P.O.V Mariana
Em alguns segundos sinto meu corpo suspender e bater em todas as direções no veículo.
O carro tinha batido em algo e agora está capotando na rodovia. Em pouco tempo tenho a sensação de uma queda brusca.
Meu corpo todo dói. Não consigo me mexer: — Socorro! Socorro!
Tento gritar várias vezes, mas sem sucesso.
Possivelmente o carro cai de uma pequena ribanceira. Ninguém conseguiria me escutar dali, é inútil.
Estou presa entre as ferragens do carro.
— Socorro, alguém me ajuda! — Grito o mais alto que posso, em meio a dor dilacerante em todo meu corpo.
Começo a sentir um cheiro de fumaça e quando viro meus olhos vejo que o carro começa a pegar fogo.
— Não, não! — Grito desesperada. Preciso sair daqui, mas não consigo. — Socorro. Por favor, alguém me ajuda.
O fogo vai se alastrando, junto com uma fumaça que começo a inalar.
Sinto uma sensação de sufocamento e ardência por todo o corpo.
Eis que vejo um movimento no fogo e dele sai uma forma de um homem que vem em minha direção.
Arregalo meus olhos assustada com o que vejo.
— PARECE QUE EU VENCI, NÃO É MESMO MARIANA? — Diz aquela voz grossa e horripilante, que em seguida começa a dar umas gargalhadas.
Sinto as chamas tomarem meu corpo em questão de segundos.
— Aaaaaah! — Dou um grito bem alto e abafado ao sentir as chamas me engolindo.
E com isso dou meu último suspiro de vida antes da grande explosão.
P.O.V Mariana OFF +
_Quebra de tempo_ 2 dias depois...
P.O.V Caroline
MARIANA DE ALBUQUERQUE TAVARES ✡ 23-10-2002 - ✟ 05-11-2020
Me aproximo da lápide de minha filha. Mariana morreu carbonizada pelo acidente com o carro. Pelo que contaram o carro capotou depois dela tentar desviar de um bode.
Quando fui reconhecer o corpo no IML até me assustei. O corpo estava irreconhecível, mas por incrível que pareça os olhos permaneceram intactos, e pelo jeito que estava, arregalados, a última visão dela foi algo assustador.
Sinto uma corrente de vento passar em mim.
Fico olhando a lápide dela e começo a chorar: — Por que as coisas tinham que ser assim, minha filha?
Mariana era tão jovem e bonita. Onde foi que eu errei? Ela tinha um caráter horrível.
Ainda em prantos continuo “falando” com ela: — Seu pai vai a júri popular pelo assassinado do seu tio e do gerente da empresa. Ele está na delegacia há dois dias.
Pego uma bela coroa de flores e ponho sobre a lápide.
— Descanse em paz, minha filha. Que Deus tenha piedade de sua alma. — Digo antes de sair dali ainda mais abalada.
E agora só sobrou eu... Meu Deus, o que será de mim?
P.O.V Lucas
Estou aqui no hospital com minha mãe e Davi. Meu pai fez uma cirurgia. Assim como Guilherme ele tinha perdido muito sangue e foi às pressas para o centro cirúrgico. A cirurgia deu certo, graças a Deus, só estamos aguardando-o acordar.
Dou uma bocejada e minha mãe se vira para mim: — Lucas, eu falei que você deveria ter ido para casa descansar.
— Eu também falei. — Davi dá uma risadinha. — Se você quiser amor, pode deitar aqui no meu ombro e descansar um pouco.
— Amanhã é o 2º dia do ENEM — Minha mãe lembra. — Você precisa estar descansado.
— Ai mãe nem me fale, eu já fui mal no 1º dia, estava sem cabeça para a prova. — Digo desapontado comigo mesmo. — E desde que comecei a trabalhar não tive muito tempo para me dedicar.
Quando minha mãe ia responder o médico aparece.
Nos levantamos apressados.
— Como ele está doutor? — Minha mãe e eu perguntamos ao mesmo tempo.
O médico sorri: — Seu José acabou de acordar. Aparentemente está bem, mas precisa de repouso. Vocês podem ir vê-lo.
Abraço minha mãe emocionado e aliviado.
— Deu tudo certo mãe. Graças a Deus. — Digo feliz.
Davi me abraça e me dá um selinho. Seguimos até o quarto dele.
Pegamos o elevador e em poucos minutos chegamos ao quarto.
— Meu amor. — Mamãe corre até ele e lhe dá um selinho. — Graças a Deus você está bem. Eu não saberia o que fazer sem você.
Meu pai segura a mão dela e sorri: — Não se preocupa amor, vaso ruim não quebra.
A voz dele está meio fraca. Nossos olhares se cruzam.
Ele faz um sinal me chamando. Minha mãe sorri e beija a mão dele, e depois se afasta.
Me aproximo dele e me sento na cama.
Respiro fundo, já um pouco emocionado: — Pai nunca mais faz isso. Você....
Ele me interrompe: — Meu filho, me perdoa. Me perdoa por tudo o que já te falei de ruim, me perdoa por ter te expulsado de casa e ter te renegado. Finalmente eu percebi o quanto fui errado e injusto. Enquanto eu estava sendo infeliz afastando um filho de mim. Você não merece isso.
Começo a chorar. Não estou acreditando que meu pai está falando tudo isso.
Ele prossegue, também já emocionado: — Eu sei que sou meio durão e meio antigo, mas prometo entender você. Eu sei o quanto que Deus está na sua vida Lucas, e não importa se você gosta de homem, de mulher ou dos dois.
Dou um forte abraço nele. Me sinto tão feliz e tão leve ao mesmo tempo. Agora meu pai e minha mãe me aceitavam. Isso é tão importante e tão fortalecedor. Posso ser mil vezes renegado lá na rua, mas sei que pela minha família eu sou aceito e acolhido.
— Muito obrigado pai. Eu te amo muito. — Digo sorrindo. — Você salvou minha vida. Eu jamais vou esquecer disso. Eu sempre soube que você era uma pessoa maravilhosa. Pela forma como me educou e batalhou por nós. E um dia eu saberia que o amor que você sente por mim iria falar mais forte.
— Com certeza. — Ele responde. — Você e Martha são as coisas mais preciosas da minha vida. Amo vocês para sempre e agradeço a Deus por agora estarmos juntos novamente.
Minha mãe extremamente emocionada se junta a nós em um abraço triplo. Estou explodindo de alegria e sentindo-me muito mais leve.
Obrigado meu Deus. Muito obrigado.
_Quebra de tempo_
P.O.V Estela
Os pais de Tabata fizeram pizza e estamos comendo nesse sábado à noite.
— Está uma delícia. — Digo experimentando a de calabresa. — Seu Antenor você deveria virar pizzaiolo.
Ele ri enquanto serve Theo e Helena os irmãos mais velhos de Tabata que estão discutindo sobre o que é melhor, pizza ou hamburguer.
A campainha então toca.
— Eu atendo. — Diz minha namorada correndo.
Em alguns minutos me assusto ao ver minha mãe aparecendo na sala.
— Boa a noite a todos. — Ela diz em tom sério.
Me levanto surpresa: — Mãe. O que você está fazendo aqui?
Marcia e Antenor se aproximam. Ele fala: — Prazer, você deve ser a dona Ana. Sou Anderson e essa é minha esposa Marcia. Somos os pais de Tabata, namorada da Estela.
Ele estende a mão e minha mãe cumprimenta os dois.
— O que você gostaria mãe? — Pergunto curiosa.
— Seu pai conseguiu um emprego em Brasília. Estamos nos mudando amanhã. — Ela revela me deixando totalmente surpresa. — Íamos há dois dias, mas ficamos sabendo do que houve com o irmão José, decidimos adiar e orar muito por ele. Passamos agora pouco no hospital. Ele acordou da cirurgia. Aí nos despedimos hoje.
— É... Nossa... Eu nem sei o que falar. — Respondo meio triste. — E nem imaginava que viria me procurar antes de ir...
Minha mãe respira fundo: — Estela não pense que as coisas estão melhor. É tudo complicado para nós. Nunca vamos aceitar essa sua escolha, mas te respeitamos e jamais te odiaremos. Isso não é de Deus.
Começo a chorar ouvindo aquilo. Embora eu ficasse triste, sabia que lá no fundo algum sentimento ainda existia, mesmo que ainda não aceitassem ou achassem que foi uma escolha.
— Posso te dar um abraço? — Pergunto aos prantos.
Me aproximo dela antes de ouvir a resposta e abraço forte. Ela logo me acompanha.
— Eu amo você e o papai. — Digo em seu ouvido. — Sejam felizes lá em Brasília.
Nos soltamos do abraço e percebo que ela está um pouco emocionada.
— É... Bom, eu tenho que ir agora. — Ela diz. — Uma boa noite a todos.
Dona Marcia o acompanha até a porta.
Eu desabo em choro nos ombros de Tabata: — Parece que eu não tive a mesma sorte do Lucas.
— Ei! — Ela levanta meu rosto. — Nós todos aqui te amamos. Somos a sua família agora... E mais nada importa.
Dou um beijo nela e em seguida os irmãos de Tabata e seus pais se juntam num abraço coletivo.
— Estela... Estela... — Theo começa a puxar um coro.
Todos nós rimos. Que sensação boa. Posso ter perdido uma família, mas ganhei outra tão boa quanto.
P.O.V Guilherme
Estou aqui no meu quarto pensando na vida e descansando um pouco depois desses dias tão intensos.
— Gui? — Minha mãe abre a porta. — Você está bem? Quer alguma coisa?
— Tô de boa mãe. — Respondo e ela se senta minha cama.
— Aquela louca da Mariana foi enterrada hoje, a Débora me contou. — Ela fala e sinto uma coisa ruim. Nem quero pensar nessa louca. Ela era obcecada por mim, me fez muito mal. Que pague no inferno por tudo que fez.
— Nem vamos falar dessa louca, mãe. — Peço sincero. — To pensando em outras paradas aí.
Ela sorri: — E essas paradas aí envolvem o Lucas por acaso?
Assinto: — Está tão óbvio mãe? Não consigo parar de pensar nele, ou melhor em nós.
— Você ainda o ama, não é? — Ela pergunta e eu assinto. — Você foi idiota e burro meu filho, abriu mão dele pelo o que? Pela opinião das pessoas? O mundo vai te julgar, mas cadê a sua coragem.
— É difícil mãe... — Tento responder e ela me interrompe.
— Nada é difícil meu filho, nós que botamos empecilho em tudo. — Ela pega em minhas mãos. — Sabe Gui, sei que tivemos uma relação muito difícil quando você começou a crescer, em culpa pelo seu pai. Mas depois de tudo que aconteceu no começo do ano passado eu vi o quanto você cresceu e amadureceu como pessoa de um modo bom, e eu tenho muito orgulho disso.
Sorrio ao ouvir aquilo, era bom saber tudo isso.
Ela prossegue: — Você é uma pessoa maravilhosa Gui. Errou como qualquer um erra, mas agora está na hora de reparar os erros, de ter mais coragem e ir em busca da sua felicidade. Que se dane os outros. Vai ser feliz, vai atrás do Lucas.
Eu um pouco emocionado a abraço: — Obrigado mãe. Eu te amo. Será que o Lucas ainda me ama? Tem aquele Davi lá...
— Claro que ama. Você o magoou muito, mas é perceptível que ele te ama. — Minha mãe responde me deixando animado.
— Eu vou lá na casa dela gora mesmo. — Falo empolgado. — Ele me mandou mensagem dizendo que ia passar lá para descansar porque amanhã é o ENEM.
— Estou torcendo por você. — Ela fala me abraçando de novo.
_Quebra de tempo_
P.O.V Lucas
Estou assando uma pizza. Davi foi ao mercado antes que feche, comprar um refrigerante para nós. Estou tão feliz que meu pai acordou da cirurgia e estamos bem. Agradeço muito a Deus.
Como ele se recuperou decidi vir para casa, até porque amanhã é o 2º dia do ENEM. Minha mãe quis ficar lá.
A campainha toca. Nossa o Davi acabou de sair. Deve ter esquecido a chave.
Abro a porta e vou até o portão. Me surpreendo: — Gui.
— Boa noite Lucas. Eu preciso muito falar com você. — Ele fala com uma expressão séria. Eu decido abrir o portão.
— Entra Gui. — Peço e vamos até a sala. — O que você quer? Está bem?
Guilherme me encara: — Eu te amo Lucas. Eu precisava vir aqui te falar isso. Eu te amo com todas minhas forças.
— Gui eu... — Tento falar, mas ele me interrompe.
— Eu sou GAY. — Ele fala em tom alto. — Eu não tenho mais dúvida disso. Depois de um ano e meio eu tenho a real certeza que eu gosto de homem, e de um homem específico, você.
Fico feliz dele ter visto quem é realmente e decido falar isso: — Que bom Gui... Isso é ótimo pra você.
— É uma pena que eu tive que ser infeliz por um tempo e perceber isso Lucas. — Vejo um pesar em sua fala. — Por isso eu queria te pedir perdão. Perdão por esse fato, perdão pela minha covardia e todo mal que eu te causei. Eu sei que errei feio, mas todos nós erramos.
Eu sorrio: — Guilherme, você sabe que eu te perdoei desde aquela época. Não guardo rancor nenhum.
— Então volta para mim Lucas, por favor. — Gui pega em minhas mãos. — Eu sou completamente apaixonado por você. Lucas você é um ser humano incrível e eu quero ter honra de compartilhar uma vida ao seu lado mano, de verdade. De cuidar de você e de protegê-lo.
Fico sem reação e sinto um frio na barriga ao ouvir tudo isso.
— Que se foda todo o mundo, quero mostrar nosso amor para os quatro cantos, sem medo ou sem vergonha de julgamentos. — Ele me puxa para mais perto. — Eu te amo Lucas. Volta para mim. Vamos recomeçar.
E então o que eu estava esperando acontece. Nossos lábios se aproximam. Gui pede passagem com a língua. Já não tenho mais como recusar. Meu corpo está todo arrepiado e acabo me entregando.
Como é bom sentir essa boca macia novamente, depois de tanto tempo. Não nego.
Logo Davi vem a minha cabeça. Interrompo o beijo na hora.
— Eu estou confuso. — Falo transtornado. — Tem o Davi...
— Então escolha um de nós, Lucas. — Guilherme pede. — Se você ainda me ama, me dê essa chance, mas se não ama mais fique com o Davi. Eu vou respeitar se isso acontecer, e mesmo saindo triste ficarei em paz sabendo que será feliz.
E assim depois de dizer isso Guilherme vai embora.
_Quebra de tempo_
Eu e Davi estamos comendo as pizzas. Pouco depois que o Guilherme foi embora o Davi chegou com o refri.
— Davi está tudo bem? Tá meio calado. — Pergunto para quebrar o silêncio. — Aconteceu alguma coisa?
Ele respira fundo: — Eu ganhei uma bolsa para estudar em Portugal. A ideia é eu terminar meu curso de história lá.
— Meu Deus que notícia boa. — Me levanto e o abraço. — Isso vai ser ótimo para sua carreira.
Ele me dá um selinho: — Você não se importa?
— Mas é claro que não. Isso será ótimo para você. E outra a gente vai conversar todos os dias, você pode vir em alguns feriados e nas férias. Nosso namoro pode continuar. — Respondo animado por ele. — Eu até iria com você se desse, sei lá. O que acha?
Davi se levanta e me encara: — Sabe nego você vai fazer 18 anos ainda. Não precisa ir comigo. Seu sonho é medicina. Deve ficar aqui e lutar por isso. Um sonho de uma vida não pode ser interrompido por um curto período que ficamos juntos.
— Ué Davi, mas ficamos mais de 1 ano e meio juntos. — Eu respondo. — Não é um curto período.
— Foi sim nego, mesmo sendo um curto período eu tive a sensação que é como tivéssemos vividos uns 20, 30 anos. Sinto agora que somos um casal de velhinhos... — Davi diz aquilo e eu fico sem entender.
— Ué, então continuaremos cuidando um do outro, mesmo velhinhos. — Falo rindo para descontrair.
Ele respira fundo: — Não sei Lucas... Eu tenho a sensação que esgotou toda a felicidade que poderíamos ter.
Ele se levanta da mesa e vai para a ia lavar os pratos. Fico sem entender.
_Quebra de tempo_
Estamos na sala de aula. É aula vaga. Estávamos falando do ENEM que foi ontem e agora pouco entrei no assunto do Guilherme.
— Eu estou muito confuso e dividido brina. — Falo sincero. — O Gui vem e se declara e depois o Davi com uns papos estranhos.
Ela pega em minhas mãos: — Eu já disse migo. Você tem que ouvir seu coração. Só que pode tomar essa decisão é você. Já te dei todos os conselhos possíveis aqui. Sei que tomará a decisão certa.
— Ai meu Deus. Minha cabeça vai explodir. — Reclamo. — Primeiro eu vou mal no ENEM e agora mais isso daí.
Sabrina revira o olho: — Lá vem você dizendo que foi mal no ENEM. Se você foi mal imagina eu.
Somos interrompidos por Rafael.
— Amor quanta coxinha. — Diz Sabrina. — É tudo para mim?
Ele dá um selinho nela: — Claro meu xuxu. — Tudo para você. Tem que ficar bem alimentada. Gosto de você fofa desse jeito.
Sabrina da um grito e eu rio. Eles formam um lindo casal. Rafa a ama do jeito que ela é. Fico feliz por eles.
_Quebra de tempo_ 5 dias depois.
— Finalmente meu amor. — Minha mãe fala ao colocar meu pai na cadeira de rodas. — Vamos para casa.
Meu pai acabou de receber alto do hospital. Guilherme que tinha vindo aqui para retirar seus pontos da cirurgia veio nos ajudar. A Damiana está pagando lá as coisas na recepção, já que bancou os custos do meu pai. Sou muito grato a ela.
Quando íamos sair do quarto somos surpreendidos por Davi com uma mala.
— Davi, o que faz aqui? — Pergunto surpreso. — Você não ia passar na sua faculdade?
— Guilherme, será que podemos conversar um minuto? — Ele pede e eu estranho.
— Eu? — Gui fica surpreso e olha para mim. — Tá bom então.
Os dois então saem.
P.O.V Davi
Trouxe Guilherme até o terraço do hospital.
Estamos calados há alguns minutos.
Num momento repentino dou-lhe um abraço. Vejo que ele fica surpreso.
— Sabe Guilherme, agradeço por você ter sido tão covarde. — Digo sincero. — Isso me deu chance de ter ficado um ano e meio com Lucas.
— E eu me arrependo amargamente por isso mano. — Ele responde.
Me apoio nas grades e falo: — A partir de agora você precisa cuidar dele.
Ele se vira para mim com um olhar surpreso: — Ele se decidiu? Não me falou nada.
Viro e fico frente a frente dele. — Não precisa que ele fale. Não é obvio? Lucas é completamente apaixonado por você. Só peço que o trate com respeito, carinho. Pois ele merece.
— Eu sei disso. — Guilherme sorri. — Pode deixar.
Já estou um pouco emocionado. Dou uns leves tapas no seu ombro.
Eis que vejo Lucas se aproximando de nós.
Vou até ele e nos encaramos: — Me desculpe nego. Eu não sabia como dizer para terminarmos. Eu vi quando você e ele se beijaram no dia da pizza. Mas tudo bem, sabe. Sei que o seu grande amor é ele. Só espero que sejam felizes.
E então após falar isso me viro e começo a andar indo embora.
— Davi! — Ele grita e vem correndo me abraçar. — Obrigado!
Já não posso mais segurar as lágrimas. Aproveito esses últimos segundos sentindo os braços confortáveis dele.
E um misto de tristeza e raiva, faz com que eu saia ali dos braços dele. Corro aos prantos, sem olhar para trás.
Não posso perder meu voo. O que eu tinha para viver aqui no Brasil acabou.
P.O.V Davi OFF
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.