História O Patrão - Uma boa amiga, ou bons amigos?

 Terminamos de assistir ao episódio do Dorama, ignorei o que Kihyun havia tido, ele era gay, poderia estar abalado por terminar um relacionamento de anos, e não estava em seu normal. 

-Acho que vou comer alguma coisa! o que é bom para um gravida comer? Você sabe docinho? 

-Qualquer coisa que seja saudável! Acho que é isso. 

-Eu só tenho porcaria na minha geladeira – Sorri e me levantei do sofá seguindo para a cozinha, Kihyun me acompanhou. 

-A quanto tempo você conhece o Shownu Yuna? 

-Muitos, esta beirando os 8 anos! Nos conhecemos no inicio da faculdade de advocacia. 

-O tempo que você era noiva ? 

-Sim! Foi bem nesse miserável tempo, Amizade do Shownu é a única lembrança boa que eu tenho daquela época! 

-Quando eu entrei na advocacia, pensei que vocês tinham um caso, acreditava nisso até Shownu dizer que era gay! 

-Eu fui a primeira a mulher com quem ele tentou se relacionar, eu não esqueço o meu constrangimento e o dele, eu sequer sabia o que estava fazendo, lembro que me sentei na cama e comecei a chorar, achando que o problema era eu! 

Kihyun se sentou sobre o balcão da cozinha no estilo americana, e pousou os cotovelos segurando o rosto, prestando atenção ao que eu falava, enquanto eu olhava o que de decente teria naquela cozinha para comer. 

-Foi então que ele falou que eu não tinha problema nenhum, que era linda, sexy, e que ele, que não conseguia tocar em mulheres, foi ai que ele começou a cogitar que era gay, tentou mais algumas vezes com outras mulheres, mas sempre falhava, Então eu o apoiei a se assumir, a tentar ter um relacionamento com homens, e bom...deu no que deu. 

-Outras mulheres na sua situação teriam ficados frustradas a ponto de contar a meio mundo, apenas para não se sentirem tão mal. 

-E o que eu ganharia com isso?  

-Nada! Você tem o dom de ser boa amiga! 

-Devo ter, depois dessa situação com Shownu, ele colou em mim na faculdade, sempre me elogiava quando eu estava com a baixa- auto estima, shownu se tornou meu apoio emocional, e eu o dele, mas acho que tanto um apoiar o outro emocionalmente, acabamos por ficar dois solitários, vagando por ai atrás de sexo fácil, e sem sentimentos. 

-Uma vida sem sentimentos não vale tanto a pena Yuna, um dia você vai perceber isso! 

-Eu já vivi uma vida cheia de sentimentos Kihyun, e fui humilhada, tratada como a mulher mais inutil, feia, desprezível desse mundo! Eu não quero passar por isso nunca mais na minha vida! 

Kihyun se levantou e veio até mim, jogou minha franja atrás da minha orelha - Você precisa se desprender desse passado, sei que vai achar alguém te valorize, e que te ache linda até de pijama velho! 

-Agora eu só quero cuidar dessa criança, e enquanto isso, ninguém mais vai me tocar, não vou permitir esse neném sentir os sentimentos de nojo de mim mesma toda vez que me deito com um desconhecido – Me afastei dele, voltando a sala, e pegando o telefone para ligar para algum lugar que ainda vendesse comida aquele horário. 

-Vista uma roupa quente! -Disse Kihyun saindo da cozinha. 

-Que? 

-Vou te levar pra jantar! -Ainda te devo um favor, acho que é uma boa hora de pagar!  

-Docinho, você inventa cada ideia, não precisa me pagar nada! Mas vamos jantar sim, eu to azul de fome. 

-Eu vou pagar e pronto, não esqueça que hoje eu também estou sensível, não debata comigo! 

-Ok, você quem manda– O deixei na sala e fui colocar uma roupa para sairmos. 

 Assim que me troquei, Eu e Kihyun fomos andando atrás de algum lugar para comer, achamos um restaurante, mas fiquei um pouco preocupada, pois era um daquele restaurantes caros, e Kiki não era lá o homem mais rico do mundo, na verdade ele estava longe disso, mas por sorte meu cartão de crédito estava dentro da bolsa, por tanto achei melhor irmos ali mesmo, entrei no local e senti um pouco de náuseas, não sei se era o cheiro doce que o lugar tinha, ou a quantia de casal ''apaixonado' que tinha no local. 

Kihyun Apontou em direção a uma mesa, próxima a grande janela, que dava visão para toda a rua, nos sentamos, o cardapio já estava sobre a mesa, olhei as variedades, e escolhi, Kihyun escolheu o mesmo que eu, quando o garçom se aproximou, eu praguejei minha própria minha vida. 

-Yuna? 

-Virei o rosto para a janela, ignorando aquele homem vestido de social, e um avental preto, Kihyun revezava os olhares para mim, e para o homem parado em frente a mesa. 

-Se conhecem? -Kihyun perguntava para o garçom. 

-Muito bem!, não lembra de mim querida?  

 Voltei a olhar para ele ainda sem falar nada, ele curvou para se aproximar do meu rosto, continuei o encarando séria. 

-Você ficou bonita com o tempo! 

-Yuna? Ta tudo bem ? - Perguntava Kihyun ao ver minha cara de desprezo para aquele homem. 

-Esta sim, eu e Yuna éramos noivos no passado, você deve ser a nova aventurina dela, bom pelo menos esse paga o jantar antes de te comer Yuna!... qual o pedido casal?  

-Renz!...Nenhum, eu estou indo embora, perdi a fome! - Me levantava para sair, Kihyun não disse nada, apenas largou o cardápio e se levantou. 

-Deu sorte parceiro, nem vai precisar gastar para comer ela! -Renz ria. 

Kihyun parou em frente a ele e ficou o encarando, porem sorria. 

-Ela não vale nada, nunca valeu, apenas use e abuse, mas não se apegue. 

Eu abaixei minha cabeça, tentando esconder a vontade de chorar, por mais que eu odiasse aquele homem sabia que ele estava certo, eu não valia nada, nem mesmo minha companhia poderia ser agradável. 

Renz se virou para mim, tentando me olhar – Quando não tiver ninguem para te comer, me chama, você ficou gostosinha – Ria de lado. 

Quando Renz disse isso, Kihyun o puxou pela gola da camisa, e desferiu um soco sobre sua boca, fazendo o tombar sobre a mesa, alguns clientes voltaram seu olhar curioso para nos. 

-Kihyun, não! -Eu segurei seu braço que já estava armado para desferir sabe-se la mais quantos socos naquele homem. 

-Você perdeu uma grande mulher seu Otario! - E seu patrão ira saber, que você ofende mulheres acompanhadas! 

Kihyun caminhou até aonde tinha alguns funcionários, provavelmente procurando o patrão do meu ex, eu corri para impedi-lo 

-Deixe para lá!, vamos apenas embora, não me sinto bem! - Menti, não queria passar mais nem um segundo naquele lugar, não queria sujeitar Kihyun a passar dor de cabeça por minha causa. 

-Ta bom, vamos comer besteira mesmo, tem uma lanchonete ótima na próxima esquina. 

Antes de sair olhei mais uma vez para Renz, que limpava o corte na boca que Kihyun causou, sorri, quase gargalhei, mas era de pura satisfação, Segurei no braço de Kihyun e saímos daquele lugar. 

-Você é incrível – Falava a Kihyun enquanto caminhávamos para a lanchonete. 

-Nunca mais deixe ninguém falar com você daquele jeito! - Mesmo eu rindo da situação Kihyun estava sério. 

-Já ouvi coisa piores Kikizinho, mas mesmo assim, obrigada por me defender, ganhei minha noite! 

Ele me olhou e sorriu – E eu dois dedos doloridos – Rimos juntos, ele passou os braços por meus ombros, e fomos comer por fim!