vagarosamente em direção ao móvel, percebendo uma janela semi-aberta, por onde ele deve ter entrado.

— O algo mais é muito bem vindo – sussurra, deitando-se ao lado dele e sendo puxada para um beijo envolvente, onde Richard não perde tempo para estar com as mãos na sua bunda. Tudo bem por ela, já que as suas já estão no zíper do uniforme.

Kori puxa os lábios dele entre os dentes e lhe dá outro beijo leve, acariciando seu nariz com o dele.

— Damian é muito bom, eu não percebi que eles estavam no corredor – revela num murmúrio, quando Dick achou o caminho em direção ao seu pescoço. Ele murmura qualquer coisa sobre como ela é fantasticamente cheirosa. – Como os despistou?

— Ele é bom, mas fomos treinados pela mesma pessoa – Dick ri na pele dela e Kori puxa delicadamente seu cabelo. – Eu usei um áudio para Garfield pensar que tinha ouvido passos; ele foi atrás, mas encontrou Damian que também achava que tinha ouvido passos. Jaime se distraiu com os dois, eu entrei pela sua janela. Voilà – Ele dá um beijo estalado entre os seios dela e Kori ri.

— Tadinhos.

— Devíamos simplesmente contá-los. Ravena já sabe, de qualquer maneira, e não é como se tivéssemos qualquer coisa a esconder – sugere, de repente pensativo, acariciando a cintura nua dela. Kori encara fundo os olhos azuis do seu namorado, apaixonada pelo jeito atencioso dele.

Ela segura na mão dele que está na cintura dela e entrelaça seus dedos.

— Talvez, embora eu acredite que teremos que discutir isso mais tarde. 

E guia a mão dele para onde realmente a interessa – e, Deus, o interessa também. Muito. 

 

 

Ravena engole um pouco do chá. Mutano está cortando as unhas do pé, ainda de bermuda, apesar de todos os pedidos incontáveis dela de ele colocar uma roupa – e não cortar a unha bem ali. Jaime zapeia pelos canais, entediado, sem nunca conseguir encontrar algo interessante para assistir. Dessa vez, porém, eles têm a presença de Damian, na poltrona, lendo um livro, com o semblante fechado.

Ela abre os olhos.

— Eu precisava de dinheiro para comprar algumas velas novas que vi, mas minha mesada acabou – diz, em seu tom monótono. Garfield joga uma unha no tapete.

— Ih, mal, Rae, já gastei a minha toda também. ‘Tô zerado – diz, desanimado.

— Eu ainda tenho um pouco, posso emprestar – Jaime fala, sorrindo. Rae sorri também, mas acena a cabeça negativamente, de forma educada. Ela se senta no sofá.

— Não, eu pensei em fazer parte da aposta.

Os três meninos deixam de fazer o que faziam e colocam os olhos nela, ansiosos.

— Então, quem? – incentiva Garfield, olhos cheios de curiosidade. Damian continua sério, mas Ravena pode captar a curiosidade dele nas irias azuis.

Ela encara um de cada vez.

— Pensei muito nisso. Então... O namorado misterioso da Kori é...

— É...? – Jaime incentiva, nem um pouco interessado na televisão.

— Asa Noturna!

Os três meninos se olham. Mutano volta a arrancar a unha do dedão. Jaime imagina se o canal 6 está passando algo interessante além de comerciais e segura o controle outra vez. Damian volta à leitura pacificamente.

— Nah. Sem chance – garante o menino verde, dando de ombros.

— É. Ele é baixinho. Ia precisar de um banquinho para beijá-la – Mutano ri e os dois fazem um highfive.

Ravena olha para Damian, esperando alguma explicação. Ele dá de ombros.

— Eu saberia. – Damian controla a vontade de dizer que o Grayson é transparente como água.

Ravena suspira e volta a flutuar com a xícara de chá nas mãos. Ela balança a cabeça de um lado para o outro, bem humorada.

— É por isso que eu não aposto.


Notas Finais


É isso kkk espero que tenham gostado ;D

Se alguém quiser ler mais coisa minha RobStar, é só entrar na minha conta!

Mas eu tenho essa fic que é meu bebê e ficaria mt feliz de ter vcs lá, ela se passa no universo do desenho kk
Lar: https://www.spiritfanfiction.com/historia/lar-8712110

Enfim, gente, obrigada todo mundo que leu ;)

*EDIT 29/01/2018: postei A Namorada Misteriosa do Grayson, aqui: https://www.spiritfanfiction.com/historia/a-namorada-misteriosa-do-grayson-11873376 /dá uma olhadinha se vc gostou dessa <3 *


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