História O Padre - Capitulo dez

Capitulo dez

- Nada aconteceu Star.

- Olha Jimin, sejamos diretos, você está estranho, o que está acontecendo?

- O que espera que eu diga?

- A verdade de preferência.

- Deixa isso Star, vamos assistir a série, é melhor.

- Eu sempre te conto tudo, não pode fazer o mesmo?

- Estou gostando de alguém – Star arregalou os olhos e um sentimento conhecido de tristeza a invadiu.

- Isso é... maravilhoso.

- Eu sou um padre, Star.

- Mas não se controla isso Jiminie, não precisa ficar tão nervoso com isso, as vezes acontece de ser inevitável, mas então, quem é?

- Não posso contar.

- Por que? Ela é feia? É um homem então?

- Meu Deus estrelinha – sorriu – é uma mulher, a mais linda que eu já vi – Star observou o sorriso no rosto de Jimin quando disse aquelas palavras, era tão sereno e puro, que sentiu inveja dessa mulher.

- Me conte mais sobre ela.

- Bom... – ele olhou diretamente para os olhos de Star – ela, na minha opinião, é a definição de perfeição, é determinada e bem sucedida, ama o trabalho e se esforçou muito para chegar onde chegou sozinha, nunca demonstra, mas eu sei que ela é insegura, se você a olha superficialmente ela parece ser a mulher mais forte do mundo, quando na verdade, é a mais delicada, ela tem um passado difícil que envolve não só sua família, mas seu coração em um todo, ela é muito mais que só aparência, na minha visão, em um mundo cheio de escalas de cinza ela é toda a palheta de cores que há no mundo, ela dança bem e seu passatempo preferido é me provocar, ela me desmonta com apenas um olhar e me salva apenas com um toque.

- Você a ama, Jimin. – disse tentando esconder a tristeza que seus olhos insistiam em querer transbordar através de lagrimas.

- Sim, eu a amo.

- Por que não está com ela agora?

- Ela ama outra pessoa.

- Acho que nenhuma mulher no mundo ouviria tudo o que você disse sendo direcionado a ela sem ficar completamente apaixonada.

- Sabe estrelinha, eu queria tanto que as coisas fossem fáceis, eu queria poder gritar para todo mundo que eu a amo, eu queria tê-la nos meus braços de forma tão egoísta.

- Você pode Jimin, e você não o faz, não por ser padre, e sim porque você tem medo, a pergunta é, do que você tem tanto medo? – dar conselhos como esse doíam tanto em Star, que se não colocasse a felicidade do amigo acima de tudo, nunca daria esse tipo de conselho o incentivando a ir para os braços de outra, se martirizava pois nunca foi tão egoísta.

- Tenho medo de perde-la – Star riu em seco olhando para baixo, aquilo era doido de se ouvir.

- Vamos colocar a séria agora?

O resto da noite foi tranquila, apenas viram a série em um silencio confortável, o Park acabou dormindo no sofá enquanto Star ainda se mantinha sem sono algum, observava o amigo adormecido ao seu lado e uma teimosa lagrima insistiu em descer.

- Jimin, ainda vale a pena eu dizer o que eu sinto? Eu te amo tanto que até dói – sorriu de forma amarga e se aproximou do ruivo – Jiminie... – chamou tocando de forma leve em seu ombro – Se dormir aqui vai ficar todo dolorido... – de forma lenta Jimin foi abrindo os olhos e sorrindo de forma serena para Star.

- Vou para casa.

- Não prefere ficar aqui? Está tarde.

- Somos vizinhos, não tem problema – Star apenas se manteve em silencio e acompanhou Jimin até a porta que como forma de despedida apenas deixou um selar em sua testa.

Era dia de confissão, Jimin sentia-se de certa forma inquieta com aquela salinha tão pequena, passaria o dia ali ouvindo as pessoas confessarem seus pecados imaginando que direito tinha de dizer as penitencias para cada pecado que ali era dito, que nem eram tantos, normalmente as pessoas iam apenas para se abrir consigo.

- Padre... – escutou um timbre rouco e grave chamando do outro lado.

- Pode dizer.

- Eu gosto de alguém... – o padre esperou até que o homem continuasse, certamente o pecado desta pessoa não era gostar de alguém, como o seu próprio era – Eu gosto de alguém que eu não posso ter... sequer podia gostar.

- E por que não?

- Essa pessoa, é um amigo muito precioso para mim – o coração de Jimin se apertou – e esse amigo já ama uma garota – o Park palpitava de vontade de dizer “Pois é, estamos no mesmo barco.” Mas se segurou ao máximo.

- Sabe, não é errado gostar de alguém e...

- Mas padre ele é um cara!

- E isso realmente importa se você gosta dele? Não viva uma vida de arrependimentos, se você gosta dele demonstre, do que você tem tanto medo? – Hipócrita, gritou a mente de Jimin.

O Park esperou pela resposta do outro que por fim veio da porta sendo aberta e depois fechada, o resto do dia correu e quando chegou a noite, caminhava para casa apreciando cada aspecto do caminho quando notou aquele conhecido carro preto, YoonGi estava ali novamente, levaria sua menina para um encontro. Sua? Será que realmente podia falar assim? Se perguntou dando meia volta e procurando por qualquer lanchonete próxima, a ultima vez que afogou as magoas na bebida não se lembra do que aconteceu, então dessa vez afogaria as magoas em comida.

Como havia pensado, entrou no primeiro estabelecimento que encontrou e se sentou no balcão quase vazio, com exceção de outras duas pessoas, um garoto bem ao seu lado que parecia ter sua idade e mais distante um homem mais velho, o garoto parecia bem triste enquanto bebia seu copo de cerveja contornando a borda com o dedo, seu instinto interior de se importar o fez encarar a pessoa ao seu lado até perguntar o que havia acontecido.

- A pessoa que eu gosto está saindo nesse exato momento com a pessoa que ele gosta. – O padre arregalou os olhos quando reconheceu a voz, mas logo ignorou, não estava na igreja mesmo.

- Sei como é.

- Eu te conheço? Sinto que já escutei sua voz – parou para pensar um pouco e quando ligou os pontos olhou espantado para o moço ao seu lado que apenas abaixou a cabeça – você é o padre de mais cedo!

- Talvez – o desconhecido sorriu, aquele sorriso era um tanto peculiar.

- Me chamo Taehyung, é um prazer de conhecer, mas o que faz aqui padre?

- Pretendo comer para afogar as lagrimas.

- Posso me juntar ao senhor?

- Não me chame de senhor, me faz parecer velho.

- Então me fale seu nome.

- Jimin.

- Certo, então... o que aconteceu?

- Eu me apaixonei pela minha amiga.

- Mas voc...

- Calma, a história não acaba aí, agora ela namora com um cara que conheceu a pouco tempo que eu não gosto nadinha – Taehyung acabou dando uma risadinha quando o outro acabou de contar – o que é engraçado?

- O fato de sua historia parecer a minha – sorriu voltando a mirar o copo – eu conheço YoonGi desde a infância, ele sempre foi meu melhor amigo e sempre me protegia dos meninos mais velhos da rua, sempre achei que tivesse chance já que ele tinha apenas casinhos aqui e ali, mas recentemente ele conheceu uma garota e começaram a namorar.

- YoonGi? Por acaso... o nome da namorada dele não é...

- Star. – o interrompeu – olha que nome ridículo! – bateu no balcão encarando Jimin que permanecia em choque – quem em sã consciência se chama Star? No começo achei que era um apelido, mas aí ele me contou sobre como ela era diferente como seu nome e eu tive que me segurar para não vomitar.

 - Por favor pode... – pensou se realmente diria aquilo, até porque toda aquela situação era em um nível que ultrapassava a coincidência – não falar assim da Star?

- Não pode ser!? Ela é a...

- A garota por quem eu estou apaixonado.

- Isso é uma baita de uma...

- Coincidência.

- Pode parar de me interromper para completar minhas frases?

- Você que começou.

- Espera... o que vamos fazer?

- Como assim?

- Eu gosto dele e você gosta dela, não acha que podemos separar os dois?

- Não viaja Taehyung, eu sou um padre, nunca faria isso, ainda mais com uma amiga.

- Que você está apaixonado.

Continua...