História O Park e a Russel. - Reunião.

— Eu quero ser tratada em minha casa. — As palavras de Yujin não paravam de perturbar a mente de Crystal, o peso daquelas palavras e as lembranças daquela conversa causavam um turbilhão de preocupação na loira.

— Mas, senhora Yujin, seria um enorme risco... A casa da senhora teria de ser totalmente modificada, e seu quarto ser transformado literalmente em um quarto de hospital. Fora os requisitos necessários para a quimioterapia. — Explicou a loira.

— Não tem problema nenhum, eu correrei esse risco. — Yujin insistiu. — E também, eu tenho certeza que em minha casa, eu ficarei melhor mais rápido.

Crystal afundou a cabeça na água de sua banheira, na tentativa de se livrar daqueles pensamentos. A loira não gostava de levar trabalho para casa e, como sua dor de cabeça havia aumentado consideravelmente, a mesma achou melhor ir para casa e tentar descansar, mas estava parecendo que não ia ser possível.

— Crystal, por favor, aceite. Eu tenho certeza que pode dar certo.

— Senhora Yujin... Eu pensarei a respeito, mas quero que saiba que a retirada do tumor terá de ser feita na clínica, não há cabimento nenhum de uma cirurgia ser realizada fora de um hospital, isso compromete a ética da minha profissão.

            — Tudo bem, eu entendo. Aqui está a minha proposta. — Disse entregando um envelope para Crystal, se tratava de valores e benefícios, se caso a loira aceitasse o trabalho. — Não serei injusta, o valor é ótimo. Por favor, pense a respeito.

A conversa das duas se resumiu nisso. Crystal havia ficado de pensar a respeito e ter a responsabilidade de guardar secreto sobre todo o processo de Yujin, assim como ela havia pedido, mesmo a situação sendo preocupante.

Por fim, a loira finalizou seu banho prolongado e resolveu ir se vestir, teria de ir encontrar Momo e Hoseok para uma reunião os padrinhos do casamento e coisas do tipo.

Era por volta das oito horas da noite, quando uma das empregadas de Yujin adentrou seu quarto avisando que seu filho junto de seu neto, estavam à sua espera. Logo, a senhora Park tratou de conter o choro, se recompor e ir vê-los com um sorriso no rosto.

— Vovó, vovó! — Chamava Jihyun a vendo descer as escadas.

— Ji, querido. — E dito isso, a mulher tomou o pequenino em seus braços. — Vieram para o jantar? — Perguntou olhando para Jimin, forçando um sorriso animado.

— Não omma, na verdade eu preciso que fique com Ji por algumas horas. Eu tenho que ir na casa de Hoseok-hyung resolver alguns assuntos do casamento dele. — Explicou suspirando pelo cansaço e por fazer tal coisa.

Jimin detestava ter que pedir para sua mãe ficar com seu filho, mas o que podia fazer? Não tinha ninguém para cuidar dele, depois da morte acidental de sua esposa, só restou sua mãe para cuidar de seu filho sempre que ele precisasse para resolver seus assuntos.

— Filho, não faça essa cara, você sabe que sempre é um prazer ficar com meu neto.

— Eu amo a vovó Yujin, appa. — Jihyun dizia animado.

— Viu só, Jimin? — Rebateu ela, com um olhar desafiador, rindo logo em seguida.

— Ji, que tal ir até a cozinha e ver se tem sorvete? — Jimin propôs ao filho, afim de ficar sozinho com sua mãe.

— Ok.

— Omma, a senhora está tudo bem? — Perguntou assim que o menino saiu disparado pedindo por sorvete.  — Você parece um pouco, cansada... — O tom de Jimin era sério e preocupado, os olhos escuros miravam diretamente nos de sua mãe.

— Não é de seu estilo se preocupar desse jeito, mas sim, eu estou ótima. Só com saudades de seu appa. — Mentiu. — Você sabe que não gosto de ficar sozinha.

Jimin apenas resmungou um “tudo bem” que soou rouco com aquele típico jeito de durão e se aproximou, depositando um leve selar na testa de sua mãe.

— Eu volto mais tarde para buscar o Ji.

— Tudo bem. Mande um beijo para Hoseok e Momo por mim. — Pediu ela acenando, vendo-o se afastar da saída da casa.

Para sorte de Jimin, o apartamento de Hoseok não ficava muito longe da residência de sua mãe. O bairro era ótimo, bem pago e luxuoso.

“Pelo menos o Hoseok-hyung sabe escolher um lugar bom para morar”. Pensou enquanto dirigia rumo à casa do amigo.

Mas para Crystal, essa sorte não lhe pertencia. A loira morava um pouco longe dali, teria de dirigir cerca de quarenta minutos para chegar, por isso, tratou de simplesmente vestir um vestido casual longo, deixar os cabelos soltos e no rosto uma maquiagem leve; máscara nos cílios e um batom rosado nos lábios. E pronto, podia ir.

— Hoseok. — Chamou a voz doce de Momo. — É melhor pararmos, Crystal e Jimin podem chegar a qualquer momento. — O tom de Momo era baixinho, os beijos que Hoseok depositava em seu pescoço lhe tirava o fôlego.

Hoseok que até então enchia sua adorada noiva de carinhos e amassos no sofá da sala, se conteve quando ouviu o tilintar da campainha na porta, apontando para a mesma e sorrindo de lado.

— Aposto um beijo que é o Jimin. — Brincou ele enquanto ia abrir a porta, sorrindo ao ver o sorriso tímido de sua noiva. — Chegou em uma má hora, dongsaeng. — Saudou Hoseok, dando passagem para o amigo entrar.

— Se comporte hyung! — Rebateu Jimin rindo do comentário do mais velho.

— Jimin, eu espero que não se importe que sua acompanhante não seja a Sook. — Começou Momo, um tanto receosa, mas ao ver a expressão de “pouco me importa” de Jimin, se tranquilizou quanto a isso.

— Momo, seu noivo é um baita de um tarado, toma cuidado. — Disse pegando a bebida que Hoseok lhe trazia. — Sook e eu não temos nada, só que o hyung insiste em dizer que temos por causa de sua mente maliciosa... Se eu fosse você, pensaria seriamente sobre se casar com esse hyung tarado.

O tom de Jimin era tão sério que para Momo, parecia ser verdade.

— Jimin! Pare de enganar Momo desse jeito! Faz parecer que é verdade. — Disse Hoseok rindo da expressão assustada de sua noiva, indo abraçá-la e explicar que Jimin costumava brincar desse jeito sempre.

Passado algum tempo, o som agudo da campainha alertou que a acompanhante do Park havia chegado, para o alivio de Momo que sorriu ao vê-la na porta.

— Unnie, me desculpe o atraso, o trânsito tava foda. — Pediu ainda parada na porta, se encolhendo levemente.

— Tudo bem, estávamos todos te esperando. — Explicou calmamente.

— Isso que dá morar tão longe de mim, palhaçada. — Brincou Crystal, entrando no apartamento na companhia de Momo.

— Crys! — Chamou Hoseok, com o típico jeito escandaloso. — Olha, como você não conseguiu arrumar um namorado dentro de cinco meses, eu tive que fazer o que combinamos, chamar um dos meus melhores amigos, então não se assuste com as brincadeiras dele. — Hoseok falava animado, puxando a loira pelo braço e levando-a até onde estava Jimin.

— A culpa não é minha que não arrumo um namorado descente. Meu cúpido é gari, porque não é possível, só aparece lixo e desgraça na minha vida. — E dito isso, Hoseok e ela se acabaram de rir juntamente de Momo.

— Jimin, essa mulher maravilhosa como minha noiva será a sua acompanhante no meu casamento, então trate de ser legal com ela. — Disse fingindo um tom sério, pegando o braço de Crystal.

Jimin apenas concordou com a cabeça, rindo, fitando a loira, observando cada detalhe de seu corpo, e por fim, umedeceu os lábios grossos com a língua como se estivesse aprovado a mulher à sua frente.

  — Park Jimin. — Disse finalmente, aprofundando o olhar de seus olhos escuros sobre os olhos castanhos da loira, como se estivesse se apresentando, de uma forma sexy, talvez.

— Crystal Russel. — Respondeu ela, sorrindo, se apresentando também, enquanto notava que Jimin a encarava diretamente, demonstrando interesse.

Por fim, depois de se apresentarem e Hoseok e Jimin fazerem várias gracinhas, piadinhas e todas as suas bobeiras, todos foram para a sala e começaram a reunião sobre o casamento. Tratando sobre data, convidados, ensaios de dança e etc.