Sehun pov’s
- Olha cara, eu realmente queria ficar aqui e ouvir tudo o que você tem pra me dizer, mas assim, eu meio que tenho um compromisso muito importante marcado pra depois do turno. – digo com sinceridade, realmente tenho que me encontrar com Jiyoon.
- Não me interessa o que você tem pra fazer, se esse compromisso é tão importante pode começar a ficar quieto porque você só vai sair daqui quando eu terminar de falar. – reviro os olhos. Johnny, tendo o completo apoio de Kyungsoo me arrastou para sua sala sem pestanejar. E o pior de tudo é que Chanyeol assistiu toda a cena com um sorrisinho triunfante nos lábios.
- Eu já sei que você vai dizer que eu errei com ela, que ela está magoada e blá, blá, blá... – cruzo os braços. – Já tô cansado de ouvir isso e já sei o que eu fiz de errado, então pode poupar a saliva.
- Pensei que me conhecesse melhor. – suas mãos estão juntas sobre a mesa, típico psiquiatra de filme americano. Ele acha que isso aqui é atuação? – Sinto em te desapontar, mas o que quero dizer é outra coisa.
- O que? Psicologia reversa? Vai dizer que eu estava certo e que concorda com as minhas atitudes pra me fazer refletir e ver que na verdade eu estava errado? – rio com escárnio. Era só o que me faltava.
- Vou ignorar a sua ignorância sobre o assunto porque sei que não é formado nessa área, mas creio que precise dar uma pesquisada nas coisas antes de tentar achar que sabe sobre tudo. – ele fala de forma tão petulante que me causa raiva. – E também não é isso que vou falar com você, já disse que aqui eu não sou psiquiatra.
- Então para de enrolação. – sinto um bico se formar em meus lábios. Odeio parecer um idiota perto dele. – Já disse que tenho um compromisso e quanto antes você calar a boca, mais rápido eu posso sair daqui.
- Ótimo. – um sorrisinho aparece me deixando mais irritado ainda. – Pra começar gostaria de ouvir o que você pensa sobre a S/n.
- Achei que você é quem ia falar aqui. – aponto o dedo em sua direção.
- Somos amigos. Como amigo eu preciso saber dos seus problemas para que, como amigo possa te aconselhar. – penso por um momento em sua fala.
Se bem me lembro eu era muito aberto com Johnny, sempre lhe contava sobre minhas preocupações e isso mudou depois que começamos a sair com S/n e Jiyoon... Por quê?
- Vamos Sehun, se bem me lembro você estava com pressa pra sair. – fala calmamente.
- Não sei. – é o que digo.
- O que você não sabe? Como se sente? Como resolver as coisas entre vocês? Se gosta dela de verdade? – suas perguntas me acertam como facas. Eu sabia que seria assim, só não sabia que ele me atacaria tão cedo.
- Acho que sim. – desvio o olhar.
- Seja mais claro. – se ajeita em sua cadeira. – Gosta dela?
Gosto dela? Repito em minha mente. Não sei, ultimamente não sei de mais nada.
- Em que sentido? – volto a encara-lo.
- Em qual sentido será? – noto o sarcasmo em sua voz. – Eu não sei.
- Acho que sim. – dou de ombros.
- Acha? – arqueia a sobrancelha. – Acha? Uau.
- Espera, isso é pressão psicológica. Não pode me obrigar a responder algo assim tão de cara. – ele gargalha com minha fala e eu me mantenho mudo.
- Pressão psicológica? Sério? – seca uma lágrima no canto do olho. – Essa foi boa. De verdade. – fico sem entender sua reação. Será que deveria rir também? – Tô começando a achar que o pessoal do hospital não tava mentindo quando me disseram que você era burro.
Que pessoal? Eu não sou burro.
Abro a boca para contestar, mas ele me interrompe:
- Vou esclarecer as coisas e espero ter uma certeza como resposta depois. – arruma a postura e me encara seriamente. – Pelo que eu entendi as coisas não correram como vocês planejaram. – aquiesço. – E acabou que você com seu orgulho ferido magoou a garota que acha que gosta. – essa parte ele fala com um certo ranço.
- Só está citando os fatos do que aconteceu. – digo. – Não vai me fazer esclarecer nada.
- A questão, – finge não ouvir o que eu disse. – é que você disse coisas pra ela. E não foram coisas boas. E no meio disso tudo S/n confessou o que sentia por você.
Não esboço reação, ainda não tenho ideia de aonde ele quer chegar com isso.
- Agora imagine. – abre os braços como se estivesse segurando uma tela. – Ela não quer te ver e você ainda não sabe se gosta dela. – cruzo os braços e me foco em suas mãos em movimento. – Obviamente uma mulher como S/n não ficaria em casa sofrendo por um moleque como você. – franzo o cenho. – E você, Oh Sehun, não é o único interessado por ela.
- Mas não é como se ela fosse deixar de gostar de mim de um dia pro outro. – falo com um sorriso.
- Aí é que está. S/n se encontra num momento de fragilidade, ela está exposta. Logo, se o outro indivíduo que também está interessado nela investir... – estica a mão para mim num pedido mudo para que eu complete sua frase.
- Ela pode confundir os sentimentos. – arregalo os olhos com minha própria fala.
- Pior ainda. Ela pode realmente se apaixonar por ele. Porque diferentemente de você, o indivíduo não a machucou e está ali pra ela naquele momento de dificuldade, enquanto você está aqui se remoendo em culpa e achando que vai tapar o buraco trabalhando.
- Eu sou um idiota. – murmuro.
- Isso é verdade. – Johnny concorda com um sorriso. – Mas eu espero que você tenha se dado conta do que precisa fazer agora.
- Eu já sei. – me coloco de pé rapidamente. – Vou desmarcar com Jiyoon agora mesmo.
- Você realmente gosta dela? – o encaro, seus olhos estão ternos, mas com uma pequena porção de julgamento.
- Sim. Eu realmente gosto dela. – ele assente.
- Então vai lá. – aponta para a porta. – Mas lembre-se, se você magoa-la de novo, o outro indivíduo que gosta dela não vai deixar a chance de rouba-la de você passar outra vez.
Hesito ao sair. Como ele sabe disso? O olho uma última vez, um pequeno sorriso enfeita seus lábios, mas seus olhos, agora, contém um leve brilho de tristeza.
- Só uma coisa. – me viro novamente em sua direção e ele me encara com expectativa. – Quem foi que disse pra você que eu sou burro?
- Sai daqui Sehun. – ele mesmo levanta e abre a porta. – Só sai.
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