História O Nerd Gay e o Homofóbico - Falso assalto

P.O.V Guilherme

— Conta pra gente sua ideia. — Erick pede ansioso.

— Eu ainda preciso pensar melhor, mas basicamente eu pensei em forjar um falso assalto e eu salvar a vida do velho. — Respondo animado.

— Caraca mano. — Erick dá uma tragada forte e ri. — Que ideia da porra.

— E ai você vai pedir pra ele se fingir de seu pai? — Rafael pergunta.

— Sim mano, mas eu vou contar uma história que sensibilize os coroas, vou me aproximar deles e ganhar a confiança. — Digo esquematizando tudo na minha cabeça.

— E como você se aproximará deles se sua mãe trabalha lá? — Rafael me questiona.

— Minha mãe pegou umas férias de 30 dias. — Respondo. — É o tempo perfeito até o jantar.

— Mano do céu o destino está do teu lado. — Erick diz animado. — Só vai lek.

— Vocês dois são idiotas e não pensam. — Rafael revira os olhos. — Por acaso você terminará com ela depois do jantar? Esqueceu que ela irá querer ver mais vezes sua família. E se o negócio ficar sério? Vocês noivarem e casarem. Quem estará no altar? Damiana e Henrique que você tanto odeia?

— Caralho Rafael, você sempre estragando as brisa. — Erick resmunga.

— Porra mano você está pensando muito no futuro. — Digo refletindo no que ele disse.

— Mas tem que pensar mano. — Rafa toca no meu ombro me alertando. — Se você quer que esse plano, que é arriscado, saia tudo certo você tem que pensar longe.

Começo a pensar mais profundamente e uma ideia me surge.

— Já sei. — Falo animado. — Assim que minha mãe voltar das férias eu vou dar um jeito dela ser demitida.

— Caralho Gui. — Rafael se assusta. — Se sua mãe perder aquele emprego como vocês vão viver? O salário da sua mãe que sustenta aquela casa.

— Tu é chato Rafael. — Me levanto irritado. — Depois eu penso nisso. Agora preciso ir.

— Vai aonde? — Erick pergunta.

— Começar a colocar meu plano em ação. — Digo dando uma última tragada no baseado. — Falou rapaziada.

P.O.V Mariana

— E então finalmente conhecerei Estevam Monteiro. — Diz meu pai animado. — Meu concorrente.

Estou eu e meus pais conversando na sala de estar. Acabo de contar sobre o jantar.

— Ele será apenas o pai do meu namorado no dia do jantar. — Ressalto. — Podem deixar essas coisas de negócio para bem longe.

— Tudo bem querida. — Meu pai sorri e faz carinho na minha mão.

— Eu não sei, mas algo não me desce nesse seu namorado minha filha. — Minha mãe decide falar.

Eu reviro os olhos: — De novo esse assunto?

— Olha o jeito que fala comigo. — Minha mãe me repreende.

— Mãe eu já falei para você que os jovens não são mais como na sua época. — Seguro o riso.

Meu pai segura o riso também.

— Está me chamando de velha? — Ela pergunta brava.

— Magina mãe. — Digo levantando e piscando para o papai. — Se me derem licença vou me arrumar que encontrarei minhas amigas no shopping, para fazermos umas comprinhas.

_Quebra de tempo_

GUILHERME

Acabo de entrar no cafofo do Sandro. Sandro para quem não conhece é um pseudo-traficante aqui do bairro.

— Siga-me. — Um dos comparsas pede.

Eis que chego à sala onde Sandro estava.

Sandro é moreno, cabelo raspado e cheio de tatuagem.

— Guilherme? O que quer? — Ele pergunta se aproximando e baforando seu baseado em mim.

— Preciso de um serviço simples. — Respondo.

— Sabe que isso custará. — Ele ri com seus dentes amarelos.

Pego minha carteira e mostro algumas notas.

Eu roubei esse dinheiro das economias da minha mãe. Ela esconde debaixo do colchão, trouxa mesmo.

— Opa. — Sandro diz animado. — Que serviço quer que eu faça?

— Preciso que simule um falso assalto para mim. — Respondo.

— Falso assalto? — Ele pergunta confuso.

— Sim. — Respondo.

Então explico tudo para ele, detalhe por detalhe.

_Quebra de tempo_

P.O.V Lucas

São quase 12h do sábado. Estou aqui no mercado com minha mãe.

Ela foi na açougaria, enquanto isso vim pegar alface na sessão de hortifruti.

Pego umas laranjas e decido colocar na sacola, até que sou surpreendido por uma voz.

— Lucas? — Me viro e vejo Davi.

— Davi, que surpresa. — Digo o abraçando. — O que faz aqui?

— O mesmo que você. — Ele ri. — Brincadeira, vim comprar umas coisas para o almoço lá em casa.

— Vim fazer o mesmo. — Respondo. — Estou com minha mãe.

— Ah sim. — Ele se aproxima. — Tem planos para noite?

— Ficarei estudando. — Respondo já percebendo o que ele quer.

— Ah que pena. — Ele suspira em pesar. — Eu queria sair com você.

Eu fico tímido na hora.

Davi coloca a mão no meu rosto, porém sou surpreendido pela voz da minha mãe ao fundo: — Lucas?

Não pode ser.

P.O.V Guilherme

Estou aqui com uma roupa horrível escondido atrás de uma moita na frente da mansão do Estevam.

Acabo de ligar para Sandro. Tudo está certo.

Eis que vejo o carro dele saindo. É agora.

Sandro encapuzado para a moto em frente ao carro e aponta a arma.

O motorista de mãos para o alto sai do carro leva um soco de Sandro caindo no chão.

Sandro abre a porta traseira e puxa o senhor Estevam.

— Anda seu velho. — Sandro diz com raiva apontando a arma para a cabeça dele.

O senhor Estevam fica com medo: — Calma rapaz, é dinheiro que você quer?

— Cala a boca. — Sandro diz com raiva.

Como parte do plano Sandro dá uma afrouxada no braço e o senhor Estevam consegue escapar.

É agora que entro em ação.

Estevam fica na frente de Sandro. Sem reação.

— Tu vai morrer. — Sandro então aponta a arma para ele.

Eis que eu pulo sobre Sandro.