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História O pior emprego do mundo! - Doce Vingança


Escrita por: thafinyy

Notas do Autor


Espero que gostem, de verdade. Bom, eu gostava muito daquela série "COMO APROVEITAR O FIM DO MUNDO" , e tem um trecho que um diálogo entre a Kátia e o Ernâni, como uma homenagem.

Capítulo 27 - Doce Vingança


Fanfic / Fanfiction O pior emprego do mundo! - Doce Vingança

Cap 27

Ele começou o show completamente vestido, mas não sei como ou porque, estava novamente só de cueca e botas no backstage. Axl tinha sérios problemas com roupas.

- Ótimo show crianças! – Disse a Duff, que veio me abraçar completamente suado, mas era bom, apesar de tudo. Slash me abraçou também, Matt me ensinou um aperto de mãos bem legal e depois de muita insistência Izzy sorriu pra mim. Axl foi o último a sair do palco, cerca de 20 minutos depois de todos os outros. Ele estava elétrico, parecia uma daquelas crianças que comeram muitos doces.

 

Todos foram tomar banho e se preparar pra sair, mas Axl resolveu dar uma entrevista pra MTV Brasil de última hora. Ele me lançou um sorriso diabólico antes de comunicar sua incrível decisão. Ok, se essa era a sua pequena vingança por eu tê-lo deixado no hotel, eu podia aguentar isso. Não era exatamente um problema a princípio, mas ele tem um talento incrível pra complicar as coisas. Axl só tinha que sentar a bunda numa cadeira e falar, mas ele se trancou no camarim durante horas, alegando que precisava tomar banho antes. Toda a banda e uma parte da equipe já tinha ido embora e ele ainda estava trancado no camarim. Todos estavam ficando nervosos, e às 4 da manhã, quando ele resolveu dar o ar da graça e começar a entrevista, falou por horas e horas sobre nenhum assunto em especial, nada importante. Ele só tagarelava sobre coisas sem sentido e lançava uma cantada pra entrevistadora entre um gole de coca e outro, ela só corava e desviava os olhos com um sorriso bobo. Que raiva. 

Se ele estava tentando me irritar, parabéns, porque ele realmente tinha conseguido. Eu cansei de assistir àquela droga e andei batendo os pés pra fora do camarim, me sentando em um amplificador no corredor. Eu ainda podia ver a porta do camarim dali. Olhei no relógio, eram 15 pras 6 da manhã, já estava amanhecendo. De centenas de pessoas, só 10 ou 15 ainda estavam ali, e metade das luzes já estavam apagadas. Eu estava exausta, realmente cansada, parecia que todas as pílulas anti-estresse tinham feito efeito ao mesmo tempo, tardiamente.

Vi a equipe sair do camarim, eles me cumprimentaram, e não pareciam muito mais felizes que eu. Entrei no enorme e claro aposento, respirando fundo muitas vezes antes de abrir a porta. Axl estava deitado no sofá, fumando um cigarro com um sorriso enorme no rosto. Parecia feliz e relaxado, radiante pra dizer a verdade. Filho da Puta.

- A princesa já está pronta pra ir? – eu disse, não fazendo o menor esforço pra parecer educada. Ele sorriu pra mim. Ele tinha me feito passar o inferno o dia todo e agora estava simplesmente sorrindo. Sorrindo!

- Você está muito nervosa Ella, devia procurar um psiquiatra. – Ótimo, agora ele estava sendo sarcástico.

- A gente pode, por favor, ir embora agora?! Por favor! – ele revirou os olhos e me lançou um sorriso torto.

- Ok, eu só preciso encontrar minhas roupas.

- Você está brincando né?

- Não – ele realmente não parecia estar brincando.  Como uma pessoa perde as próprias roupas?!

- onde...sei lá, você as viu pela última vez?

- Antes do show. Elas estavam arrumadas, mas eu estava procurando minha bandana e baguncei tudo, alguém veio e arrumou, e agora eu não sei onde elas estão.  – suspirei.

- Aposto que estão num lugar óbvio.

Nós encontramos sua pequena bolsa embaixo da pia do banheiro. Era obvio de certo modo. Já era tão tarde que nem os fãs aguentaram esperar, então só Earl deu conta do serviço. Chegamos ao hotel em alguns minutos.

Axl foi para o seu quarto e eu fui pro meu. Em tempo recorde eu tomei banho e deitei, caindo no sono logo em seguida.  

Infelizmente, me esqueci de fechar as cortinas e o insistente sol do meio dia começou a me incomodar. Virei para o lado e abri os olhos, e de repente desejei com todas as minhas forças ainda estar sonhando. Axl estava sentado no chão do meu quarto, olhando um caderno que eu conhecia muito bem.  Eu escrevia todas as minhas crônicas e poesias naquele caderno de capa marrom, não era de jeito nenhum uma coisa que eu queria que alguém lesse.

- Você está mesmo aqui não é? – gemi, sentando-me na cama, já me convencendo que era real, um pesadelo real.

- estou, por que?...Você não está? – ele disse a última parte sussurrando como se tivesse falando com alguém com problemas mentais.

- O que faz no meu quarto? E como conseguiu entrar?! – eu disse um pouco mais rude dessa vez.

- Não consegui dormir – ele suspirou, e depois sorriu levemente – e quartos de hotéis não são tão seguros quanto à maioria pensa. Você só precisa de um clips de papel e...

- Você arrombou minha porta?! – Axl deu de ombros.

- Não parecia tão ruim na minha cabeça.

Eu bufei de raiva e levantei da cama, indo até ele e puxando o caderno de sua mão.

- Isso é particular.

- Desculpe, eu não sabia que era tão secreto – ele disse com uma voz irritada.  Olhei pra ele, incrédula.

- estava dentro da minha mala, dentro do meu quarto trancado.  – ele revirou os olhos, realmente achando aquilo um absurdo.

- Eu não sei por que tanto mistério, você tem coisas muito boas aí.

- sério? – por mais que eu estivesse com raiva, Axl era um ótimo escritor, suas músicas não me deixariam mentir, e um elogio como aquele era algo importante.

- é, são incríveis. Mas só tem uma coisa. Por que você escreve sobre amor de uma forma tão negativa?

- amor não é uma coisa que funcione pra mim, acho que nunca tive muita sorte.  – ele riu

- Pra mim também não, todos os meus relacionamentos foram completamente desastrosos. Mas qual é graça quando as coisas estão sempre certas?

- Eu não entendo – realmente não entendia. Em minha opinião era o fracasso que não tinha graça nenhuma.  Ele levantou e se sentou do meu lado na cama. Na verdade, ele praticamente se jogou na minha cama sem nenhuma cerimônia. Vestia somente uma Box branca e uma camisa de flanela quadriculada aberta.  Ele parecia um pouco cansado.

- Eu amei Erin, e escrevi uma música pra ela. Uma única música feliz e altruísta. Um dia, Erin saiu de casa e voltou com um bando de advogados, alegando que a única vez que me veria de novo seria dentro de um tribunal. Ela partiu meu coração. Eu enchi meio disco com músicas sobre isso, músicas angustiadas sobre um amor perdido. O sofrimento é inspirador.

- Eu não sei se quero passar o resto da minha vida agonizando por causa de outra pessoa. – A minha teoria sempre foi a de que você não precisa de ninguém pra viver. Seja feliz por você mesma, esse passou a ser meu lema, bem, depois de Collin.

- E como pretende passar o resto da sua vida? Sozinha? Passando 24 horas no trabalho pra não ter que se relacionar de verdade com ninguém? Às vezes é melhor sofrer que não sentir nada, você só tem que se acostumar com a rejeição como as pessoas normais.

- eu sou uma pessoa normal!

- Não, você não é. Ella, quantas vezes você foi rejeitada, por qualquer coisa? Pessoas, empregos... – pensei por um momento e me senti muito mal com a resposta. Era como se eu nunca tivesse lutado de verdade por nada.

- uma – respondi, fitando o chão. Axl riu.

- Viu? E você se fechou totalmente pra qualquer outra oportunidade.  As coisas dão errado ás vezes, não se pode controlar tudo o tempo todo.  – eu ri, era totalmente o contrário do que meus pais me ensinaram durante toda a minha vida.

- A minha mãe me dizia que o caos é o inferno dos fracos.

- Caos é bom.  – sacudi a cabeça, discordando.

- Ninguém se importa com ninguém no caos.

- Ninguém se importa com ninguém agora, de qualquer jeito.

- Eu me importo com você- eu disse, mais por impulso que por qualquer outra coisa. Se eu tivesse pensado por um segundo antes de falar provavelmente não teria dito, mas era difícil pensar com aqueles olhos verdes me encarando.

- eu também me importo com você – e ele me encarou com mais intensidade. Se Axl conseguia hipnotizar um estádio inteiro com milhares de pessoas, o que ele não faria comigo?

Alguém bateu na porta. A princípio fiquei feliz por me libertar do olhar sufocante dele, mas depois reparei que já conhecia aquelas batidas leves. Só uma pessoa em todo o andar bateria daquele jeito calmo e ducado. Pensei por um momento se devia ou não atender, Axl tinha deitado na cama e estava com a mão cobrindo os olhos da luz. Resolvi atender, na verdade, aquelas batidas já estavam me irritando. Levantei e abri a porta. Como eu suspeitava, Marc estava parado lá, com camisa social e óculos escuros.  Não pude deixar de comparar a camisa de Marc, fechada até o penúltimo botão e cuidadosamente passada com a de Axl, meio amarrotada e completamente aberta. Ele sorriu quando me viu.

- Mikaella, eu queria saber se... – ele olhou pra dentro do quarto, onde Axl estava seminu deitado na minha cama. O ruivo ficou visivelmente tenso quando ouviu a voz dele, mas quando viu o olhar de surpresa que Marc lhe dirigia, sorriu. Um largo e reluzente sorriso debochado.

- Hey Marc, você quer alguma coisa? – disse Axl, ainda sorrindo, sua voz exalava sarcasmo, apesar de sua expressão angelical. Marc dirigiu um olhar triste de mim pra Axl e dele pra mim. Provavelmente estava olhando minhas roupas, uma camiseta branca e um short de pijama xadrez, curto demais pra eu me sentir confortável com alguém olhando.

- Não, nada. É que eu...deixa pra lá. – ele se virou para ir embora, chateado. Eu pensei em falar que não era nada aquilo que ele estava pensando, ou que era tudo uma grande coincidência, mas que tipo de ser humano normal acreditaria naquilo? Então eu só disse:

- Ok, a gente se vê qualquer hora. – ele acenou pra mim desanimadamente e foi embora. Eu entrei no quarto e fechei a porta. Axl ainda estava sorrindo.

- Você é um homem muito mau. – eu lhe disse em um falso tom sério.

- Lindo e generoso já é pedir demais, sweet.

- e modesto também, imagino. – ele alargou mais o sorriso.

- exatamente.  

Eu me sentia mal por Marc, mas pelo menos ele pararia de se iludir. Realmente não queria magoa-lo, mas...não tive escolha, isso aconteceria de um jeito ou de outro. Pelo menos eu não fui rude com ele, me sentiria muito pior se isso tivesse acontecido.

Voltei para o meu lugar na cama e deitei ao lado de Axl, fitando o teto. De repente uma coisa me ocorreu.

- Você disse que não tinha conseguido dormir. Está tendo pesadelos de novo?

- Não – ele ainda fitava o teto. Eu sabia que estava mentindo. Ele não era um bom mentiroso.

- Não minta pra mim. – ele suspirou e me fitou com seus olhos verdes.

- Eles começaram de novo há dois dias.

- São...como os outros? – eu não queria perguntar aquilo, mas era preciso.  Os olhos dele escureceram.

- São piores. Eu tenho sonhado com a minha mãe, com ele batendo nela, com ela gritando – ele parou de forma abrupta, seu rosto se contorcendo levemente.

- Axl – virei de lado e me apoiei em um cotovelo – eu sei que você não quer tocar nesse assunto, mas precisa começar a tomar os remédios. – sua expressão se transformou numa carranca.

- Você está certa, eu não quero tocar nesse assunto. – revirei os olhos. Nós já tínhamos tido milhares de conversas sobre aquele mesmo assunto e ele tinha se mantido inflexível, mas uma hora ele tinha que ceder, nem que fosse por cansaço.

- Axl, você sabe que precisa tomar. Quer que comece tudo aquilo de novo? Semanas sem dormir direito, vagando como um zumbi... sem energia pra fazer nada, pra cantar... – ele se moveu inquieto.

- Eu não quero tomar remédios, não quero que as pessoas pensem que eu sou doente ou algo assim.

- Uma vez eu estava lendo uma entrevista sua, e você disse “pra que se preocupar com o que os outros pensam? Eles são só os outros”. Quando foi que isso mudou?  Você sabe que tem um problema, que pode ser resolvido com alguns comprimidos e vai deixar de fazer isso com medo do que as pessoas vão pensar? Isso não parece nada com você.

- Não estou preocupado com qualquer pessoa. Me preocupo com meus amigos, com Harriet...com você. Não quero ser o estranho do grupo ou o garoto problemático que dá chilique em casa se não tomar os remédios na hora certa.

- Todos nos preocupamos com você, ninguém vai te julgar. Pode acreditar em mim. – ele suspirou pesadamente.

- Mas e se o remédio me deixar tonto ou alienado ou...

- aí você para de tomar e nós pedimos pra Dr. Price passar outro.

- Você promete? – sua voz saiu baixa, como um sussurro.

- Prometo. – ele ficou em silêncio por alguns segundos.

- eu posso fazer isso. – Axl disse, se rendendo. Sorri.  

- Olha só, parece que temos um progresso aqui! – brinquei. Ele revirou os olhos.

Levantei da cama e mexi em minha bolsa, tirando um pequeno frasco de remédio de lá. Peguei um comprimido e entreguei a Axl.

- Pronto? – ele assentiu e engoliu o comprimido. Ficamos em um silêncio incomodo por um tempo, com Axl deitado, fitando o vazio e eu lá, só olhando pra ele e esperando alguma reação. Até que novamente ouvimos batidas na porta, mas elas eram rudes e desesperadas dessa vez.

- Ella, você está dormindo?! – era a voz de Slash. Revirei os olhos e fui abrir. - Ella, eu estou com um problema muito sério! – O tom de voz dele me deixou preocupada. Slash vestia somente um short vermelho, que sinceramente não tapava nada.

- O que foi?

- Eu estou com fome! Como é que faço pra pedir comida nesse lugar?! – Ouvi Axl rir.

- Entre Slash – eu disse. Ele entrou e se sentou na cama, não estranhando a presença de Axl lá. – o que quer comer?

- macarrão – ele respondeu rapidamente.

- macarrão, tem certeza? – ele assentiu. Dei de ombros e peguei o telefone pra discar o número da recepção. – você também está com fome Axl?

- não – ele respondeu.

Liguei pra recepção e pedi que trouxessem uma quantidade grande de macarrão, certa de que aqueles bêbados acordariam com o cheiro da comida Eu não estava totalmente errada.  


Notas Finais


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