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História O novo Recomeço: Lendo A Pedra Filosofal - O embarque na plataforma 9 34


Escrita por: gabiii_t

Notas do Autor


oieee,
estou aqui de novo... esse cap. é dedicado a @annaps104, obrigada por acompanhar lindonaaa :) e como sabem ainda está de pé a #queroum. Aproveitem o cap...
gabii

Capítulo 6 - O embarque na plataforma 9 34


Fanfic / Fanfiction O novo Recomeço: Lendo A Pedra Filosofal - O embarque na plataforma 9 34

- Quem quer ler agora? – James perguntou estendendo o livro.

- Eu vou – Gina disse, pegando o livro e o abrindo. – O embarque na plataforma 9¾

O último mês de Harry na casa dos Dursley não foi nada divertido.

- E isso choca o total de zero pessoas – Neville disse irônico.

É verdade que Duda agora estava tão apavorado com Harry que não queria nem ficar no mesmo aposento que ele, e tia Petúnia e tio Válter não trancaram Harry no armário nem o obrigaram a fazer nada, tampouco gritaram com ele – na verdade, sequer falaram com ele.  

- Não sei se isso é bom ou ruim – Lily disse, sorrindo triste. – Bom, porque assim ele não é maltratado e ruim, porque ele é normal e não um monstro.

Meio aterrorizados, meio furiosos, agiam como se a cadeira em que Harry se sentava estivesse vazia. Embora isso fosse sob muitos aspectos um progresso, tornou-se um tanto deprimente depois de algum tempo.

Harry ficava em seu quarto, com a nova coruja por companhia. Decidira chama-la Edwiges, um nome que encontrará na História da magia;

- Você leu História da magia? – Rony disse indignado.

- Mais ou menos – Harry respondeu. – Eu só dei uma olhada.

- Tinha que ter lido – Hermione disse, revirando os olhos. – Foi a primeira coisa que eu fiz quando cheguei em casa, depois de ir ao Beco Diagonal.

- Mas você é a Hermione – Neville disse rindo.

- Como assim? – perguntou Lice.

- Ah, a Hermione ama ler – ele explicou.

- Ama tanto que o livro favorito dela é Hogwarts, uma história – Gina falou, meio indignada. – Eu nem li esse livro.

- Bruxo, esse é meu livro favorito bruxo – Hermione disse. – O trouxa é Romeo e Julieta.

- Ah, eu amo Romeo e Julieta – Lily disse sorrindo apaixonada. – É tão lindo.

- Mas pera, você realmente leu Hogwarts, uma história? – perguntou Sirius com os olhos arregalados de surpresa.

- Sim – a menina respondeu.

- Meu Merlin – Sirius negou com a cabeça. – Isso não pode acontecer, mini pontas você leu?

- Não – ele respondeu dando de ombros.

- Ainda bem – Sirius suspirou aliviado.

- Ei, eu li – James disse.

Sirius só negou com a cabeça, repetindo que estava indignado.

Deitava-se na cama e li até tarde da noite.

- Isso filho – Lily aprovou. – Leia bastante.

- NÃO – James falou indignado. – Ele é maroto.

- Desculpe, tia, mas ele não lê muito não – Hermione falou, sorrindo de lado.

- Affs.

- ISSO – os marotos gritaram em aprovação, fazendo as pessoas gargalharem.

Edwiges voava para dentro e para fora da janela, quando queria. Era uma sorte que a tia Petúnia não aparecesse para passar o aspirador de pó, porque Edwiges não parava de trazer ratos mortos para o quarto.

- CREDO – tia Petúnia gritou. – COMO PODE DEIXAR ESSA MALDITA CORUJA TRAZER RATOS PARA DENTRO DA MINHA CASA?

- Queria o quê? Cobras – Lily defendeu o filho. – E não ouse levantar a voz para meu filho de novo.

Toda noite, antes de se deitar para dormir, Harry riscava mais um dia no pedaço de papel que pregara na parede para contar os dias que faltavam até o primeiro de setembro.

- Também fazia isso – Sirius disse.

- Por quê? – Lene perguntou.

- Os Blacks não são as melhores pessoas a se viver – ele explicou. – Fiz isso até meu quinto ano, quando fugi para os Potter.

- Calma, você mora com o James? – Lily perguntou. – E a casa não caiu ainda?

- Não, mamãe nos controla bem – James disse rindo.

No último dia de agosto ele achou melhor falar com os tios sobre a ida à estação no dia seguinte, por isso desce à sala de estar onde eles estavam assistindo a um programa de auditório na televisão. Pigarreou para avisar que estava ali e Duda de um berro e saiu da sala.

- Ele não vai te matar – Lene disse revirando os olhos.

-Hum... tio Válter?

Tio Válter resmungou para indicar que estava escutando.

- Hum... preciso estar amanhã para... embarcar para Hogwarts.

Tio Válter resmungou outra vez.

- Será que o senhor podia me dar uma carona?

Resmungo. Harry supôs que quisesse dizer sim.

- Muito obrigado.

- O menino foi tão educado e você nem dirigiu uma palavra a ele – Arthur disse incrédulo.

- Não era minha obrigação – Tio Válter resmungou.

- Era sim – Hermione disse. – Você é o guardião dele, esse é o mínimo que você tinha a obrigação de fazer.

Tio Válter e tia Petúnia ficaram em silencio, o homem não tinha nem ligado e a mulher ficou pensativa, ela realmente não havia sido uma boa tia, uma boa irmã e com certeza a sua mãe não estaria orgulhosa dela.

E já ia voltando para cima quando tio Válter falou de verdade:

- Que modo engraçado de ir para a escola de magia, de trem. Os tapetes mágicos furaram todos?

- Cara, vai ler um livro de piadas – disse Sirius para Válter, que revirou os olhos.

- Eu li – o homem disse.

- Então, você é muito ruim mesmo – disse James, rindo.

Harry não respondeu

- Onde fica essa escola afinal?

- Não sei – disse Harry pensando nisso pela primeira vez. Tirou do bolso o bilhete de passagem que Hagrid lhe dera. – Vou tomar o trem na plataforma 9¾ às onze horas – leu.

A tia e o tio arregalaram os olhos.

- Plataforma o que?

- 9¾

- Não diga bobagens – respondeu tio Válter. – Não existe plataforma 9¾.

- Está no meu bilhete.

- Loucos – disse tio Válter – de pedra, todos eles. Você vai ver. É só esperar. Está bem, levaremos você até a estação. De qualquer maneira tínhamos de ir a Londres amanhã ou nem me daria ao trabalho.

- Mesmo que o motivo não seja o Harry, pelo menos dessa vez, ele fez – Dorcas disse, com um meio sorriso.

- Por que o senhor vai a Londres? – perguntou Harry, tentando manter a conversa cordial.

- Não sei nem por que eu tentei – Harry disse.

- Vamos levar Duda ao hospital – rosnou tio Válter. – Precisamos mandar cortar aquele rabo vermelho antes de manda-lo para Smeltings.

- Eu tinha esquecido que ele estava com um rabo – Sirius disse rindo, recebendo um aceno positivo de todos, que também estavam rindo. Menos os Dursley e Snape, claro.

Harry acordou às cinco horas na manhã seguinte e estava demasiado excitado e nervoso para voltar a dormir.

- Não menino – Lene falou. – Volta a dormir.

- Pois é, ninguém acorda cinco horas da manhã – disse Frank.

- Eu acordo – Remo e Lily disseram juntos.

- Ninguém normal acorda cinco horas da manhã – Frank se corrigiu.

- Ai é que tá – Gina começou. – Harry não é normal.

Levantou-se e vestiu o jeans porque não queria entrar na estação com as vestes de bruxos – mudaria de roupa no ter. Verificou novamente a lista de Hogwarts para se certificar de que tinha tudo de que precisava, viu se Edwiges estava bem trancada na gaiola e então ficou andando pelo quarto à espera que os Dursley se levantassem.

- Atrasados – James zoou.

Duas horas mais tarde, a mala enorme e pesada de Harry fora colocada no carro dos Dursley. Tia Petúnia convencerá Duda a se sentar ao lado do primo e eles partiram.

- Ele não vai matar – Luna disse, cansada do drama do menino.

Chegaram à estação de King´s Cross às 10:30. Tio Válter jogou a mala de Harry num carrinho e empurrou-o até a estação para ele. Harry achou o gesto curiosamente bondoso até tio Válter parar diante das plataformas com um sorriso maldoso.

- Bom, aqui estamos, moleque. Plataforma nove, plataforma dez. A sua plataforma devia estar aí no meio, mas parece que ainda não a construíram, não é mesmo?

Ele tinha razão, é claro. Havia um grande número nove de plástico no alto de uma plataforma e uma grande número dez no alto da plataforma seguinte, mas no meio, não havia nada.

- Tenha um bom período letivo – disse tio Válter com um sorriso ainda mais maldoso. E foi-se embora sem dizer mais nada. Harry se virou e viu o carro dos Dursley partir. Os três estavam rindo.

- VOCÊ SABIA AONDE ERA, PETÚNIA – Lily gritou chorando. – VOCÊ SABIA E NÃO DISSE ABSOLUTAMENTE NADA. POR PURA INVEJA E RANCOR. EU TE ODEIO.

Para Petúnia aquelas três palavras foram um choque, ela sabia que merece, mas não sabia que ia a deixar tão mal. James acalmou Lily, que ainda chorava em seu peito, causando náuseas a Snape.

Harry sentiu a boca seca. Que diabo iria fazer? Estava começando a atrair uma porção de olhares curiosos por causa de Edwiges. Teria de perguntar a alguém.

- Não – Remo disse. – Péssima ideia.

Parou um guarda que ia passando, mas não mencionou a plataforma 9¾. O guarda nunca ouvira falar em Hogwarts e quando Harry não soube lhe dizer em que parte do país a escola ficava, ele começou a mostrar aborrecimento, como se Harry tivesse se fazendo de burro de propósito.

- O mundo bruxo quase descoberto por trouxas – Rony começou com voz de apresentador. – Agradeçam a Harry Potter, o menino-que-quase-nos-entregou.

Todos começaram a gargalhar forte e quando se acalmaram Gina continuou lendo.

Desesperado, Harry perguntou pelo trem que partia às onze horas, mas o guarda disse que não havia nenhum. Ao fim, o guarda se afastou, resmungando contra pessoas que o faziam perder tempo. Harry tentou por tudo no mundo não entrar em pânico. Pelo grande relógio em cima do quadro que anunciava os trens que chegavam, só lhe restavam dez minutos para embarcar no trem de Hogwarts e ele não tinha ideia de como ia fazer isso; estava perdido no meio da estação com uma mala que mal podia levantar, o bolso cheio de dinheiro de bruxo e uma coruja.

- Não acredito que vocês, realmente, deixaram meu filho numa estação de trem e foram embora, sem se certificar que ele estava bem – Lily falou enquanto negava com a cabeça.

Hagrid devia ter se esquecido de lhe dizer alguma coisa que tinha que fazer, como bater no terceiro tijolo à esquerda para entrar no Beco Diagonal. Perguntou-se se deveria tirar a varinha da mala e começar a bater no coletor de bilhetes entre as plataformas nove e dez.

- NÃO – gritaram todos os bruxos.

- Calma, eu não fiz isso não – Harry os tranquilizou.

- Por isso, que eu li Hogwarts: uma história – Hermione disse, causando risadas a todos.

Naquele instante um grupo de pessoas passou às suas costas e ele entreouviu algumas palavras que diziam.

- ... cheio de trouxas, é claro...

Harry deu meia-volta. Era uma mulher gorda que falava com quatro meninos, todos de cabelos cor de fogo.

- Desculpa Sra. Weasley – Harry já fala rápido, antes de qualquer um falar alguma coisa.

- Sem problemas, querido.

- Se fosse a gente, estávamos de castigo – Gina sussurrou para Rony, que afirmou com a cabeça e riu de leve.

Cada um deles estava empurrando à frente uma mala como a de Harry – e levavam uma coruja. O coração aos saltos, Harry os seguiu empurrando o carrinho. Eles pararam e ele também, bem próximo para ouvir o que diziam.

- Ai, ai – Rony suspirou. – Sendo seguido por ninguém mais ninguém menos que Harry Potter, auge da minha vida.

Eles riram muito da brincadeira do menino, menos Harry que, em um ato muito maduro, deu a língua para ele.

- Quem dá língua pede beijo – Rony falou dando de ombros e rindo.

- Só se for da sua irmã – Harry retrucou, causando um sonoro “Uuuu” na sala e uma risadinha de Gina, que se virou de frente e lhe deu um beijo, continuando a ler, logo depois.

- Agora, qual é o número da plataforma? – perguntou a mãe dos meninos.

- 9¾ - ouviu-se uma voz fina de uma menininha, também de cabelos ruivos que estava segurando a mão da mulher. – Mamãe, não posso ir...

- Você ainda não tem idade, Gina, agora fique quieta. Está bem, Percy, você vai primeiro.

- Não me julguem – Gina começou brava, vendo que os meninos iam rir e eles levantaram as mãos para cima. – Eu tinha 10 anos e meu último irmão estava indo para Hogwarts.

O que parecia o menino mais velho marchou em direção às plataformas nove e dez. Harry observou-o, tomando cuidado de não piscar para não perder nada – mas assim que o menino chegou à linha divisória entre as duas plataformas, um grande grupo de turistas invadiu a plataforma à frente dele e quando a última mochila acabou de passar, o menino havia desaparecido.

- Como mágica – disse Sirius, causando risadas nos amigos.

- Fred, você agora – mandou a mulher gorda.

Com a menção de Fred, os do futuro ficam com uma carinha triste, era muito recente para não ficar. Aquela era o tipo de ferida que sempre vai ficar uma cicatriz, que vai lembrar do acontecimento. Mas logo voltaram a sorrir, era isso que Fred ia querer, sorrisos.

- Eu não sou Fred, sou Jorge – retrucou o menino. – Francamente, mulher, você diz que é nossa mãe? Não consegue ver que sou o Jorge.

- Gêmeos – Sirius e James disseram. – Sempre quis ser gêmeo.

- NÃO – os do passado gritaram.

- A escola não sobreviveria – Lene e Lily falaram, rindo.

- Desculpe, Jorge, querido.

- É brincadeira, eu sou o Fred – disse o menino e foi.

- Ai, marotos – James e Sirius disseram juntos novamente, limpando uma lágrima falsa.

O irmão gêmeo gritou para ele se apressar, e ele deve ter atendido, porque um segundo depois, sumiu, mas como fizera aquilo?

Agora o terceiro irmão estava se encaminhando rapidamente para a barreira – estava quase lá – e, então, de repente, não estava em parte alguma.

E foi só.

- Com licença – dirigiu-se Harry à mulher gorda.

- Olá, querido. É a primeira vez que vai a Hogwarts? O Rony é novo também.

- Vamos ver qual foi a primeira impressão de Harry Potter sobre mim – Rony disse, rindo.

Ela apontou o último filho, o mais moço.

- Só para constar, eu também estava lá, então eu seria a última filha – disse Gina brava.

- Desculpa, vida – Harry riu e deu um beijo na cabeça da garota e a apertou forte em seus braços.

Era alto, magro e desengonçado, com sardas, mãos e pés grandes e um nariz comprido.

- Para que inimigo, quando se tem um amigo assim – Rony disse irônico, causando risadas. – Só espero que tenha melhorado.

- Pior que não – Gina disse, zoando o irmão, que deu língua.

- Melhorou, amor, melhorou – Hermione disse rindo, dando um beijo na bochecha dele.

- É – respondeu Harry. – A coisa é... a coisa é que não sei como...

- Como chegar à plataforma? – disse ela com bondade, e Harry concordou com a cabeça.

- Não se preocupe. Basta caminhar diretamente para a barreira entre as plataformas nove e dez. Não pare e não tenha medo de bater nela, isto é muito importante. Melhor fazer isso meio correndo se estiver nervoso. Vá, vá antes de Rony.

- Obrigada Molly – Lily agradeceu com um sorriso dócil.

- Por nada, querida – Molly sorriu.

- Hum... OK.

E Harry virou o carrinho e encarou a barreira. Parecia muito sólida.

- Não é mole – Rony disse irônico, fazendo a maioria rir.

- Mas é burro mesmo – Duda falou maldoso.

- Olha quem fala – Harry retrucou, causando surpresa no menino.

Ele começou a andar em direção a ela. As pessoas a caminho das plataformas nove e dez o empurravam. Harry apressou o passo. Ia bater direto no coletor de bilhetes e então ia se complicar – curvando-se para o carrinho ele desatou a correr – a barreira estava cada vez mais próxima – não poderia parar – o carrinho estava descontrolado – ele estava a um passo de distância – fechou os olhos se preparando para a colisão.

E ela não aconteceu... ele continuou correndo... abriu os olhos.

Uma locomotiva vermelha a vapor estava parada à plataforma apinhada de gente. Um letreiro alto informava Expresso de Hogwarts, 11 horas. Harry olhou para trás e viu um arco de ferro forjado no lugar onde estivera o coletor de bilhetes com os dizeres Plataforma 9¾. Conseguira.

- É claro que conseguira – disse Molly sorrindo carinhosamente para o menino.

A fumaça da locomotiva se dispersava sobre as cabeças das pessoas que conversavam, enquanto gatos de todas as cores trançavam por entre as pernas delas. Corujas piavam umas para as outras, descontentes, sobrepondo-se à balbúrdia e ao barulho das malas pesadas que eram arrastadas.

Os primeiros vagões já estavam cheios de estudantes, uns debruçando às janelas conversando com as famílias, outros brigando por causa dos lugares. Harry empurrou o carrinho pela plataforma procurando um lugar vago. Passou por um garoto de rosto redondo que estava dizendo:

- Vó, perdi me sapo outra vez.

- Ah, Neville – ele ouviu a senhora suspirar.

- É você – Alice disse sorrindo, mas logo desmanchou-o – Por que você disse vó e não mãe?

- Quinto livro – Neville disse meio triste.

- Então aconteceu algo com a gente – Frank concluiu. Neville só concordou com a cabeça, suspirando.

Um garoto com cabelos rastafári estava cercado por um pequeno grupo de meninos.

- Deixe a gente espiar, Lino, vamos.

O menino levantou a tampa de uma caixa que carregava nos braços e as pessoas em volta deram gritos e berros quando uma coisa dentro da caixa esticou para fora uma perna comprida e peluda.

Harry continuou andando pela aglomeração até que encontrou um compartimento vago no final do trem. Primeiro pôs Edwiges para dentro e começou a empurrar e a forçar com a mala em direção à porta do trem. Tentou erguê-la pelos degraus acima, mas mal conseguiu suspender uma ponta e duas vezes deixou-a cair dolorosamente em cima do pé.

- Eu sinto sua dor – Sirius disse para o afilhado. – Quando eu fui colocar, no primeiro ano, também caiu em cima do meu pé. Só consegui colocar porque Tio Fleamont me ajudou. Foi ai que conheci James.

James e ele sorriram um para o outro.

- Quer uma ajuda? – Era um dos gêmeos ruivos que ele seguira para atravessar a barreira.

- Por favor – Harry ofegou.

- Ei, Fred! Vem dar uma ajuda aqui!

Com a ajuda dos gêmeos, a mala de Harry finalmente foi colocada a um canto do compartimento.

- Obrigado – disse Harry, afastando os cabelos suados dos olhos.

- Que é isso? – perguntou de repente um dos gêmeos apontando para a cicatriz de Harry.

- Outro momento – disse Harry rindo. Nesse caso, ele, realmente não se importava.

- Caramba – disse o outro gêmeo. – Você é...?

- Ele é – disse o outro gêmeo. – Não é? – acrescentou para Harry.

- O quê? – indagou Harry.

- Harry Potter – disseram os gêmeos em coro.

- Ah, ele – disse Harry. – Quero dizer, é, sou.

- Você esqueceu que estava falando de você? – Luna riu. – Depois a estranha sou eu.

Todos riram com a frase da menina, ninguém ali, a achava estranha.

Os dois garotos olharam boquiabertos e Harry sentiu que estava corando. Então, para seu alívio, ouviram uma voz pela porta aberta do trem.

- Fred? Jorge? Vocês estão aí?

- Estamos indo, mamãe.

Dando uma última espiada em Harry, os gêmeos saltaram para fora do trem.

Harry sentou-se à janela onde, meio escondido, podia observar a família de cabelos ruivos na plataforma e ouvir o que diziam.

- To dizendo, sendo seguido pelo famoso Harry Potter, auge da minha vida – Rony disse, rindo.

A mãe tinha acabado de puxar o lenço.

- Rony, você está com uma coisa no nariz.

- Ai vergonha alheia – Rony disse negando com a cabeça, mas rindo.

- Desculpe, querido – Molly disse com um sorrindo.

- Não tem problema.

O menino mais novo tentou fugir, mas ela o agarrou e começou a limpar a ponta do nariz dele.

- Mamãe, sai para lá. – Desvencilhou-se.

- Aaaah, o Roniquinho está com uma coisa no nariz? – caçoou um dos gêmeos.

- Outra vergonha alheia – disse Rony rindo.

- Claro, Roniquinho – disse Gina zoando o irmão.

- Cale a boca – disse Rony.

- Onde está o Percy? – perguntou a mãe.

- Está vindo aí.

O garoto mais velho vinha vindo. Já vestira as vestes largas e pretas de Hogwarts e Harry reparou que tinha um distintivo de prata reluzente com a letra M.

- Monitor não – Sirius e James disseram.

- Ei, eu sou monitor e não sou tão ruim – Remo disse.

- Mas você já tinha a nossa má influência desde sempre – Sirius explicou.

- Eu sou monitora e monitora chefe e ainda assim James se apaixonou por mim – Lily colocou as cartas na mesa.

- É, James escolheu a exceção – Sirius disse. – Fazer o quê? Acho que podemos te concertar um pouco. 

- NÃO – James gritou desesperado. – Eu me apaixonei por ela do jeitinho que ela é, se a mudassem ela iria ser uma Lily diferente e não a que eu me apaixonei.

- Olha, Aluado, ele todo apaixonado – Sirius disse fingindo estar emocionado, enquanto James olhava que nem bobo para Lily e ela corava. – Pontas, tá babando.

- Agora me fala, qual de vocês não foram monitores? – James perguntou. – Porque Arthur e Molly eram monitores, Percy também, quais de vocês se salvam.

- Bem, Gui, nosso irmão mais velho, foi monitor, Carlinhos não, Percy também, Fred e Jorge é claro que não, eu fui e Gina não também – Rony disse explicando.

- Fred e Jorge eu já imagina – Remo disse rindo.

- Eu amo minha nora, já disse isso? – James falou fazendo um coração com as mãos para Gina, que riu e retribuiu.

- Agora, o Rony a gente perdoa só por ser melhor amigo do Harry – Sirius disse.

- Almofadinhas – chamou James. – Você pode me perdoar também né?!

- Perdoar pelo que, Pontas, o que você fez? – Sirius disse se preocupando.

- Dumbledore me escolheu como Monitor Chefe – James disse rápido, mas Sirius conseguiu entender.

- O QUÊ? – Sirius e Lily gritaram.

- Pois é.

- Como?

- Por quê?

- Não sei – James disse dando de ombros. – Mas vamos trabalhar juntos nessa Lírio.

- Senhor, dai-me paciência – Lily pediu olhando para o céu.

- Te perdoou Pontas, se você não me der detenção – Sirius disse.

- Quê? Ele não pode fazer – começou Lily, mas foi interrompida por James.

- Combinado.

Lily olhou para os dois e negou com a cabeça, mas depois se entregou ao riso, assim como os amigos. Snape pensava em como o Potter tinha conseguido isso, sendo que ele nem foi monitor.

- Não posso demorar, mãe – falou ele. – Estou lá na frente, os monitores têm dois vagões separados...

- Ah, você é monitor, Percy? – perguntou um dos gêmeos, com ar de grande surpresa. – Devia ter avisado, não fazíamos ideia.

- Espere aí, acho que me lembro de ter ouvido ele dizer alguma coisa – disse o outro gêmeo. – Uma vez...

- Ou duas...

- Um minuto...

- O verão todo.

- Cara, amo os seus irmãos – James disse rindo. Todos estavam assim, até mesmo Snape se permitiu dar um riso fraco, Duda também deu um pequeno sorriso.

- Ah, calem a boca – disse Percy, o monitor.

- Afinal por que foi que Percy ganhou vestes novas? – disse um dos gêmeos.

- Porque é monitor – disse a mãe com carinho. – Está bem, querido, tenha um bom ano letivo... mande-me uma coruja quando chegar.

- Ah, eu ganhei uma coisa quando virei monitor também – disse Remo sorrindo. – Ganhei três livros.

- Ganhei presente também – Lily disse. – Dos meus pais eu ganhei um cachorrinho de estimação e de sei lá quem, ganhei um buque de Lírios.

Remo e Sirius começaram a rir e James revirou os olhos.

- Como ela não adivinhou? – Sirius se perguntou em voz alta.

- É, Lily, até eu sabia quem tinha te mandando aquilo – Lene disse e Lily se virou bruscamente para James.

- Sério?

- Culpado – ele disse sorrindo de lado. Snape estava com raiva dele mesmo, como ele não teve essa ideia? Ele mandou uma carta dando os parabéns e parece que ele nem se lembrou.

- Quando meus pais ficaram sabendo que tinha virado monitor chefe, eles me deram um dinheiro – James disse. – Mas como não precisava de nada, eu dei o dinheiro para caridade.

Lily se impressionou com a ação do menino e sorriu para ele.

Ela beijou Percy no rosto e ele foi embora. Então virou-se para os gêmeos.

- Agora, vocês dois: este ano, se comportem. Se receber mais uma coruja dizendo que vocês... explodiram um banheiro ou...

- NÃO – gritou Remo. – Não dá ideia.

- Nós nunca explodimos um banheiro Pontas – Sirius disse começando a armar um plano.

- Verdade – James disse, armando um plano na cabeça também.

- Já não basta ter explodido a mesa da Minerva? – Remo perguntou.

- VOCÊS EXPLODIRAM A MESA DA MINERVA? – Lily, Lene, Dorcas, Alice e Frank gritaram surpresos. Os Marotos deram uma risadinha.

- Adorei – Gina disse, rindo. – Já explodi a mesa de um professor também.

- Ginevra – Molly disse, a reprendendo.

- Gina, mamãe, Gina.

- Harry, você escolheu bem – Sirius disse com orgulho.

- Escolhi não foi?! – Harry riu.

- Que professor?- Remo perguntou, fazendo as meninas o olharem chocados. – O quê? Eu também sou maroto.

- Ele é novo, não posso dar spoiler – ela respondeu rindo. – Quando ele aparecer eu juro que conto.

- Explodiram um banheiro? Nunca explodimos um banheiro.

- Mas é uma grande ideia, obrigado, mamãe.

- Avisei – Remo disse.

- Não tem graça. E cuidem do Rony.

- Não cuidaram – Rony disse rindo, fazendo Molly e Arthur ficarem preocupados.

- Não se preocupe, Roniquinho está seguro com a gente.

- Cale a boca – mandou Rony outra vez. Já era quase tão alto quanto os gêmeos e seu nariz continuava vermelho onde a mão o esfregara.

- Ei, mãe, advinha? Advinha quem acabamos de encontrar no trem?

Harry recuou o corpo rápido para que eles não o vissem olhando.

- Sabe aquele menino de cabelos pretos que estava perto da gente na estação? Sabe quem ele é?

- Quem?

- Harry Potter!

Gina nesse momento viu que a vergonha ia ser grande e pulou umas palavrinhas.

- É ele mesmo, Fred? Como é que você sabe?

- Perguntei a ele. Vi a cicatriz. Está lá mesmo, parece um raio.

Harry estranhou, lembrava de Gina falando alguma coisa antes disso e foi ler aquela parte no livro que a menina segurava.

- Amor, você pulou uma parte – Harry disse rindo. Gina o olhou ameaçadora. – Assim não pode.

- Que parte? – Lene perguntou.

- Nenhuma – Gina respondeu rápido.

- Ah, pulou sim – Harry disse pegando o livro das mãos dela, começando a ler.

- Harry Potter!

Harry ouviu a voz da garotinha.

Gina escondeu seu rosto no peito de Harry, que riu e beijo o topo da sua cabeça. E continuou lendo, fazendo uma voz fina, para imitar a namorada.

- Ah, mamãe, posso subir no trem para ver ele, mamãe, por favor...

Gina escondeu ainda mais o rosto quando escutou as risadas dos meninos.

- Foi fofo – Lily disse para a nora, que negou com a cabeça.

- Verdade – disse Lene, segurando a risada, enquanto sentia o peito de Sirius subindo e descendo de tanto rir. Ela deu um pequeno tapa no peito dele para ele parar de rir.

- Você já o viu, Gina, e o coitado não é um bicho de zoológico para você ficar olhando. É ele mesmo, Fred? Como é que você sabe?

- Você quer continuar? – Harry perguntou para a ruiva que ainda estava no seu peito. Ela afirmou com a cabeça e pegou o livro.

- Perguntei a ele. Vi a cicatriz. Está lá mesmo, parece um raio.

- Coitadinho. Não admira que estivesse sozinho. Foi tão educado quando me perguntou como entrar na plataforma.

- Deixa para lá, você acha que ele se lembra como era Você-Sabe-Quem?

De repente a mãe ficou séria.

- Espero que ele não tenha perguntado – disse Molly.

- Proíbo-lhe de perguntar a ele, Fred. Não se atreva. Como se ele precisasse de alguém para lhe lembrar uma coisa dessas no primeiro dia de escola.

- Está bem, não precisa ficar nervosa.

Ouviu-se um apito.

- Depressa! – disse a mãe, e os três garotos subiram no trem. Debruçaram-se na janela para a mãe lhes dar um beijo de despedida e a irmãzinha começou a chorar.

- Não falem nada – Gina disse com uma voz ameaçadora. – Eu tinha dez anos e queria ir para Hogwarts.

- Eu acho que era porque você não pode ver o Harry – Rony disse zoando a irmã. – Sabe lembrei de uma coisa agora, a gente chegou em cima da hora porque você ficou anos se arrumando e quando a mamãe te perguntou o porquê, você falou que queria estar arrumada se encontrasse o amor da sua vida.

- Olha ai, amiga – disse Luna rindo. – Achou.

- Pior que é mesmo – Gina disse rindo, recebendo um abraço de um Harry risonho. Os do passado estavam sorrindo com a cena.

- Eu shippo – as meninas disseram sorrindo.

- Não chore, Gina, vamos lhe mandar um monte de corujas.

- Vamos lhe mandar uma tampa de vaso de Hogwarts.

- Jorge!

- Estou só brincando, mamãe.

- Me diz que ele mandou – Sirius implorou rindo.

- Mandou – Gina confirmou. – Mas mamãe jogou fora.

- Poxa Molly – Arthur disse rindo.

O trem começou a andar. Harry viu a mãe dos garotos acenando e a irmã meio risonha, meio chorosa, correndo para acompanhar o trem até ele ganhar velocidade e ela ficar para trás acenando.

Harry observou a menina e a mãe desaparecerem quando o trem fez a curva. As casas passaram num relâmpago pela janela. Harry sentiu uma grande excitação. Não sabia aonde estava indo mas tinha de ser melhor do que o lugar que estava deixando para trás.

- É, acredite – disse Dorcas.

- Até parece – tio Válter falou. – Minha casa é muito melhor do que essa anormalidade.

- Vou nem me dar o trabalho de responder – Dorcas falou mais para ela mesma do que para o homem.

A porta da cabine se abriu e o ruivinho mais moço entrou.

- Tem alguém sentado aqui? – perguntou, apontando para o assento em frente ao de Harry. – O resto do trem está cheio.

Harry respondeu que não, com um aceno de cabeça, e o garoto sentou. Olhou para Harry e em seguida olhou depressa para fora, fingindo que não tinha olhado. Harry reparou que ele ainda tinha uma mancha preta no nariz.

- Por que não me avisou cara? – Rony disse indignado.

- Você não fala essas coisas para alguém que acabou de conhecer.

- Oi, Rony.

Os gêmeos estavam de volta.

- Escuta aqui, vamos para o meio do trem. Lino Jordan trouxe uma tarântula gigante.

- Certo – resmungou Rony.

- Harry – disse o outro gêmeo –, nós já nos apresentamos? Fred e Jorge Weasley. E este é o Rony, nosso irmão. Vejo vocês mais tarde, então.

- Tchau – disseram Harry e Rony. Os gêmeos fecharam a porta da cabine ao passar.

- Você é Harry Potter mesmo? – Rony deixou escapar.

- Eu disse para você não perguntar – Molly repreendeu Rony.

- Na verdade, você disse para Fred não perguntar – Remo disse dando um sorriso maroto.

Harry confirmou com a cabeça.

- Ah, bom, pensei que fosse uma brincadeira do Fred e do Jorge. E você tem mesmo... sabe...

- Era bem capaz de ser uma brincadeira mesmo – disse Gina rindo e vendo os amigos do futuro concordar com a cabeça.

Apontou para a testa de Harry.

Harry afastou a franja para mostrar a cicatriz em forma de raio, Rony olhou.

- Então foi aí que Você-Sabe-Quem...?

- RONALD – Molly repreendeu. – Olha a delicadeza.

- Ele não tem mamãe – Gina disse rindo. – Delicadeza, agora, é só com a Hermione, antes nem com ela.

- Foi, mas não me lembro.

- De nada? – perguntou Rony, ansioso.

- Bom... lembro de muita luz verde, mas nada mais.

- Uau. – Ele ficou parada uns minutos olhando Harry, depois, como se de repente tivesse se dado conta do que estava fazendo, olhou depressa para fora da janela outra vez.

- Todos na sua família são bruxos? – perguntou Harry, que achava Rony tão interessante quanto Rony o achava.

- Fico lisonjeado – Rony disse.

- Hum... são, acho que sim. Acho que mamãe tem um primo em segundo grau que é contador, mas ninguém nunca fala nele.

- Verdade – Molly disse rindo pelo nariz. – Eu tenho que falar com ele.

- Então você já deve saber muita magia.

- Tá esperando demais, amigo – Rony disse rindo.

Os Weasley aparentemente eram uma dessas antigas famílias de bruxos de que o menino pálido no Beco Diagonal falara.

- Não precisa ofender também – Gina e Rony disseram juntos, causando risadas na sala.

- Ouvi dizer que você foi viver com trouxas. Como é que eles são?

- Horríveis... bom, nem todos. Mas minha tia e meu tio e meu primo são, eu gostaria de ter tido três irmãos bruxos.

- Olha Lírio, ele quer irmãos – James disse para Lily, que corou e deu um tapa fraco no peito do maroto.

- Quero mesmo – Harry disse para os pais, rindo. Fazendo a mãe olhar para ele com um olhar ameaçador. – Não quero mais, gosto de ser filho único.

- Cinco – por alguma razão, ele pareceu triste. – Sou o sexto de minha família a ir para Hogwarts. Pode-se dizer que tenho que fazer justiça ao nosso nome. Gui e Carlinhos já terminaram a escola. Gui foi chefe dos Monitores e Carlinhos foi capitão do time de Quadribol.

- Gosto do Carlinhos – James, Sirius e Lene disseram.

Agora Percy é monitor. Fred e Jorge fazem muita bagunça, mas tiram notas muito boas e todo mundo acha que eles são realmente engraçados.

- Fred e Jorge são iguaizinhos a James e Sirius – Lene disse rindo.

- Agradecido – Sirius disse beijando seus lábios rapidamente.

Todos esperam que eu me saia tão bem quanto os outros, mas, se eu me sair bem, não será nada demais, porque eles fizeram isso primeiro.

- Eu fiz o que ninguém fez – Rony disse sorrindo. – Meu melhor amigo é Harry Potter, namoro a minha melhor amiga, que conheci aos 11 anos e ainda arranjei um namorado para minha irmã.

Todos caíram na risada.

E também não se ganha nada novo quando se tem cinco irmãos.

- Ainda bem que nasci mulher – Gina disse rindo.

Uso as vestes velhas de Gui, a varinha velha de Carlinhos e o rato velho de Percy.

Rony meteu a mão no bolso interno do paletó e tirou um rato cinzento e gordo que estava dormindo.

- O nome dele é Perebas e ele é inútil, quase nunca acorda. Percy ganhou uma coruja de meu pai por ter sido escolhido como monitor, mas eles não podiam ter... quero dizer, em vez disso ganhei Perebas.

As orelhas de Rony ficaram vermelhas. Parecia estar achando que falara demais, porque voltou a olhar para fora pela janela.

Harry não achava nada de mais que alguém não tivesse dinheiro para comprar uma coruja. Afinal, ele nunca tivera dinheiro algum na vida até um mês atrás, e disse isso a Rony, e disse também o que sentira quando usava as roupas velhas de Duda e jamais ganhara um presente de aniversário decente.

- Vocês são uns monstros – Molly disse para os Dursley. – Ele era só uma criança, não tinha nada com seu ódio e rancor. E muito menos com sua raiva.

Isto pareceu animar Rony um pouco.

- ... e até Rúbeo me contar, eu não sabia o que era ser bruxo, nem quem eram os meus pais, nem o Voldemort.

- Isso é coisa que se faça? – Lene disse olhando para Petúnia. – Privar uma criança de saber quem são os pais, que a mãe, por um infeliz acaso, é sua irmã.

Lily chorava, apoiada em James, que olhava com ódio para os cunhados, ele odiava ver sua ruiva chorar. Nesse momento, ele apertava a menina nos braços como se aquilo desse a ela toda proteção do mundo e que ali, no abraço, nada poderia a atingir. E realmente não podia, para Lily aquele era o melhor lugar em que ela poderia estar naquele momento. Petúnia ficou pensando, o que tinha feito, realmente, era muito maldoso, o menino tinha o direito de ver fotos e escutar as histórias dos pais.

Rony ficou pasmo.

- Que foi?

- Você disse o nome do Você-Sabe-Quem! – exclamou Rony parecendo ao mesmo tempo chocado e impressionado. – Eu achava que de todas as pessoas você...

- Até parece, o Harry ter medo desse nome – Gina disse, revirando os olhos.

- Hoje em dia, eu sei disso, mas naquele momento eu o tinha conhecido a cinco minutos – Rony se explicou.

- Não estou tentando ser corajoso nem nada dizendo o nome dele. É que nunca soube que não podia se dizer. Está vendo o que quero dizer? Tenho muito o que aprender... aposto – acrescentou, pondo pela primeira vez em palavras algo que o andava preocupando muito ultimamente. – Aposto que vou ser o pior da classe.

- Não vai não – disse Sirius. – Principalmente sendo filho de Lily e James.

- Verdade – Marlene afirmou a frase de Sirius, ela não sabia bem o que eles eram no momento.

- Não vai ser, não. Tem uma porção de gente que vem de famílias de trouxas e aprende bem depressa.

- Lily – James disse.

- Hermione – Rony disse. As duas sorriram para os meninos que amavam.

Enquanto conversavam, o trem saiu de Londres. Agora corriam por campos cheios de vacas e carneiros. Ficaram calados por um bom tempo, contemplando os campos e as estradinhas passarem por um lampejo.

Por volta de meio-dia ouviram um grande barulho no corredor e uma mulher toda sorrisos e covinhas abriu a porta e perguntou:

-Querem alguma coisa do carrinho, queridos?

- Tia Marie, sua linda – Sirius disse, sorrindo.

- Tia Marie é um anjo – James disse.

Harry, que não tomara café da manhã, ergueu-se de um salto, mas as orelhas de Rony ficaram vermelhas outra vez e ele murmurou que trouxera sanduíches. Harry foi até o corredor.

Nunca tivera dinheiro para doces na casa dos Dursley e agora que seus bolsos retiniam com moedas de ouro e prata, estava disposto a comprar quantas barrinhas de chocolate pudesse carregar – mas a mulher não tinha barrinhas. Tinha feijãozinho de todos os sabores, balas de goma, varinhas de alcaçuz e várias outras coisas estranhas que Harry nunca virá na vida. Não querendo perder nada, ele comprou uma de cada e pagou à mulher onze sicles de prata e sete nuques.

- Por isso faltou algumas coisas depois – Neville disse rindo.

Rony arregalou os olhos quando Harry trouxe tudo para a cabine e despejou no assento vazio.

- Que fome, hein?

- Morrendo de fome – respondeu Harry, dando uma grande dentada na tortinha de abóbora.

Rony tirara um embrulho encaroçado e abriu-o. Havia quatro sanduíches dentro. Abriu um e disse:

- Ela sempre se esquece de que não gosto de carne entalada.

- Desculpe, querido – Molly pediu para Rony, que disse que não havia problema.

- Troco com você por um desses – propôs Harry, oferecendo um pastelão de carne. – Tome...

Sirius e Remo começaram a rir, James corou e deu uma pequena risada.

- Querem compartilhar a piada? – Lily disse, sem entender.

- James disse a mesma coisa no expresso no primeiro ano para o remo – Sirius explica.

- Ele nem comeu o sanduíche – Remo falou sorrindo pelo amigo. – E depois ele disse que estava se divertindo tanto que esqueceu dele.

Lily sorriu para James, ela achava a amizade daqueles três perfeita... mesmo que nunca tenha admitido isso.

- Você não vai querer isso, é muito seco. Ela não tem muito tempo – acrescentou depressa. – Você sabe, somos cinco.

- Tome, coma um pastelão – disse Harry, que nunca tivera nada para dividir com alguém antes, aliás, nem ninguém com quem dividir.

- Vou azarar tanto vocês – Lene disse olhando para os Dursley, que se encolheram no sofá.

Era uma sensação gostosa, sentar-se ali com Rony, acabar com todas as tortas e bolos de Harry (os sanduíches ficaram esquecidos).

- Eu disse que eles não iam comer os sanduíches – Remo disse com um ar orgulhoso.

- Que é isso? – perguntou Harry a Rony, mostrando um pacote de sapos de chocolate. – Eles não são sapos de verdade, são? – Estava começando a achar que nada o surpreenderia.

- E é ai que você se engana, meu caro – Frank falou com um sorriso. – Você sempre se surpreende no mundo da magia.

- Eu percebi – Harry disse com um sorriso, o mundo bruxo pode ter trazido muitas dores para Harry, mas ele nunca irá se arrepender de ter escolhido esse mundo.

- Não. Mas vê qual é a figurinha, está me faltando a Agripa.

- Eu tenho umas quatro dela – Frank diz. – Se quiser de dou uma.

- Quero – Rony disse animado.

- O quê?

- Claro que você não sabe, os sapos de chocolate têm figurinhas dentro, sabe, para colecionar, bruxas e bruxos famosos. Tenho umas quinhentas, mas não tenho a Agripa nem o Ptolomeu.

Harry abriu o sapo de chocolate e puxou a figurinha. Era a cara de um homem. Usava óculos de meia-lua, tinha um nariz comprido e torto, cabelos esvoaçantes cor de prata, barba e bigode. Sob o retrato havia o nome Alvo Dumbledore.

- Então este é Dumbledore! – exclamou Harry.

- Não me diga que nunca ouviu falar de Dumbledore! Quer me dar um sapo? Quem sabe eu tiro a Agripa. Obrigado.

Harry virou o verso da figurinha e leu: Alvo Dumbledore, atualmente diretor de Hogwarts. Considerado por muitos o maior bruxo dos tempos modernos. Dumbledore é particularmente famoso por ter derrotado Grindelwald, o bruxo das trevas, em 1945, por ter descoberto os doze usos do sangue de dragão e por desenvolver um trabalho de alquimia em parceria com Nicolau Flamel. O Professor Dumbledore gosta de música de câmara e boliche.

- Sempre tive curiosidade de saber que projeto de alquimia é esse – Lily falou.

- A gente descobriu de um jeito nem tão legal – Rony disse sussurrando para Harry e Hermione.

Harry virou e novo o cartão e viu, para seu espanto, que o rosto de Dumbledore havia desaparecido.

- Por que para seu espanto? – Alice perguntou.

- Nas fotografias trouxas, as pessoas não se mexem – Hermione explicou para a menina. – Elas ficam paradas.

- Ele desapareceu!

- Ora, você não pode esperar que ele fique aí o dia todo. Depois ele volta. Não, tirei a Morgana outra vez e já tenho umas seis... você quer? Pode começar a colecionar.

- Sortudo – James falou. – Falta Morgana para mim.

Os olhos de Rony se desviaram para a pilha de sapos de chocolate que continuavam fechados.

- Sirva-se – disse Harry. – Mas, sabe, no mundo dos trouxas, as pessoas ficam paradas nas fotos.

- Ficam? O quê, eles não se mexem? – Rony parecia surpreso. – Que coisa esquisita!

- Verdade, filho, verdade – Arthur estava fascinado, adorava como os trouxas se viravam sem magia.

 Harry arregalou os olhos quando Dumbledore voltou para a figurinha e lhe deu um sorrisinho. Rony estava mais interessando em comer os sapos do que em olhar os bruxos e bruxas famosos, mas Harry não conseguia despregar os olhos deles. Logo não tinha só Dumbledore e Morgana, como também Hengisto de Woodcroft, Alberico Grunnion, Circe, Paracelso e Merlim.

- Só figurinha rara – Remo disse. – Queria.

Por fim ele despregou os olhos da druida Cliodna que estava coçando o nariz para abrir o saquinho de feijõezinhos de todos os sabores.

- Vai ter que tomar cuidado com essas aí – alertou Rony. – Quando dizem todos os sabores, eles querem dizer todos os sabores. Sabe, todos os sabores comuns como chocolate, hortelã e laranja, mas também espinafre, fígado e bucho. Jorge achou que sentiu gosto de bicho-papão uma vez.

 Sério, Rony, você tem que parar de acreditar no que os gêmeos dizem – Gina disse.

- Você também acreditava – Rony se defendeu.

- Sim, até os seis anos – Gina disse rindo.

Rony apanhou uma balinha verde, examinou-a atentamente e mordeu uma ponta.

- Eca! Está vendo? Couve-de-bruxelas.

Eles se divertiram comendo as balas. Harry tirou torrada, coco, feijão cozido, morango, caril, capim, café, sardinha e chegou a reunir coragem para morder a ponta de uma bala cinzenta meio gozada que Rony não queria pegar, e que era de pimenta.

Os campos que passavam agora pela janela estavam ficando mais silvestres. As plantações tinham desaparecido. Agora havia matas, rios serpeantes e morros verde-escuros.

Ouviram uma batida à porta da cabine e o menino de rosto redondo, por quem Harry passara na plataforma 9¾, entrou. Parecia choroso.

- Nossa, Harry, valeu – Neville disse rindo para o menino de olhos verdes.

- Desculpem, mas vocês viram um sapo?

Quando os dois sacudiram a cabeça, ele chorou.

- Perdi ele! Está sempre fugindo de mim!

- Ele irá aparecer, filho – Alice disse sorrindo, com se o Neville que estava ali tivesse onze anos. – Sempre aparece.

- Verdade – Luna disse. - Suas coisas sempre aparecem, mesmo que de forma inusitada. 

- Ele vai aparecer – consolou Harry.     

- Vai – disse o menino, infeliz. – Se você vir ele...

E saiu.

- Não sei por que ele está tão chateado – disse Rony. – Se eu tivesse trazido um sapo ia querer perde ele o mais depressa que pudesse. Mas trouxe Perebas, por isso nem posso falar nada.

- Ei – Alice e Neville disseram.

- Desculpem – Rony disse.

O rato continuava a tirar sua soneca no colo de Rony.

 James, Sirius e Remo se olharam, Pedro, mas não podia ser, ele não estaria em forma de rato. Então os três tiraram aquela ideia da cabeça.

- Ele podia estar morto e ninguém a saber a diferença – disse Rony, desgostoso. – Tentei mudar a cor dele para amarelo para deixar ele mais interessante, mas o feitiço não deu certo. Vou-lhe mostrar. Olhe...

Remexeu na mala e tirou uma varinha muito gasta. Estava lascada em alguns pontos e havia uma coisa branca brilhando na ponta.

- O pelo do unicórnio está quase saindo. Em todo caso...

- Molly precisamos comprar uma varinha nova para Rony – Arthur disse, recendo um aceno de afirmação da esposa.

Tinha acabado de erguer a varinha quando a porta da cabine abriu outra vez. O menino sem sapo estava de volta, mas desta vez vinha uma garota em sua companha. Ela já estava usando as vestes novas de Hogwarts.

- Alguém viu um sapo? Neville perdeu o dele. – Tinha um tom de voz mandão, os cabelos castanhos muitos cheios e os dentes da frente meio grandes.

- Nossa, valeu Harry – Hermione disse.

- É você? – Dorcas perguntou para a menina.  

- Sim – Hermione respondeu. – Espero que o tempo tenha sido legal comigo.

- Foi – Dorcas afirmou.  

- Já dissemos a ele que não vimos o sapo – respondeu Rony, mas a menina não estava escutando, olhava para a varinha na mão dele.

- Você está fazendo magia? Quero ver.

Sentou-se. Rony pareceu desconcertado.

- Gostava da Mione desde o primeiro instante – Neville disse.

- Está vendo Neville, fui vela por sete anos – Harry disse rindo e causando risada em todos.

Snape estava curioso para quando ele apareceria na história e como apareceria.

- Hum... está bem.

Pigarreou.

- Sol, margaridas, amarelo maduro, muda para amarelo esse rato velho e burro.

Todos começaram a rir.

- Isso não é um feitiço, Rony – Luna disse rindo.

- Desculpe, filho – Arthur disse rindo.

- Ai, gente, eu tinha onze anos – Rony se defendeu, também rindo, porque era bom rir.

Ele agitou a varinha, mas nada aconteceu. Perebas continuou cinzento e completamente adormecido.

- Você tem certeza de que esse feitiço está certo? – perguntou a menina. – Bem, não é muito bom, né? Experimentei uns feitiços simples só para praticar e deram certo. Ninguém da minha família é bruxo, foi uma surpresa enorme quando recebi a carta, mas fiquei tão contente, é claro, quero dizer, é a melhor escola de magia e bruxaria que existe, me disseram. Já sei de cor todos os livros que nos mandaram comprar, é claro, só espero que sejam o suficiente; aliás; sou Hermione Granger.

Gina leu tudo em um folego só e quando acabou teve que respirar fundo.

- Meu Deus, Hermione, quase morri – Gina disse olhando para a amiga que deu de ombros.

- Espera, você decorou todos os livros? – James perguntou.

- Sim.

- Eu fiz isso também – Lily disse, sorrindo para a menina que retribuiu de bom grado.

- Por quê? – Sirius perguntou, indignado.

- Bem, somos nascidas-trouxas, então queremos provar que somos tão bons quantos vocês, que já nascem no mundo da magia – Lily começou.

- Por isso, estudamos mais, nos esforçamos mais – Hermione continuou. – Somente para mostrar que quem tem esse preconceito está errado.

- Mas vocês não precisam fazer isso para provar que são tão boas quanto nós – Lene disse.

- Nós sabemos, mas infelizmente é assim – Lily disse, recebendo um aceno positivo de Hermione.

Ela disse tudo isso muito depressa.

Harry olhou para Rony e sentiu um grande alívio ao ver, por sua cara espantada, que ele não aprendera todos os livros de cor tampouco.

- Sou Rony Weasley.

- Harry Potter.

- Verdade? Já ouvi falar de você, é claro. Tenho outros livros recomendados, e você está na História da magia moderna e em Ascensão e queda das artes das trevas e em Grandes acontecimentos mágicos do século XX.

- Está? – James perguntou, meio triste, não era para ele estar.

- Estou? – admirou-se Harry sentindo-se confuso.

- Tal pai, tal filho – Snape resmungou.

- Nossa, você não sabia, eu teria procurado saber tudo que pudesse se fosse comigo – disse Hermione. – Já sabem em que casa vão ficar? Andei perguntando e espero ficar na Grifinória, me parece a melhor, ouvi dizer que o próprio Dumbledore foi de lá, mas imagino que a Corvinal não seja muito ruim... E todo o caso, acho melhor irmos procurar o sapo de Neville. E é melhor vocês se trocarem sabe, vamos chegar daqui a pouco.

- Hermione, você não sabia fazer amizades – Remo disse com um pequeno sorriso.

E foi-se embora, levando o menino sem sapo.

- Ótimo – Neville disse. – Agora sou o menino sem sapo.

- Seja qual foi minha casa, espero que ela não esteja lá – comentou Rony. E jogou a varinha de volta na mala. – Feitiço besta. Foi o Jorge que me ensinou, aposto que sabia que não prestava.

- Já falei que você tem que parar de acreditar neles – Gina diz ao irmão.

- E valeu em Rony – Hermione disse fingindo estar irritada.

- Desculpa amor – Rony pediu, dando um selinho na namorada.

- Em que casa estão os seus irmãos? – perguntou Harry.

- Grifinória. – A tristeza parecia estar se apoderando dele outra vez. – Mamãe e papai estiveram lá também. Não sei o eu vão dizer se eu não estiver. Acho que a Corvinal não seria muito ruim, mas imagine se me puseram na Sonserina.

- É a casa em que Vol... quero dizer, Você-Sabe-Quem esteve?

- Querido, não importa a casa que você estiver, vamos estar orgulhosos de você – Molly disse sorrindo maternalmente.

- É. – E afundou novamente no assento, parecendo deprimido.

- Sabe, acho que as pontas dos bigodes de Perebas ficaram um pouquinho mais claras – disse Harry, tentando distrair o pensamento de Rony das casas.

- Mentirosinho – Rony disse rindo.

- Então, o que é que os seus irmãos mais velhos fazem agora que já terminaram?

Harry estava imaginando o que fazia um bruxo depois que terminava a escola.

- Carlinhos está na Romênia estudando dragões e Gui está na África fazendo um serviço para Gringotes.

- Meus bebês foram para longe – Molly choramingou. – Mas se eles estão felizes, eu estou feliz.

- Você soube o que aconteceu com Gringotes? O Profeta diário só fala nisso, mas acho que morando com os trouxas você não recebe o jornal. Uns cara tentaram roubar um cofre de segurança máxima.

- O QUÊ – os do passado gritaram.

- Impossível – James disse. – E conseguiram?

- Livro – Hermione disse, rindo, logo em seguida, da cara que o pai do melhor amigo fez.

Harry arregalou os olhos.

- Verdade? E o que aconteceu com eles?

- Nada, é por isso que a notícia é tão importante. Não foram pegos. Papai disse que deve ter sido um bruxo das trevas poderoso para enganar Gringotes, mas estão achando que eles não levaram, nada, isso é que é esquisito. É claro que todo mundo ficou apavorado quando uma coisa dessas acontece porque Você-Sabe-Quem pode estar por trás da coisa.

Harry repassou as notícias mentalmente. Estava começando a sentir um arrepio de medo toda vez que Você-Sabe-Quem era mencionado. Supunha que isso fazia parte do ingresso no mundo bruxo, mas tinha sido muito mais confortável dizer Voldemort sem se preocupar.

- Qual é o seu time de quadribol? – perguntou Rony.

- Hum... não conheço nenhum – confessou Harry.

- Ai meu coração – James brincou. – Sou Tutshill Tornados com muito orgulho.

- Idem – Sirius falou.

- Holyhead Harpies – disse Gina com um sorriso, seu sonho sempre foi jogar nesse time.

- O meu também – Lene disse.

- Não entendo nada disso – Lily deu de ombros. – Então vou com James. Tutshill Tornados.

- Pera, quê? – Dorcas perguntou.

- O James tem talento e confio nele, então se ele torcesse para esse time, vou junto – ela explicou sorrindo, o que fez James abrir um sorriso de orelha a orelha e Snape revirar os olhos, ela estava se entregando muito facilmente.

- Chudley Cannons – Rony e Remo disseram juntos e deram um soquinho com as mãos 

- Holyhead Harpies também – Luna e Hermione sorriram.

- Falmouth Falcons – Neville, Alice e Frank disseram juntos e sorriram. Todos olharam para Snape, que revirou os olhos e falou:

- Montrose Magpies.

Os Dursley não estavam entendendo nada e nem queriam, pelo menos, Duda e Válter não.

- O quê? – Rony parecia pasmo. – Ah, espere aí, é o melhor jogo do mundo. – E saiu explicando tudo sobre as quatro bolas e as posições dos sete jogadores, descreveu jogos famosos a que fora com os irmãos e a vassoura que gostaria de comprar de tivesse dinheiro. Estava mostrando a Harry as qualidades do jogo quando a porta da cabine se abriu mais uma vez, mas agora não era Neville, o menino sem sapo, nem Hermione Granger.

- Neville, o menino sem sapo – Neville revirou os olhos. – Fala sério, Harry.

- Ué – Harry deu de ombros. – Se eu sou o menino que sobreviveu, você pode ser o menino sem sapo.

Foi aí que todos caíram na gargalhada.

Três garotos entraram e Harry reconheceu o do meio na hora: era o garoto pálido da loja de vestes de Madame Malkin. Olhou para Harry com um interesse maior do que revelara no Beco Diagonal.

- É verdade? – perguntou. – Estão dizendo no trem que Harry Potter está nesta cabine. Então é você?

- Sou – respondeu Harry. Observava os outros garotos. Os dois eram fortes e pareciam muito maus. Postados dos lados do menino pálido, eles pareciam guarda-costas.

- Ah, este é Crabbe e este outro, Goyle – apresentou o garoto pálido disciplinadamente, notando o interesse de Harry. – E meu nome é Draco Malfoy.

- Sabia – Sirius disse sem dar muita importância até que ele se lembrou de uma coisa. – AH, MERLIM, ESSE É MEU PRIMO DE 2° GRAU.

- Como assim? – Lily perguntou.

- Minha prima, Narcissa, se casou com Lúcio Malfoy – Sirius explicou. – E parece que esse é o filho deles, Cissa fez um péssimo trabalho na educação do menino.

- Fez mesmo – Molly disse, sabendo como é criar um filho, a mesma esperava que estivesse indo bem.

Rony tossiu de leve, o que poderia estar escondendo uma risadinha. Malfoy olhou para ele.

- Acha o meu nome engraçado, é? Nem preciso perguntar quem você é. Meu pai me contou que na família Weasley todos têm cabelos ruivos e sardas e mais filhos do que podem sustentar.

- Beijinho no ombro pro recalque passar longe – Gina cantou o trechinho da música, mexeu no cabelo com a mão e beijou seu próprio ombro.

- Gata – Harry sussurrou ao seu ouvido, o que a fez arrepiar e o dar um selinho.

Virou-se para Harry.

- Você não vai demorar a descobrir que algumas famílias de bruxos são bem melhores do que a outras, Harry. Você não vai querer fazer amizade com as ruins. E eu posso ajudá-lo nisso.

- Agora Harry – James começou. – Responde com força e confiança.

Ele estendeu a mão para apertar a de Harry, mas Harry não a apertou.

- Acho que sei dizer qual é o tipo ruim sozinho, obrigado – disse com frieza.

- Resposta digna de maroto afilhadinho – Sirius disse sorrindo orgulhoso do afilhado.

Draco não ficou vermelho, mas um ligeiro rosado coloriu seu roso pálido.

- Draco, o menino do rosto pálido – Neville zoou.

- Eu teria mais cuidado se fosse você, Harry – disse lentamente. – A não ser que você seja mais educado, vai acabar como os seus pais. Eles também não tinham juízo. Você se mistura com gentinha como os Weasley e aquele Rúbeo e vai acabar se contaminando.

- ELE PASSOU DO LIMITES AGORA – gritou Lily, que estava se segurndo. – PODE FALAR QUALQUER COISA DE MIM, MAS MEU QUERIDO, NUNCA FALE DO MEUS AMIGOS E FAMÍLIA.

De repente escutando algo explodindo, era o copo de água que a menina tinha pedido para a sala.

- Lírio, se acalma – James pediu para a ruiva. – Está tudo bem.

Harry e Rony se levantaram. O rosto de Rony estava vermelho como os cabelos.

- Repete isso.

- Ah, você vai brigar com a gente, vai? – Draco caçoou.

- A não ser que você se retire agora – disse Harry com uma coragem maior do que sentia, porque Crabbe e Goyle eram bem maiores do que ele ou Rony.

- Mas não estamos com vontade de nos retirar, estamos, garotos? Já comemos toda nossa comida e parece que vocês ainda têm alguma coisa.

- Não ouse tocar na comida do meu afilhado – Sirius rosnou, recendo caras de indignação. – O quê? Comida é sagrado.

Goyle fez menção de apanhar os sapos de chocolate ao lado de Rony. Rony deu um pulo para frente, mas, antes que encostasse em Goyle, este soltou um berro terrível.

Perebas, o rato, estava pendurado em seu dedo, os dentinhos afiados enterrados na junta de Goyle.

- Pelo menos ele fez algo útil – Harry sussurrou para os amigos.

Crabbe e Draco recuaram enquanto Goyle rodava e rodava o braço, urrando, e quando Perebas finalmente se soltou e bateu na janela, os três desapareceram na mesma hora. Talvez achassem que havia mais ratos escondidos nos doces, ou talvez tivessem ouvido passos, porque um segundo depois, Hermione Granger entrou.

- Que foi que aconteceu? – perguntou, vendo os doces espalhados no chão e Rony apanhando Perebas pela cauda.

- Acho que apagaram ele – disse Rony a Harry. E examinou Perebas mais atenciosamente. – Não... não acredito... ele voltou a dormir.

E dormirá mesmo.

- Sem ofender Rony, mas o rato meio inútil – Remo disse.

- Pois é – Rony disse, revirando os olhos.

- Você já conhecia Draco Malfoy?

Harry contou o encontro deles no Beco Diagonal.

- Já ouvi falar na família dele – disse Rony, sombrio. – Foram os primeiros a voltar para nosso lado depois que Você-Sabe-Quem desapareceu. Disseram que tinham sido enfeitiçados. Papai não acredita nisso. Diz que o pai de Draco não precisou de desculpa para se bandear para o lado das Trevas. – E virou-se para Hermione. – Podemos fazer alguma coisa por você?

- Obrigada pela consideração Rony – Hermione disse, irônica.

- É melhor vocês se apressaram e trocarem de roupa. Acabei de ir lá na frente perguntar ao maquinista e ele me disse que estamos quase chegando. Vocês andaram brigando? Vão se meter em encrenca antes mesmo de chegarmos lá!

- Perebas andou brigando, nós não – disse Rony, fazendo cara zangada. – Você se importa de sair para podermos nos trocar?

- Está bem. Só vim para cá porque as pessoas nas outras cabines estão se comportando feito crianças, correndo pelos corredores – disse Hermione em tom choroso. – E você está com o nariz sujo, sabia?

- No caso, é porque elas são crianças – Alice disse rindo da reação da menina.

Rony amarrou a cara quando ela se retirou. Harry espiou pela janela. Estava escurecendo. Viu montanhas e matas sob um céu arroxeado. O trem parecia estar diminuindo a velocidade.

Ele e Rony tiraram os paletós e puseram as vestes longas e pretas. A de Rony estava um pouco mais curta, dava para ver as calças por baixo.

Uma voz escoou pelo trem:

- Vamos chegar a Hogwarts dentro de cinco minutos. Por favor deixem a bagagem no trem, ela será levada para a escola.

O estômago de Harry revirou de nervoso e ele reparou que Rony parecia pálido sob as sardas. Os dois encheram os bolsos com o resto dos doces e se reuniram à garotada que apinhava os corredores.

- Acho que todos sabemos como é essa sensação – Frank disse compreensivo.

O trem foi diminuindo a velocidade e finalmente parou. As pessoas se empurraram para chegar à porta e descer na pequena plataforma escura. Harry estremeceu ao ar frio da noite. Então apareceu uma lâmpada balançando sobre as cabeças dos estudantes e Harry ouviu uma voz conhecida.

- Alunos do primeiro ano! Primeiro ano aqui! Tudo bem, Harry?

O rosto grande e peludo de Rúbeo Hagrid sorria por cima de um mar de cabeças.

- Vamos, venham comigo. Mais alguém do primeiro ano?

Aos escorregões e tropeços, eles seguiram Hagrid por um caminho de aparência íngreme e estreita. Estava tão escuro em volta que Harry achou que devia haver grandes árvores ali. Ninguém falou muito.

- Ninguém nunca fala – Lene disse.

Neville, o menino que vivia perdendo o sapo, fungou umas duas vezes.

- Olha, outro apelido para mim – Neville disse irônico.

- Vocês vão ter a primeira visão de Hogwarts em m segundo – Hagrid gritou por cima do ombro –, logo depois dessa curva.

- Eu nunca vou me esquecer da primeira vez que eu vi Hogwarts – Lily disse sorrindo.

- Você ficou bem maravilhada – James disse.

- Como você sabe? – ela perguntou para o menino, que deu de ombros e respondeu:

- Já disse que sempre prestei atenção em você.

Ouviu-se um Aoooooooh muito alto.

O caminho estreito se abrira de repente até a margem de um grande lago escuro. Encarrapitado no alto de um penhasco na margem oposta, as janelas cintilando no céu estrelado, havia um imenso castelo com muitas torres e torrinhas.

- Essa cena é linda – Luna disse com um ar sonhador.

- Só quatro em cada barco! – gritou Hagrid, apontando para uma flotilha de barquinhos parados na água junto à margem. Harry e Rony foram seguidos até o barco por Neville e Hermione.

- Todos acomodados? gritou Hagrid, que tinha um barco só para si. – Então... VAMOS!

E a flotilha de barquinhos largou toda ao mesmo tempo, deslizando pelo lago que era liso como um vidro. Todos estavam silenciosos, os olhos fixos no grande castelo no alto. A construção se agigantava à medida que se aproximavam do penhasco em que estava situado.

- É lindo – Alice disse sorrindo.

- Abaixem as cabeças! – berrou Hagrid quando os primeiros barcos chegaram ao penhasco;

- Hagrid não avisou no nosso primeiro ano – Sirius reclamou. – Eu bati a cabeça.

- Deve ser por isso que é doido – Marlene brincou com o garoto e depois o dando um selinho.

Todos abaixaram as cabeças e os barquinhos atravessaram uma cortina de hera que ocultava uma larga abertura na face do penhasco. Foram impelidos por um túnel escuro, que parecia leva-os para debaixo do castelo, até uma espécie de cais subterrâneo, onde desembarcaram subindo e pisando em pedras e seixos.

- Ei, você aí! É o seu sapo? – perguntou Hagrid, que verificava os barcos à medida que as pessoas desembarcavam.

- Trevo! – gritou Neville, feliz, estendendo as mãos.

- Agora você é o Neville, o menino que achou o sapo – Harry disse brincando e causando várias risadas no ambiente.

Então eles subiram por uma passagem aberta na rocha, acompanhando a lanterna de Hagrid, e desembocaram finalmente em um gramado fofo e úmido à sombra do castelo.

Galgaram uma escada de pedra e se aglomeraram em torno da enorme porta de carvalho.

- Estão todos aqui? Você aí, ainda está com o seu sapo?

- É claro que está – Harry disse.

- Ele é o menino que achou o sapo – Rony completou o raciocínio do melhor amigo, fazendo todos rirem, bem quase todos.

Hagrid ergueu um punho gigantesco e bateu três vezes na porta do castelo. 

- Vamos dar uma pausa para descansar e depois lemos o sétimo – Hermione disse.

Harry estava preocupado com o próximo capítulo, nunca tinha falado a ninguém que quase fora para a Sonserina. Mas tentou relaxar e disse:

- Quem lê agora?

- Eu leio – Remo falou animado. – O Chapéu Seletor.


Notas Finais


espero que vocês tenham gostado!!! :)
bjoss e até o prox. cap
gabii


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