História O pior emprego do mundo! - Noivazila

Cap 30

~Ella

O sol entrava pela janela do meu quarto. Mexi-me na cama, parecia que todos os meus músculos estavam doendo. Aquela viagem não fez bem pra mim. Eu levantei com muita dificuldade e fui até a cozinha preparar meu cereal. Peguei uma tigela e a enchi com leite gelado, que saudades eu estava de fazer isso.  Degustava meu café da manhã com muita vontade quando a campainha tocou. Bom, eu sabia que não era Axl, porque ele era incapaz de tocar só uma vez, então fui atender tranquilamente. Era Liz, ela usava um vestido verde claro lindo, e seu penteado estava muito bem feito.

- Você ainda não está pronta?! – ela gritou, parando com as mãos na cintura.

- Pronta pra que exatamente? – ele me olhou incrédula.

- Pro almoço com a cerimonialista do casamento! Eu não acredito que você esqueceu!

- Oh, me desc...

- Pare de falar! – ela me cortou – vai logo se arrumar! Ainda bem que eu vim mais cedo!

Ela continuou reclamando e fazendo drama enquanto eu tomava banho. Eu podia me defender falando eu tinha acabado de voltar de uma viagem superestressante, mas resolvi ficar quieta e fazer o que ela mandou. Nunca mexa com uma noiva raivosa, ainda mais se ela for Elizabeth Montgomery.  Coloquei um vestido qualquer e fiz uma trança pra disfarçar o estado deplorável em que meu cabelo se encontrava. Eu parecia uma pedinte em comparação com minha irmã, mas tudo bem. Voltei pra sala, ela estava sentado no sofá mexendo em meus papéis.

- Estou pronta – eu disse.

- Então vamos – ela respondeu, fazendo um gesto muito dramático com as mãos – eu estou de carro.

- Liz... – disse com cautela – você se importa se dermos uma passadinha num lugar antes?

- Onde?! – ela estava ficando nervosa de novo.

- Na...casa do Axl, preciso dar um remédio à ele. – ela revirou os olhos e respirou fundo.

- eu posso entrar? – eu pude ver... brilho nos olhos dela?

- Claro – dei de ombros. Ela sorriu.

- então pode.

Fomos até o carro, que era vermelho brilhante, e eu indiquei o caminho até a mansão.  Minha irmã era toda sorrisos quando chegamos no portão e os seguranças nos deixaram entrar, nem parecia a noivazila de uma hora atrás.

Harriet abriu a porta.

- Mikaella, olá. E quem é essa moça?

- é minha irmã, nós estamos indo almoçar, mas eu precisava passar aqui. Onde está Axl? – Harriet revirou os olhos.

- Dormindo, onde mais? – ela riu. – vá acorda-lo, você parece ser a única pessoa que pode fazer isso mesmo. – Harriet deu de ombros. Eu subi as escadas e quando cheguei ao segundo andar percebi que Liz tinha me seguido.

- O que está fazendo? – perguntei.

- Até parece que eu viria aqui e ficaria só no primeiro andar! – revirei os olhos.

- Ok, mas fica aqui então. – ele bufou, mas eu não dei muita atenção, fui até a porta do quarto dele e entrei. Axl estava deitado em sua cama, completamente nu, e tinha uma toalha branca embolada junto com suas cobertas. Eu já o tinha visto sem roupas antes, mas nunca me acostumaria com aquilo. Cheguei mais perto e o sacudi levemente, mantendo uma certa...distancia. Ele se moveu, ainda dormindo. O sacudi de novo, ele balançou a cabeça e abriu os olhos, piscando algumas vezes.

- Ella? – ele perguntou, com a voz bem rouca.

- eu mesma – assenti. – você está se sentindo bem? – ele franziu as sobrancelhas.

- sim. – ele se sentou na cama com um pouco de dificuldade, coçando os olhos.  – aconteceu alguma coisa?

- Não, só vim te dar os remédios – ele gemeu levemente, deitando do novo na cama.

- Eu tinha esquecido isso. – reclamou, deitando de lado e colocando as duas mãos embaixo da cabeça. Lembraria-me um bebe se bem... ele não estivesse pelado, porque sua anatomia não era nada infantil.

- eu imaginei, agora anda, abre a boca – eu peguei o pequeno frasco e tirei um comprimido. Axl fez cara feia, mas abriu a boca e o engoliu.

- viu? Não foi tão ruim.

- Não, mas eu ainda vou querer algo em troca.

- eu não me lembro de ter concordado com isso.

- Não concordou...mas não importa muito, na verdade. – suspirei.

- Não adianta discutir com você. O que quer? – ele sorriu.

- Minha vó tem uma festa com os amigos do pôquer hoje e quer me levar pra conhecer o novo “namorado” dela, eu quero que vá comigo.

- Não vou atrapalhar a reunião de família? – disse brincando, mas no fundo era sério.

- Não que você fosse atrapalhar, mas eu acho que não tem como ficar pior. Aí nós ficamos bêbados e zuamos com os velhinhos enquanto os pombinhos se pegam em algum canto do salão. Vai ser melhor que eu ficar sozinho encostado no piano a noite toda. – eu ri.

- tudo bem, mas você vai ter que tomar os remédios todo dia sem reclamar.

- Até o fim do mês.

- Não, até acabar o frasco. – ele fez uma careta.

- tá, tudo bem! Até o frasco ficar vazio então... – olhei meu relógio e me lembrei da Liz. Merda, ela iria me matar.

- Axl, eu preciso ir, mas tente descer e tomar café da manhã, isso é o que as pessoas normais fazem.

- Eu vou me lembrar disso – eu já estava quase abrindo a porta – Ella – me virei.

- hum?

- eu te pego às 8. Não esteja muito gostosa, não queremos que ninguém estoure suas pontes de safena.

- idiota – eu disse rindo antes de sai do quarto. Liz estava no corredor com cara de alguém que tinha acabado de descobrir um segredo e estava doida pra contar.

- ele estava pelado? – ela perguntou com os olhos brilhando.

- sim, agora vamos embora. – ela abriu um sorriso enorme e me seguiu até o carro. Despedi-me de Harriet antes de sair. Liz continuava com aquela mesma cara. – o que foi agora?

- quantas vezes você já o viu pelado? – revirei os olhos.

- algumas, eu não sei.

- Vocês já transaram?- ela perguntou mordendo o lábio inferior.

- Liz!

- Responda Mikaella, é só uma pergunta de sim ou não!

- não, nós não transamos. – ela ficou em silencio por alguns segundos, muito poucos segundos.

- mas você quer.

- Elizabeth, já chega! – riu mais ainda.

- Você quer!  Mas tudo bem, quem é que não quer transar com Axl Rose?! E daí que ele é seu chefe, você pode...

- Liz, eu juro que se você não parar de falar agora e olhar pra rua eu vou te envergonhar na frente da família do seu noivo.

- Não adianta negar! Eu acho até que você está apaixonada por ele! Eu vi o jeito que você olha pra ele...e você foi até a casa dele só pra dar um comprimido!

- Liz, por favor!

- Tudo bem Srta. Estraga prazeres, mas depois vai ter vir me dizer que eu estava certa. – me limitei a revirar os olhos. Eu e Axl? Ela estava louca.

~Axl

Ella já tinha saído há meia hora mais ou menos, e eu cheguei a conclusão de que não conseguiria mais dormir, então levantei e resolvi comer alguma coisa. Catei um short qualquer no meu quarto antes de descer. Harriet e minha vó estavam sentadas na cozinha. Por algum motivo ela não gostava muito da minha vó, acho que é porque elas eram muito diferentes, mas nada que Harriet fosse admitir.

- Bom dia senhoras – eu disse, entrando na cozinha. Elas sorriram.

- Boa tarde, querido – minha vó me corrigiu. 

- tanto faz – eu disse rindo, pegando uma xícara de café e sentando no balcão.

- Você já se esqueceu da festa de hoje à noite? – vovó perguntou cautelosamente.

- Ainda não. E eu chamei a Ella pra ir comigo, pra eu não ter que ficar sozinho com os pombinhos.

- e ela aceitou? – perguntou Harriet, de repente interessada.

- Claro. Eu sou muito convincente. – sorri pra ela, que revirou os olhos.

- eu gostei daquela menina – minha vó disse bebendo seu café, na verdade eu duvidava que só tinha café ali dentro – só não entendo como ela veio parar aqui.

- eu também não – dei de ombros. Realmente não entendia, ela poderia estar em qualquer lugar!

- Bom, eu preciso ir à farmácia comprar minhas pílulas de colágeno, seja bonzinho, e nem pense em contar pro meu namorado que eu vou terminar com ele quando voltar pra casa! – revirei os olhos.

- tudo bem. E não quebre muitos corações antes de chegar ao caixa.

- Vou tentar! – minha vó disse rindo enquanto pegava sua bolsa e ia em direção à porta. Ela se vestia feito uma mafiosa, iria se dar muito bem em LA. Harriet revirou os olhos.

- Parece que o gene defeituoso é por parte de mãe – ela murmurou.

- O que?

- nada, e vá vestir uma camisa. Qual é o seu problema com camisas? – ela disse saindo da cozinha.

- As pessoas gostam de me ver sem elas! – eu gritei quando ela já estava fora do meu campo de visão. Pude ouvi-la bufar. Ri.

A campainha tocou. Era Izzy, nós passamos o resto da tarde trabalhando numa música nova sobre um relacionamento dele que não tinha acabado nada bem. Eu gostava disso, enquanto existissem vadias e filhos da puta no mundo, nós teríamos música.