Não aguentava mais viver naquele castelo. Rodeada por tanta falsidade, luxo ao extremo e descaso com a população. Meu pai é o Czar da Rússia, provavelmente o pior que já existiu.
Desde que nasci, vivi em festas que ele dá. Com banquetes tão farturentos que poderiam tirar todo o país da miséria e fome.
Sou a primogênita, sempre tentei fazer de tudo para ajudar meu povo. No entanto, todos os meus atos eram encarados como errados ou desajeitados pelos mesmos. Já estou com meus 18 anos e desisto do meu reino, irei para França, onde minha avó mora. Ela sempre me escreve cartas, falando como os campos do interior são ótimos e aconchegantes.
A última carta que lhe escrevi foi dizendo que estava indo, que estava dando as costas para o meu povo e não irei me arrepender jamais.
Enquanto mais um baile acontecia no salão principal, eu trocava minhas vestes luxuosas por um trapo que pedi de uma serva, não cabia mais na mulher, estava larga demais.
Tudo o que me restou foi meu cordão de ouro, que ganhei de minha avó. Guardei no meio de meios seios e fui embora daquele castelo. Sai junto com os outros servos.
A saída dos empregados era suja e quando chegava do lado de fora alguns pedintes tentavam arrancar qualquer coisa dos que saiam.
-Água.
Uma mulher disse puxando minha saia.
-Desculpe, não tenho.
Tentei ser educada, mas quanto mais tempo tentava me livrar dela outros apareciam.
Quando pensei que ficaria o resto do dia tentando me livrar dos fracos pedintes, dois homens apareceram para me ajudar.
-Saiam!
O gordo gritou espantando eles, ele se vestia com trajes da corte. O outro era mais ou menos da minha idade, tinha cabelos marrons que iam até os ombros e se vestia com trapos como os meus.
-Obrigada.
Agradeci me recompondo do ataque.
-Agora tenho que ir.
Disse me apresando para ir embora.
-Conhece ela?
O magro perguntou.
-Não, por que iria conhecer uma serva?
-Talvez porque ela não é uma. Nunca vi uma que usasse cordões de ouro.
Se soubesse que isso não seria o pior, ainda fui esbarrar em um cavaleiro estranho no centro. Quando estava mais apresada, estava na hora de sair o trem para São Petersburgo.
Resmunguei no fim da discussão e voltei a andar com passos apresados. Não podia perder mais tempo.
No fim deu tudo certo, consegui minha passagem para São Petersburgo e cheguei lá no horário em que ainda vendiam passagens para sair de navio para Alemanha, lá peguei outros trens, carroças e até uma bicicleta, para enfim chegar a Toulouse. Fica mais para o sul da França, tem um clima aconchegante e a cama do quarto de hospedes de minha avó é mais ainda.
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