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História O pacto - O encantador de serpentes


Escrita por: mateudi

Capítulo 17 - O encantador de serpentes


Na manhã seguinte Levir acordou bem cedo, espreguiçou-se na janela e contemplou o raiar do sol que ardia em um céu azul de poucas nuvens, ele sentiu o coração mais leve ao perceber um rouxinol cantarolar em uma árvore próxima, um pequeno grupo de crianças brincava de peteca na praça enfrente a igreja, algumas jovens garotas formaram uma pequena roda e proseavam despreocupadas com o olhar curioso do forasteiro.

Levir saiu da janela pegou uma grande gamela e a encheu de água, enfiou suas mãos nela e lavou seu rosto, molhou seus cabelos levemente grisalhos e os penteou para trás, tirou um belo terno de dentro do velho e surrado guarda roupas e o vestiu, sentou-se na cama e com muito capricho engraxou um par de botas. Senhor João quase não o reconheceu quando entrou no salão da taberna.

__ Meu Deus aonde você vai __ brincou João __ vai se encontrar com o imperador ou coisa parecida?

__ Preciso fechar minha conta __ interrompeu Levir aproximando-se do balcão.  

__ Mas por que senhor? __ perguntou João arregalando seus grandes olhos pretos __ eu fiz algo que não foi de seu agrado?

__ Não, não é isso meu amigo, eu tenho que viajar até a capital da província, tenho assuntos pendentes a tratar __ e sorrindo atirou um chumaço de dinheiro por cima do balcão.

__ Mas senhor, aqui tem muito mais do que o senhor me deve __ ele ainda tentou devolver grande parte do dinheiro__ não seria justo.

__ É muito menos do que você merece, fique com o dinheiro e reserve meu quarto afinal não devo demorar __ Levir tentou ser o mais simpático possível, não foi difícil uma vez que tinha grande simpatia por João e dona Lucia.

Ele sentou-se em na grande mesa de madeira rustica que ficava em um canto da cozinha ficava tão próxima do fogão a lenha que dava para sentir o calor de suas brasas, a mesa estava farta, tinha um delicioso queijo, biscoitos e um requeijão que dona Lucia tinha acabado de fazer, o café adoçado com rapadura cheirava a metros de distância, Levir comeu como nunca, se fartou com tanta comida, no final ainda bebeu uma grande caneca de leite quente adoçado com mel. Após seu exagerado café Levir encontrou-se com Cezar um de seus capangas, ele o esperava do lado de fora da hospedaria, Cezar segurava um grande cavalo negro pelas rédeas.

__ O senhor tem certeza que não quer que eu te acompanhe __ perguntou o capanga.

__ Não meu caro eu preciso fazer isso sozinho __ respondeu Levir ao montar em seu cavalo.

 Levir sacudiu as rédeas e saiu galopando em direção à estrada, ele cavalgou o dia inteiro, parou as margens de um córrego e desceu para reabastecer seu cantil enquanto seu cavalo matava a cede nas cristalinas e frescas águas que corriam entre varias pedras, Levir mais uma vez montou em seu cavalo e disparou em direção à cidade, ele cavalgou o resto da tarde parando apenas próximo a um acampamento de ciganos.

__ Boa noite __ cumprimentou Levir aproximando-se de um velho que ficava de sentinela __ preciso de um lugar para passar a noite.

__ E o que te faz pensar que tem lugar para você aqui __ respondeu o vigia escancarando um sorriso repleto de dentes dourados.

__ Eu posso pagar __ Levir retirou um grande bolo de dinheiro e o mostrou para o guarda.

__ Você é muito corajoso, ou muito tolo para mostrar tanto dinheiro há um cigano __ o velho quase engasgou de tanto rir.

O velho cigano demorou um pouco para se recuperar da crise de risos, logo feito balançou a cabeça e de trás de uma moita saíram mais três ciganos que cercaram Levir.

__ Você vai deixar todo seu dinheiro com agente, vai deixar também seu cavalo e sua arma __ o velho deu mais uma longa rizada que foi seguida pelos outros três ciganos __ e em troca eu deixo você ir embora __ e deu mais uma gargalhada.

Levir puxou as rédeas de seu cavalo e o atiçou contra eles fazendo o mais velho deles cair no chão, ainda no chão ele sentiu algo gelado subindo em suas pernas e enroscar com força do em sua cintura ele fechou os olhos, mas Levir ordenou que ele os abrisse e encarar, que viu fez seu sangue gelar, sem controle de seu corpo o velho sentiu sua urina descer pernas abaixo como se fosse um bebe de colo. As lágrimas escorriam de seus olhos, o pavor tomou conta de seu corpo, ele não podia acreditar no que estava acontecendo, ele estava cara a cara com uma enorme serpente venenosa prestes a dar um bote fatal.

__ Ela só vai atacar se eu mandar __ Levir olhou para o bando com um olhar diabólico, como se o próprio diabo estivesse em seu lugar __ abaixem suas armas __ordenou mais uma vez.

Ninguém falou nada somente se escutou o barulho das armas e adagas caindo no chão.

__ Que diabrura é essa? __ rosnou um deles ainda incrédulo.

__ Isso! __ Levir tinha agora um tom debochado em sua voz, as palavras pareciam sibilar de sua boca __ isso é apenas uma coisinha que eu aprendi com o próprio diabo.

__ E o que você quer de nós? __ perguntou um dos ciganos tentado parar de tremer.

__ Um lugar onde eu possa passar a noite__ Levir encarou o velho com desprezo __ comida e bebida a vontade, também preciso de companhia para esta noite.

__ Fechado __ respondeu o velho ainda com a serpente enroscada em sua cintura __ agora, por favor, __ e olhou de rabo de olha para serpente que agora mostrava suas presas__ tire ela daqui.

Levir murmurou algumas palavras e a cobra o soltou, desceu de seu corpo e lentamente entrou na mata desaparecendo em meio à escuridão.

__ Mas eu os previno, não tentem fazer nada comigo, pois a serpente não é nada perto do que eu sei e posso fazer.

O acampamento era muito maior do Levir poderia ter imaginado, alguns ciganos o encarava, mas logo eram repreendidos pelo velho que o levou para conhecer seu líder, um homem de meia idade que ficou impressionado coma historia que lhe foi contada. Ele não era um homem gentil, tinha fama de ser cruel, mas recebeu Levir de bom grado.

__ Então você é o homem que enfeitiça cobras venenosas? __ perguntou o cigano.

__ Sim __ sorriu Levir __ mas prefiro ser chamado pelo meu nome.

__ E qual é a sua graça __ o cigano se aproximou de Levir e escancarou um sorriso largo, tinha vários dentes de ouro.

__ Eu sou Levir de Souza Santos terceiro conde de Norfolk, centésimo trigésimo quarto membro da casa dos lordes britânicos também fui agraciado pela nossa majestade o imperador Dom Pedro II com o não tão importante titulo de visconde de Santa Rita.

 __ Eu sou Alejandro Domingues ao seu dispor __ e estendeu sua mão cheia de anéis para Levir e o puxou para abraça-lo e deu lhe um beijo na bochecha __ minha casa é sua casa.

Alejandro acenou com a cabeça e dos ciganos se aproximaram.

__ Cuidem de nosso Hospede, providenciem tudo que ele precisar.

Os homens levaram Levir para próximo de uma fogueira onde um grupo dançava e bebia um dos melhores vinhos já produzidos, uma jovem se aproximou com um prato com carne de porco, pão e queijo.

__ Por que o senhor está sendo tão gentil com este forasteiro? __ sussurrou um ciano ao ouvido de Alejandro.

__ Ele é um homem muito poderoso __ há respondeu Alejandro por entre os dentes __ eu prefiro telo como um amigo aliado a um inimigo morto.

Mais lenha foi jogada a fogueira, as chamas brilhavam a mais de dois metros de altura, mais vinho foi servido a Levir, ele dançava em volta da fogueira, uma jovem garota se aproximou e com um sorriso angelical o pegou pela mão e o arrastou para uma grande tenda colorida.



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