História O outro Ackerman - A Rainha

O incidente deixou o cômodo em chamas, coberto de fumaça e poeira.  Todas as damas estavam em  pânico. Os guardas invadiram o ambiente para socorre-las. 

- Alguém ferida? – Perguntou  um guarda enquanto os outros socorriam as garotas e outros tentavam algar o incêndio. 

Mikasa sentia apenas dor. O barulho quase as deixou surdas. Ela tossia enquanto tentava ver algo. Sua mãe tinha alguns ferimentos por proteger a filha dos estilhaços e pedras. 

- Lady mamãe? – Chamou.

Hange veio ao seu encontro e olhava suas mãos. Isabel e Annie foram ao encontro das demais que não se feriram, apenas estavam assustadas. Sasha estava em imóvel.

- Vai ficar tudo bem. – Disse Mikasa abraçando a garota. – Lady mamãe?! – Chamou mas uma vez. 

Sua mãe estava ao seu lado imóvel. 

- Mamãe? – Chamou a tocando.

- Vou ficar bem. – Ela disse se levantando zonza. – Precisa de cuidados. Você é mais importante agora. 

Ela balançou a cabeça em sinal negativo. 

- Estou bem. Me salvou. – Agradeceu a mãe. 

Ela beijou a filha. 

- O que...- Disse Sasha com dificuldade para respirar. – Vamos morrer? 

- Não. – Respondeu Mikasa. – Não sem lutar. 

Ela assentiu e olhou para a morena. 

- Está ferida. Vem, precisamos cuidar de você. – Sasha engoliu em seco e chamou a garota  para se acalmar.

Mikasa a seguiu. 

- Vai ficar tudo bem. – Disse tentando reconfortar a amiga. 

As duas assentiram e Mikasa olhou para a mãe. 

- Cuidam de Lady Mikasa. – Ela pediu tossindo muito. 

- Lady mamãe....- Ela fitou a Duquesa enquanto as outras damas tentavam ajudá-la.

- Venha. – Chamou Sasha. 

Mikasa se retirou acompanhada das amigas. Mas seu coração estava com sua mãe. 

 

*

 

Levi andava de um lado para o outro na torre. 

- Um ataque ao lado leste do castelo. – Repetiu irritado. 

- Sim. – Disse o guarda. – Algumas damas estão com pequenos ferimentos. Mas nada grave. 

Levi assentiu.

- E Lady Mikasa? 

O guarda ficou em silêncio. 

- Quando iremos para a batalha? – Perguntou Eren.

- Não estamos p preparados. - Disse Levi. – Não ainda. 

- O que está esperando? – Perguntou Reinner. – Quer que matem a todos silenciosamente?

Levi fitou as águas. Já haviam passado mais de doze horas e ele continuava pacientemente aguardando.

- Os espiões que enviei ainda não voltaram. – Disse. – Antes de atacar quero saber cada uma das posições dos nossos inimigos. 

- Enquanto isso eles atacam o que temos de mais precioso. – Disse Jean. 

- Pensei que estaríamos confinando as para protege-las, não para serem atacadas. – Disse Berthold.

Levi ouvia tudo pensativo olhando  as águas e voltando para o mapa onde tinham marcações de suas movimentações.

- Mantenham-se atentos as águas e a chegada de mensageiros. Vamos fazer um contra ataque em breve. – Ouviu a comemoração dos soldados. 

 O Princípe se afastou sem olhar para trás. 

 

*

 

Mikasa estava sentada diante do espelho. Servas, Hange e Sasha cuidavam dos ferimentos nas mãos e nos pulsos da garota. Todas fizeram reverencia e se afastaram ao perceber a presença do príncipe. Mikasa tinha ferimentos nas mãos, no rosto e a roupa um pouco rasgada.  Ele abaixou os olhos.

- Falhei. – Disse. – Por pouco quase perdi você outra vez. 

- Isso não foi nada. – Disse. – Estou mais preocupada com Lady mamãe que me protegeu.

Ele a fitou surpreso.

- Ela.. A Duquesa está muito ferida? 

- Vai ficar bem. – Respondeu olhando as ataduras em seus pulsos. 

Ela sorriu triste e ele se aproximou. 

- Pediu-me para escolher um lema e eu escolho “ Coragem e força. “ – Ela falou sorrindo. 

- O meu é “ Lutar e vencer. “ – Disse Levi suspirando e tocando seus cabelos ainda sujos de poeira. 

- Combina. Precisamos de coragem para lutar  e força para vencer. – Disse animada. 

Levi suspira e se aproxima beijando seu rosto ferido. 

- Protegeremos nossa casa juntos. – Disse. 

 – Saiba que o campo de batalha não é para garotas. Preferia que ficasse aqui e fizesse o que sabe fazer  de melhor. – Disse tocando seu rosto ainda sujo.

- Tocar e ler? – Perguntou sorrindo. 

Ele beijou sua testa. 

Não. – Respondeu olhando em seus olhos. – Lutando caso seja necessário. 

Ela se levantou e  o abraçou. Se sentiu protegida no abraço dele. 

- Morreremos juntos se for preciso. Eles não precisarão saber que sou uma garota. – Disse. 

Ele assentiu.

- Espero não temos que ir ao campo de batalha. – Avisou. 

- Precisa revidar o ataque. Precisamos mostrar nossa força. – Ela pediu. 

Ele se preparou para sair pensativo, mas retornou. 

- Lady Mikasa.  – Olhou para ela. - Se prepare. Iremos ao salão. Quero fazer um anúncio. Estou completamente apaixonado por você. – Se declara.  – A minha rainha ideal. – olhou em seus olhos. – Não posso ir ao campo de batalha sem que todos saibam que eu amo você.

Mikasa sorriu mexida com a declaração dele. 

 - Por favor, não me deixe sozinho. – Pediu. 

Ela assentiu feliz  e ele deixou o quarto. Petra provavelmente se aproveitaria de sua ausência para se atirar  sobre ele. 

- Jamais ficará sozinho outra vez, Levi. Jamais! – Disse para si decidida. 

Olhou para o espelho e sorriu enquanto as servas, Hange, Isabel e Sasha  retornavam ao quarto rindo baixinho. 

- Ele fará o anúncio. – Avisou feliz.

As meninas bateram palmas felizes por ela. 

 

*

 

Todos os nobres estavam reunidos no salão. Levi observava o pequeno trono. Ele suspirou antes de olhar para os nobres  presentes.  A nobre vestia um vestido vermelho escuro com detalhes dourados. Mangas longas para cobrir ferimentos. Embora seu rosto, ainda tivesse alguns ferimentos decorrentes de estilhaços. 

- Amados amigos e nobres. – Disse Levi olhando para Mikasa não escondendo a admiração.  – Muito se tem dito sobre mim nos últimos dias, mas nada confirmado. 

Um burburinho tomou conta do salão.

- Sei que estamos próximos a uma batalha. – Disse olhando para os nobres. – Mas nesta noite obscura, preciso informar a todos a minha decisão. Lady Mikasa será  a futura Rainha de Garden.  – Anunciou. 

Mais burburinho no salão. Ele se aproximou dela e a conduziu até o  trono. Mesmo sabendo o óbvio as garotas ficaram surpresas. Alguns aplaudiram. Outros contestaram. Outros comemoraram avidamente a escolha da jovem. 

- Milady. – Levi fez uma reverência . – Espero nos unirmos em matrimônio em  breve. – Disse baixinho, beijou  sua mão e se retirou sem dizer mais palavras. Mikasa ficou observando o amado se afastar sob os olhares dos demais. 

- Achei um pouco frio esse anúncio. – Disse Petra a Ymir que estava ao seu lado.

Mikasa balançou os ombros. Não importava a opinião dela. Levi a amava e era o que importava. Hange, Isabel, Annie e Sasha a abraçaram contentes. As demais ficaram distantes e conversaram entre si. Dashiville não estava em clima de festa, mas o coração da Mikasa sim. 

Levi voltou a torre para observar o avanço de seus Inimigos. 

- Vamos enviar o exército naval de Dashiville. – Avisou. 

- Quero acompanhá-los. – Disse Reinner. 

- Eu também. – Falou Berthold. 

Levi os fitou surpresos.

- Mais alguém? – Perguntou.  Não obteve resposta. – Os demais irão comigo por terra. Não morram e obtenham sucesso. – Pediu. 

- Sim, alteza. – Disseram se afastando.

Levi olhou mais uma  embarcação adentrar  nas águas escuras,  pensativo.

 

*

 

Sunflowers

 

O céu estava claro e sem nuvens. Kuchel olhava pela área externa do salão do trono o povo que aplaudia o exército real. Abriu a correspondência e sorriu ao ler as palavras da Duquesa de Kentsville sobre a melhora da filha.  Suspirou profundamente e percebeu que  Traute se aproximou.

 Kuchel a fitou. 

- Regente. – Disse a baronesa com certa ironia. – O Rei a aguarda. 

A Princesa suspirou.

- A garota está bem. Obrigada por seu serviços, Baronesa. – Disse Kuchel. – Preciso que me ajude mais uma vez e será recompensada. 

A outra sorriu.

- Terei prazer em ser uma serva leal para a irmã do Rei. 

- Vinda de Roseville com certeza tem um bom  domínio com plantas na fabricação de venenos. 

A baronesa suspirou.

- Também. – Disse.- Eu não fiz o veneno. Mas sabia qual era o antídoto. Sou uma conhecedora de ambos. 

- Cuidado. – Avisou. – É bom estar ao lado do Rei.

Traute suspirou.

- Sou leal. – Disse.

A princesa entregou uma correspondência.  Traute a fitou.

- Sabe que não posso.  – Falou baixinho e preocupada. 

- É questão de vida ou morte. – Pediu tensa. – Sei que estou arriscando sua vida, mas é a única pessoa que confio para tal função. 

Traute pegou a correspondência e a colocou sob as mangas do vestido. 

- Tenha cuidado.  – Pediu Kuchel. 

O Rei acenou para o público e entrou para o castelo. Kuchel sentiu uma nova presença e olhou lentamente. 

- Gostaria que Levi estivesse aqui para aprender a ser como um Rei. – Provocou.

Kuchel olhou para o homem.

- Sua Alteza, Milorde. – O lembrou. – O Princípe  ou apenas Levi apenas para os íntimos e próximos. – Iniciou. – Não sou a Rainha . Mas posso representar muito bem os  meus interesses e os do meu filho. 

Ele assentiu e ela estendeu a mão. 

- Tenho certeza que sim. -Concordou. 

Traute caminhou pelos corredores e se encontrou com uma menina ruiva e lhe disse algumas palavras. A garota saiu correndo e foi até a uma igreja. Conversou com alguém de capuz e retornou para o palácio. 

Kuchel caminhava para o salão do trono acompanhada do Bispo.  Sentou-se ao seu lado de seu inimigo. Traute entrou no salão e ficou em um canto. Kenny olhou para a loira e Kuchel fez sinal para que ela se aproximasse. 

- Caros nobres. – Disse o Rei se levantando com Kuchel. – Apresento aos senhores, minha nobre irmã a Princesa Kuchel como Regente.

Ouviu-se um burburinho entre os nobres e o conselho. 

- É a minha vontade e o conselho deve auxiliá-la em suas dificuldades durante a minha ausência.  – Beijou a mão da irmã e estendeu a outra para Traute. – Quero aproveitar e dar as boas vindas e uma amiga de longa data a baronesa de Roseville. 

O Duque olhava a distância. 

- Ao novo e único Duque de Kentsville, Lorde Ackerman. – Disse o Rei. 

O público aplaudiu. Kuchel fitou a outra com preocupação e sorriu ao ver o sobrinho.  O Bispo olhava a cena com desaprovação.

- Vamos festejar. Amanhã partiremos para a batalha para conquistar nossa independência de vez dos eldianos e contra a ameaça religiosa que se aproxima.  Saúde! – disse.

Os nobres saudaram. Mas alguns estavam insatisfeitos com as decisões. Kuchel se sentou no trono e Kenny foi dançar com Traute. O Bispo se aproximou.

- Achei que não permitiria a estadia dela na corte. – Provocou.

- Mantenha seus amigos próximos, e seus inimigos mais ainda. – Devolveu a provocação séria. 

Ele suspirou.

- Acha que tudo que faço é para prejudicar a coroa, alteza. Esta enganada. Quero protegê-la.

Kuchel sorriu.

- Em sua própria cabeça? – Ironizou. -  És uma figura perigosa. – Olhou para ele. – Se afaste. Sua sede de poder e vingança me enojam. 

O Bispo se afastou irritado. Kuchel observou Traute e Kenny dançando felizes. O Duque se aproximou.

- Como estão os preparativos para Lady Mikasa? – Perguntou. 

- Ela está cedendo.– Respondeu. 

Kuchel sorriu.

- Não vejo a hora que se casarem. – Desejou. 

De longe o Bispo conversava com apoiadores e sorria. O Duque ficou ao lado da princesa. 

- Devo aconselha-la para que tome cuidado? – Perguntou.

Ela suspirou.

- Não. Eu já tomei deste cálice envenenado e tenho o antídoto para sua peçonha. 

Lorde Ackerman assentiu sem compreender suas palavras. 

 

*

Dashiville

 

 

Levi estava no salão escrevendo cartas com o auxílio de Farlan. 

- Armin Arlet. – Anunciou um guarda. 

O loiro entrou na sala. 

- Embarcações finalizadas, alteza. – Informou. - Apenas aguardam suas ordens para navegar. 

Levi assentiu. 

- Ela estarão sob a responsabilidade de Berthold e Reinner, Arlet. – Disse. – Caso queira pode navegar para lhes dar instruções. 

- Sim, Alteza. 

Armin assentiu e deixou o salão. 

- Confia nele? – Perguntou Farlan.

- Preciso conquistar o maior número de simpatizantes. – Disse preocupado. – Não é um nobre. Sua lealdade está sendo tratada. Provavelmente terá se lugar junto a mim pela sua atuação em minha causa. 

Farlan assentiu. 

- Então, vá ver sua principal simpatizante. – Aconselhou. 

Levi escreveu algumas palavras e entregou ao amigo.

- Tem razão. Peça para que entreguem isso a Lady Mikasa. 

Farlan pegou a correspondência e deixou a sala. Levi voltou aos trabalhos. 

 

*

Mikasa estava no quarto da mãe que lia pacientemente e recebia cuidados em seus ferimentos Ela bordava um pouco nervosa e acabou esperando o dedo.

- Aí! – Disse levando o dedo aos lábios.

- O que foi? – Perguntou sua mãe. – Está sentindo falta do príncipe?

Ela suspirou irritada. 

- Estou um pouco preocupada. A demonstração de poder dos nossos inimigos nos colocou em risco.  O príncipe aguarda tempo demais para revidar. – Desabafou. – E também tem a senhora que não se sente tão bem. 

- Estou ótima querida. – A confortou passando a mão em um ferimento. – Faria tudo de novo se fosse necessário. Eu morreria para protegê-la. 

A Duquesa colocou a mão sobre a da filha.

- Tenha paciência, minha querida. Seu futuro marido saberá o que fazer. Ele foi criado  em Greenville por alguma razão. O maior poderio bélico está naquele Condado. Saberá quando agir. Seu pai também agiria da mesma forma. Não sei qual o motivo desta preocupação. O Príncipe há Informou aos súditos a escolha. 

Uma serva colocou um bilhete sobre a mesa.  Ela abriu eufórica. 

- O que diz aí? – Perguntou sua mãe.

Ela sorriu ao ler.

 

Me encontre na ilha de jardins sozinha. 

 

- Levi quer me ver.  – Avisou. – A sós. 

Sua mãe sorriu. 

- Então, temos que preparar uma Rainha. – Disse a puxando pela mão.

Escolheram uma tiara prateada com um diamante. Hange, Isabel e Sasha a ajudaram a vestir um vestido com detalhes dourados e azuis. 

- Está parecendo uma noiva. – Disse Sasha.

Mikasa sorriu.

- Prometo escolher os melhores lugares para vocês. – Disse. 

Lady Ackerman sorriu.

- Elas entrarão na igreja com você caso queira. 

Sasha a abraçou.

- Aí, me deixa ficar com você! Vou adorar ser sua dama de companhia. – Desejou. 

Mikasa sorriu.

- Deixo. Você será como uma irmã para mim. – Disse. 

Annie entrou no quarto.

- Já aprendeu a aceitar seu destino? – Perguntou.

Mikasa suspirou.

- Sim. Não tenho outro caminho. O príncipe me ama. – Revelou. – Eu também o amo. 

As meninas a abraçaram. 

- Só você não sabia! – Disse Hange irônica.

Mikasa sorriu e elas a soltaram. Lady Ackerman pegou a mão da filha  fez  girar. 

- Está perfeita. – Elogiou. – Vá encontrar o seu príncipe. – Ela abraçou e disse ao seu ouvido. - Lembre-se dos meus conselhos. 

A garota sorriu e deixou o castelo acompanhada de um guarda.

 

*

Sunflowers

 

Traute olhava a cidade. Kuchel se aproximou.

- Vejo que está muito próxima a Kenny outra vez. – Disse a princesa.

A baronesa fez a reverência.

- Você tem o trono. Eu seu irmão. – Disse. – Obrigada por me ajudar.

Kuchel a fitou.

- Seja lá o que esconde eu irei descobrir. – Ameaçou.

A baronesa sorriu.

- O Bispo ameaçou retirar minhas terras. – Confidenciou. – Caso meu servo  não produzisse o veneno para matar silenciosamente a sua Rainha.

Kuchel suspirou.

- Pode ser de grande valia. – Disse. – Você é a prova viva que o Bispo quer destruir o que mais amo.  – Concluiu.

- Como pretende agir?  - Perguntou.

- Fez o que pedi? – Perguntou.

- Provavelmente já deve estar a caminho de Dashville. – Respondeu. 

- Deveria deixar a corte. – Pediu Kuchel. – As coisas podem não ficar muito belas. Estou disposta a morrer pelo que amo e acredito. 

Traute se aproximou.

- Então morreremos juntas. – Disse baixo. 

As duas tocaram as mãos. 

- Seja lá o que tem em mente, só te peço que tenha cuidado. – Pediu a baronesa. 

Kuchel assentiu e se afastou. Alguém ouvia a conversa das damas, se afastou silenciosamente.

 

 

*

 

Dashiville

 

Levi olhava a cachoeira e as águas claras que passavam sob a ponte. O vento balançava os arbustos, árvores e as flores ali. O sol refletia nas quedas da cachoeira e fazia um pequeno arco- íris. Mikasa se aproximou com o guarda, que fez uma reverência e se afastou. 

Levi olhou para a dama e sorriu ao vê-la.

- Está muito bela. – Elogiou se aproximando e fazendo uma reverência. 

Mikasa fez a sua e ele ofereceu o braço. Juntos caminharam pelos jardins. Em uma conversa  havia perguntado a Annie se já havia se entregando para Armin. Ela respondeu que sim. Ambos se sentaram em um dos bancos dos jardins. Levi a fitava intensamente. 

- Sinto-me honrada pelo seu convite Alteza. – Disse para quebrar o silêncio e os olhares intensos dele sobre si. 

Annie havia dito que tudo começava com um olhar e um toque. Mikasa percebeu que seus olhares concentravam em seus lábios, sua boca, colo. Levi tocou sua mão.

- Eu precisava vê-la. – Disse baixinho. 

Levi tentava controlar sua vontade de beijá-la e tê-la para si. Desde o primeiro dia em que se beijaram tinha dificuldades para dormir pensando nela. Quando a viu seminua no lago ficou pensando nas suas curvas. No sabor dos seus lábios. No cheiro da sua pele macia. 

Mikasa se aproximou e o beijou. Estava o desejando para si.

- Vamos sair daqui. – Levi pediu.

Ela se assustou.

- E onde iremos?  - Perguntou surpresa. 

Levi se levantou e a puxou pela mão.

- A capela. – Respondeu.

Mikasa o fitava horrorizada.

- A capela? Alteza, não... – Iniciou e foi Interrompida.

Ele se ajoelhou.

- Lady Mikasa. É a minha prometida. A minha escolhida. – Disse olhando em seus olhos. – Estou te desejando com toda a minha alma. Torne-se  minha esposa. E eu a farei minha Rainha. 

Mikasa mantinha os lábios entre abertos.

- Levi. – Chamou. – Não. – Se nega. 

Ele se levantou e a puxou para si, olhando em seus olhos e pressionando o corpo dela contra o seu.

- Estou te desejando. Não conseguirei focar em uma guerra sem tê-la para mim. – Disse sincero. 

- Não. – Ela respondeu assustada.  – Só me casarei com sua alteza, diante da corte e de todos os súditos. Não quero ter filhos bastardos, um casamento anulado e ser destituída do seu amor e da minha conquista.

Levi a fitava sério.

- Não entendo. – A soltou.

Ela suspirou.

- Se ainda está em dúvida a minha resposta é não, alteza. – Mikasa se afastou. 

Levi ficou observando a moça se afastar. Sentia o coração bater mais rápido. Queria estar nos braços dele, mas os conselhos de sua mãe ecoavam em sua mente. 

- Se não deseja se unir a mim  agora. – Disse. – Poderemos fazer isso depois. Mas gostaria de apreciar a sua companhia. – Disse Levi. 

Mikasa parou e olhou para ele .  Retornou.

- Fui precipitado .  - Disse Levi. – Perdão.

Mikasa sorriu e segurou suas mãos.

- Temos muito o que aprender um com o outro. – Disse. 

- Precisa apender a ser uma Rainha e eu um Rei. – Sorriu. – Mas antes, preciso aprender a respeitar seus limites e suas vontades. – Falou desanimado. 

Mikasa sorriu e encostou seu rosto no dele e não disse o que sentia. 

“ Eu te amo e te desejo tanto quanto me deseja.”

- Sei que quer muito que nossa união aconteça. Precisamos pensar no presente e principalmente no futuro. As ações que tomaremos aqui poderão ter consequências graves. Prefiro evita-las. – Ela disse. 

Levi olhou para ela e sorriram. 

- Tens razão. – Disse tocando seu rosto. – Estou pensando no agora. As vezes me esqueço do futuro e dos inimigos que nos cercam. Eu tenho você para...

- Protege-lo. – Ela sorriu.

Levi assentiu. 

- Terá o seu casamento, minha amada. Do jeito que desejar. – Disse desconcertado. 

Mikasa sorriu. Ela o deixava inquieto e desnorteado. Tudo tinha que ser do seu jeito. Apreciou o toque das mãos dela em seu rosto e as tocou com as suas.

- Alteza! – Um guarda chamou.

Os dois olharam em direção ao soldado.

- Um padre e uma garota desejam vê-lo , alteza. – Avisou outro. 

Mikasa olhou para o guarda. Seu encontro romântico foi perturbado por um problema. Enquanto Levi estava pensativo, ficou imaginando se o casamento também não seria assim. Tinha o coração do amado, mas não tinha seu corpo e sua mente.

Levi a fitou.

- Volte para o confinamento. Prometo não cometer o mesmo erro. – Disse.

Mikasa se aproximou.

- Se serei a Rainha deixe-me segui-lo. Acompanhá-lo. Farei com prazer. 

Levi a fitava intensamente.

- Venha. – Pediu. – Tenho certeza que fará uma grande reinado. Como minha rainha terá autonomia para tomar alguma decisões importantes. 

- E que decisões seriam estás? – Perguntou preocupada. – Envolvem conflitos? Talvez esta batalha em andamento?

Levi a fitou.

- Tenho trabalhado nela para que seus esforços estejam em nossa união. - beijou suas mãos e a fitou. – Não sabe o quanto é importante para mim. – Tocou seu rosto. 

- Levi...gostaria de participar da batalha e ...

Ele a abraçou.

- Disse que Protegeremos nosso reino juntos. Por hora preciso que fique aqui. Caso eu não consiga vencer o exército de inimigos, preciso que esteja pronta para o ataque. 

Mikasa sorriu e ele a abraçou. 

- Estarei alteza. – Garantiu.

Levi a soltou e ofereceu o braço.

- Vamos? 

Ela sorriu e seguiram para o salão. 

 

*

Lady Ackerman estava em seus aposentos. Hange fez uma reverencia e as damas da Duquesa as deixaram sozinhas.

- Lady Hange. – Disse Lady Ackerman.

- Duquesa. – Se aproximou. – Acredito que se sinta melhor.

- Um pouco. – Respondeu. – Onde está Lady Mikasa?

Hange sorriu.

- Provavelmente se encontrando com o Príncipe Levi. 

Ela sorri.

- Acredito que não veio até a mim para falar do Comandante Erwin, da minha saúde ou dos encontros da minha filha com seu futuro marido. 

Hange estendeu uma carta. 

- Já garota enviada pela baronesa Traute pediu que lhe entregasse isso. – Entregou a carta. 

A Duquesa abriu a correspondência e ficou chocada com as atualizações das notícias da corte. Hange fez uma reverencia e deixou o quarto. Caminhou de um lado para o outro preocupada. Sentou-se e começou a escrever suas próprias cartas. 

- Não pode ser. Ainda bem que já pedi reforços.  Enviarei as notícias a Kuchel para que não se desespere. 

Escreveu a carta, a entregou a um mensageiro e foi em direção ao salão do trono.